Nova data das eleições municipais será decidida em junho

Na última quinta-feira, a Lei Complementar nº 135, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa, completou 10 anos. A legislação é considerada um avanço na elaboração, por mobilização popular, e em seu conteúdo.

Ela impede a candidatura e até retira mandatos de pessoas condenadas por decisão transitada em julgado ou por órgãos colegiados da Justiça, seja por prática de crimes comuns, contra o erário público e até em disputas eleitorais.

A lei mudou a história do Brasil. “Ela simboliza a superação de um tempo em que era socialmente aceita a apropriação privada do Estado e, sobretudo, a naturalização do desvio do dinheiro público”, avalia o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também um dos onze ministros Supremo Tribunal Federal (STF).

Barroso estará à frente das eleições municipais de 2020, que deverão ter a data remarcada por decisão do Congresso Nacional por causa da pandemia de covid-19. A seguir a entrevista do ministro concedida à Agência Brasil.

Agência Brasil – Que balanço o senhor faz da Lei da Ficha Limpa?

Luís Roberto Barroso – Acho que foi uma lei extremamente importante para a vida política brasileira por muitas razões. Primeiro ponto que merece ser destacado é que ela foi resultado de um projeto de lei de iniciativa popular que contou com mais de 1,5 milhão de assinaturas. Houve mobilização da sociedade para que fosse editada uma lei, prevista na Constituição, cujo propósito era proteger a probidade administrativa e a moralidade para exercício do mandato – considerando a vida pregressa dos candidatos. Basicamente, a lei tem um conteúdo: ela torna inelegível, ou seja, não podem se candidatar para cargo eletivo, por oito anos, aquelas pessoas que tenham sido condenadas por crimes graves que a lei enumera, os que tenham tido as contas rejeitadas, ou que tenham sido condenadas por abuso de poder político e poder econômico, sempre por órgão colegiado – portanto, sempre com direito a pelo menos um recurso. Foi um esforço da sociedade brasileira, chancelado pelo Poder Legislativo e sancionado pelo presidente da República, para atender uma imensa demanda por integridade na vida pública. Esta lei, inserida em um contexto maior, de reação da sociedade brasileira contra práticas inaceitáveis, é um marco relevante na vida pública brasileira. Ela simboliza a superação de um tempo em que era socialmente aceita a apropriação privada do Estado e, sobretudo, a naturalização do desvio do dinheiro público.

Agência Brasil – O senhor sabe quantas candidaturas foram impedidas e quantos políticos diplomados ou já em exercício no cargo perderam mandato por serem fichas sujas?

Barroso – Eu não teria esse dado e menos ainda de cabeça, até porque boa parte dos registros de candidatura não são feitos no Tribunal Superior Eleitoral, mas sim nos tribunais regionais eleitorais. Eu posso assegurar que foram muitas centenas, se não alguns milhares. Temos duas situações. Temos os casos das candidaturas que não são registradas, assim se impede que alguém que não tinha bons antecedentes para fins eleitorais sequer fosse candidato. Nesse caso, há muitos milhares. E temos muitas centenas de decisões de candidatos que chegaram a participar de eleições, muitos concorreram com liminar obtida na Justiça e depois foram julgados inidôneos e tiveram o registro cassado. Um caso emblemático, decidido pelo TSE, diz respeito a novas eleições [para governador] no estado do Amazonas, em que houve a cassação da chapa e a realização de novas eleições.

Agência Brasil – Como o senhor enxerga algumas manobras para fugir da Lei da Ficha Limpa? Por exemplo, com lançamento de candidaturas laranjas?

Barroso – A questão de candidaturas laranjas não se coloca propriamente em relação à Lei da Ficha Limpa. Ela tem se colocado, e há muitas decisões do TSE nessa linha, em relação à obrigatoriedade de 30% de candidaturas femininas. Há muitas situações em que nomes de mulheres são incluídas na chapa, mas não para disputar verdadeiramente, apenas para cumprir tabela ou para inglês ver, e essas próprias mulheres terminam fazendo campanha para outros candidatos, inclusive repassando as verbas do fundo eleitoral e partidário a que teriam direito. O Tribunal Superior Eleitoral tem reagido com veemência a essa prática, manifestada em mulheres que têm votos irrisórios ou zero votos nas suas campanhas – muitas delas tendo recebido verbas para fazer a sua própria campanha. Nós recentemente, num caso equivalente no Piauí, entendemos que se a chapa tiver candidaturas laranjas se derruba toda a chapa. Se derruba a chapa inteira. Foi uma reação contundente do TSE para essa prática, que eu espero tenha desestimulado de vez, porque as consequências são graves.

Agência Brasil – No dia que a Lei da Ficha Limpa completou dez anos, a Agência Brasil trouxe percepção de entidades da sociedade civil sobre a legislação. Todas as organizações avaliam positivamente, mas apontam problemas no funcionamento do sistema político que não são tratados na lei. Uma das coisas assinaladas é a possibilidade de que pessoas com ficha suja, eventualmente até ex-presidiários, estejam à frente de partidos políticos, inclusive, decidindo sobre o uso dos recursos dos fundos eleitorais e partidários. Tem alguma coisa que a Justiça Eleitoral possa fazer contra isso?

Barroso – Eu gosto de dizer que o combate à corrupção tem alguns obstáculos. Um deles são os corruptos propriamente ditos. Temos os que não querem ser punidos e os que não querem ficar honestos nem daqui para frente. Tem gente que precisaria reaprender a viver sem ser com o dinheiro dos outros, inclusive gente que já cumpriu pena. Isso tem mais a ver com o estado civilizatório do país do que com a Lei da Ficha Limpa. Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. Pela Constituição, eles têm autonomia. A Justiça Eleitoral não tem muita ingerência sobre a escolha dos órgãos diretivos dos partidos. Alguns partidos acabam sendo empreendimentos privados para receber verbas do fundo partidário e negociarem tempo de televisão. Eu acho que reformas recentes no Congresso, como a aprovação da cláusula de barreira, e a proibição de coligações em eleições proporcionais, vão produzir uma certa depuração do quadro partidário para que sobrevivam os que tem maior autenticidade programática e verdadeira representatividade. Objetivamente, o que a Justiça Eleitoral pode fazer é cassar os direitos políticos por oito anos, tornando as pessoas condenadas inelegíveis. Mas ela não tem ingerência direta sobre a economia interna dos partidos para impedir a escolha de determinados dirigentes, que melhor fariam se deixassem os espaços da vida pública para uma nova geração mais íntegra, idealista e patriótica. O TSE tem apoiado junto ao Congresso um projeto de lei que já foi aprovado no Senado pela implantação do sistema distrital misto, que é um sistema que barateia as eleições e aumenta a representatividade do parlamento. Nós consideramos que boa parte das coisas erradas que aconteceram no Brasil está associada ao modelo de financiamento eleitoral e ao custo das campanhas eleitorais. Nos achamos que um sistema eleitoral que barateia o custo e aumenta a representatividade do Parlamento nos ajudará a superar essas disfunções associadas ao financiamento eleitoral e a muitas coisas erradas que vem por trás dele.

Agência Brasil – O senhor vai comandar as eleições municipais. Já tem uma data pacificada entre a Justiça Eleitoral e o Congresso para a realização do pleito?

Barroso – A possibilidade de adiamento das eleições é real. Eu penso que ao longo do mês de junho a Justiça Eleitoral e o Congresso Nacional, numa interlocução construtiva, deverão bater o martelo acerca de novas datas se sepultarmos que isso seja indispensável, embora seja propósito dos ministros do TSE e dos presidentes da Câmara e do Senado não remarcar para nenhuma data além deste ano.

Agência Brasil – O que o senhor acha das candidaturas para mandatos coletivos?

Barroso – Essa possibilidade não existe. O que nós temos, hoje ainda na Câmara [dos Deputados], parlamentares que foram eleitos por partidos políticos, porque é obrigatória a filiação partidária, mas que têm por trás de si algum movimento, um conjunto de ideias comuns. É o caso, por exemplo, do Movimento Acredito que elegeu parlamentares em diferentes partidos. Esses parlamentares se elegem por algum partido e exercem o mandato em nome próprio, não é um mandato coletivo, mas eles pertencem a um movimento. Uma questão que ainda vai ser decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral que é a seguinte: alguns desses movimentos firmam com os partidos uma espécie de carta compromisso em que o partido se compromete a aceitar esses vínculos que o candidato tenha com esse determinado movimento. O que aconteceu foi que na reforma da Previdência alguns parlamentares fiéis ao que consideravam ser a posição do seu movimento não seguram a posição do seu partido e aí há na Justiça Eleitoral uma discussão importante sobre fidelidade partidária e a legitimidade de alguma de sanção aplicada a esses parlamentares. Ficou uma discussão se essa carta compromisso do movimento político com o partido vale sobre as orientações partidárias. Eu nesse momento não posso opinar sobre essa questão porque ela está sub judice no TSE.

Agência Brasil – Isso deve ir a julgamento quando?

Barroso – Isso é difícil de eu responder porque depende de relator. Mas a Justiça Eleitoral é relativamente ágil, de modo que se não for decidir neste final de semestre, deverá ser no início do próximo.

Agência Brasil – Propaganda ilegal, fake news, abuso de poder econômico e outras ilicitudes poderão anular candidaturas e chapas no pleito que ocorrerá este ano?

Barroso – Antes de responder, que fique claro que estamos falando sobre eleições municipais futuras. Abuso de poder econômico e abuso de poder político invalidaram muitas chapas e há diversos precedentes. As fake news foram um fenômeno das últimas eleições. O mundo inteiro está estudando maneiras de enfrentar esse problema. As eleições americanas tiveram esse problema. O plebiscito sobre Brexit teve esse problema. As eleições na Índia enfrentaram esse problema. De modo que as fake news estão sendo objeto de equacionamento pela legislação e pelo Poder Judiciário de diferentes países.

Agência Brasil

Bolsonaro provoca aglomeração e silencia sobre regras de divulgação de casos de Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pousou com dois helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira), na manhã deste sábado (6), na BR-020, em Planaltina (DF), a 52 km do centro de Brasília, para, por mais de uma hora, acompanhar uma blitz da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Sem máscara e acompanhado pelo pastor Silas Malafaia e alguns de seus ministros, ele foi indagado por jornalistas, quando se aproximou de um aglomerado de pessoas para fazer fotos, sobre os mais de 35 mil mortos em decorrência do coronavírus e a respeito das mudanças na divulgação dos dados nacionais sobre a Covid-19.
Apesar de ter olhado para os repórteres no momento das perguntas, ele não respondeu.

Depois de dois dias seguidos de recordes, o Brasil registrou 1.005 novas mortes por coronavírus na sexta-feira (5), segundo dados do Ministério da Saúde. O total de óbitos é de 35.026.

Na sexta, a divulgação dos dados sofreu atrasos pelo terceiro dia seguido. Antes feita às 19h, só ocorreu às 22h. Horas antes, Bolsonaro defendeu o atraso da divulgação dos boletins do Ministério da Saúde e disse que, com a mudança de horário, “acabou matéria no Jornal Nacional”. Ele também se referiu à Rede Globo, que veicula o Jornal Nacional, como “TV funerária”.

A Globo divulgou uma nota sobre as declarações de Bolsonaro, lida na edição do Jornal Nacional. Após a divulgação dos dados pelo ministério, já depois do fim do Jornal Nacional, o Plantão da Globo, com o apresentador William Bonner, entrou no ar durante a novela das 21h. O site do Ministério da Saúde que apresentava os dados sobre a doença estava fora do ar ao menos até a publicação desta reportagem.

No Twitter, o presidente disse que o Ministério da Saúde “adequou a divulgação dos dados”. Segundo o presidente, para evitar subnotificação e inconsistências, o ministério optou pela divulgação às 22h. “A divulgação entre 17h e 19h, ainda havia risco subnotificação. Os fluxos estão sendo padronizados e adequados para a melhor precisão”, justificou Bolsonaro na rede social.

Depois de pouco mais de uma hora na blitz, Bolsonaro voltou ao helicóptero com destino ao Forte Santa Bárbara, em Formosa (GO), onde, segundo ele disse no dia anterior, iria “dar uns tiros”.

Bolsonaro pousou na margem da rodovia às 9h20. Uma grande blitz estava montada no local, mas, durante a permanência do presidente, até as 10h35, os policiais rodoviários não pararam nenhum veículo para revista.

No acostamento no sentido a Brasília, Bolsonaro tirou fotos com policiais rodoviários federais e gravou vídeos a pedido dos agentes. A imprensa foi mantida a alguns metros de distância. Muitos motoristas de carros e caminhões buzinavam ao passar pelo presidente. A Folha ouviu os integrantes de apenas um veículo criticarem o presidente, chamando-o de genocida e fascista.

Com a presença de Bolsonaro, alguns carros pararam no acostamento após o bloqueio da PRF. Motoristas e passageiros se aglomeraram e o presidente foi até eles. Pegou uma criança no colo, abraçou e fez selfies com apoiadores. Alguns, assim como Bolsonaro, estavam sem máscara.

No sábado anterior (30), Bolsonaro já havia acompanhado uma operação da PRF em Goiás. Assim como neste fim de semana, o compromisso não aparece na agenda oficial do presidente. No fim de maio, Bolsonaro trocou o comando da PRF. Saiu Adriano Marcos Furtado e assumiu Eduardo Aggio de Sá.

Em reunião ministerial no dia 22 de abril, Bolsonaro reclamou da divulgação de uma nota oficial da PRF que lamentava a morte de um integrante da corporação por coronavírus. No dia anterior, a PRF havia divulgado uma manifestação de pesar pela morte de Marcos Roberto Tokumori, 53, ocorrida naquela madrugada. Ele atuava em Santa Catarina.

A nota oficial informava que a morte ocorrera devido à Covid-19. “A doença, a Covid-19, não escolhe sexo, idade, raça ou profissão”, disse a nota, assinada pelo diretor-geral da PRF, Adriano Furtado. “Contra ela, Marcos lutou bravamente”, ressaltou. Segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo, Bolsonaro criticou na reunião de 22 de abril o tom da nota, alegando que poderia assustar as pessoas e que não levava em conta possíveis comorbidades de Tokumori.

Esta reunião foi gravada em vídeo e o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decide nesta sexta-feira sobre dar ou não publicidade ao material.

fOLHAPRESS

Governo é acusado de querer tornar invisíveis mortos por COVID-19 no Brasil

Autoridades sanitárias regionais acusaram neste sábado (6) o governo do presidente Jair Bolsonaro de “invisibilizar” os mortos por COVID-19, depois que um secretário designado pelo Ministério da Saúde questionou a contagem de óbitos na pandemia.

“A tentativa autoritária, insensível, desumana e anti-ética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19 não prosperará”, manifestou-se, em nota, o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), que reúne os secretários regionais de saúde.

Na sexta, Carlos Wizard, nomeado para assumir a secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, disse ao jornal O Globo que a contagem de mortos na pandemia seria revisto, pois os dados atuais seriam “fantasiosos ou manipulados”.

O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos e o terceiro com mais mortes pela COVID-19, totalizando, respectivamente 645.771 e 35.026.

“Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco”, diz a nota da Conass.

Em entrevista à AFP no sábado, Wizard disse que os números não serão revistos. “Nós não estamos interessados em desenterrar os mortos, nós não queremos rever o passado, estamos mais preocupados com o presente e o futuro”, disse.

No entanto, Wizard questionou a contabilidade feita nas semanas anteriores, afirmando que meios de comunicação teriam publicado casos de pessoas que, sem sintomas da doença, tiveram a COVID-19 como causa de morte.

Bilionário que fez parte da fortuna com uma escola de idiomas que leva seu nome, Wizard foi convidado a compor a pasta chefiada interinamente pelo general Eduardo Pazuello.

Pazuello, terceiro titular no cargo durante a pandemia, tem seguido as diretrizes defendidas pelo presidente Bolsonaro como ampliar a recomendação do uso da hidroxicloroquina e modificou a divulgação dos dados oficiais de mortes e contágios.

Nesta sexta, o ministério adotou um novo formato, que só inclui as mortes e casos registrados em 24 horas, desconsiderando os balanços totais. O portal onde os dados eram apresentados saiu do ar.

A reativação do painel “está sendo analisada pela equipe de tecnologia”, disse Wizard à AFP. O secretário também questionou as diretrizes iniciais no combate à pandemia e destacou a inclusão da hidroxicloroquina no tratamento da doença.

“Quando surgiram os primeiros casos (no Brasil), a orientação era de que com os primeiros sintomas não se devia ir ao hospital porque ia causar uma aglomeração de pessoas. Se a doença evoluísse, aí sim, se devia buscar atendimento médico. Lamentavelmente, seguindo essa conduta, perdemos milhares de brasileiros”, disse Wizard.

Ele acrescentou que a gestão atual recomenda o “tratamento precoce” nos primeiros sintomas com um kit de vários medicamentos, entre eles a hidroxicloroquina.

AFP

Isolamento social em Pernambuco desaba e chega a 35%

Apenas 35,2% da população de Pernambuco cumpriu o isolamento social na sexta-feira (5). É a pior adesão à medida, considerada fundamental para combater a Covid-19, desde 17 de março, quando 32,8% dos pernambucanos permaneceram em casa. Nenhuma cidade alcançou 50%. O primeiro lugar foi de Carnaubeira da Penha, no Sertão do São Francisco, com 44,9%.

Nas cidades que cumpriram quarentena até o fim de maio, índices abaixo dos 40%. Recife e Olinda tiveram 38,9% de adesão. Camaragibe registrou 36,7%; São Lourenço, 36,6%; e Jaboatão dos Guararapes, 36,0%. O menor índice foi de Fernando de Noronha: 18,8%.

O levantamento é feito pelo Instituto In Loco e compila dados da geolocalização dos celulares da população. Os índices das 184 cidades pernambucanas e do distrito de Fernando de Noronha são divulgados pelo Painel Isolamento Social, do Ministério Público de Pernambuco.

As 10 cidades com maior adesão
1º Carnaubeira da Penha 44,9%
2º Granito 43,2%
3º Santa Filomena 42,5%
4º Camutanga 42,2%
5º Salgadinho 41,7%
6º Vertente do Lério 40,6%
7º Correntes 40,1%
8º Sairé 40,0%
9º Iati 39,9%
10º Primavera 39,9%

As 10 cidades com menor adesão
176º Lagoa de Itaenga 30,6%
177º Exu 30,5%
178º São Vicente Ferrer 30,1%
179º Ibimirim 29,9%
180º São José do Egito 29,8%
181º Tabira 29,7%
182º Mirandiba 28,7%
183º Carnaíba 28,2%
184º Tuparetama 25,4%
185º Fernando de Noronha (distrito) 18,8%

Folhape

Brasil se aproxima das 36 mil mortes pela Covid-19

Após uma semana com pelo menos três novos recordes de mortes por causa do novo coronavírus em 24h, o Brasil registrou no sábado (6) 904 novas vítimas. O total, desde que o vírus passou a circular no País, é de 35.930. O número de infectados também cresceu, passando de 645.771 para 672.846 casos. O número pode ser maior, sobretudo nos casos, já que o País é um dos que tem os menores índices de testagem do mundo, limitando os exames no sistema público a casos graves e profissionais da saúde e da segurança.

Na última quinta-feira (4), exatamente cem dias após a confirmação do primeiro caso no País, o Brasil registrou 1.473 mortes em 24h, o equivalente a mais de uma morte por minuto. O Brasil já superou a Itália em número de mortos e é o terceiro país do mundo com mais vítimas, atrás apenas dos EUA e do Reino Unido. Em número total de casos confirmados, o Brasil é o segundo mais afetado do planeta, atrás dos Estados Unidos.

A última semana foi marcada por tentativas do governo federal de mitigar o impacto do número de casos e de mortes no País, passando a restringir o acesso público aos dados sobre a doença. O portal do Ministério da Saúde que reunia as informações ficou fora do ar por mais de 24h.

No fim da tarde deste sábado, o site voltou a funcionar, mas já não apresentava mais o total de vítimas da Covid-19 nem o total de casos confirmados, apenas estatísticas diárias. O aplicativo da Pasta também deixou de exibir o ícone “situação”, por meio do qual era possível saber o número total de vítimas e de pessoas infectadas. Além disso, em pelo menos duas ocasiões, os dados sobre a pandemia, que costumavam ser compartilhados diariamente por volta das 19h, foram divulgados por volta das 22h.

Especula-se que a razão seria uma tentativa de evitar que o Jornal Nacional, exibido pela TV Globo, noticiasse as informações. Ao ser questionado, o presidente Jair Bolsonaro não confirmou ter dado ordem para a mudança de horário, mas disse que “acabou matéria no Jornal Nacional” e defendeu a divulgação tardia. “Não interessa de quem partiu [a ordem para modificar o horário], é justo sair às 22h, é o dado completamente consolidado. Muito pelo contrário, não tem que correr para atender a Globo”, disse.

Folhapress

Caruaru Shopping oferece Vitrine Virtual

O Caruaru Shopping, devido à pandemia do novo coronavírus, vem realizando ações para que o seu cliente não deixe de adquirir produtos oferecidos pelas lojas que fazem parte do centro de compras. Para isso foi criada a Vitrine Virtual. Trata-se de uma plataforma on-line, que vem a ser mais um canal de vendas.

No Vitrine Virtual, o cliente poderá conferir diversos produtos de várias lojas que fazem parte do delivery. “Para ter acesso à plataforma, o cliente deverá acessar o site caruarushopping.com e clicar no link da Vitrine Virtual, no próprio site, ele será direcionado para o WhatsApp da loja que escolheu o produto. Um consultor irá atendê-lo e acertará todos os detalhes da compra e da entrega”, explicou o gerente de Marketing do centro de compras, Walace Carvalho.

Passo a passo

Ao acessar o site, o cliente deverá procurar pela loja ou categoria e escolher o que deseja comprar. Ele deve clicar no produto para saber mais detalhes e preço.

Em seguida, deve clicar no botão Compre Via WhatsApp, onde será encaminhado para a loja escolhida. Um consultor o atenderá, acertará a compra e combinará a entrega do produto no endereço fornecido.

“O Vitrine Virtual vem como uma forma de cobrir a lacuna nesta época de pandemia, onde vários segmentos do comércio estão fechados. De uma forma prática e rápida, você pode escolher o que deseja comprar e receber na comodidade de sua casa”, concluiu Walace Carvalho.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Caruaru: 709 pacientes já foram recuperados do novo coronavírus

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa, neste sábado (6), que até o momento foram realizados 3.299 testes, dos quais 1.126 foram através do teste molecular e 2.173 do teste rápido, com 893 confirmações para a Covid-19.

Em investigação estão 194 casos e já foram 2.212 descartados.

Também já foram registrados 5.677 casos de síndrome gripal, dos quais 1.125 foram orientados a ficar em isolamento domiciliar.

A secretaria informa ainda que 709 pacientes já foram recuperados do novo coronavírus.

Transforma Caruaru realiza série de ações durante a semana

A semana da Rede de Solidariedade, através do Transforma Caruaru, foi marcada por várias ações. Foram distribuídas 241 cestas básicas, bem como 301 kits de produtos de limpeza. Os beneficiados, desta vez, foram a Reeducar, o Movimento Lutas e Cores, o Bairro José Liberato, as pastorais da Igreja do Convento e a comunidade assistida pelo Rosa de Sarom, no Alto do Moura.

Para as famílias que são atendidas pela instituição Reeducar, localizada no Bairro José Liberato, que cuida de crianças com dificuldades cognitivas, foram entregues 50 cestas básicas e 50 kits de produto de limpeza. “Você não sabe a alegria que estou sentindo ao receber esta cesta. Eu abri hoje o armário e não tinha mais nada para comer, a não ser meio pacote de cuscuz. Obrigada a todos que estão nos ajudando neste momento tão difícil”, agradeceu Joseja Barbosa da Silva, 52 anos. Ela é faxineira, mas está sem trabalho devido à pandemia da Covid-19. Tem dois filhos e o marido também está desempregado.

Para a presidente da Reeducar, Fernanda Lima, a ajuda do Transforma Caruaru vem modificando, significativamente, a vida dessas pessoas. “As famílias da nossa comunidade já são muito carentes e, agora, estão precisando mais do que nunca da ajuda de todos. Agradeço, de coração, ao Transforma, por estarmos juntos nesta hora”, afirmou Fernanda.

O Movimento Lutas e Cores, composto pela comunidade LGBT de Caruaru, recebeu nove cestas básicas e nove kits de limpeza. “Receber estas cestas básicas é de grande importância, tendo em vista a conjuntura e a vulnerabilidade sociais que essa população vive, diante do preconceito e da violência, onde muitos não conseguem, sequer, arrumar um emprego. E, neste momento de pandemia, a situação complica muito, principalmente para os travestis, as mulheres e os homens trans”, relatou Émerson Santos, responsável pelo movimento.

Vinte cestas básicas e 20 kits de limpeza foram doados para a comunidade que faz parte da Festa da Maior Pipoca do Mundo, localizada no Bairro São José. Já para as pastorais da Igreja do Convento, foram distribuídas 102 cestas básicas e 102 kits de produtos de limpeza.

A última ação da semana ocorreu na Casa de Apoio Rosa de Sarom, no Alto do Moura, que serviu de ponto de entrega para a comunidade assistida pela instituição. Na ocasião, foram entregues 60 cestas básicas e 60 kits de limpeza para as famílias, bem como 60 kits de limpeza para o Rosa de Sarom. “O Transforma Caruaru sempre vem nos ajudando para conter a fome dessas famílias, tão necessitadas. Muitas delas não tinham mais nem o que comer. Agradeço a todos pelo carinho e solidariedade”, disse Jane Sueli Silva, responsável pelo Rosa de Sarom.

“Não tenho palavras para agradecer. Eu já não sabia mais o que fazer para arranjar o que comer”, desabafou a desempregada Bárbara Maria da Silva, 23 anos, mãe de dois filhos.

Doações

“Estamos recebendo muitos pedidos e, por isso, peço a contribuição e a colaboração de todos para esta causa. Quem puder, estamos precisando, neste momento, de alimentos e produtos de limpeza. Essa rede do bem não pode parar!”, afirma Christianny Magalhães, coordenadora do Transforma Caruaru.

Pontos de arrecadação

Para quem pretende ajudar, as doações podem ser deixadas em dois pontos de arrecadação: Prefeitura de Caruaru, na Praça Teotônio Vilela, s/nº, Bairro Nossa Senhora das Dores; e no Lions Internacional, localizado na Rua Suíça, n⁰ 100, Bairro Universitário.

Quem preferir também pode realizar depósito, de qualquer valor, na conta do Lions Caruaru, um dos apoiadores da ação: Banco do Brasil, Agência 1421-4, Conta Corrente n⁰ 16355-4, CNPJ 10022291/0001-72.

Foto: Itaquê Fontinele

Bolsonaro cogita romper com OMS: “Ou trabalha sem ideologia ou caímos fora”

O presidente Jair Bolsonaro ameaçou romper o relacionamento com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A fala aconteceu na noite da sexta-feira (05) na entrada do Palácio da Alvorada.

“A OMS é o seguinte, o Trump cortou a grana deles, voltaram atrás em tudo. Um cara que nem é médico. Eu adianto aqui. Os Estados Unidos saiu. A gente estuda, no futuro: ou a OMS trabalha sem ideologia ou nós vamos estar fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro”, apontou o chefe do Executivo.

Ao final, ao ser questionado sobre a afirmação de Trump de que se os norte-americanos tivessem adotado respostas como a de brasileiros e suecos contra o coronavírus, os EUA poderiam ter dois milhões de mortes, Bolsonaro não teceu comentários e preferiu enviar um abraço ao presidente americano. “É meu amigo, é meu irmão. Falei com ele essa semana. Tivemos uma conversa maravilhosa. Um abraço Trump. O Brasil quer cada vez mais aprofundar o nosso relacionamento. Torço para que seja reeleito. Trump, aquele abraço”.

Bolsonaro se mira no exemplo de Trump, que deixou a organização no último dia 29. Trump disse que a OMS falhou em fazer reformas na organização exigidas por ele e que os recursos serão redirecionados para outras entidades de saúde no mundo.

“A China tem controle total sobre a Organização Mundial da Saúde, apesar de pagar apenas US$ 40 milhões por ano, em comparação com os cerca de US$ 450 milhões por ano que os Estados Unidos estão pagando. Nós detalhamos as reformas que ela deveria fazer e nos engajamos diretamente, mas eles se recusaram a agir”, afirmou Trump. Os EUA eram os maiores doadores da OMS.

Correio Braziliense

Estados do Nordeste vão ao STF contra Bolsonaro e pedem volta de recursos do Bolsa Família

STF – Supremo Tribunal Federal (Valter Campanato/Agência Brasil)

Os estados do Nordeste acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) suspenda o corte de R$ 83,9 milhões do programa Bolsa Família. O governo retirou essa verba do programa para utilizá-la na expansão da publicidade oficial.

No pedido ao Supremo, assinado pelos procuradores-gerais dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, eles pedem que o governo federal justifique a concentração de cortes no programa na região Nordeste e recomponha o valor retirado para ser usado pela publicidade do governo.

A tesourada promovida por portaria de 2 de junho, do Ministério da Cidadania, foi no segmento destinado a atender as famílias carentes da região Nordeste, onde a cobertura foi reduzida e há fila de espera para ingressar no programa.

Considerando que os beneficiários recebem, normalmente, pouco menos de R$ 200 reais, o valor de R$ 83,9 milhões, segundo técnicos do governo, seria suficiente para atender cerca de 70 mil famílias.

Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo na última terça-feira (2) mostrou que a fila de espera no Bolsa Família entre abril e maio superou 430 mil pedidos, e os recursos transferidos poderiam reduzir essa fila.

O governo, porém, optou por reduzir gastos sociais e dar mais poder ao secretário de comunicação do Palácio do Planalto, Fabio Wajngarten, cuja atuação tem sido criticada por suspeita de uso político do cargo.

O pedido de corte no Bolsa Família partiu da Presidência da República e foi aprovado pela Junta Orçamentária, formada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) e Braga Netto (Casa Civil).

Folhapress