TJPE lança canal de orientação para mulheres vítimas de violência doméstica

O isolamento social imposto para conter o avanço da pandemia de coronavírus (Covid-19) tem colocado muitas mulheres em contato intensificado com seus agressores. Pensando em disponibilizar mais uma ferramenta de apoio e orientação para as vítimas de violência doméstica em todo o Estado, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) lançou o projeto “Carta de Mulheres”. A iniciativa consiste em um canal de comunicação com o Judiciário que pode ser acessado pela própria vítima ou por qualquer outra pessoa que deseje ajudá-la. Com o preenchimento de um formulário online (https://www.tjpe.jus.br/web/coordenadoria-da-mulher/carta-de-mulheres), é possível receber informações de profissionais especializados da Coordenadoria da Mulher de Pernambuco.

As equipes analisam cada caso e respondem ao contato informando os locais para atendimento adequado, como delegacias, casas de acolhimento, Defensoria Pública, Ministério Público, além de outras instituições públicas ou organizações não governamentais na Capital e no interior. Nos campos, deverão ser informados dados como e-mail para contato, os nomes da vítima e do agressor, o tipo de violência sofrida (física, psicológica, patrimonial etc.) e o endereço da vítima para um correto encaminhamento. O serviço também oferece esclarecimentos sobre procedimentos legais e medidas protetivas de urgência.

O projeto “Carta de Mulheres” atua exclusivamente na prestação de orientações, ficando sob sigilo todas as informações prestadas no formulário. Desse modo, não haverá encaminhamento dos dados fornecidos para nenhuma outra instituição. O “Cartas de Mulheres”, da Coordenadoria da Mulher de Pernambuco, foi inspirado em ação semelhante da Justiça peruana e tem como referência projeto implantado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Segundo a coordenadora da Mulher, desembargadora Daisy Andrade, o objetivo da iniciativa é ampliar os canais de atendimento disponíveis para orientação da mulher em situação de violência. “Os números não demonstram que os casos de violência doméstica tenham aumentado, mas estamos preocupados com esse convívio intensificado das mulheres com seus agressores. Por isso, lançamos esse outro canal, para facilitar o atendimento da vítima de violência doméstica, como uma forma de dar suporte e mostrar para essa mulher que, apesar do isolamento social impostos pelo novo Coronavírus, ela não está sozinha. O Poder Judiciário está aqui para ajudá-la”, destacou a magistrada.

Trabalho remoto – Desde o dia 18 de março, quando o funcionamento presencial do Judiciário foi suspenso devido à pandemia do coronavírus, as dez Varas Especializadas em Violência contra a Mulher, além das Varas Únicas de todo o Estado que atuam nos casos de violência doméstica, estão atuando de forma remota para garantir o andamento processual de maneira regular. Entre os dias 16 de março e 15 de abril, o TJPE concedeu 898 medidas protetivas de urgência. No mesmo período, foram recebidas 227 denúncias de casos de violência doméstica.

Na Capital, os pedidos de medidas protetivas de urgência estão sendo encaminhados eletronicamente pelas delegacias às Unidades do TJPE e analisados remotamente. A Coordenadoria da Mulher também recomendou que magistrados com competência para atuar nos processos sobre violência doméstica e familiar contra a mulher em Pernambuco devem avaliar a prorrogação das Medidas Protetivas de Urgências já concedidas enquanto perdurar o trabalho remoto no Judiciário estadual. O objetivo é estender a proteção à vítima de violência doméstica e familiar.

A coordenadora da Mulher de Pernambuco ressaltou que as vítimas de violência doméstica não devem ter receio de procurar os serviços de proteção. “Magistradas e magistrados de Pernambuco continuam atuando na proteção da mulher e cumprindo o seu papel na prestação jurisdicional”, reforça.

Outros canais de comunicação – O site da Coordenadoria da Mulher traz telefones, endereços e informações sobre os serviços de proteção disponibilizados pelas entidades que compõem a Rede de Proteção à Mulher, como o Disque 180, a Ouvidoria da Mulher do Estado de Pernambuco e as Delegacias Especializadas da Mulher. Além disso, é possível encontrar informações sobre o que é Medida de Proteção de Urgência e os tipos de providências adotadas, que vão desde o afastamento do agressor do lar e a proibição de contato com a vítima e seus familiares; até o pedido de encaminhamento dela e de seus dependentes a um programa oficial de proteção, atendimento e garantia de proteção policial.

Psicossocial – Paralelamente, nos casos onde o processo de violência doméstica já está em andamento, os profissionais que integram as equipes do setor psicossocial das Unidades estão trabalhando remotamente no atendimento às vítimas. Ao analisar o processo, a juíza ou o juiz envia a demanda para o setor e os profissionais entram em contato por telefone com as mulheres, para acompanhar a situação de cada uma. Caso seja necessário, é feito o encaminhamento para outros serviços da rede de atendimento à mulher vítima de violência. As equipes são formadas por psicólogos e assistentes sociais que analisam, acompanham e desenvolvem projetos de prevenção e combate à violência contra a mulher.

Acesse os principais canais de proteção e combate à violência contra a Mulher:

Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher – o ligue 180 é um serviço de atendimento telefônico que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados. Toda ligação feita à Central é gratuita e o objetivo é disponibilizar um espaço para que as mulheres possam denunciar violência de gênero em suas diversas formas. As ligações podem ser feitas de qualquer telefone – seja ele móvel ou fixo, particular ou público (orelhão, telefone de casa, telefone do trabalho, celular). O Disque 180 foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

Centro Especializado de Atendimento à Mulher Clarice Lispector – orientações e apoio psicológico via whatsapp para todo o Estado: (81) 99488-6138 (24 horas)

Polícia Militar – Disque 190 (quando o crime está acontecendo)

Secretaria de Defesa Social – e-mail: ouvidoria@sds.pe.gov.br / Site: www.sds.pe.gov.br

Ouvidoria da Mulher do Estado de Pernambuco – 0800 2818187

Central de Teleatendimento à Cidadã Pernambucana: Avenida Cais do Apolo, nº 222, 3º andar, Centro, Recife, PE, CEP 50030-905. Horário de atendimento: das 8h às 18h, dias úteis. Atendimento virtual: ouvidoria@secmulher.gov.pe.br

ARTIGO — Como investir em marketing em tempos de coronavírus?

Por Marina dos Anjos, Gerente de Marketing da Scup

Estamos no meio de uma pandemia e, de acordo com as previsões, ainda teremos muitos desafios a superar. As bolsas de valores do mundo inteiro já operam em queda há semanas e não parece existir uma luz no fim do túnel na economia. Diante deste cenário, as empresas já diminuíram consideravelmente a projeção de crescimento e os investimentos até então estão congelados, se já não foram cancelados. Mas será que esta é a hora de cortar o investimento em marketing?

Não, de jeito nenhum. É o marketing que fará com que a marca atravesse a turbulência e chegue viva ao final da crise. É o que fará com que a empresa seja lembrada quando o consumo estiver voltando à normalidade. Parar com o marketing em tempos de crise é determinar a morte, ou a queda considerável, dos negócios.

É certo que manter o mesmo investimento sem vender é praticamente impossível, mas alguma coisa precisa existir. Investir em conteúdo será o diferencial em tempos difíceis, pois a empresa precisará ser lembrada pelo público e deverá prover informações valiosas, que façam sentido e tenham contexto com o momento atual. A depender do segmento, vale a pena criar conteúdos não focados em vendas, mas em lembrança de marca. Se criar conteúdo apenas com o objetivo de vender mais, o consumidor vai entender que a marca está desesperada e se aproveitando de um momento sensível para lucrar.

O posicionamento correto atrelado a uma boa produção de conteúdo para redes sociais, blog e assessoria de imprensa são imprescindíveis agora. O que a sua empresa pode propor, ensinar, sugerir ou fazer pela sociedade nesse momento?

A Ambev se fez esta pergunta. Ela sabe que vai vender muito menos nos próximos meses, afinal, acabaram-se às idas ao bar, restaurantes, churrascos e almoços em família. E já que eles terão estoque de álcool etílico sobrando, por que não fazer uma boa ação? Eles aproveitaram essa matéria prima para criar álcool gel, já em falta no mercado, envasar e doar para hospitais públicos das regiões mais afetadas pelo COVID-19. Posicionamento atrelado à ação. Dupla perfeita.

Além da produção de conteúdo, manter ferramentas de monitoramento e gestão de redes sociais também é essencial. É impossível prever como essa crise vai afetar um determinado segmento ou empresa especificamente. O ideal, neste caso, é criar um monitoramento que englobe o segmento + coronavírus (e todas as suas grafias). Só assim é possível se preparar para agir em uma possível crise, ativamente sanar dúvidas e responder usuários, pois sem conhecimento do contexto é impossível agir assertivamente.

A cerveja Corona e a marca de chuveiros Corona, por exemplo, tiveram que lidar com associações negativas e piadas. Reparou que faz tempo que você não vê um anúncio de ambas as marcas? Ou seja, não dá para abrir mão de uma ferramenta de monitoramento confiável.

O investimento em ads e SEM (Social Engine Marketing), também deve ser priorizado para promover o conteúdo da marca e fazer com que ele chegue ao maior número de pessoas interessadas possível. No caso de e-commerces, Correios e empresas de logística continuam operando, e as entregas são uma saída ao consumo em tempos de quarentena. Neste caso, investir em anúncios, conteúdo e newsletters é essencial. Outra saída é criar um monitoramento para entender que tipo de produto, além de papel higiênico e álcool gel, a grande massa de consumidores está buscando. Sabendo quais são, anuncie estes.

Investimentos em eventos, infelizmente, podem ser cortados ou postergados, afinal, não sabemos quando será possível reagendá-los e se vão se acumular no segundo semestre, sendo impossível atender à todos. Por ora, melhor pausar. Já os investimentos em brindes e mídia outdoor também podem, obviamente, ficar para depois da crise.

Sobre Marina dos Anjos*

Marina dos Anjos é jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo e possui MBA em Marketing e Vendas. Trabalha com comunicação corporativa desde 2009, tendo passado por agências de comunicação e atendido startups e empresas como BIC, boo-box (já vendida) e Scup (antes de passar a integrar a equipe da empresa). Na Scup desde 2014, foi head de conteúdo e atualmente gerencia o marketing da plataforma.

Sobre a Scup

A Scup é uma plataforma de gestão de canais digitais. Sua missão é ajudar as empresas a se comunicarem com seu público e descobrir as suas necessidades.

Bolsonaro anuncia contratação de mais de 3 mil médicos para postos de saúde

Os presidentes da República, Jair Bolsonaro e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, fazem declaração à imprensa no Planalto

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, por meio das redes sociais, que o governo convocou 3.391 médicos para atuar em postos de saúde no combate aos casos do novo coronavírus no país. Segundo o chefe do Executivo, esses médicos deverão se juntar aos quase 13 mil que já atuam no Projeto Mais Médicos para o Brasil. Bolsonaro enfatizou ainda a compra de 3.300 respiradores.

“O @govbr convocou 3.391 médicos, se juntando aos quase 13.000 que atuam no Projeto Mais Médicos para o Brasil. 1.202 municípios de todos os estados e DF receberam reforço. O @minsaude @TeichNelson anunciou mais 3.300 respiradores nacionais e multiplicação dos testes da Covid-19”, escreveu Bolsonaro.

Os interessados em participar do programa devem ser registrados nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM). Serão investidos cerca de R$ 1,2 bilhão para garantir a contratação dos profissionais para todas as vagas. O contrato com os médicos será de um ano e a seleção poderá ter até cinco chamadas, caso nem todas as vagas sejam ocupadas nas chamadas anteriores.

Do total de vagas confirmadas pelos médicos, 46,1% são para as capitais e 15,2% estão nos municípios classificadas como regiões de extrema pobreza e o restante em outros municípios de maior vulnerabilidade.

Correio Braziliense

Carro com 204 quilos de maconha é apreendido em Pombos

Um carro transportando 204 quilos de maconha foi apreendido na terça-feira (21), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-232, no município de Pombos, no Agreste de Pernambuco. A droga estava embalada em tabletes e foi encontrada no porta-malas e no banco de trás do veículo.

Os policiais realizavam uma ronda no quilômetro 51 da rodovia, quando observaram um carro com a luz de freio queimada. Durante a abordagem, foi verificado que o motorista, de 23 anos, estava na companhia da esposa grávida, de 30 anos.

Após uma verificação, a equipe encontrou dois sacos no interior do veículo e quatro no porta-malas, com um total de 167 tabletes da droga. O condutor informou que havia pego a droga no Sertão de Pernambuco e iria entregar em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

O casal foi encaminhado junto com o entorpecente à delegacia de Polícia Civil de Gravatá, também no Agreste.

Diario de Pernambuco

CBF e jogadores vão doar R$ 5 milhões para famílias em situação vulnerável

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), em uma ação conjunta com os jogadores da última convocação e com membros da comissão técnica, arrecadou R$ 5 milhões para ajudar famílias que estão em situação de vulnerabilidade.

Os atletas e a comissão técnica doaram inicialmente um valor de R$ 2,5 milhões para o chamado Movimento Seleção Solidária -a CBF havia se comprometido a dobrar o valor. Segundo a instituição, com o valor arrecadado será possível, no próximos dois meses, atender 32 mil famílias.

As doações chegarão às famílias por meio das entidades Ação da Cidadania, Central Única das Favelas (CUFA) e Transforma Brasil. Ainda de acordo com a CBF, essa será a primeira fase do movimento. A segunda consiste em “convocar outros atletas e os torcedores em geral e, assim, conquistar novas adesões para este desafio do bem”.

Folhapress

Volkswagen aprova acordo que reduz jornada em 30%, mas garante compensação salarial

Os empregados da Volkswagen aprovaram em assembleias virtuais realizadas entre a última segunda-feira (20) e esta terça (21) a proposta da montadora que reduz em 30% a jornada de trabalho. O acordo, porém, prevê compensação a ser paga pela empresa para que não haja redução no valor líquido dos salários.

Aprovaram o acordo os trabalhadores de unidades da empresa em São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos, Vinhedo e São José dos Pinhais (PR). A oferta prevê que a redução de jornada dure de maio a julho, com fim das atuais férias coletivas dos funcionários em maio.

Durante esses três meses, os empregados da empresa receberão remuneração correspondente ao salário líquido, com valores pagos pela empresa e recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), segundo o sindicato dos metalúrgicos de Taubaté.

“É a aplicação da redução de jornada e salários da MP 396 [publicada em abril para dar fôlego às empresas em meio à pandemia], mas com o diferencial de complemento da renda. O acordo é bom e foi aprovado por 95% da categoria”, diz o secretário-geral do dindicato, Aldrey Allan Candido.

Um operário que tem salário bruto de R$ 6.700, por exemplo, e tiver reduções de 30% de jornada e salário receberá a compensação de R$ 453 do governo, prevista pela Medida Provisória, e um adicional pago pela Volkswagen de R$ 950, segundo Candido.

Também foi aprovada a postergação do pagamento de 20% da primeira parcela da PLR (participação nos lucros e resultados) dos trabalhadores para dezembro deste ano.

Anvisa aprova a venda do primeiro produto à base de maconha no país

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o registro do primeiro produto à base de Cannabis no país, que poderá ser vendido em farmácias. A autorização foi publicada nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial da União.

Esse é o primeiro registro concedido pela agência desde que o órgão aprovou uma regulamentação que abre espaço para venda de produtos à base de Cannabis nesses locais, com base em alguns critérios. O produto é um fitofármaco à base de canabidiol, componente da Cannabis que tem efeito terapêutico para alguns quadros.

A concentração de THC, substância também alvo de estudos e conhecida por “dar barato”, é de menos de 0,2%. A autorização da agência prevê que ele seja prescrito para casos em que não há outras alternativas de tratamento com resultado satisfatório. A lista de doenças não foi informada.

A fabricante é a empresa Prati-Donnaduzzi, de acordo com os dados do registro. Ainda não há previsão de quando o produto deve ser ofertado no mercado. Segundo a Anvisa, a venda poderá ser feita apenas com receita médica de controle especial do tipo B, cuja numeração é fornecida pela vigilância sanitária local. A receita deve ser renovada a cada 60 dias.

A resolução que dá espaço à venda de produtos derivados da Cannabis no país foi aprovada em dezembro de 2019, e entrou em vigor em março deste ano. Na época, diretores da agência chegaram a analisar a possibilidade de dar aval ao cultivo da planta para pesquisa e produção de medicamentos, mas a proposta foi rejeitada por três votos a um.

Em contrapartida, diretores aprovaram uma regulamentação para oferta desses produtos para uso medicinal. Na prática, a resolução criou uma nova categoria de produtos à base da planta. Desde então, empresas interessadas em desenvolver ou importar esses produtos para venda podem solicitar registro à agência, para venda mediante apresentação e retenção de receita. A venda em farmácias de manipulação é proibida. Segundo a Anvisa, a análise do pedido durou 42 dias, tempo que envolveu a apresentação de dados pela empresa até a elaboração de parecer da equipe técnica.

Folhapress

Que soluções as cidades inteligentes oferecem em uma pandemia?

Em tempos de crises como a pandemia global em que vivemos, as soluções desenvolvidas pelas cidades inteligentes, seus agentes e especialistas de todo o mundo precisam ser compartilhadas cada vez mais. Resiliência, digitalização, acesso a dados e conexões emocionais são alguns dos tópicos que fazem com que uma cidade seja considerada “smart”.

“O papel do ecossistema de inovação, e da relação entre governança e iniciativa privada, é fomentar essa troca de experiências nos âmbitos da cidadania, tecnologia, meio ambiente e soluções para o bem-estar e a saúde coletivas”, enfatiza Beto Marcelino, sócio diretor do iCities, empresa que realiza anualmente a edição brasileira do maior evento de cidades inteligentes do mundo, o Smart City Expo Curitiba.

Para auxiliar nesse compartilhamento de iniciativas, o iCities reúne a seguir algumas ideias que podem ser colocadas em prática a médio prazo.

Criando conexões emocionais

Fugindo do conceito de que inovação esteja ligada estritamente à tecnologia, Marcos Batista, diretor de inovação do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (SP), defende soluções à brasileira. “Nossas cidades serão conhecidas pelo tamanho, pelos problemas que resolvem, transformações que promovem e esperanças que recuperam. Inovação é criar um propósito bem definido e uma conexão emocional. Isso pode ocorrer, por exemplo, ao se elaborar uma identidade (por meio do branding) e uma missão para o município, como é o caso dos destinos turísticos”, explica Batista.

A comunicação entre o poder público e os cidadãos amplia o engajamento popular em projetos colaborativos. “Cidades que oferecem seus serviços de forma esporádica estão fadadas a morrer. Com a transformação digital e a tecnologia surgem outras interações, como responder aos desejos das pessoas com velocidade, flexibilidade e precisão. Outras formas de inovar passam por oferecer serviços de curadoria e o coach comportamental, que vão mais na linha de incentivar e engajar cidadãos em ações”, resume.

Acesso a dados e produção alimentar

Especialista na transformação de líderes e de organizações com base na convergência de estratégia, tecnologia e venture capital, Francisco Milagres considera que o acesso às redes de dados e privacidade traz grandes desafios e oportunidades. “O desafio é preparar e treinar as pessoas para que consigam ter acesso a esses dados e desenvolver inteligência e informação. Por outro lado, é preciso que governos e empresas também saibam como tabular e disponibilizar estes dados de forma ética e eficiente”, aponta o consultor, que é embaixador da plataforma OpenExO (consultoria de gerenciamento, um ecossistema de transformação global que conecta profissionais e ajuda instituições de todo o mundo a transformar suas realidades).

Além da questão de acesso a dados, os especialistas concordam sobre como a tecnologia pode ajudar em momentos de crise, quando líderes a colocam em prática em áreas fundamentais como a produção alimentar. “É preciso entender que quando falamos em sensores, internet das coisas, drones, isso também é aplicável ao campo, de forma a aumentar a produtividade de nossa cadeia alimentar. Hoje se fala muito em fazendas verticais, que aproximam o produtor das cidades e reduzem os impactos logísticos desse negócio”, pontua Milagres.

Digitalização imprescindível

Depois da quarentena e do isolamento social promovidos pela crise no novo Coronavírus, as relações de trabalho não serão mais as mesmas: a digitalização é imprescindível e imperativa para pessoas e empresas. Essa é a análise do espanhol Josep Piqué, presidente da TechNova Barcelona e um dos idealizadores do 22@Barcelona, distrito de inovação que virou case mundial de transformação urbana.

“A digitalização é fundamental para que cidades sejam mais inteligentes e resilientes, principalmente em momentos de crises como a que estamos vivendo. A vida pós Covid-19 é muito mais smart”, ressalta. Para Piqué, os ecossistemas de inovação existentes pelo mundo precisam se articular através do compartilhamento de uma agenda de desafios, no qual cada agente – governo, empresas, academia – trata de uma demanda específica. “Os desafios podem ser sanitários, econômicos, sociais, urbanos. O ecossistema toma sentido quando compartilha os desafios entre si. Isso nos ajuda a entender quem faz o quê, porque ninguém pode fazer tudo”, endossa o especialista.

O futurismo é agora

Quando se fala em cidades inteligentes, há quem pense que se trata de uma ideia futurista e de promessas que não saem do papel. Mas a pesquisadora Ana Carolina Benelli, consultora do Instituto de Tecnologia e Sociedade, mostra o contrário: o futurismo é agora. “Há uma série de projetos que representam o conceito de cidades integradas, tecnológicas e resilientes. De hortas comunitárias a modelos de gestão da informação nos setores públicos, é possível fazer com que os projetos atendam as expectativas dos cidadãos, indo além da prestação de contas. Temos que partir para o empoderamento de grupos da sociedade para tomada de decisões e formulações de políticas públicas”, defende.

Segundo ela, o melhor exemplo sobre o engajamento cívico e protagonismo cidadão será visto em nossas comunidades após a pandemia da Covid-19. “A governança de como tratamos essa situação é o que fará a diferença. Como vamos usar esses aprendizados para lidar com uma próxima emergência? Como internalizar essas informações que estamos recebendo e transformar num conhecimento útil para a criação de políticas públicas, melhorias e ações de desenvolvimento territorial no nosso próprio bairro? Isso é o que torna uma cidade inteligente.”

Fisioterapeuta atua na linha de frente em casos de Covid-19

Female patients use Tri ball for lung management after chest surgery to practice deep breathing.To administer the respiratory muscles and help the lungs function normally reduce the sputum of the lung

De acordo com balanço publicado nesta terça (21), o Ministério da Saúde divulgou um percentual de 57% de recuperados da Covid-19 no Brasil. Dos casos notificados até então, 23 mil foram considerados livres da doença. E um profissional que dá uma contribuição significativa para essa recuperação é o fisioterapeuta, pois está na linha de frente do tratamento, junto com outras áreas como a Medicina, Farmácia e Enfermagem, cuidando tanto da parte respiratória, como da questão motora dos pacientes.

Já que as principais decorrências de quem está em um quadro de internação pela Covid-19 são falta de ar, falta de oxigenação e inabilidade para respiração natural, o fisioterapeuta dá todo o suporte, participando desde a intubação auxiliando o médico, como no decorrer do tratamento, monitorando a ventilação mecânica, adaptando o paciente ao ventilador e fazendo a programação do seu uso de acordo com a necessidade de cada quadro.

A professora Adriana Siqueira, do curso de Fisioterapia do Centro Universtário Tabosa de Almeida (Asces-Unita), atua nas áreas de Fisioterapia Respiratória, Cardiovascular e UTI, destaca que o fisioterapeuta contribui em uma fase muito delicada para o paciente, já que perde habilidades naturais que precisam ser reabilitadas. “Como a programação do paciente é de pelo menos três semanas com a ventilação mecânica, quando estiver apto para voltar a respirar sozinho ele terá um grande déficit motor, pois sentirá dificuldade para sentar sozinho, e outras funcionalidades básicas, como andar, por exemplo. Os músculos respiratórios também perdem força, então o fisioterapeuta vai treinar essa musculatura e recuperar o funcionamento normal”, explicou.

Ela detalha, ainda, como a Covid-19 exige que seja feita uma reabilitação adequada em razão de não restarem sequelas da patologia. “Nós também fazemos a retirada da intubação, ajudamos na remoção de secreção e usamos técnicas para que o volume da recuperação volte a ter a capacidade anterior. O fisioterapeuta é essencial na restauração da funcionalidade para devolver a vida ao paciente em relação às atividades diárias. Como geralmente é desenvolvida uma síndrome pós terapia intensiva que pode durar cinco anos, é fundamental ter uma reabilitação adequada”, frisou.

Essa reabilitação engloba a mobilização precoce no leito e procedimentos como o treinamento muscular respiratório, terapia de remoção da secreção e expansão pulmonar, programa de desmame da assistência ventilatória mecânica para retirada o mais precoce possível do ventilador, dentre outras formas de terapia.

SENTIMENTO EM ESTAR NA LINHA DE FRENTE

A professora Adriana Siqueira também tem atuado diretamente na luta contra a Covid-19, no Hospital Oswaldo Cruz, que é referência para o tratamento da doença no Recife. Ela relata que a situação é muito difícil, porém, gratificante em poder ajudar a salvar vidas. “O cenário atual é de difícil enfrentamento, por ver muitos profissionais e colegas de trabalho adoecendo e sendo afastados do trabalho e muitas vezes da família. Mas o lado gratificante é poder contribuir positivamente para o enfrentamento do Coronavírus e de forma ativa ver a profissão sendo mais valorizada, já que a população passa a conhecer mais nossa importância e atuação”, afirmou.

Baterias Moura doou viseiras de proteção ao HMV

O Hospital Mestre Vitalino (HMV) recebeu no último dia (16) uma doação da empresa Baterias Moura com viseiras de proteção do modelo “Face Shield”, que podem ser higienizadas e reutilizadas. Este equipamento de proteção individual é utilizado pelos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Os dispositivos constituem uma primeira barreira física que protege médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e outros profissionais do contato com as gotículas infectadas pelos vírus exaladas pelos pacientes.

“Toda semana nós somos surpreendidos com várias iniciativas das empresas da região, dos parlamentares e também da sociedade civil. É importante perceber o quanto as pessoas estão engajadas conosco nesta grande luta, contra o vilão invisível que é o coronavírus. Agradeço em nome do HMV aos gestores das Baterias Moura pela importante ação e grandiosa contribuição que estão concedendo as unidades de saúde”, reforçou o diretor geral do HMV, Dr. Marcelo Cavalcanti.