A violência sexual contra crianças e adolescentes é uma grave violação dos direitos humanos, podendo assumir várias formas e englobar vários fatores, especialmente o social, o financeiro e o cultural. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 7 em cada 100 casos de exploração sexual são denunciados no Brasil. Para conscientizar a população sobre os diversos tipos de violência que podem ocorrer, foi instituído, no dia 18 de maio, o Dia de enfrentamento à violência sexual contra a criança e o adolescente, celebrado por meio da campanha “Maio Laranja”.
“A violência sexual ocorre quando a criança é explorada para fins sexuais, em situações como: coerção, rapto, escravidão, turismo sexual, tráfico humano, exposição a conteúdos pornográficos, ato sexual não consensual, o que pode incluir toques inadequados ou penetração”, esclarece a psicóloga da Rede SESI de Educação, Beatriz de Farias. Ela destaca que a sociedade ainda enfrenta um grande tabu quando se fala sobre sexualidade e, por isso, é importantíssimo discutir sobre o tema, pois a falta de informação e o silêncio da sociedade colocam as crianças e adolescentes em risco.
Beatriz aponta que o apoio da escola é fundamental para que se possa conscientizar os estudantes e promover a prevenção. “É importante que a escola esteja atenta aos sinais e, além disso, organize eventos voltados para o assunto, como palestras, rodas de conversa ou atividades artísticas que promovam a expressão criativa dos alunos e reforçam a mensagem, discussões em sala de aula e campanhas de sensibilização”.
Além da escola, a psicóloga avalia que o tema deve, sim, ser abordado pelos pais ou responsáveis. “A prevenção começa em casa”, afirma. Ela explica que o papel da família é importantíssimo e que não se deve ter medo de falar sobre o tema. “Devemos ensinar, de forma adequada dependendo da idade, sobre limites pessoais, consentimentos, abuso sexual e como reconhecê-lo. As crianças e adolescentes devem se sentir confortáveis de relatar qualquer situação desconfortável, mas os responsáveis devem estar atentos a qualquer mudança de comportamento, pois podem indicar que algo está errado”, alerta a psicóloga. Ela orienta, ainda que os pais saibam com quem os filhos se relacionam, o ciclo de amizade e que façam parte da rotina deles.