Prefeitura de Caruaru faz balanço das ações desenvolvidas após chuvas

O trabalho da Prefeitura de Caruaru nesta segunda-feira (27) começou já na madrugada com as equipes nas ruas. Depois das fortes chuvas do domingo (26), um grupo integrado, reunindo as secretarias de Ordem Pública, Serviços Públicos, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Urbanismo e Obras, além da Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes (DESTRA) e da Defesa Civil do Município, foram a campo reunir informações e desenvolver ações emergenciais para a população mais afetada.

A Defesa Civil e a DESTRA continuam em atividade, acompanhando as ocorrências solicitadas pela população, inclusive com a Patrulha Rural da Guarda Municipal. De acordo com a prefeita Raquel Lyra, que visitou áreas afetadas ainda durante a noite do domingo, as ações e o monitoramento das áreas começaram de imediato. “Nossas equipes trabalharam muito para garantir a segurança da população afetada pelos alagamentos. A rapidez nas ações garantiu que os estragos não fossem maiores, preservando as vidas dos envolvidos”, pontuou.

Na cidade, 12 interdições de vias foram realizadas no decorrer do dia, resguardando a segurança da população e possibilitando a atuação das equipes de Serviços Públicos e Obras, com maquinário para limpeza e reparos emergenciais. Segundo a secretária de Ordem Pública, Karla Vieira, a Defesa Civil realizou 30 vistorias e interditou seis residências. “Por conta da força das águas, 60 pessoas ficaram desalojadas e encaminhadas para casas de parentes e amigos, e nove desabrigadas, que foram levadas para o abrigamento temporário da Prefeitura de Caruaru”, explicou.

Durante toda manhã, o monitoramento foi realizado também por um drone, captando imagens das áreas atingidas. Dessa forma foi possível desenvolver um planejamento mais preciso das intervenções necessárias. Mais de 70 chamados foram registrados pelos órgãos, desde o início das fortes chuvas até a noite desta segunda-feira.

De acordo com a Secretaria de Serviços Públicos, cerca de 160 toneladas de entulhos foram retirados de 27 ruas atingidas, além da utilização de 14 caminhões pipa para a higienização das ruas e casas que foram invadidas por água e lama. Também foram desobstruídas galerias, bueiros, passagens molhadas e pontilhões, somando mais 12 toneladas de entulho e lixo removidos, como três carcaças de veículos e nove troncos de árvores.

MAIS AÇÕES – As equipes da Secretaria de Defesa Social e Direitos Humanos passaram o dia atendendo a população nas localidades atingidas. No total, 216 pessoas de 110 casas foram atendidas pela secretaria. Duas famílias foram encaminhadas para abrigos. De acordo com o secretário da SDSDH, Carlos Braga, as solicitações foram, principalmente de alimentação e colchões. “Registramos 81 pedidos de cestas básicas e 90 colchões. Durante o dia também reforçam

Em 40 dias, Pernambuco cumpre meta de mil leitos para a Covid-19

No dia 18 de março, há exatos 40 dias, o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio anunciaram a criação de mil leitos exclusivos para o atendimento aos casos da Covid-19, sendo 400 leitos de UTI e 600 de enfermaria. Essa marca foi atingida e superada nesta segunda-feira (27.04), com 1.067 leitos já em funcionamento, sendo 418 de Terapia Intensiva e 649 de enfermaria, espalhados por todas as regiões do Estado. Em média, 10 novas vagas de UTI estão sendo abertas diariamente.

Pela gestão estadual, foram colocados em funcionamento 348 leitos de UTI, distribuídos entre o Hospital de Referência Covid-19 – Boa Viagem (38); Hospital de Referência Covid-19 – Olinda; Hospital Universitário Oswaldo Cruz (43); Hospital Agamenon Magalhães (40); Hospital Correia Picanço (05); Hospital Otávio de Freitas (20); Hospital Dom Helder Câmara – Cabo de Santo Agostinho (16); Hospital Mestre Vitalino – Caruaru (27); Imip (35); Hospital Regional de Palmares (05); Procape (08); Hospital Tricentenário (10); Hospital das Clínicas/UFPE (06); Hospital Armindo Moura – Moreno (10); Cesac Paulista (14); Cesac Prado (07); Hospital São Marcos (10); Hospital Santa Joana (05); Hospital Português (10); e Neurocardio – Petrolina (05).

Já os 384 leitos de enfermarias disponibilizados pelo Estado estão distribuídos entre o Hospital de Referência Covid-19 – Boa Viagem (55); Hospital de Referência Covid-19 – Olinda (20); Hospital Universitário Oswaldo Cruz (131); Hospital Dom Helder Câmara – Cabo de Santo Agostinho (16); Hospital Mestre Vitalino – Caruaru (25); Imip (23); Hospital Regional de Palmares (15); Hospital Armindo Moura – Moreno (10); Cesac Paulista (05); Cesac Prado (10); Hospital Inácio de Sá – Salgueiro (09); Hospam – Serra Talhada (13); Hospital Dom Moura – Garanhuns (10); Hospital Emília Câmara – Afogados da Ingazeira (04); Hospital Rui de Barros Correia (08); Hospital Dom Malan – Petrolina (10); UPAE Garanhuns (10); e UPAE Petrolina (10).

O secretário estadual de Saúde, André Longo, ressaltou que a abertura de novos leitos demonstra a seriedade, o esforço e a prioridade que o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife estão dando ao enfrentamento do novo coronavírus. “O dinamismo da doença fez com que novas necessidades surgissem, e o nosso compromisso é ampliar ainda mais esses leitos para atender às necessidades da população pernambucana, não apenas da capital, mas também do interior”, destacou Longo. Para esta semana, ele estima que mais 80 leitos sejam abertos sob gestão estadual.

Já o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, afirmou que o compromisso de abrir os mil leitos foi atingido hoje, mas ratificou que os esforços em conjunto da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado estão voltados para ofertar ainda mais vagas, de acordo com a necessidade dos casos.

MÁSCARAS – Também nesta segunda-feira (27) entrou em vigor o decreto estadual que orienta o uso de máscaras, de preferência artesanais, para aqueles que precisam sair de casa, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Já os órgãos públicos e os estabelecimentos privados que estejam autorizados a funcionar de forma presencial também terão que exigir dos seus funcionários e colaboradores que façam o uso de máscaras. O item de proteção deverá ser fornecido pelas próprias instituições e empresas.

André Longo ressaltou que as máscaras hospitalares (cirúrgicas e N95) devem ser usadas apenas pelos profissionais de saúde. O secretário também lembrou a importância do uso correto e da higienização das máscaras artesanais. O Governo do Estado está preparando um vídeo para as mídias sociais com essas orientações. “O uso da máscara não torna ninguém imune ao vírus. Mesmo com a máscara, só saia de casa se for extremamente essencial e inadiável. Este momento é decisivo para o nosso sistema de saúde. Nós do Governo de Pernambuco, por determinação do governador Paulo Câmara, estamos nos esforçando ao limite para dotar a rede pública da estrutura para combater os efeitos do coronavírus. Mas se as pessoas não se isolam socialmente, nenhum sistema de saúde do mundo vai conseguir suportar a grande demanda de doentes graves”, advertiu Longo.

Multas à Caixa Econômica Federal já somam R$ 1,1 milhão

As multas aplicadas pelo Procon-PE, às agências da Caixa Econômica Federal, que não estão cumprindo medidas para impedir aglomerações e evitar a propagação da Covid-19, já somam o total de R$ 1,1 milhão. Hoje (27.04), foram encontradas irregularidades em mais seis novas agências, a do Teatro Marrocos, Espinheiro e do Pina, todos no Recife, além das agências localizadas em Barreiros, Vitória de Santo Antão e Serra Talhada, no Interior do Estado. O órgão também monitorou agências já multadas anteriormente, e, que continuam praticando as irregularidades. São elas: Casa Amarela, Encruzilhada e Ipojuca.

As fiscalizações do Procon iniciaram desde o início da quarentena em Pernambuco. Diversas instituições financeiras foram fiscalizadas e as orientações informadas pelo órgão foram adotadas por diversos bancos. Mas, devido a grande procura à Caixa Econômica, e a permanência das irregularidades, o Procon Pernambuco, emitiu uma medida cautelar direcionada a todas as agências. Cada agência da Caixa que descumprisse as determinações seria multada, em R$ 50 mil, por dia.

Todas as agências penalizadas possuem aglomerações e filas sem o devido distanciamento entre os consumidores, como orientado pelas autoridades sanitárias. O órgão ainda recomenda que os bancos tenham funcionários para organização das filas formadas na parte interna e externa do estabelecimento; realização de triagem, a fim de verificar se a demanda pode ser solucionada sem precisar entrar na agência; disponibilização de produtos para higienização e atendimento preferencial para idosos e pessoas consideradas do grupo de risco (hipertensos, diabéticos, gestantes).

Caruaru conta, agora, com 42 casos confirmados de Covid-19 e três óbitos

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa mais seis casos positivos de Covid-19 na cidade. As transmissões foram do tipo comunitária.

Pacientes:
– 09 anos, estável, não apresenta sinais e sintomas e está em isolamento domiciliar;
– 24 anos, estável, sem sinais e sintomas e está em isolamento domiciliar;
– 28 anos, profissional de saúde da rede privada, estável, apresentando apenas ausência de paladar e olfato. Em isolamento domiciliar;
– 29 anos, estável, sem sinais e sintomas e em isolamento domiciliar;
– 45 anos, estável, sem sinais e sintomas e em isolamento domiciliar;
– 64 anos, com comorbidade, estável e em isolamento domiciliar.

Caruaru conta, agora, com 42 casos confirmados de Covid-19 e três óbitos.

Em Santa Cruz, elevadas movimentações em plena época de Covid-19

Video do Blog do Bruno Muniz

Na primeira segunda-feira (27) após a publicação de decreto elaborado pelo Governo do Estado autorizando a abertura de lojas de tecidos e aviamentos em tempos de pandemia de novo coronavírus, o que se observou em Santa Cruz do Capibaribe, na região Agreste do Estado, foi uma intensa movimentação de veículos e populares circulando pela área territorial da cidade.

Vídeos e fotografias chegaram até ao Blog Caruaru em Pauta a fim de se ilustrar os extensos fluxos principalmente nos entornos e nas imediações dos estabelecimentos voltados para o setor. O que não representa na prática qualquer tipo de crime, haja vista que este tipo de comércio encontra-se autorizado para operar com a venda de insumos para fabricação de máscaras e outros Equipamentos de Proteção Individual, que estão sendo importantes na prevenção contra a Covid-19.

Entretanto, na contramão de tal produção essencial, centenas de populares que estiveram circulando, na manhã de hoje, na Terra da Sulanca, acabaram dando péssimos exemplos no tocante à prevenção da doença. Como se não bastasse o não cumprimento ao isolamento social – o mais recomendado neste período -, eles não se fizeram de rogados em preencher aglomerações, bem como sequer portaram máscaras de proteção.

Um morador de Santa Cruz, que preferiu não ter o nome revelado, criticou o excesso de movimentação. “Precisei sair de casa para ir até ao supermercado e acabei presenciando uma quantidade enorme de veículos e pessoas circulando pela cidade. Inclusive, vários ônibus encontravam-se estacionados na frente de algumas empresas com pessoas em aglomeração. Ou seja, não adianta de nada fazer isolamento se as outras pessoas não vêm respeitando as medidas apontadas pelos órgãos de saúde. Infelizmente, mesmo fazendo a minha parte, acabo ficando sujeito à doença devido à má conduta desses irresponsáveis”.

Se em Santa Cruz, a movimentação registrada se assemelhou com as de períodos considerados normais, em demais municípios integrantes do Polo de Confecção do Agreste, a exemplos de Caruaru e de Toritama, pelo menos até agora, o fluxo tem se caracterizado como praticamente inexistente em se tratando de dois dos principais centros de moda do país.

Ética em Inteligência Artificial e a Covid-19

Um sistema de Inteligência Artificial pode conter um ou mais componentes de Aprendizado de Máquina (Machine Learning) capazes de aprender relações entre dados de exemplo, ou dados de entrada, e dados de saída, ou objetivo desejado. Por exemplo, um sistema de aprendizado de máquina para reconhecimento de imagens é capaz de identificar imagens de humanos e diferenciá-las de outros animais se esse sistema for adequadamente treinado para isso.

Mesmo correndo risco de aplicar um lugar-comum, pode-se dizer com confiança que a IA tem potencial para “mudar o mundo”, e já está fazendo isso em muitos aspectos corriqueiros, como por exemplo nos aplicativos que aplicam filtros a fotos no seu celular. A lista de aplicações que se tornarão mais comuns num futuro próximo é grande e cresce a cada dia: atendimento eletrônico (chatbots), processamento de imagens para diagnósticos, previsão de clima e tráfego, avaliação de riscos, carros auto guiados, entre outras. Graças ao poder de computação crescente e com custo mais acessível, às bibliotecas de código aberto e à disponibilidade de enormes volumes de dados coletados no mundo todo, é fácil ver que a adoção de IA no dia-a-dia ocorrerá rapidamente e em larga escala. Uma pergunta que devemos fazer, entre tantas outras, é: temos confiança de que as decisões tomadas por máquinas através da aplicação de IA serão suficientemente justas e não enviesadas a ponto de garantir um tratamento ético a todos os seres humanos?

Antes de definir mais claramente o conceito de ética, vamos trabalhar com alguns exemplos para ilustrar o conceito de viés e como esse conceito pode se fazer notar, explícita ou implicitamente, num sistema de IA. Há algumas décadas, alguns estudos científicos publicados, se interpretados desatentamente, levavam à seguinte falsa conclusão: “Se uma pessoa fuma, sua probabilidade de morrer nos próximos anos é baixa, logo, fumar não é prejudicial”. Isso ocorria pela presença de uma variável de “confusão” na base de dados – idade dos fumantes – que naquele estudo era significativamente mais baixa para os fumantes do que para os não-fumantes. Logo, sem observar a variável idade, podia-se incorretamente chegar à conclusão de que fumar reduz a chance de morrer. Esse é um exemplo simples de correlação espúria que um sistema de IA poderia, potencialmente e sem supervisão humana, usar erroneamente como generalização: “fume que você viverá mais”.

Outro exemplo vem do acesso ao crédito que, em alguns países, é garantido a todo cidadão e regulamentado por força de lei. Para que um credor possa negar um crédito, ele deve explicar ao cidadão o motivo desta negação e deve garantir que os sistemas automáticos de análise, muitos deles baseados em IA, não façam uso de nenhum tipo de discriminação, por exemplo, por classe social. Para evitar o uso direto da renda ou classe social nos sistemas de análise, alguns credores começaram a utilizar variáveis alternativas, como: modelo de aparelho celular ou marca e modelo do carro de propriedade do consumidor. Claramente, o emprego dessas variáveis leva os sistemas de IA ao uso implícito de classe social no momento de avaliação de um crédito, já que uma pessoa de mais alta renda consumirá celulares e carros mais caros.

A definição de ética é complexa e dependente dos valores de uma sociedade. Uma definição frequentemente encontrada é algo como: “Ética é um conjunto de princípios morais que governam o comportamento de uma pessoa ou a condução de uma atividade”. O tema pode se complicar bastante se adentrarmos pela análise do campo da filosofia que se dedica ao estudo da ética. De modo geral, e para não complicar demasiadamente o tema, vamos dizer que a ética se preocupa com o que é “bom” para os indivíduos e a sociedade.

Os conceitos de viés e variáveis de “confusão” apresentados anteriormente, assim como a capacidade de explicar as decisões tomadas pelas máquinas, são aliados fundamentais para a construção de sistemas de IA cuja aplicação prática consiga passar em um teste de definição de ética. Pode-se analisar a aplicação do conceito de ética a um sistema de IA sob vários aspectos, entre eles:
Viés, justiça e igualdade de oportunidade
Transparência e Capacidade de Interpretação
Segurança
Uso Legal ou Ilegal
Privacidade

Vários destes aspectos estão interligados e podem ser programados dentro de um sistema como, por exemplo, o respeito aos limites da lei no uso de informações permitidas e o uso para a tomada de decisões também em acordo com a legislação aplicável. O aspecto da segurança também termina por entrelaçar-se com a questão da privacidade e uso legal. Um caso clássico são os sistemas de detecção de fraude em meios de pagamento: se por um lado o sistema atua protegendo o detentor do cartão, por outro, se este sistema não estiver bem calibrado, poderia prejudicá-lo negando uma transação de cartão muito importante, como num hospital por exemplo.

Já os aspectos relacionados ao Viés, Transparência e Capacidade de Interpretação também estão intrinsicamente conectados. Como nos exemplos mostrados anteriormente, é fundamental poder interpretar o que o sistema de IA faz em certas decisões, o que equivale a abrir a “caixa negra” e desvelar o emaranhado de variáveis e pesos atribuídos a essas variáveis para tomadas de decisão. Muitos sistemas de IA terminam por gerar internamente o que tecnicamente é chamado de variável latente, que nada mais é que uma combinação dos dados de entrada, cuja interpretação é fundamental para gerar uma explicação razoável sobre a decisão tomada. Felizmente existe uma boa quantidade de códigos abertos no campo de IA Explicável e que podem ajudar nessa capacidade de explicação.

Um exemplo recente ilustra bem o perigo da utilização indiscriminada de algoritmos de Aprendizado de Máquina sem uma supervisão ou controle de seus aspectos éticos. A pandemia da COVID-19 está gerando uma sobrecarga sobre o sistema de saúde de muitos países, e é muito provável que isso ocorra no Brasil também. Os sistemas de IA podem ser muito úteis para ajudar os governos em vários aspectos de seu planejamento do sistema de saúde: na previsão de demanda (casos da doença que demandam internação) ou na alocação de recursos (pessoas e equipamentos na hora certa e no lugar certo), isso sem contar usos mais avançados, e que já estão ocorrendo, relacionados ao desenvolvimento de remédios e vacinas.

Outra decisão crítica que algumas autoridades de saúde estão tendo que tomar se refere à priorização do uso de leitos de UTI. Esta priorização deve estar relacionada à probabilidade de recuperação de um indivíduo, ou seja, entre dois pacientes que concorrem por um mesmo leito a prioridade deve ser dada àquele com maior probabilidade de sobrevivência. O dilema ético aqui é claro, porém, além disso existe a dificuldade prática de como calcular essa probabilidade de sobrevivência. É possível garantir a justiça e igualdade de oportunidades nas decisões desse tipo? Um sistema de IA construído com esse objetivo seria capaz de garantir este princípio?

Um desenvolvimento recente traz ainda mais polêmica para esse assunto. Uma análise dos contágios e mortes por COVID-19 nos Estados Unidos mostram que a população negra aparentemente é mais atingida pela doença. Dados da região de Chicago indicam que, apesar dos negros representarem 30% da população, sua participação nas infecções é de 50% e nas mortes chega a 70%. Existem várias possíveis explicações para este fenômeno: a maior participação de negros nas profissões consideradas essenciais, a menor proporção de negros com acesso a seguro de saúde, mas também o fato de uma maior proporção de negros sofrerem de doenças consideradas fatores de risco, como diabetes, obesidade, hipertensão e asma. Um sistema de IA teria que considerar todos os dados disponíveis e garantir que o fator raça não seja erroneamente considerado no cálculo de uma probabilidade de sobrevivência.

O campo da ética aplicada a IA ainda está em desenvolvimento. Muitos avanços foram feitos para evitar o erro do viés e fornecer uma capacidade de explicação razoável para os algoritmos de Aprendizado de Máquina, analisando e isolando as chamadas variáveis latentes. Porém, é importante que a velocidade do desenvolvimento de algoritmos ajustados a princípios éticos esteja alinhada à própria velocidade de avanço da IA e sua regulamentação de uso. Esse é um grande desafio, pois normalmente os avanços tecnológicos acontecem mais rápido do que a resposta das sociedades em forma de legislação. Por isso, de momento cabe aos desenvolvedores de sistemas de IA que estejam atentos à aplicação de princípios éticos no desenvolvimento de suas aplicações.

Por Daniel Arraes, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da FICO para a América Latina

Tedros rebate Bolsonaro: quem ouviu OMS está em melhor situação

Tedros Gebreysus, diretor-geral da OMS, alerta que, apesar da queda nos números do coronavírus na Europa, a entidade estima que existe um fenômeno importante de sub-notificações na América Latina e em outras partes do mundo.

Segundo ele, a pandemia está “longe de terminar” e a falta de testes em diferentes regiões do mundo é um motivo de preocupação. “Temos um longo caminho diante de nós”, lamentou.

O diretor rebateu as críticas de Jair Bolsonaro, presidente brasileiro que insinuou na semana passada que não seguiria as recomendações da OMS por Tedros não ser um médico. De fato, o diretor é biólogo. Mas com mestrado e doutorado em saúde pública, além de ter sido ministro da Saúde e contar com dezenas de especialistas ao seu lado para formular as recomendações da entidade.

Ao ser questionado pelo UOL sobre os comentários do presidente brasileiro, o etíope evitou citar o nome do país. Mas indicou que quem seguiu os conselhos da OMS está em uma melhor situação hoje, em comparação com aqueles que não escutaram. “Na OMS, só podemos dar conselhos. Não temos mandato para impor nada. Cabe a cada país aceitar ou não”, disse. “Mas o que garantimos é que damos nossas orientações com base nas melhores evidências e ciência”, disse.

“No dia 30 de janeiro, declaramos emergência global. Naquele momento, só existiam 82 casos fora da China. Nenhum caso na América Latina e nem na África. Nada. Portanto, o mundo deveria ter escutado a OMS cuidadosamente”, disse.

Segundo ele, países poderiam ter iniciado suas medidas de preparação se tivessem ouvido. “Isso é suficiente para entender a importante de escutar os conselhos da OMS”, afirmou. “Quem seguiu está em melhor posição que outros. Isso é fato”, insistiu Tedros.

“Damos a melhor recomendação possível. Cabe aos países aceitar ou rejeitar. É responsabilidade de cada um. Não temos poder de impor a não ser a vontade do país. Espero que isso seja muito claro, para todos os países”, afirmou.

Tedros ainda repetiu seu mantra: o apelo para que a liderança política de cada um dos países abandone as divisões partidárias e que formem uma “união nacional” para lutar contra o vírus. “O vírus não vai ser derrotado se não estivermos unidos”, disse.

Fim das restrições

Michael Ryan, diretor de operações da OMS, citou um aumento de 50% ou 60% de casos registrados no Brasil em uma semana, enquanto a entidade continua a classificar a situação na região como “preocupante”.

Segundo ele, o número de casos e mortes não pode ser o único critério para relaxar medidas de restrição. Ele pediu cautela no afrouxamento de medidas, sob o risco de que que a doença volte com uma força ainda maior.

Ryan garante que as quarentenas tiveram um resultado positivo em colocar pressão sobre o vírus. Mas um relaxamento acelerado poderia gerar uma explosão de novos casos. Ele admite que a OMS não sabe o que vai ocorrer quando as quarentenas começarem a ser retiradas de fato. “Ninguém sabe”, insistiu.

Mas deixou claro que eventos de massa e grandes aglomerações devem ser evitados. “A segunda onda da doença está em nossas mãos”, completou Tedros.

Na avaliação do diretor, o mundo “precisará de uma vacina para controlar a doença”. Segundo ele, a demonstração de envolvimento de líderes internacionais, na semana passada, é um sinal de que tal iniciativa pode resultar em um processo mais rápido para garantir a chegada do produto no mercado.

Texto: Jamil Chade/UOL Notícias

Mercado de escritórios corporativos busca equilíbrio em meio à crise do coronavírus

O isolamento social recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma tentativa de conter o avanço do coronavírus está afetando os negócios de diversos setores, como turismo e varejo. Para lidar com os impactos no fluxo de caixa, muitas empresas estão buscando negociar os valores dos aluguéis dos seus espaços corporativos.

Com grande parte das equipes atuando em trabalho remoto, inicialmente, os locatários dos escritórios pleitearam concessões temporárias para solução de caixa durante esse momento. Segundo Monica Lee, diretora de Representação de Ocupantes da JLL para o segmento de escritórios, alguns inquilinos têm pedido antecipação da revisional de contrato.

“Nossa recomendação é sempre buscar um equilíbrio econômico entre as partes. Para isso, a negociação continua sendo o melhor caminho, valendo-se de bom senso e boa-fé. É importante lembrar que a crise do Covid-19 afeta a todos”, afirma.

Contar com um parceiro com know how para essa negociação é essencial neste momento. Um especialista como a JLL é capaz de fazer uma análise do mercado e um mapeamento inteligente das concessões contratuais, de maneira transparente e saudável para o equilíbrio mercadológico. O objetivo, tanto de ocupantes quanto de proprietários, é conseguir uma negociação mais estratégica e que visa o benefício para as empresas não só agora, mas a médio e longo prazos.

“Em linhas gerais, temos tido êxito em obter concessões a curto e médio prazo ou diferimento do pagamento de aluguéis, antecipação de revisionais, renovações, negociação de itens colaterais no contrato, entre outros”, destaca a executiva.

Alguns fatores contribuem para o bom resultado das negociações, como o relacionamento com os proprietários e o cenário de incerteza a respeito da duração e dos impactos econômicos da pandemia. De um lado, há empresas que não podem assumir custo de CAPEX e multas contratuais e, do outro, proprietários/locatários que precisam manter seus espaços ocupados.

Desde a chegada do coronavírus no Brasil, a área de Representação de Ocupantes da JLL foi altamente acionada pelos seus clientes corporativos para orientação do melhor caminho a seguir. São empresas de diversos setores da economia, que mostram que o impacto do Covid-19 é diferente em cada negócio. Por isso, as soluções são variadas e devem ser avaliadas caso a caso.

Entre os exemplos de medidas que podem ser consideradas neste momento, estão a consultoria para análise de ocupação, a viabilidade do Stay X Go considerando opções low cost, o Sales&Leaseback, a revisão de fluxo de pagamento para casos de Built-to-Suit (BTS), a avaliação para precificação e parametrização das práticas comerciais do mercado, a mudança de layout e otimização de espaços ociosos, workplace solution, etc.

“Nem sempre as concessões de curto prazo podem refletir em um bom resultado para as empresas no médio e longo prazo, mas é justamente este o objetivo primordial de qualquer negociação”, conclui Monica.

Pesquisa Ibope/C6 Bank revela que apenas 21% dos brasileiros tiveram educação financeira na infância

Apenas 21% dos brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet tiveram acesso à educação financeira durante a infância, segundo pesquisa Ibope Inteligência encomendada pelo C6 Bank. O levantamento mostra que 38% dos entrevistados aprenderam noções de educação financeira na adolescência (dos 12 aos 17 anos de idade), 27% tiveram contato com o assunto na juventude (dos 12 aos 24 anos) e 14% só aprenderam finanças pessoais na fase adulta (acima dos 25 anos).

Como definido pelo Ministério da Educação, as escolas brasileiras terão de oferecer educação financeira como parte do currículo básico, já que essa competência agora integra a chamada BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Um parecer do Conselho Nacional de Educação de 2017 diz que as redes de ensino têm até o ano de 2020 para ajustar os currículos e incluir essa habilidade no plano pedagógico de forma transversal, em áreas como matemática, linguagens e ciências humanas.

Outra conclusão da pesquisa Ibope/C6 Bank é que a classe C adquire noções básicas de educação financeira mais tardiamente, com apenas 19% dos entrevistados tendo o primeiro contato com o assunto ainda na infância. Nas classes A e B, esse percentual é de 36% e 22%, respectivamente.

A pesquisa também mostra que a atuação da família na educação financeira dos filhos é maior nas classes mais altas. Na classe A, o percentual de entrevistados que relatam ter aprendido finanças pessoais em casa, com pais e familiares, é de 57%. Na classe C, essa fatia cai para 38%.

A prática de disseminar noções de educação financeira às crianças da casa parece ter impacto na forma de abordar o assunto com outros adultos da família: 51% das pessoas na classe C conversam frequentemente sobre o nível de renda e de gastos com outros adultos da casa, versus 76% na classe A e 59% na classe B.

O levantamento também mostra que há uma mudança de comportamento nas famílias brasileiras quando o assunto é finanças pessoais. Embora a menor parte dos entrevistados tenha tido contato com noções financeiras básicas na infância, hoje a maioria dos brasileiros declara que trata do tema com as crianças da família. Quando em dificuldade financeira, por exemplo, 77% dos entrevistados que têm criança em casa dizem compartilhar a situação com os filhos, explicando por que será preciso economizar.

A pesquisa ouviu 2.000 brasileiros das classes A, B e C maiores de 16 anos, com acesso à internet. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Desde 2019, o C6 Bank conduz uma série de pesquisas para entender os hábitos financeiros do brasileiro e contribuir para o debate sobre cidadania financeira no país. Educação financeira é uma das principais causas do C6 Bank, ao lado de educação tecnológica.

Sobre o C6 Bank

O C6 Bank é um banco completo para pessoas físicas e jurídicas. Sem agências físicas, o C6 Bank oferece produtos financeiros acessíveis para todos os perfis de clientes. O banco não cobra taxas por produtos básicos, como manutenção de conta corrente, saques e transferências. Com sede em São Paulo, o grupo tem cerca de 1.000 funcionários, incluindo o C6 Bank, PayGo, Setis e Som.us, empresas que também são parte da holding.

Aplicativos que ajudam a passar o tempo durante a quarentena

O período de isolamento social mudou a rotina de diversas pessoas por tempo indeterminado, até que o avanço da Covid-19 seja controlado. Durante esse isolamento social, os aplicativos têm tomado boa parte do tempo das pessoas. Mas quais aplicativos podem ajudar?

O docente do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistema da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Fhelipe Freitas, que também é mestre em Engenharia de Software e especialista em Gestão e Governança em Tecnologia da Informação, dá dicas e exemplos de aplicativos que podem ajudar a “passar o tempo” de forma produtiva.

Segundo ele, para ocupar o tempo livre, além de ler bons livros, aproveitar para fazer um curso online para aperfeiçoamento ou assistir filmes/séries, é possível aproveitar aplicativos e soluções online que vão oferecer entretenimento e, em alguns casos, aprendizagem e informação. Está sem ir à academia de musculação por causa do Covid-19? O Especialista sugere apps como Seven, Freeletics Training, Nike Training Club e FitOn, que podem auxiliar na missão de permanecer em atividade por meio de rotinas de exercícios disponibilizadas nos apps.

“O passatempo também pode ser por meio de jogos que estão fazendo sucesso nas plataformas móveis. Ainda segundo o profissional, Gartic é um clássico, popular até os dias de hoje, dividindo os usuários em salas temáticas com o objetivo de desafiar os participantes a desenharem os objetos propostos”, indica Freitas.

Ainda segundo o especialista, a diversão também pode vir por meio do Stopots, uma espécie de “Adedonha” ou “Stop”, que ganhou um formato virtual devido ao grande apreço de pessoas espalhadas por todo o Brasil, que tiveram sua infância marcada por esse jogo. “Ainda temos a opção do Free Fire para quem gosta de jogos de aventura e estratégia”, indica ele.

Já para aqueles que desejam concentração para executar uma tarefa, tirar um cochilo ou relaxar imaginando que está longe do movimento da cidade, o profissional indica conferir o aplicativo Rainy Mood. “É um aplicativo/site que reproduz aquele ‘barulhinho’ da chuva, misturado com sons da natureza. Para vencer o tédio e permanecer em casa, você pode produzir e compartilhar diversos vídeos curtos e memes por meio do app TikTok, e ainda conferir as escalas de tamanho do universo no site The Scale of the Universe. Aproveite o período de isolamento para investir em você”, afirma o professor.