ARTIGO: Razão, Ciência e Humanismo

Por João Américo

Humanismo com finalidade, a razão nas tomadas de decisões e ciência a serviço dos outros dois. Nesses tempos difíceis que atravessamos, as palavras iniciais desse artigo, que são atemporais, parecem, para alguns, distantes e inaplicáveis.

Perder a cabeça, agir impulsivamente, operar sem razão, são a nova tendência, digna de aplauso e culto. Tensionar e criar ambientes onde a razão e a ciência sejam substituídas pela patologia passional do ego pessoal, político ou ideológico, e encontra-se sempre certo no que diz, pensa e faz, acima de qualquer coisa, argumento ou ideia, deve ser o caminho a ser trilhado. Aos que pensam o contrário a mim, todos que assim agem estão errados. Essas são algumas facetas do obscurantismo atual e a tônica da existência de muitos governantes e governados. Existem aqueles que, entretanto, entendem que a razão ainda tem espaço na existência e dirigem suas vidas segundo a filosofia e pensamento de Espinoza, que legou para posteridade pensamento acerca da razão que pode ser expressado na frase: “Os que são governados pela razão não desejam para si nada que também não desejem para o resto da humanidade”.

A ciência não se compatibiliza com medrosos, indecisos, indolentes, ambivalentes e inseguros. Na filosofia de Immanuel Kant existe uma convocação ao pensamento, à razão, para que o ser humano saia de sua submissão “preguiçosa e covarde” e, em suas palavras, “ouse entender!”. Em um mundo de opiniões conflitantes, que constratam e se chocam, onde as avaliações do “eu acho” se sobrepõem de forma desoladora sobre todos os aspectos existenciais, a intelectualidade foi substituída pelo ceticismo das ideias científicas, e a incapacidade de compreender que as nossas opiniões não são capazes de mudar as leis de Newton, Einstein, Galileu Galilei, Arquimedes, entre outros. O mundo não se alicerça em premissas exclusivamente ideológicas, políticas, teleológicas e egocêntricas, a ciência serve e aplica-se a comunistas e liberais conservadores.

O aprimoramento e desenvolvimento do ser humano é um acúmulo de bilhões de anos de racionalidade e conhecimento sistematizados por métodos experimentais que levaram à ciência, essa, por sua vez, responsável por toda tecnológica que nos cerca, pelo prolongamento da vida, diminuição, extinção e cura de algumas doenças. Desse modo, o destino de nossa sociedade não pode estar sob a influência de valores, discursos e argumentos que não se baseiam no pensamento raciocinado e sistematizado de cunho científico, principalmente quando nos deparamos com uma pandemia.

O humanismo é a valorização da condição humana acima de tudo, onde solidariedade, empatia e compaixão são meios de aprimoramento dessa nossa humanidade. Em tempos de obscuridade só quem pode iluminar o caminho é a luz do conhecimento e desse modo a razão, ciência e humanismo representam a trilha necessária para enfrentar o obscurantismo. Não podemos esquecer de que esse tripé sustenta o progresso da humanidade, e deve ser posto em marcha para que o cidadão e a sociedade evoluam rompendo a barreira do “eu acho que é melhor assim”.

Diante da pandemia, esperamos que os governantes e a sociedade amparem suas decisões na ciência, e que as nossas escolhas pessoais sejam tomadas de forma racional com bases científicas para, o desenvolvimento humanístico no caminho da evolução.

A ciência, no fim, triunfará, pois é nela que encontramos o caminho para salvar vidas e que levará a humanidade a dias melhores.

João Américo é advogado

Número de mortos no Brasil por coronavírus é maior que a população de 2.500 cidades

Aerial view of a burial at the Bom Jardim cemetery, the largest public cemetery in Fortaleza, Ceara state, Brazil on May 7, 2020. – Of today’s 43 burials in the cemetery, 16 were of suspected COVID-19 cases and seven confirmed. (Photo by Jarbas OLIVEIRA / AFP)

As mortes no Brasil provocadas pelo novo coronavírus passaram de 10 mil ontem (9). São 10.627 óbitos, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. O número de mortos em todo o país é maior que o da população de cerca de 2.500 municípios brasileiros com até 10.626 habitantes cada, segundo estimativa populacional do IBGE no ano passado. Ou de 273 cidades do estado de São Paulo, de acordo com a Fundação Seade.

A quantidade de pessoas mortas no país por causa da Covid-19 desde 17 de março, quando a cidade de São Paulo teve registrado o primeiro óbito provocado pela doença no país, é maior que a população inteira de Ilha Comprida (246 km de SP), que tem 10.031 habitantes, ou de Parapuã (586 km de SP), com 10.569 moradores, segundo a última estimativa da Fundação Seade. O número é superior ao da população do distrito de Marsilac, no extremo sul da capital paulista, que conta com 8.426 moradores. Os casos de infectados pelo novo coronavírus no Brasil somam 155.939. Neste sábado, foram incluídos mais 10.611 novos registros nessa lista.

São Paulo continua sendo o estado mais afetado do Brasil pelo novo coronavírus. Neste sábado registrou 3.608 mortes por Covid-19 e 44.411 casos confirmados da doença. Foram 192 mortes nas últimas 24 horas, segundo balanço divulgado no sábado pelo governo do estado. Ainda segundo o estudo, quatro a cada dez casos e óbitos ocorreram em cidades do interior, litoral e Grande São Paulo. Das 645 cidades de SP, 409 já têm pelo menos um caso confirmado de coronavírus, e um ou mais óbitos ocorreram em 176 municípios, afirma a nota do governo João Doria (PSDB).
Balanço divulgado pela Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), na tarde deste sábado, aponta que a capital paulista tem 2.187 mortes confirmadas pelo novo coronavírus. Outros 2.687 óbitos estão sob investigação.
No total, o município de São Paulo soma 27.414 casos confirmados da doença e há outros 107.441 suspeitos, ou seja, ainda sem confirmação. O balanço ainda aponta que o número de mortes na cidade (somando casos confirmados e suspeitos) subiu 339,1% desde o dia 9 de abril. A taxa de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) em hospitais municipais é de 86%. Dos internados, 349 usam ventilação mecânica.

Morre o escritor Sérgio Sant’Anna, aos 78 anos, vítima da Covid-19

Morreu neste domingo (10) um dos maiores escritores brasileiros: Sérgio Sant’Anna. O contista estava internado no Rio de Janeiro, com sintomas de covid-19 e não resistiu a complicações respiratórias. Sérgio tinha 78 anos e deixa dois filhos, os também escritores Ivan e André Sant’Anna. Ainda não há informações sobre o enterro do escritor. Mas, por conta da epidemia de coronavírus, a cerimônia deverá ser breve e com poucas pessoas.

Por meio de uma rede social, a irmã de Sérgio, Sonia Sant’Anna, confirmou a notícia e agradeceu os votos para que o irmão se recuperasse. Sérgio Sant’Anna estreou na literatura há mais de 50 anos, com O sobrevivente, livro de contos, gênero do qual ele se tornou um dos expoentes nacionais. Além de contos, Sérgio escreveu romances e poesias e também era professor.

O escritor colecionou vários prêmios na carreira, entre os quais quatro Jabuti.

Entenda crimes em jogo com recusa em divulgar exames

O presidente Jair Bolsonaro já afirmou que o resultado de seu exame para detecção da Covid-19 deu negativo e assim manteve contato físico com outras pessoas em passeios e manifestações.

Porém, caso ele venha a mostrar o documento de diagnóstico e seja revelado que ele não falou a verdade, a conduta do presidente poderá ser enquadrada como crime de responsabilidade, que é investigado em processo político no Congresso, além de ser alvo de ações na área penal comum.

A divulgação do exame é objeto de causa em andamento na Justiça Federal. A eventual mentira de Bolsonaro nesse episódio, de forma isolada, configuraria uma violação ao dever de dignidade e decoro do cargo de presidente da República, que é uma das hipóteses de crime de responsabilidade, segundo parte dos especialistas ouvidos pela reportagem.

Porém, há constitucionalistas que entendem que essa conduta, apesar de reprovável, não seria o suficiente para caracterizar o crime de responsabilidade, que segundo a previsão legal pode até levar a um processo de impeachment no Congresso.

Há consenso, porém, de que Bolsonaro não cometeu crime comum na área penal se fez relato inverídico sobre o exame.

Outra discussão ligada ao tema diz respeito ao fato de Bolsonaro ter promovido aglomerações e ter mantido contato físico com outras pessoas desde a realização do exame, desrespeitando as recomendações de isolamento social feitas pelas autoridades de saúde.

Para os criminalistas ouvidos pela reportagem, caso fique comprovado que ele tinha ciência de que estava contaminado e mesmo assim expôs outras pessoas ao vírus, o comportamento também seria passível de ação por delito contra a saúde pública, que teria tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em decisão de quarta (6), o Tribunal Regional Federal da 3ª Região manteve a determinação judicial que obriga a AGU (Advocacia-Geral da União) a divulgar os laudos de todos os exames realizados pelo presidente para detecção do novo coronavírus. A ação se refere a pedido feito pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Após decisão da primeira instância, a AGU havia entregue ao jornal relatórios médicos, não os laudos dos exames. No entanto, o entendimento do TRF-3 foi de que “apenas os próprios exames laboratoriais poderão propiciar à sociedade total esclarecimento”.

Nesta sexta-feira (8), a AGU recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em entrevista ao site Jota nesta quinta-feira (7), o presidente do STJ, João Otávio Noronha afirmou que “não é nada republicano exigir que o presidente dê os seus exames”.

Porém, a lei da magistratura veda, em seu artigo 36, que juízes manifestem “opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem”.

A fala também foi criticada no meio jurídico pois pode configurar uma antecipação de decisão em relação ao caso.

O presidente fez um elogio público ao ministro recentemente. Em menção a Noronha, durante a posse do ministro da Justiça André Mendonça, no último dia 29, Bolsonaro afirmou: “Confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista. Me simpatizei com vossa excelência. Temos conversado com não muita persistência, mas as poucas conversas que temos o senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário”.

Caso a revelação do exame do presidente Bolsonaro mostre que ele contraiu a Covid-19 e então mentiu sobre o fato, ele cometeu algum crime, contravenção penal ou outro tipo de ilegalidade?

Segundo a professora de direito constitucional da PUC-SP Luciana Berardi, se Bolsonaro não falou a verdade ele cometeu crime de responsabilidade previsto na lei 1079 de 1950.

Já para o diretor da Faculdade de Direito da USP, Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto, caso seja revelado que o presidente mentiu, a conduta compromete a legitimidade do mandatário, mas não é suficiente para enquadramento como crime de responsabilidade. “É terrível do ponto de vista político, é a quebra máxima de confiança do líder da nação, mas acho que não é algo que em si deve ensejar crime de responsabilidade, inclusive para efeitos de impedimento”, diz Marques.

Na área criminal, há consenso entre os especialistas no sentido de que uma eventual afirmação inverídica de Bolsonaro sobre o exame, considerada de forma isolada, não configura delito previsto no código penal.

Segundo Marina Coelho Araújo, advogada doutora pela USP e conselheira do Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo), “a mentira em si, no direito penal brasileiro, não tem relevância”.

Na hipótese de Bolsonaro não ter falado a verdade sobre o exame, como pode ser enquadrada juridicamente sua conduta de ter causado uma série de episódios de aglomerações?

Apesar de não haver concordância sobre se a mentira em si seria passível de punição, caso o presidente tenha ocultado que contraiu a doença, os especialistas consideram que ele teria cometido crime ao cumprimentar e se aproximar de diversas pessoas, se sabia que estava doente.

De acordo com Ludmila Groch, presidente de uma comissão de estudos do Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo), um dos possíveis delitos seria a infração de medida sanitária preventiva e está descrito no artigo 268 do Código Penal, no capítulo reservado ao crimes contra a saúde pública.

Há também quem aponte o artigo 131 do Código Penal, que estabelece como ilegal a prática de ato capaz de produzir o contágio, com o fim de transmitir doença grave de que está contaminado. No entanto, sua aplicação é questionada, pois mesmo que Bolsonaro soubesse estar doente, não é possível afirmar que sua conduta tivesse como finalidade contagiar outras pessoas.

Há especialistas que indicam um possível enquadramento no artigo 267, que descreve o crime de “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”. Porém, na visão de parte dos especialistas, essa hipótese só se configuraria caso não houvesse casos anteriores da doença no local.

Caso o exame confirme que o presidente de fato não contraiu o vírus, ainda assim ele cometeu algum crime, contravenção penal ou outro tipo de ilegalidade ao provocar aglomerações durante a pandemia?

Para Helena Regina Lobo da Costa, tal ação do presidente somente poderia ser considerada criminosa se, na data em que ela ocorreu, houvesse determinação específica do poder público, naquela localidade, que proibisse aglomerações. Nesse caso, a conduta poderia ser enquadrada no crime de infringir determinação do poder público destinada a impedir propagação de doença.

Já para Marcelo Proença, caso não estivesse doente, os passeios de Bolsonaro poderiam ser considerados como crime de responsabilidade, por quebra de decoro, mas não como crime comum. “Não há uma determinação de proibição de circulação, tem apenas uma recomendação, não estamos em “lockdown”. E como é recomendação, a pessoa pode sair à rua”, afirmou.

Folhapress

Bancos aumentam reservas para o caso de inadimplência

Com a crise econômica gerada pela pandemia de covid-19, os bancos reforçaram provisões para o caso de calote dos clientes, o que ajudou a reduzir o lucro no primeiro trimestre deste ano.

Entre os maiores bancos do país que já divulgaram o resultado do primeiro trimestre está o Banco do Brasil (BB) que registrou lucro líquido de R$ 3,2 bilhões, queda de 20% em relação ao mesmo período de 2019.

“No primeiro trimestre, considerando o contexto adverso associado aos potenciais impactos negativos na economia decorrentes da pandemia da covid-19, em uma ação preventiva, o BB realizou, prudencialmente, reforço das provisões em R$ 2 bilhões”, disse o banco. No total, as provisões do BB chegaram a R$ 5,539 bilhões, aumento de 63,3% em relação a igual período de 2019.

No caso do Itaú, o lucro líquido ficou em R$ 3,401 bilhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 49,3% na comparação com o mesmo período de 2019. O banco privado anunciou reforço na provisão “em função da alteração das perspectivas macroeconômicas a partir da segunda quinzena de março de 2020”.

No total, a despesa com provisão para os créditos de liquidação duvidosa somaram R$ 10,398 bilhões, um aumento de 147,2% em relação ao primeiro trimestre de 2019.

No resultado do Bradesco, o banco informou que fez “provisão complementar para cenário econômico adverso de R$ 5,1 bilhões”. No total, as despesas do banco com provisões somaram de R$ 6,7 bilhões, alta de 86,1% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O lucro líquido do Bradesco chegou a R$ 3,382 bilhões, recuo de 41,9% em relação a igual período de 2019.

O Bradesco avaliou que “o cenário econômico adverso poderá resultar no aumento do nível de inadimplência, como reflexo da falência de empresas, aumento no índice de desemprego, bem como a degradação do valor das garantias”.

Já o Santander não anunciou reforço das provisões devido à covid-19. No primeiro trimestre, o lucro líquido do banco chegou a R$ 3,774 bilhões, com crescimento de 10,5%. As despesas de provisão somaram R$ 3,936 bilhões no primeiro trimestre, alta de 18,7% em relação ao primeiro trimestre de 2019.

Folhapress

Hidroxicloroquina não reduz mortes ou intubação, mostra estudo

Um novo e grande estudo publicado no The New England Journal of Medicine, um dos mais importantes periódicos científicos, mostrou que a hidroxicloroquina não tem eficácia para redução de mortes ou para impedir intubação de pacientes com a Covid-19.

O estudo observacional (ou seja, os pesquisadores não fizeram intervenções em pacientes) analisou informações de 1.376 pacientes que tinham sido tratados no Hospital Presbiteriano de Nova York (que é associado à Universidade Columbia e a Weill Cornell Medicine) entre 7 de março e 8 de abril (com acompanhamento até 25 de abril).

As pessoas infectadas pelo novo coronavírus poderiam receber uma dose de 600 mg de hidroxicloroquina no dia 1, seguido por doses diárias de 400 mg por quatro dias.

Outra opção terapêutica era associação de hidroxicloroquina e azitromicina, com uma dose inicial da segunda de 500 mg e de 250 mg nos quatro dias seguintes.

Entre os 1.376 pacientes que tiveram do dados analisados, 811 receberam hidroxicloroquina e 565 não. A maior parte das pessoas que tiveram os dados analisados começou a receber a medicação em até 48 horas após a hospitalização.

Após cerca de 22 dias, 346 pacientes morreram ou foram intubados. No fim do estudo, 232 pacientes tinham morrido, 1025 sobreviveram e receberam alta hospitalar, e outros 119 permaneciam hospitalizados.

Segundo os pesquisadores, a análise dos dados estatisticamente não aponta benefícios no uso da hidroxicloroquina para os parâmetros observados, ou seja, a morte ou a intubação.

“Nossos achados não apontam para a indicação do uso da hidroxicloroquina fora de testes clínicos randomizados que estejam testando sua eficácia”, afirmam os autores.

Os pesquisadores também afirmam que as sugestões de tratamento com azitromicina e com hidroxicloroquina foram retiradas das orientações do hospital em 12 de abril e em 29 de abril, respectivamente. A partir de então, de acordo com cada paciente, a indicação das drogas ficou à discrição da equipe médica responsável pela pessoa.

Segundo o estudo, alguns pacientes, em seguida, passaram a tomar outras drogas que estão em teste contra o Sars-CoV-2, como o sarilumab e o remdesivir –o qual apresentou resultados preliminares modestamente positivos em pesquisa financiada pelo NIH (National Institutes of Health), dos EUA, e que, por isso, recebeu uma autorização para uso emergência contra a Covid-19 no país.

O infectologista brasileiro André Kalil, da Universidade de Nebraska Medical Center, é um dos cientistas que lideram os estudos com o remdesivir. Segundo ele, a droga é a mais promissora no momento – mesmo não significando cura -, considerando que nenhum outro estudo com fármacos mostrou efeito significativo contra o vírus.

Há no momento diversos estudos em andamento para buscar a melhor droga para combater o novo coronavírus. Inclusive, a cloroquina e seu derivado, a hidroxicloroquina, são as drogas mais estudadas no mundo para tratamento de pacientes com a Covid-19. Um em cada três estudos em humanos estão usando a cloroquina – e o Brasil está entre os países com a maior quantidade dessas pesquisas.

A droga ganhou forte apelo político após o presidente americano Donald Trump passar a defender a droga como resposta à pandemia.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) seguiu as ações de Trump e passou a defender pública e constantemente a hidroxicloroquina como resposta para a Covid-19. Bolsonaro chegou a instruir que o exército aumentasse a produção da droga.

De início, o Ministério da Defesa chegou a divulgar que produziria 1 milhão de comprimidos por semana. Contudo, recentemente a produção foi interrompida por falta de insumos e o foi colocado um teto para a produção da droga: mais 1,75 milhão de pílulas e depois só se houver demanda.

Bolsonaro e Trump diminuíram o tom na defesa da droga. Antes, a hidroxicloroquina estava presente em pronunciamentos brasileiros oficiais em rede nacional e nas redes sociais dos dois presidentes.

O estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine, por seu desenho, não coloca ainda um ponto final na questão da eficácia (ou falta de) da hidroxicloroquina. Uma resposta mais precisa deve aparecer em breve, com os resultados dos estudos randomizados e controlados com a droga.

Folhapress

Bolsonaro desiste de churrasco no Alvorada após ironia e recorde de mortes por coronavírus

Diante de quase 10 mil mortes provocadas pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não vai mais levar adiante seu plano de fazer um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado (9).

De acordo com aliados do presidente ouvidos reservadamente, ele decidiu cancelar na sexta-feira (8) o convite que havia sido feito a ministros e outros integrantes do governo. Não foi apresentada uma justificativa oficial, mas eles dizem acreditar que a grande repercussão negativa pesou para a decisão.

Bolsonaro ignora imprensa e fala apenas com apoiadores no Palácio do Planalto

Para minimizar o desgaste com a convocação de uma confraternização em meio à pandemia que, até sexta-feira, havia matado 9.897 pessoas no Brasil, algumas pessoas próximas ao presidente chegaram a dizer que o convite era “fake”, que não havia passado de uma provocação.

Apesar do cancelamento, auxiliares do presidente disseram que o núcleo duro do governo, formado pelos ministros que despacham de dentro do Palácio do Planalto, pode aparecer no Alvorada. O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, chegou de moto por volta das 10h30.

Na sexta-feira, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, fez piada quando questionado se haveria o churrasco neste sábado e reclamou, ainda em tom de brincadeira, do valor da vaquinha para a compra das carnes.

“O presidente ainda não falou comigo sobre churrasco, e está caro. R$ 70 tá muito caro”, disse Mourão no fim da tarde de sexta-feira, após deixar uma reunião com Bolsonaro e outros ministros no Ministério da Defesa.

Logo depois desta fala, Bolsonaro também falou sobre o churrasco ao parar para falar com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

No mesmo dia em que o país registrou recorde de mortes em 24 horas pelo coronavírus, Bolsonaro fez ironias sobre a realização de um churrasco na residência oficial e chegou a falar em 3.000 convidados.

Na quinta-feira (7), o presidente havia dito que faria um churrasco apenas com a presença de sua equipe ministerial, cerca de 30 pessoas, o que foi criticado por deputados e senadores por desobedecer as recomendações das autoridades de saúde.

Na entrada da residência oficial, na sexta, Bolsonaro foi questionado se promover um evento com aglomeração de pessoas não seria um mau exemplo para o país.

Em tom irônico, o presidente convidou apoiadores que estavam no local para participar da festa e disse que serão convidadas pessoas de diferentes cidades do Centro-Oeste, como Águas Lindas (GO) e Taguatinga (DF).

“Está todo mundo convidado aqui,​ 800 pessoas no churrasco. Tem mais um pessoal de Águas Lindas. Tem umas 900 pessoas para o churrasco amanhã”, disse. “Tem 1.300 convidados. Quem estiver amanhã aqui a gente coloca para dentro. Vai dar mais ou menos 3.000 pessoas no churrasco amanhã”, acrescentou.​​

O presidente foi questionado pelo menos seis vezes pelos veículos de imprensa na
sexta-feira se o gesto não é um exemplo negativo para a população.​ Ele, no entanto, não respondeu e continuou a fazer ironias.

Os dados do Ministério da Saúde apontaram nesta sexta-feira (8) que o Brasil registrou 751 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. É o quarto dia seguido com mais de 600 óbitos por dia.

Na quarta-feira (6) o Brasil superou a Bélgica e se tornou o sexto país com mais mortes no mundo. Os cinco primeiros são Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha e França.

Segundo especialistas, os números reais no Brasil devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.​​

Folhapress

Dia das Mães 2020 – como lidar com a perda para o Covid-19

Por Bia Nóbrega

Para pessoas que perderam mães ou filhos devido ao COVID, este Dia das Mães será ainda mais doloroso. Junto com o trauma da perda, e talvez até da impossibilidade de ser despedir, estas pessoas experimentam a tristeza que todos nós sentimos devido ao isolamento contínuo.

Mas existem algumas maneiras de aliviar os efeitos dos gatilhos que este dia trará. Separei algumas dicas valiosas:

Faça um balanço de seus sentimentos
É importante tomar medidas para lidar com sua dor, mas também é necessário reconhecer e honrar esses sentimentos de tristeza, qualquer que seja a forma que eles possam assumir.

Tudo o que você sente é bom e normal, pois todo mundo sofre de maneira diferente. O importante é reconhecer sua própria dor e como ela está afetando você – não a evite e nem a negue.

Você pode se sentir triste, zangado, angustiado, choroso, sozinho, com medo etc. Aceite que seus sentimentos se baseiam em sua dor e encontre coisas importantes para você e faça-as.

Conecte-se a outros entes e amigos queridos
É importante que você encontre maneiras de se manter conectado e manter pelo menos alguma das tradições que possuía para o dia: telefonema, mensagem de texto, vídeo-chamada são possibilidades que amenizam a saudade. Programe e realize.

Compartilhe memórias
Quando perdemos entes queridos, cada data especial pode ser ainda mais difícil porque revivemos o que fizemos por eles.

Ao se conectar com pessoas queridas, compartilhe memórias e reflita sobre seu tempo de convivência com quem perdeu.

Quando não podemos ficar juntos e reviver essas memórias com outras pessoas, podemos sentir que elas estão desaparecendo ou não sendo transmitidas para a próxima geração, e essa também é uma forma de perda.

Lembre e fale sobre os bons tempos, as histórias inesquecivelmente belas pelas quais você deseja que a pessoa seja lembrada.

Crie um novo ritual
Que tal um livro virtual de memória a partir de fotos ou histórias sobre a pessoa que você perdeu? Ou um cardápio com as comidas favoritas de quem partiu? Ou uma playlist?

“Repaginar” este dia te ajudará a ressignificá-lo.

Espero que estas estratégias tornem seu dia, naturalmente desafiador, um pouco mais superável.

Sobre Bia Nóbrega

É coach, mentora, palestrante, conselheira e executiva há mais de 22 anos na Área de Recursos Humanos em empresas líderes em seus setores. Graduada em Psicologia pela USP, pós-graduada em Administração de Empresas pela FGV-SP, pós-MBA em Conselho pela Saint Paul Escola de Negócios e ESMT – European School of Management and Technology, possui diversos cursos de formação, certificação e atualização. É afiliada à International Coach Federation (ICF), Associação Brasileira de Coaches (ABRACOACHES), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Women Corporate Directors (WCD), Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD). É autora do livro “Autocoaching: 29 dias para dar um upgrade na sua vida” – DVS Editora e é coautora do livro “Mapa da Vida” – Editora Ser Mais. Possui mais de 800 horas de atendimento em coaching executivo, carreira e vida e desde 2015 propaga o Autocoaching como A Melhor Ferramenta de Autodesenvolvimento e um Estilo de Vida.

Para saber mais, acesse:

Site: www.bianobrega.com.br

YouTube: https://www.youtube.com/autocoaching

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Linkedin: Beatriz Cara Nóbrega

Navio com cestas básicas chega a Fernando de Noronha nesta segunda-feira

Partiu do Porto do Recife na última quinta-feira , com destino ao arquipélago de Fernando de Noronha, o terceiro carregamento com 525 cestas básicas para serem distribuídas aos moradores da ilha nesse período de isolamento social por conta do combate ao novo corona vírus. O navio com a carga deve atracar no arquipélago neta segunda-feira (11)

Incluindo essa remessa, o total de cestas básicas enviadas ao arquipélago, desde o dia 10 de abril, chegará a 1.575, o que corresponde a 55 toneladas de mantimentos.

A distribuição de cestas básicas é uma iniciativa da Administração de Fernando de Noronha em parceria com o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (CEASA). O transporte das mercadorias de navio está sendo feito pela Agemar Infraestrutura e Logística de forma gratuita. A próxima remessa está prevista para os próximos 12 dias.

O envio de cestas tem o objetivo de garantir a proteção social da população afetada na ilha e obedece aos seguintes critérios: famílias com crianças, com idosos, com deficientes, famílias cadastradas no CAD único, famílias beneficiárias de bolsa família e todos os moradores que estão em situação de desemprego.

Em Noronha, os mantimentos são transportados até as comunidades para ser entregues às famílias. Para proteção de todos, a assistência social orienta para que seja evitada aglomeração em torno do carro que leva as cestas às casas. Apenas uma pessoa de cada família deverá buscar a cesta no veículo. Se não for possível, ela será deixada na frente da casa.

É importante que se faça a higienização da cesta antes de entrar, com álcool 70 ou água sanitária diluída em água.

As cestas básicas contêm trinta quilos de alimentos, com 46 itens cada, como macarrão, arroz, feijão, farinha, sal, flocão (cuscuz), açúcar, bolachas, mortadelas, óleo de soja, água mineral, carne, leite, café, entre outros. As famílias cadastradas vão receber as cestas básicas na própria residência para não causar aglomeração por conta do momento de isolamento social contra a pandemia da Covid-19.

Sesc inicia parceria com a Caixa para esclarecer dúvidas sobre o auxílio emergencial

O Serviço Social do Comércio (Sesc) inicia nesta terça-feira (12/05) uma ação de apoio à Caixa Econômica Federal nos atendimentos à população que busca informações sobre o auxílio emergencial do Governo Federal. O objetivo é desafogar as agências do banco, evitar filas extensas, facilitar o esclarecimento de dúvidas e diminuir a aglomeração. Os atendimentos serão realizados no Sesc Caruaru, localizado na Rua Rui Limeira Rosal, bairro de Petrópolis. A partir das 6h serão distribuídas pulseiras até o limite de 200 diárias. A entrada do público terá início às 8h e segue até as 12h.

Funcionários da instituição estão sendo capacitados pela CAIXA para atender ao público nos 8 guichês montados na quadra esportiva do Sesc Caruaru. Dentre os serviços oferecidos, estão esclarecimento de dúvidas sobre quem pode ou não ter acesso ao auxílio, pendências em relação ao CPF e problemas com o acesso à plataforma de cadastro do beneficiário, além do próprio cadastramento que pode ser feito no local. Ou seja, todas as questões administrativas relacionadas ao auxílio emergencial poderão ser resolvidas na unidade, menos o saque do benefício. Este pode ser realizado utilizando as alternativas oferecidas pela CAIXA, sendo recomendado, preferencialmente, a transferência de dinheiro e realização de pagamentos pelo aplicativo CAIXA Tem. O objetivo é reduzir a necessidade de saque em dinheiro nas loterias e agências, de forma a diminuir a movimentação e evitar aglomeração de pessoas.

Ao chegar à unidade do Sesc, o cidadão terá sua temperatura aferida, fará a higienização das mãos com álcool gel e receberá uma máscara, caso não possua. Se durante a checagem alguém apresentar sintomas da Covid-19, a pessoa será encaminhada para a unidade de saúde de Caruaru para que seja realizado o acompanhamento por um profissional da saúde. “Estamos disponibilizando nossos espaços e equipe, adotando todos os cuidados, para que a população seja melhor atendida e a gente consiga passar por esse momento rapidamente”, afirma o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto.

Casa Amarela – No Recife, o Sesc Casa Amarela também vai oferecer os serviços, que irão começar na segunda-feira (11/05), das 8h às 12h. Serão atendidas até 500 pessoas diariamente, com entrega de pulseiras a partir das 6h. Os serviços oferecidos nesta unidade da Capital são os mesmos da do Agreste.

Sesc – O Serviço Social do Comércio, seguindo as orientações de isolamento social determinadas pelo Governo de Pernambuco, em razão da pandemia do novo coronavírus, está realizando seus trabalhos em regime home office. Ações das cinco áreas fins da instituição (Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde) estão sendo realizadas com o auxílio de plataformas digitais, que contribuem para que a interação não seja interrompida. Aulas gratuitas de Pré-Enem e cultura, além do conteúdo da Educação Infantil e Ensino Fundamental estão sendo transmitidos à distância, assim como dicas de leitura, atividades físicas, brincadeiras e jogos. Profissionais da saúde estão repassando informações educativas de prevenção e combate ao Covid-19 para o público infantil, jovem, adulto e idoso. Ao mesmo tempo, o Banco de Alimentos da instituição está em campanha, em todo o estado, para arrecadar cestas básicas, alimentos não-perecíveis e produtos de limpeza e itens de higiene. Para conhecer mais sobre o Sesc e saber de novas decisões e determinações neste período de quarentena, acesse www.sescpe.org.br.

Serviço – Parceria Sesc e Caixa Econômica Federal

Sesc Caruaru (Rua Rui Limeira Rosal, s/nº – Petrópolis)
Data: a partir de 12 de maio (terça-feira)

Horário: entrega de pulseiras às 6h; atendimento 8h às 12h
Público: pessoas que desejam informações sobre auxílio emergencial do Governo Federal
Serviços: esclarecimento de dúvidas e fornecimentos de informações administrativas sobre o auxílio (não serão feitos saques ou resolvidas questões financeiras)

Sesc Casa Amarela (Av. Norte Miguel Arraes de Alencar, 4490 – Mangabeira)
Data: a partir de 11 de maio (segunda-feira)

Horário: entrega de pulseiras às 6h; atendimento 8h às 12h
Público: pessoas que desejam informações sobre auxílio emergencial do Governo Federal
Serviços: esclarecimento de dúvidas e fornecimentos de informações administrativas sobre o auxílio (não serão feitos saques ou resolvidas questões financeiras)