Mortes por Covid-19 crescem mais entre pessoas com menos de 60 anos

Se por um lado idosos e pessoas com doenças crônicas são as maiores vítimas do novo coronavírus, as mortes de adultos mais jovens ou entre pessoas sem registro de fatores de risco avançam no Brasil.

Embora representem uma parcela menor, a quantidade de óbitos pela doença entre homens e mulheres com menos de 60 anos cresceu cerca de 64 vezes em um intervalo de menos de um mês.

No mesmo período, as mortes entre aqueles com mais de 60 anos aumentaram aproximadamente em 18 vezes.

A análise foi feita pela reportagem em dados do Ministério da Saúde.

No fim de março, quando a pasta começou a divulgar um detalhamento das mortes, 89% delas eram de idosos. Em menos de um mês, o percentual caiu para 72%.

O balanço de março mostrava ainda que 85% das pessoas que tiveram as mortes por Covid-19 analisadas tinham registro de ao menos uma doença prévia ou outra condição de risco conhecida.

Na última segunda (20), esse número chegava a 70%.

Desde então, com a troca no comando da pasta, o ministério suspendeu a divulgação de balanços completos com esses dados.

Especialistas ouvidos pela reportagem apontam diferentes fatores para essa mudança no perfil das mortes.

Um deles é o fato de que a população brasileira é majoritariamente mais jovem em comparação a países europeus, por exemplo.

“O Brasil tem um núcleo majoritário de pessoas que estão entre a segunda e a quarta década de vida. Era natural e esperado que a doença, ao alcançar um patamar de transmissão acelerada, alcançasse esse grupo da população”, afirma a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz e uma das principais especialistas na linha de frente do combate à Covid-19.

Para ela, a epidemia rejuvenesceu no Brasil na medida em que começou a migrar de áreas mais ricas, onde foram registrados os primeiros casos, também para áreas mais pobres, onde há mais jovens e problemas de assistência são mais visíveis.

“A doença tem um vetor de crescimento para comunidades menos favorecidas. Nessas áreas de concentração urbana, de muita densidade demográfica, tem muitos jovens”, diz.

“A doença é democrática, no sentido de que atinge qualquer um. Ninguém precisa ter diferença de idade para isso”, afirma.

Ela lembra, porém, que o risco de gravidade e complicações ainda é mais alto em idosos e pessoas com doenças crônicas prévias.

Entre idosos, as principais são cardiopatia e diabetes. Já entre os mais jovens, aparecem asma e obesidade.

Mas o que explica o fato de haver mortes por coronavírus em pessoas sem registro desses fatores?

“Podemos ter, por exemplo, a ocorrência de uma suscetibilidade individual que nunca foi observada”, diz a médica Fátima Marinho, do Instituto de Estudos Avançados da USP.

É o caso de doenças autoimunes, ou outras em que há frequentemente atraso no diagnóstico ou ficam de forma latente, com manifestação tardia.

“E não se sabe como receberiam um vírus como esse”, afirma Marinho, que lembra que o novo coronavírus chama a atenção por causar pneumonias graves e ser mais agressivo em comparação a outros vírus respiratórios mais comuns.

Para Luciano Goldani, professor de infectologia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o aumento de mortes entre mais jovens impressiona.

“Uma hipótese são comorbidades escondidas, porque temos uma radiografia maior dos problemas em população mais idosa. Jovens fazem menos exames, então é difícil analisar se são isentos de comorbidades. Há também questões genéticas que precisam ser estudadas”, afirma.

O médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Leonardo Weissmann coloca como hipóteses uma suscetibilidade genética ou mesmo uma maior exposição ao vírus.

Weissmann também menciona o fenômeno conhecido como tempestade de citocina, ainda pouco explicado, que pode se dar quando o corpo combate agentes infecciosos.

Uma possível reação a esse quadro leva a uma ativação excessiva do sistema imunológico, com fortes consequências para o paciente. “Pode atacar vários órgãos e levar à morte”, afirma.
Um outro fator apontado é a obesidade.

Atualmente, 56% dos brasileiros estão com excesso de peso e 18% são obesos, grupo que tem se mostrado mais vulnerável à Covid-19, de acordo com Mário Carra, da Abeso (associação brasileira para estudo da obesidade).

Para os especialistas ouvidos pela reportagem, é preciso considerar ainda a subnotificação nos registros gerada pela baixa oferta de testes, o que afeta a análise da mortalidade, e diferenças no modelo de registros.

Um deles é a possibilidade de falhas no preenchimento dos dados completos sobre comorbidades em alguns municípios.

Ao mesmo tempo, de acordo com Marinho, da USP, pode haver casos em que o registro da morte ocorreu como infarto, mas análises posteriores confirmaram também uma infecção pelo vírus Sars-CoV-2 –sem que isso estivesse incluído na notificação.

Questionado sobre os fatores que levam ao aumento no índice de mortes em alguns grupos, o Ministério da Saúde não respondeu.

Recentemente, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, apontou a possibilidade de que a ocorrência de mortes em pessoas sem fator de risco conhecido esteja ligada a uma possível coinfecção por outros vírus respiratórios. A hipótese, porém, ainda precisaria ser confirmada.

No Recife, um caso que chamou a atenção foi a morte de um bebê de sete meses, faixa etária que inicialmente estaria fora de complicações.

A criança, no entanto, tinha uma cardiopatia grave, o que pode ter agravado o quadro.

“O vírus parece poupar em maioria as crianças sem comorbidades, e é muito raro ter mortes nessa faixa etária. No adulto jovem o risco individual é menor, mas ele existe. A verdade é que, quanto maior o número de casos, mais vamos vendo escapes à regra”, afirma o secretário municipal de Saúde do Recife, Jailson Correia.

Dados divulgados pelos estados também indicam especificidades locais.

Em São Paulo, 75,8% das mortes ocorreram entre idosos, segundo dados do governo estadual. Já no Rio Grande do Sul, esse índice é de 83% –acima da média do país.

A pirâmide etária do estado fornece algumas explicações. “A população idosa do Rio Grande do Sul é proporcionalmente a maior do país, um perfil parecido com o da Itália”, diz Goldani, da UFRGS.

Por causa dessa semelhança, afirma, houve um receio de que a situação do país se repetisse, o que fez o estado ser um dos primeiros a implementar uma política de distanciamento mais rígida.

O mesmo foi feito em outras regiões –que, no entanto, avaliam agora uma flexibilização, em meio a pressão do governo federal.

Para Margareth Dalcolmo, o aumento de mortes entre pessoas mais jovens mostra riscos em alterar a política de isolamento social.

“Se flexibilizarmos agora, em um momento em que a epidemia está em franca ascensão, vamos pagar um preço humanitário de mortes evitáveis.”

Diario de Pernambuco

Empresas com atuação online preveem crescimento para além da pandemia

A queda das vendas no comércio em decorrência da crise do coronavírus preocupa boa parte dos micro e pequenos empresários, mas também favorece outros.

Entre os beneficiados pelo isolamento social, segundo Juliana Berbert, consultora de negócios do Sebrae-SP, estão aqueles que já tinham atuação no universo online e, por isso, dispunham de infraestrutura bem montada para fazer entregas em domicílio.

“Implantar um setor de delivery é algo complexo e quem foi obrigado a criar o serviço de última hora certamente encontrou dificuldades”, diz.

Uma das empresas que têm se saído bem é a startup Bebida na Porta, criada em 2019, que atua em alguns bairros de São Paulo, além de Alphaville e Tamboré (Grande São Paulo).

Segundo a fundadora Jessica Gordon, 36, a empresa viu o número de pedidos aumentar 65% em março, em relação ao mês anterior. O número de novos clientes subiu 40%. “No dia 20 de março, tivemos que reforçar o estoque”, diz.

Bebidas alcoólicas, sucos, água e energéticos compõem o cardápio da empresa, além de cigarros e salgadinhos. O ticket médio continua o mesmo, em torno dos R$ 70. O que mudou, diz Jessica, foi o comportamento da clientela.

“Antes, as pessoas começavam a pensar em bebidas no fim da tarde. Agora, os pedidos começam a chegar às 14”, afirma ela.

Cerca de 80% dos pedidos são feitos pelo aplicativo iFood, que se encarrega das entregas. O restante, que chega à Bebida na Porta por meio do WhatsApp e de marketplaces, é despachado por motoboys que Jessica contrata. Seja qual for o método, a startup promete entregas entre 15 e 25 minutos depois do pedido.

De acordo com Juliana Berbert, a explosão na demanda experimentada pelos supermercados online, que estão levando dias ou semanas para entregar os pedidos, tem ajudado comerciantes locais e pequenos empreendedores.

Outro setor que vem experimentando bons resultados durante a pandemia é o de educação a distância.

Fundada em 2017, a plataforma Curseria tem 12 cursos online no portfólio, sobre os mais variados assuntos, de gastronomia a finanças.

Assim que o número de alunos começou a subir, os sócios Danilo Ricchetti Basso, 36, Celso Ribeiro, 34, e Cassiano Barletta, 39, reduziram o valor dos cursos em 40%. O ticket médio, que era de R$ 400, caiu para R$ 240.

O resultado, conta Danilo, foi muito além do esperado: as vendas aumentaram 300%.

Em segmentos específicos, como o de fitness, o crescimento chegou a 500% –um dos mais procurados é o curso do professor de educação física Chico Salgado, que ensina treinos de celebridades.

Em breve, outros 12 cursos serão lançados. Em um deles, a lutadora Kyra Gracie vai ensinar técnicas de defesa pessoal para mulheres.

O trio de sócios não poderia estar mais animado. “Faturamos R$ 8 milhões em 2019 e já estamos refazendo as contas para 2020. Podemos crescer mais de 100%”, diz Danilo.

Jessica Gordon, da Bebida na Porta, também está recalculando a projeção de crescimento para o ano. A empresária aposta que os novos clientes vão incorporar o hábito de comprar online em caráter definitivo.

Na opinião da consultora do Sebrae-SP, o otimismo se justifica. Segundo a especialista, parte da transformação nos padrões de consumo permanecerá após o fim da quarentena. “Trata-se de uma nova tendência, não de modismo”, afirma.

Folhapress

Golpe por Whatsapp promete desbloqueio e aprovação de auxílio emergencial

Um golpe está sendo aplicado por whatsapp prometendo o desbloqueio imediato do auxílio emergencial liberado pela Caixa Econômica. De acordo com a Polícia Federal, o link começou a circular no final da semana passada, após ocorrerem restrições para liberação dos valores dos beneficiários.

A PF alerta que é comum os cibercriminosos se aproveitem de situações específicas, como épocas festivas, promoções feitas por empresas e grandes lojas, liberação por parte do governo de vantagem financeira ou até a situação que envolvam calamidades, como é o caso da pandemia, para aplicar golpes financeiros com temáticas personalizadas.

O desbloqueio e aprovação imediata do auxílio emergencial é falsa porque somente a Caixa Econômica Federal e a Dataprev podem fazer a avaliação, aprovação e desbloqueio dos cadastros das pessoas que tem direito ao benefício do auxílio emergencial. De acordo com a Polícia Federal, a maioria dos links que foi utilizado para aplicação dos golpes já foram bloqueados.

O golpe é aplicado através de um link, recebi por rede social e traz um aviso para desbloquear imediatamente o auxílio emergencial, caso haja alguma pendência. Os criminosos pedem, então, para a vítima preencher um formulário com informações pessoais. Para dar veracidade a mensagem, os golpistas exibem relatos em redes sociais de supostas pessoas que já tiveram suas pendências resolvidas com a liberação dos valores do auxílio emergencial.

O link malicioso ainda usa o logo do Governo Federal e da Caixa Econômica para dar mais credibilidade ao golpe. A vítima ainda é incentivada a compartilhar a fraude para todos os contatos do WhatsApp. No final, a vítima é informada que receberá em poucos minutos uma mensagem via SMS a confirmação da liberação.

Com os dados pessoais, como nome completo, data de nascimento, telefone, CPF, RG, e até mesmo número da conta corrente com senha, os golpistas podem abrir contas em bancos virtuais ou físicos e ter acesso a cartão de crédito, cheque especial, abrir empresas fantasmas e fazer compras pela internet tudo em nome de terceiros.

Segundo a PF, os cibercriminosos também podem instalar programas maliciosos nos celulares e computadores para ter acesso a todos os dados contidos neles tais como senhas, fotos, vídeos e mensagens.

Dicas de como se proteger:

1. Ao receber uma mensagem deste tipo, desconfie antes de clicar nos links;

2. Não compartilhe links duvidosos com seus contatos sem antes saber se são autêntico;

3. Cuidado com o imediatismo de mensagens tais como: agendamentos liberados até hoje, último dia para o saque, urgente, não perca essa oportunidade, quase sempre tais conteúdos querem fazer com que as pessoas não averiguem a veracidade do conteúdo nas páginas e órgãos oficiais;

4. O desbloqueio e aprovação imediata do auxílio emergencial é falsa porque somente a Caixa Econômica Federal e a Dataprev podem fazer a avaliação, aprovação e desbloqueio dos cadastros das pessoas que tem direito ao benefício do auxílio emergencial;

5. Nenhum órgão oficial se comunica solicitando dados e informações dos seus beneficiários ou servidores através de links via WhatsApp;

6. Certifique-se no site oficial da empresa ou governamental sobre a veracidade do que está sendo oferecido, principalmente quando se tratar de supostas promoções, ofertas de dinheiro, brindes, descontos ou até promessas de emprego;

7. Nunca preencha nenhum cadastro, formulário ou pesquisa fornecendo seus dados financeiros ou pessoais através de links enviados pelo WhatsApp;

8. Só faça o cadastro para receber ou liberar o auxílio emergencial no site oficial da Caixa Econômica Federal: www.caixa.gov.br ou nos aplicativos baixados em lojas oficiais (App Store) ou (Play Store);

9. Ao entrar na página da Caixa Econômica Federal verifique se existe um cadeado cinza no canto superior esquerdo da página (isso atesta que sua conexão não foi interceptada e que o site está criptografado para impedir golpes);

10. Não marque agendamento para que pessoas compareçam em sua residência sob o pretexto de fazer uma consulta presencial, bandidos podem se aproveitar dessa situação para se passar agentes de saúde e realizar assaltos;

11. Nunca baixe programas piratas para o celular ou computador, tais sites costumam ter a maior concentração de vírus;

12. Instale um bomantivírus em seu celular ou computador e matenha o sistema operacional do seu celular e computador atualizados.

Diario de Pernambuco

Espanha registra 331 mortes por coronavírus em 24h, leve alta do balanço diário

O Ministério da Saúde da Espanha anunciou nesta segunda-feira (27) 331 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, um leve aumento no balanço diário, o que deixa em 23.521 o total de óbitos da pandemia.

Terceiro país com mais vítimas fatais da COVID-19, a Espanha registrou no domingo 288 mortes em 24 horas, o que representou o menor número em cinco semanas.

Apesar da leve alta, as autoridades de saúde afirmam que o país já conseguiu reduzir a curva de contágios e deixou para trás o pico da epidemia. No início de abril, a Espanha chegou a registrar 950 mortes em 24 horas.

No domingo, o governo começou a flexibilizar o confinamento estrito dos 47 milhões de espanhóis, em vigor desde 14 de março, com a permissão para que as crianças possam sair de casa para passeios, ou brincadeiras na rua, por uma hora ao dia. A medida é similar ao que está sendo adotado em outros países europeus.

O confinamento, que prosseguirá pelo menos até 9 de maio, pode ter um novo relaxamento a partir de sábado, para permitir que os adultos saiam para fazer exercícios e passear.

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que os casos confirmados de coronavírus no país se aproximam de 210.000, número que inclui apenas os exames de diagnóstico PCR. Até semana passada, o governo também incluía em sua contagem as pessoas que desenvolveram anticorpos contra a doença.

O número de curados no país superou a barreira de 100.000.

O governo anunciou que iniciará, a partir desta segunda-feira, um estudo de soroprevalência, que consistirá em organizar testes com pelo menos 60.000 pessoas representativas em todo país, para determinar a a expansão real do vírus.

Graças à redução dos novos contágios, que resulta em uma desaceleração das internações e das entradas em Unidades de Terapia Intensiva, a tensão diminuiu sobre os centros médicos, que ficaram sobrecarregados em algumas regiões severamente afetadas.

Em Madri, a região mais atingida no país, com 34% do total de mortes, a situação melhorou, e as autoridades pretendem fechar esta semana o grande hospital de campanha instalado em um centro de convenções.

AFP

Papa Francisco liga para arcebispo de Manaus para saber sobre pandemia

epa04914465 Pope Francis speaks during an audience in the Paul VI hall at the Vatican, 05 September 2015. Pope Francis greeted an estimated 5000 members of the Parish Evangelizing Cell movement in the Paul the VI Hall. EPA/ANGELO CARCONI

O papa Francisco telefonou neste último fim de semana para o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner. O sumo pontífice perguntou sobre a situação da cidade, segundo comunicado da Arquidiocese de Manaus.

Segundo monitoramento diário da Covid-19 feito pela Repam (Rede Eclesiástica Pan-Amazônica), a região de Manaus é a que mais sofre com a pandemia entre todas as cidades da Amazônia, incluindo municípios de nove países, entre os quais Colômbia, Peru, Venezuela, Equador e Bolívia.

“O arcebispo agradeceu as palavras de conforto e consolo, apresentando ao papa o que a arquidiocese tem feito no cuidado dos irmãos e irmãs que vivem nas nossas ruas, na distribuição de cestas básicas, na atenção às pessoas que sofrem, no atendimento aos migrantes”, diz a nota. “Lembrou que, neste sábado, as chuvas trouxeram ainda mais sofrimento às nossas periferias.”

“O papa, no final, agradeceu mais uma vez e afirmou que reza por todos nós e que enviava uma bênção especial para a Amazônia”, afirmou dom Leonardo, sempre de acordo com o comunicado. “Somos profundamente agradecidos ao papa Francisco pelo seu gesto paterno-eclesial.”

Manaus foi a primeira cidade do país com o sistema de saúde colapsado por causa do novo coronavírus. A rede pública está com os leitos de UTI ocupados, e o maior cemitério da cidade passou a enterrar vítimas da Covid-19 em valas comuns, por causa da alta demanda. Ambulâncias do Samu levam até 3h para conseguir uma vaga para pacientes transportados.

O estado do Amazonas registra a maior incidência do novo coronavírus do país. São 3.635 casos confirmados no estado, com 287 mortos. Os pacientes recuperados somam 1.089 pessoas.

A Amazônia é considerada uma das prioridades do pontificado de Francisco. No ano passado, o Vaticano sediou um sínodo inédito sobre a região, com o objetivo de fortalecer a presença da Igreja Católica entre os povos indígenas e tradicionais.

Folhapress

Brasileiros dormem em aeroporto de Lisboa para tentar volta para casa

Dezenas de cidadãos brasileiros estão há mais de 24 horas em frente ao aeroporto de Lisboa à espera de um voo de regresso ao Brasil. Como alguns aviões partiram nas últimas horas, muitos brasileiros foram até o terminal — sem serem convocados — com esperança de conseguir vaga e pedir socorro ao governo governo brasileiro. O próximo voo fretado ainda não tem data para decolar.

As portas do aeroporto estão fechadas para o público. O acesso ao terminal é liberado apenas para quem tem passagem marcada e confirmada. Com isso, os brasileiros tiveram que passar a noite nos arredores e a polícia de Lisboa foi acionada.

“Agora à noite, houve um pequeno confronto com a polícia. E ameaçaram separar as crianças das mães e levar para um abrigo. A sorte é que uma igreja foi lá e levou mães e filhos para um abrigo”, relata a advogada Rilaine Santos, que irá até o local para auxiliar o grupo de brasileiros.

Em entrevista a uma emissora portuguesa, o Cônsul-Geral Adjunto do Brasil em Lisboa, Eduardo Hosannah, disse que conseguiu hospedagem e alimentação para alguns dos que estão no aeroporto. “Gostaria de ter muito mais recursos para poder hospedar em hotéis e dar alimentação, pois muitos estão doentes”, afirma.

Sobre a ida dos brasileiros ao aeroporto, o consulado garante que só notificou as pessoas com voo já confirmado. “Tem pessoas que foram lá por e-mails, não se sabe de quem, dizendo que haveria voos, e isso causou mais tumulto”, diz Hosannah.

Correio Braziliense

Kim Jong-un está vivo e bem, diz porta-voz da Coreia do Sul

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está “vivo e bem”, segundo afirmou um porta-voz sul-coreano ao canal americano Fox News no domingo (26).

“A posição de nosso governo é firme”, disse Chung-in Moon, conselheiro de política externa do presidente da vizinha Coreia do Sul, Moon Jae-in. “Kim está vivo e bem. Ele tem estado na área de Wonsan desde 13 de abril. Nenhum movimento suspeito foi detectado até agora.”

Rumores sobre a saúde e mesmo a possível morte do líder norte-coreano têm circulado na última semana, com base em sua ausência a eventos públicos importantes do país, como o aniversário de seu avô, Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte, no último dia 15.

Como o país é um dos mais fechados do mundo, há pouca certeza sobre os motivos do sumiço de Kim, mas não há tampouco qualquer confirmação de que ele tenha morrido, como se especula, por uma cirurgia malfeita no coração.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também tratou como falsos os rumores sobre a morte de Kim.

A última aparição do líder norte-coreano na mídia estatal foi em 11 de abril, há mais de duas semanas.

Folhapress

Delegados da PF apontam ‘crise de confiança’ com indicação ligada a Carlos Bolsonaro

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal divulgou no domingo (26) carta aberta com fortes críticas à interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no comando da PF. A entidade, que representa os delegados da PF, afirmou que há uma “crise de confiança” na indicação do novo diretor-geral.

O ex-juiz Sergio Moro pediu demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública na última sexta-feira (24) após Bolsonaro exonerar Maurício Valeixo da direção da PF. Segundo Moro, o presidente agia para interferir politicamente na atuação da polícia e tinha interesse em inquéritos em trâmite no Supremo Tribunal Federal.

Para o lugar de Valeixo, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, amigo de seu filho e vereador do Rio, Carlos Bolsonaro. O jornal Folha de S.Paulo revelou que a PF identificou Carlos Bolsonaro como um dos articulares de um esquema criminoso de fake news.

Em carta aberta endereçada ao presidente, a associação ressaltou que “a partir da nomeação e posse, manda o interesse público que o Presidente mantenha uma distância republicana” do nomeado, “de modo a evitar que qualquer ato seu seja interpretado pela sociedade como tentativa de intervir politicamente nos trabalhos do órgão”.

“Da maneira como ocorreu, há uma crise de confiança instalada, tanto por parte de parcela considerável da sociedade, quanto por parte dos delegados de Polícia Federal, que prezam pela imagem da instituição”, diz a carta. “Nenhum delegado quer ver a PF questionada pela opinião pública a cada ação ou inação. Também não quer trabalhar sob clima de desconfianças internas.”

A entidade afirma que o contexto de exoneração de Valeixo e o pedido de demissão de Moro impõem um enorme desafio ao novo delegado-geral e um risco de instabilidade. “Demonstrar que não foi nomeado para cumprir missão política dentro do órgão. Assim, existe o risco de enfrentar uma instabilidade constante em sua gestão”.

Em publicação em sua conta oficial no Facebook também na noite deste domingo, Bolsonaro defendeu que a Polícia Federal é parte do Sistema Brasileiro de Inteligência, “que alimenta com informações o Presidente da República para tomada de decisões” estratégicas.

“Uma coisa é pedir informações sobre inquéritos sigilosos em curso (o que nunca houve) e outra coisa ter acesso a conhecimento de inteligência produzido nos termos da Lei (o que sempre me foi sonegado)”, escreveu Bolsonaro.

O texto da Associação relembra que a PF realiza investigações que esbarram em detentores do mais alto poder político e econômico, o que contempla o próprio presidente. “Suas atribuições constitucionais [incluem] exercer uma parcela do controle dos atos da administração pública federal, incluindo os da própria Presidência da República”.

Não há, segundo os delegados, qualquer previsão legal de comunicações pessoais, gerais e diárias ao mandatário em ações que não interessam à tomada de decisões por parte do governo.

“O Presidente da República é o chefe máximo do Poder Executivo, entretanto deve preservar a imagem da sua gestão e da própria instituição seguindo protocolos de conduta sensíveis no que se refere aos órgãos de Estado”, diz o texto.

Após o anúncio da saída de Moro e as denúncias de que o presidente tentava interferir politicamente na PF, Bolsonaro disse, em pronunciamento na última sexta-feira, que estava infeliz com a investigação sobre a facada de que foi vítima em Juiz de Fora (MG) durante a campanha eleitoral de 2018.

O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, confessou o crime e laudos indicaram sua insanidade. A Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal defende que o inquérito relacionado a Bolsonaro recebeu “total atenção” e seguiu em “caráter prioritário” em razão de ser um crime contra a segurança nacional e a própria democracia.

“As linhas investigativas continuam sendo exauridas, para que ao final a sociedade tenha a certeza absoluta de que a verdade foi alcançada ou foram esgotadas todas as possibilidades de apuração”, diz a carta. “Entretanto, não é possível produzir em uma investigação um resultado específico desejado”.

A carta pede que o presidente firme um compromisso público de que o novo diretor-geral terá total autonomia para formar sua equipe e conduzir a instituição de forma técnica e republicana, “sem obrigações de repassar informações ao governo federal” ou instaurar ou deixar de instaurar investigações por interesse político.

Para isso, a associação pede que o governo envie projetos para prever mandato para o cargo mediante lista apresentada pelos próprios delegados e uma emenda constitucional reforçando a autonomia da PF.

A associação ainda faz menção à nomeação de Fernando Segóvia ao cargo, por intervenção do então presidente Michel Temer (MDB). Segovia ficou três meses como diretor-geral.

“O último comandante da PF que assumiu o órgão em contexto semelhante teve um período de gestão muito curto”, diz a carta. “Qualquer eventual ordem de intervenção cumprida pelo novo DG, que acreditamos que nenhum delegado o fará, necessariamente o levará ao mesmo destino ou até a uma situação pior”.

Folhapress

Raquel Lyra publica Decreto sobre o uso de máscaras em Caruaru

Com o objetivo de ampliar ainda mais as ações de combate à Covid-19 no município, a Prefeitura de Caruaru publicou um novo decreto, nesta quinta-feira (23), definindo regras para o uso de máscaras individuais para todos os cidadãos que circulam na cidade. As novas medidas entrarão em vigor a partir de hoje, segunda-feira (27), permitindo que a população e empresas se adaptem às medidas.

Segundo o Decreto n° 040, de 23 de abril de 2020, ficou determinado o uso obrigatório de máscaras individuais, descartáveis ou artesanais, para todas as pessoas nas repartições públicas, em estabelecimentos comerciais e industriais, ou espaço em que seja explorado a atividade econômica. O documento também inclui o uso nos serviços de transporte individual e coletivo de passageiros.

Nos espaços públicos, como ruas e avenidas, a adoção das máscaras pela população é recomendado como forma de contribuir para evitar a disseminação do novo coronavírus. “Essas medidas chegam para reforçar todo o trabalho que a Prefeitura de Caruaru vem fazendo para reduzir a transmissão da doença na cidade. A colaboração das pessoas é fundamental para esse controle. Pedimos que não saiam de casa, mas, caso seja necessário, a máscara entra como item essencial”, esclareceu o secretário de Saúde do Município, Francisco Santos.

O Decreto também reforça que todos os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia deverão utilizar as máscaras descartáveis de uso hospitalar, em conformidade com as Normas Regulamentadoras.

Em relação à fiscalização quanto ao cumprimento do Decreto, será realizada pela Vigilância Sanitária, Fiscais Tributários, Ambientais, Guardas Municipais, Agentes de Fiscalização de estacionamento rotativo, entre outros, no âmbito municipal. O descumprimento nos estabelecimentos comerciais, permitindo a circulação de pessoas sem máscaras, estará sujeito as sanções previstas no artigo 268 do Código Penal Brasileiro, suspensão do alvará de funcionamento e outras sanções previstas em lei. Em caso de reincidência, as empresas estarão sujeitas à cassação dos alvarás de funcionamento.

Pesquisas buscam entender coronavírus e apontar formas de combate

À medida que a pandemia do coronavírus se disseminou pelo mundo, espalhou-se também o esforço de pesquisadores para entender melhor o vírus, como ele é transmitido e o que pode ser feito para prevenir a infecção e tratar os pacientes que contraíram a doença decorrente dele, a covid-19.

Repositórios de instituições do Brasil e do exterior trazem diversos estudos, como o site da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reúne pesquisas sobre o tema, ou de periódicos famosos, como a revista Science, que também criou uma seção específica para divulgar investigações voltadas à pandemia

Algumas universidades ganharam relevância mundial com o monitoramento do avanço da pandemia, como a Johns Hopkins, dos Estados Unidos. No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), centro de pesquisa vinculado ao Ministério da Saúde, não só sistematiza informações como vem promovendo diversos estudos sobre o vírus.

Vários cientistas se dedicaram a tentar entender melhor o coronavírus, por se tratar de uma nova modalidade. Ainda em fevereiro, pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram sequenciar o gene em apenas 48 horas. Um equipamento menor que um celular foi conectado a um computador por cabo USB.

A amostra foi lida por poros em escala nanométrica, ou seja, um milímetro dividido por milhão. As informações foram analisadas por um software que decodifica os dados, traduzindo a estrutura do vírus.

Outra frente de pesquisa sobre o novo coronavírus busca identificar a letalidade da doença decorrente dela, a covid-19. Um dos métodos envolve testar pessoas para verificar o percentual que desenvolveu anticorpos e, assim, calcular o montante que teria tido contato real com o vírus.

Pesquisa conduzida pela Universidade de Bonn, na Alemanha, divulgada em 9 de abril, encontrou o anticorpo em 14% da amostra, estimando um índice de letalidade de 0,37%. Para comparar, a taxa de mortes por influenza é de 0,1%. O estudo, contudo, foi contestado por outros grupos de pesquisadores.

Outra investigação, do Hospital Geral de Massaschussets, na cidade de Boston, nos Estados Unidos, identificou anticorpos em 31% da amostra. Contudo, os pesquisadores admitiram que a sorologia tinha 90% de efetividade e os participantes foram recolhidos na rua, o que pode relativizar os resultados.

No Brasil, o Centro Epidemiológico da Universidade de Pelotas (UFPel), em parceria com o Ministério da Saúde, iniciou uma investigação também baseada no grau de imunização para mapear o avanço da pandemia no país.

Cerca de 33 mil pessoas, de 133 municípios brasileiros, serão submetidas ao teste rápido que detecta a presença de anticorpos IgM (de infecção mais recente) e IgC (de infecção mais antiga) a partir de amostras de sangue coletadas. De acordo com o ministério, o trabalho deve esclarecer três questões sobre o vírus no Brasil: o número de infectados, a velocidade com que o vírus tem se espalhado e a taxa de letalidade da covid-19 na região.

Diagnóstico e prevenção

O Ministério da Saúde reuniu informações sobre evidências de estudos em um documento denominado “Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Covid-19”, que reúne as análises sobre a pandemia e seu combate, consideradas referências para o órgão.

No que se refere a medidas de prevenção, o texto reafirma recomendações já conhecidas, como lavar as mãos com desinfetante e álcool 70%, praticar etiqueta respiratória (como cobrir espirros) e evitar contato com outras pessoas, como medidas gerais de prevenção. O documento também recoloca a indicação de procurar atendimento médico se a pessoa apresentar sintomas como febre, tosse e dificuldade de respirar.

Sobre diagnóstico, outra frente tem sido o desenvolvimento de testes que possam ser mais baratos e rápido do que os disponíveis. Um exemplo é a investigação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanobiotecnologia (INCT TeraNano), sediado na Universidade Federal de Uberlândia (MG), que desenvolveu uma solução para testagem rápida de casos de covid-19 usando tecnologia que pode apresentar o resultado em 1 minuto.

A expectativa dos pesquisadores é que essa solução fique pronta até o início de maio. Ela utiliza laser para decompor a saliva em grupos químicos. A análise é processada por meio de um sistema de inteligência artificial, fornecendo resultado rápido. Os testes rápidos utilizados no Brasil levam cerca de 30 minutos para dar o diagnóstico.

Tratamentos

Até a última atualização, a OMS tinha 614 estudos registrados. A organização disponibiliza uma plataforma interativa na qual qualquer interessado pode conhecer as pesquisas por país ou tipo de droga avaliada.

O maior deles é a “Solidarity Clinic Trial”. Nela, são avaliadas quatro opções de tratamento contra a covid para avaliar se as drogas analisadas contribuem para mitigar a evolução da enfermidade ou ampliar as condições de sobrevivência. A orientação da OMS é que até a existência de evidências, associações médicas e autoridades devem ter cuidado ao recomendar algum desses tratamentos.

São avaliadas na pesquisas quatro remédios. Remdesevir é um droga utilizada no tratamento do vírus ebola. Ele já teve resultados promissores com outros tipos de vírus que causam Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O Lopinavir é empregado no tratamento do vírus da aids. Até o momento, os estudos com ele foram inconclusivos.

O interferon beta-1ª é um medicamento adotado para tratar esclerose múltipla. Por fim, o medicamento que ganhou notoriedade no Brasil, a cloroquina, também é analisada pela pesquisa. Segundo a OMS, possíveis benefícios ainda demandam confirmações por novos testes.

Na plataforma da OMS eram registradas, na última semana, 17 pesquisas envolvendo o Brasil. Dessas, 13 são realizadas somente no país e quatro são pesquisas internacionais, que abrangem outras nações. Uma delas é a Solidarity Clinic Trial, da OMS. A Fiocruz é a responsável pela representação da iniciativa aqui.

Cloroquina

A cloroquina também ganhou visibilidade. Pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical e da Universidade Estadual do Amazonas iniciaram um estudo para analisar a eficácia da aplicação do produto no tratamento da covid-19. Os resultados preliminares apontaram riscos à vida dos pacientes que receberam altas doses da substância.

Os pesquisadores analisam o emprego de cloroquina em 81 pacientes em estado grave. A investigação envolveu a identificação das doses mais adequadas. No estudo, os pesquisadores viram que a aplicação de doses mais altas (600 miligramas), duas vezes ao dia por dez dias, teve efeito agressivo e gerou efeitos colaterais, como arritmia cardíaca ou até mesmo a morte.

Outro estudo, realizado por sete pesquisadores da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, avaliou 386 pacientes e concluiu que as taxas de morte de pacientes que receberam a cloroquina e essa substância combinada com azitromicina foram maiores do que para os que não receberam.

Outras drogas

O Centro de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, iniciou uma pesquisa para avaliar mais de 2 mil medicamentos para verificar a eficácia contra a covid-19, todos eles já registrados no Brasil.

São analisadas substâncias diversas, como analgésicos, antibióticos ou anti-hipertensivos. Em resultados preliminares, dois tratamentos revelaram resultados promissores. Contudo, o CNPEM não revelou os nomes para evitar automedicação, como ocorre no caso da cloroquina.

Uma investigação da Fiocruz, divulgada no dia 6 de abril na plataforma internacional BiorXiv, avaliou a eficácia do atanazavir, utilizado para o tratamento de portadores do vírus da aids. Segundo resultados preliminares, a aplicação do remédio reduziu o ritmo de reprodução do vírus e ajudou a dificultar o avanço da doença.

“A análise de fármacos já aprovados para outros usos é a estratégia mais rápida que a ciência pode fornecer para ajudar no combate à covid-19, juntamente com a adoção dos protocolos de distanciamento social já em curso”, defende Thiago Moreno, pesquisador da Fiocruz.