Clima natalino: aproveite para usar a tristeza como recomeço

“Então é Natal. E o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez…”. O período natalino é uma época do ano em que músicas como essa se tornam recorrentes em propagandas, nas redes sociais e em situações que nos levam a refletir como foi o ano. Por isso, a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade UNINASSAU Caruaru e doutora em Psicologia Clínica, Margarida Dantas, explica que, embora seja uma das festas mais aguardadas do ano, data de alegria e celebração, há pessoas que costumam sentir tristeza, angústia e sentimento depressivo durante essa época.

Para a profissional, outros aspectos surgem também nessa época, como as lembranças das pessoas queridas que nos deixaram e/ou o peso por não poder estar junto de quem desejamos. “Diante disso, me pergunto ‘o que leva as pessoas a darem ênfase à tristeza na ocasião do Natal, permitindo a prevalência de uma sensação mórbida?’ Entendo perfeitamente a falta que faz a presença de alguém importante para cada um de nós, mas, para além disso, entendo saudade como um sentimento constante e, o melhor, não obrigatoriamente triste”, explica.

“Acredito que, se canalizarmos a nossa lembrança para o que foi (e ainda é) bom do convívio com quem não está conosco, por qualquer que seja a razão, o dia de Natal pode ser comemorado com mais leveza, mais amor, mais presença junto de quem temos o prazer de ter por perto. Fica aqui um grande convite: vamos buscar fazer um Natal feliz, como um cuidado de si para consigo e um cuidado de si para o outro que está conosco”, incentiva a psicóloga.

HRA passa a contar com quatro novas ambulâncias

O ano de 2019 vem sendo de muitas conquistas para o Hospital Regional do Agreste (HRA). Após a inauguração do centro de imagens (com tomógrafo), dois arcos cirúrgicos, aquisição de cadeiras reclináveis para acompanhantes, novas macas, camas e colchões, a unidade recebeu quatro novas ambulâncias, sendo duas UTIs.

De acordo com o diretor do HRA, Dr. Pedro Lima, as novas ambulâncias aumentarão o suporte que já é oferecido para o deslocamento e/ou transferência de pacientes para outros hospitais. “Algumas vezes, precisamos aguardar o retorno das ambulâncias para que o paciente seja encaminhado à outra unidade de saúde. Com as novas ambulâncias, teremos mais agilidade”, explicou.

TJPE e TCE-PE lançam curso de elaboração e gerenciamento projetos

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE/PE) lançam, nesta terça-feira (17/12), o Programa de Capacitação “Elaboração e Gerenciamento de Projetos para Organizações da Sociedade Civil”. O evento acontece às 14h, no auditório do Edifício Paula Baptista, bairro de Santo Antônio, no Recife.

A iniciativa tem o objetivo de promover ações de formação e capacitação a entidades públicas e privadas. O intuito é que, a partir daí, essas instituições possam aprimorar os processos de captação e execução dos recursos utilizados em projetos sociais na área da Infância e Juventude.

Para a assinatura do Termo de Cooperação entre os dois tribunais, a solenidade de lançamento do programa conta com a presença do coordenador da Infância e Juventude do TJPE, desembargador Luiz Carlos Figueiredo; e do diretor da Escola de Contas do TCE-PE, conselheiro Ranilson Ramos.

No mês dia, a partir das 16h, acontece a aula inaugural do programa com o tema “A relação de parceria entre a Administração Pública e a Sociedade Civil”, apresentada pelo professor Lúcio Gustavo Genu. Está prevista a participação de autoridades, representantes da sociedade civil e agentes do sistema de proteção da Infância e Juventude.

PF erradica mais de 1 milhão de pés de maconha do Sertão de Pernambuco

A Polícia Federal através de sua Delegacia em Salgueiro/PE vem promovendo ações de identificação e consequente erradicação de plantios de maconha no sertão pernambucano. Tais medidas fazem parte das estratégias adotadas pela Coordenação-Geral de Prevenção e Repressão a Entorpecentes-CGPRE, Órgão Central da Polícia Federal em Brasília/DF, com o objetivo de reduzir a produção e oferta de maconha no sertão Pernambucano.

A Operação Facheiro V, contou com um efetivo de mais de 30 policiais entre federais, civis e militares. Os policiais trabalharam com incursões terrestres, aéreas e fluviais e contou com o apoio de 01 (uma) aeronaves da *CAOP-Coordenação de Aviação Operacional, botes infláveis, além de uma ambulância e militares do Exército com apoio dos Bombeiros para realização de pronto atendimento caso haja alguma emergência.

Desta vez foi concluída a quinta operação de erradicação e destruição dos plantios de maconha no Sertão Pernambucano nos dias compreendidos de 19 de novembro a 10 de dezembro/2019 (13 dias de operação ao total) onde conseguiu-se erradicar e destruir cerca de 67 mil pés de maconha, 41 plantios, 4.2 mil mudas da planta e apreensão de 1.440Kg de maconha pronta para o consumo.

Os plantios foram localizados através de levantamentos feitos pela Polícia Federal em algumas ilhas dos Rio São Francisco e na Região de Orocó/PE, Cabrobó/PE, Belém do São Francisco/PE e Santa Maria da Boa Vista/PE, bem como em áreas de caatinga em Salgueiro/PE, Carnaubeira da Penha/PE, Serra Talhada/PE, Betânia/PE, Parnamirim/PE, Ibó/PE e Floresta/PE.

O ciclo produtivo da cannabis é acompanhado de perto por policiais federais e quando vai se aproximando o período da colheita novas ações são realizadas coibindo assim a secagem e a consequente introdução no mercado consumidor (pontos de vendas de drogas). As constantes operações policiais de erradicação de maconha no sertão de Pernambuco, não tem dado tempo ao traficante daquela região em produzir a droga em seu pleno desenvolvimento, o que tem levado a importação da droga do Paraguai. Isto também está demonstrado pelo aumento das apreensões feitas pela Polícia Federal de maconha vinda daquele país vizinho.

Assim com essas operações consecutivas a Polícia Federal contribui significativamente para o desabastecimento dos pontos de venda de droga em nosso estado como também em outros estados da região nordeste, evitando assim a escalada da violência tais como: assaltos, furtos, roubos, homicídios, assassinatos, acertos de contas, guerra entre facções de traficantes para controle da área para venda de drogas., porque geralmente essas ocorrências giram em torno do tráfico de entorpecentes.

Cada ponto de venda de droga desabastecido ou debelado, significa um foco a menos de violência. Facheiro é uma planta da família das cactáceas e chega a atingir até dez metros de altura com ramificação verde-escuro e bastantes espinhos, ocorrendo nas caatingas dos estados do nordeste.

ARTIGO — Alta do dólar

Maurício Assuero

É sabido que a variação do dólar está associada, também, a questão de risco. Ano passado, com a proximidade da eleição e uma possível vitória de Fernando Haddad no segundo turno, o dólar mostrou tendência de alta, mas depois caiu e ficou no patamar de R$ 3,80. Um ano depois, o dólar atinge R$ 4,20 e assusta. Agora, até que ponto isso assusta? Nós devemos nos preocupar mesmo? Vejamos os seguintes pontos.

Há um ano, US$ 1,00 comprava R$ 3,80 aqui no Brasil e hoje com o mesmo dólar pode ser comprado R$ 4,20. Então, sob esse ponto de vista a economia brasileira vai agradecer porque aumentando a exportação, vai aumentar a produção interna e isso vai gerar emprego e a geração de emprego vai aumentar da demanda interna. Já defendi aqui que a saída para o crescimento econômico era através das exportações líquidas e vou dizer novamente: O PIB de qualquer país é dado por PIB = C + I + G + NX, onde C é consumo, I é investimento, G é gasto do governo e NX representa exportações líquidas. As três primeiras variáveis não conseguem impulsionar a economia, então restam as exportações. Que seja, então, uma alternativa.

A segunda questão sobre a alta do dólar é a redução de importações e dentre as quais a redução do turismo no exterior. De certo modo a indústria do turismo é favorecida porque atrai turistas estrangeiros (as praias do sul lotam com os argentinos) e o turista brasileiro também passa a curtir o Brasil, principalmente o nordeste.

O problema da alta do dólar são as empresas que utilizam matéria prima importada para sua produção. O aumento de custo dessas empresas é repassado para o nível de preços e pressiona a inflação. Por esse motivo, as estimativas de inflação de 2019 passaram de 3,19% para 3,34% ao ano. A pressão sobre a inflação virá também do nível baixo da taxa de juros de modo que é prudente o governo adotar medidas para que este cenário não permaneça por muito tempo. O ministro Paulo Guedes disse “é bom se acostumar com juros baixos e câmbio alto” e o mercado entendeu que isso significava mudanças na política econômica. Deveria ter explicado melhor estas palavras.

Finalmente, a gente se pergunta pelos motivos dessa alta e certamente o resultado do leilão do pré-sal tem uma participação importante nisso. Primeiro porque os ativos não foram arrematados, fato que produziriam uma alta na Bolsa bastante expressiva, e depois como não houve arremate, faltou a entrada de dólar foi menor do que esperada, logo as reservas do governo, que servem para investimentos, por exemplo, ficaram abaixo e o governo não teve como intervir no mercado. O problema, não é a alta do dólar, mas o tempo em que ele vai permanecer nesse patamar.

Caminhoneiros divididos sobre greve

Uma nova paralisação de caminhoneiros pode ter início hoje, em várias regiões do país. A mobilização, que começou a circular em grupos de Whatsapp nas últimas semanas, é apoiada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas (CNTTL), instituição ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O movimento dos caminhoneiros, porém, está completamente dividido em relação a uma nova greve. O caminhoneiro Wallace Landim, o Chorão, que tem representado os pleitos dos caminhoneiros na interlocução com o governo, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a classe está sendo alvo de interesses políticos e que os principais pedidos dos trabalhadores já estão com data para que sejam atendidos. “Temos uma pauta importante, que já está na mesa e que tem data para ser atendida. Temos de ter muita seriedade em relação ao que está sendo feito. O que estão querendo é usar o transportador como massa de manobra para um movimento político”, disse.

Para amanhã, segundo Chorão, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se comprometeu em publicar o novo Código Identificador da Operação de Transportes (Ciot), ferramenta que vai ajudar a fiscalizar a punir empresas que têm contratado caminhoneiros com preços abaixo do mínimo estabelecido na tabela do frete. Outra reivindicação é o reajuste do piso mínimo do frete, o que, segundo Chorão, já tem o compromisso do governo de ser feito em 20 de janeiro do ano que vem. A expectativa da classe é que esse aumento fique entre 14% e 18%. Outras negociações estão em andamento ainda para tratar do preço do diesel.

“Concordo que estamos no limite de nossa situação, mas é preciso enxergar que as coisas estão em andamento. Nossa maior crítica hoje é o atravessador, a empresa que está entre o produtor e o caminhoneiro. É preciso eliminar esse atravessador e facilitar a contratação direta do caminhoneiro, seja cooperado ou autônomo”, comentou.

Nas redes sociais, representantes da CUT têm divulgado vídeos nos quais negam motivações políticas. “Estão tentando desvirtuar o movimento dos caminhoneiros, com essa história de que se trata de um movimento político. Quem faz isso tenta desmobilizar a classe, é covarde”, afirmou Sandro Cesar, presidente da CUT no Rio de Janeiro, em vídeo distribuído entre os trabalhadores.

“Quero saber se tem alguém, em algum lugar desse Brasil, que está feliz com o preço da gasolina, do gás, do óleo diesel. Se tem alguém feliz com isso, deve ter outros interesses.”

Nesta época do ano, quando o volume de transporte de grãos cai, é comum haver uma oferta maior de caminhões no mercado. Como todos querem trabalhar, algumas empresas acabam praticando preços muito inferiores aos previstos na tabela do frete, que foi adotada durante a primeira paralisação de grande porte do setor, ocorrida durante a gestão do ex-presidente Michel Temer.

Para aplacar a greve, o governo cedeu e instituiu uma tabela mínima de preços para o transporte. A indústria, no entanto, critica até hoje o mecanismo e diz que este tem prejudicado os negócios. “Se não tivermos nossos pedidos atendidos, serei o primeiro a ir para a rua e puxar as mobilizações. Mas não estamos nesse momento. É preciso olhar as coisas com seriedade e não entrar em movimentos que nunca representaram os caminhoneiros”, disse Chorão.

Estadão Conteúdo

Pescadores afetados pelo óleo começam a receber auxílio hoje

PE – Itamacara – 30/10/2019 – Pauta: O impacto do vazamento de oleo em municipios que vivem basicamente da pesca ainda e maior do que aqueles que usam o mar como destino turistico. Diferente das praias do litoral sul, por exemplo, os municipios de Itamaraca e Itaoissuma estao em situacao critica, nesta quarta-feira (30) Peu Ricardo/DP FOTO

A Caixa começa a pagar hoje (16) a primeira parcela do Auxílio Emergencial Pecuniário para os pescadores profissionais artesanais de municípios da costa brasileira afetados pelo derramamento de petróleo. O Auxílio Emergencial é um benefício financeiro possibilitado pela Medida Provisória (MP) nº 908/2019, editada pelo governo federal no dia 29 de novembro.

Cerca de 65 mil pescadores ativos no Registro Geral da Atividade Pesqueira que tiveram sua atividade profissional prejudicada até a data da edição da MP poderão receber o benefício de R$ 1.996, pago em duas parcelas de R$ 998 cada.

Os pagamentos seguem o calendário de escalonamento dos benefícios sociais, como o Bolsa Família, que estipula o dia do saque conforme o final do Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário.

Os trabalhadores poderão sacar os valores, utilizando o cartão social, em qualquer canal da Caixa, como casas lotéricas, terminais de autoatendimento e correspondentes Caixa Aqui. Quem não tem o cartão poderá sacar em qualquer agência do banco com a apresentação de documento de identificação com foto.

O direito ao auxílio emergencial pecuniário não interfere no recebimento de demais benefícios financeiros aos quais o pescador tenha acesso, como o Programa Bolsa Família ou Seguro Defeso, e o saque poderá ser feito no mesmo momento do pagamento dos demais programas.

A identificação, registro e publicação de listagem, em sítio eletrônico, dos municípios atingidos pelas manchas de óleo é realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A Caixa esclarece que a seleção do público-alvo de pescadores elegíveis ao recebimento do benefício é de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As dúvidas e informações referentes aos critérios de elegibilidade e seleção dos pescadores são tratadas por meio dos canais de comunicação daquele ministério.

A Caixa disponibiliza atendimento aos beneficiários por meio do telefone 0800-726-0207, para informações referentes aos pagamentos. Demais informações estão disponíveis na página do Mapa.

Agência Brasil

Não existe a possibilidade de Covas deixar a prefeitura, diz presidente da Câmara reeleito

Eleito para seu segundo mandato como presidente da Câmara de São Paulo, o vereador tucano Eduardo Tuma, 38, é o primeiro na linha de sucessão do poder municipal. Ele foi reeleito com 48 votos e uma abstenção dos 55 possíveis neste domingo (15) e ficará mais um ano como chefe do Legislativo.

Como o prefeito Bruno Covas (PSDB) trata de um câncer na região do estômago, pululam as especulações sobre Tuma assumir com mais frequência o cargo no Executivo em possíveis ausências ou mesmo uma renúncia para o prefeito fazer tratamento.

Caso Tuma precise assumir o cargo de prefeito depois de abril, nem que seja por apenas um dia, ele não poderá concorrer ao cargo de vereador nas eleições de outubro. O motivo está na Constituição. O artigo 14 determina que presidente, governadores e prefeitos podem disputar uma vez a reeleição e, para concorrer a outro cargo, precisam renunciar até seis meses antes do pleito.

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No entanto, Tuma é taxativo ao dizer que não há estratégia traçada para esse cenário. Acredita piamente na cura do prefeito. “A Câmara tem sua responsabilidade e vai cumpri-la sempre que instada. Mas não trabalhamos com essa hipótese, até pelos resultados apontados. Se o Bruno, nesse período mais agressivo [de tratamento], tivesse apontado para possibilidade de maior licença, poderíamos discutir. Mas pelo contrário, ele está firme e forte”, diz Tuma.

Amigo de Covas há 15 anos, ambos herdeiros de linhagens políticas tradicionais -Tuma é sobrinho do ex-senador Romeu Tuma e filho de Renato Tuma, que foi secretário de Administração da gestão Celso Pitta-, ele enfatiza que não pensa no que fazer nesse possível cenário e que essa discussão não tem sido travada pelos aliados do prefeito.”Não trabalhamos com essa hipótese. Não existe.”

Para seu primeiro ano de mandato como presidente da Câmara, Tuma estabeleceu como objetivo enxugar gastos considerados desnecessários e modernizar a atuação legislativa.

Os números mostram, de fato, mudanças. A TV Câmara, que, como ele diz, “dava traço de audiência”, perdeu espaço para a interação virtual. As contas nas redes sociais, anteriormente pouco utilizadas, tiveram cerca de 200 milhões de acessos em 2019. Nelas, todas as sessões são exibidas ao vivo e na íntegra.

Recentemente, em uma delas, foi possível ouvir durante a transmissão o vereador Adilson Amadeu (DEM) direcionar xingamento antissemita ao colega Daniel Annenberg (PSDB).

O novo contrato com a TV Câmara terá valor reduzido: passará de R$ 13,3 milhões por ano para R$ 9,5 milhões, o que permitirá direcionar mais investimentos à comunicação pela internet.

Em 2019, a Câmara teve protagonismo em debates importantes na cidade. Duas medidas relevantes, como a proibição da comercializar canudos plásticos e de fumar em parques públicos, partiram de propostas de vereadores e foram implementadas pelo Executivo.

Um dos mais relevantes projetos do ano, o de anistia a imóveis irregulares, foi substantivamente modificado pelos vereadores a partir do momento que chegou na casa. O texto, sancionado pelo prefeito em outubro, permite a regularização de imóveis em desacordo com o IPTU da cidade.

Foram os vereadores que retiraram as varandas gourmet dos textos e mudaram os critérios de cálculo de valores a serem pagos pelos contribuintes, deixando-os mais brandos, por exemplo.

Foi Tuma que articulou para que igrejas e templos de qualquer culto tivessem total isenção de tributos e taxas na regularização. Evangélico, ele recebe críticas por frequentemente incluir medidas favoráveis a esses grupos. Ele não nega, mas explica.

“Os templos religiosos e entidades de terceiro setor ligadas às igrejas, como ONGs, prestam um serviço social que é eminentemente público e que seria obrigação do estado prestar”, diz Tuma, citando diversas atividades como recuperação de dependentes químicos e apoio a moradores de rua.

Se no poder público municipal a dinâmica foi pacata ao longo de 2019, em escala federal a tensão tem sido a tônica. Declarações do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados causaram espanto e geraram reações vigorosas de figuras públicas diversas.

Bruno Covas tem sido um dos políticos a se contrapor com frequência a declarações de tom autoritário.

Para Tuma, a volta de temas como a ditadura militar e o AI-5 à ordem do dia não representam ameaça à democracia. Além disso, em sua percepção, Bolsonaro não tem “traço de regime autoritário.”

“O Brasil passou, desde a redemocratização, por períodos turbulentos. Ao mesmo tempo, mostrou-se um país maduro. Com as instituições fortes, sequer imagino situações dessas. Em um discurso, pode haver exaltação, mas com instituições fortes, isso jamais se converteria em verdade. O país, institucionalmente, caminha.”

O tucano desconversa quando questionado sobre as polêmicas do governo federal. Segundo ele, a economia vai bem, e ela leva as outras áreas a reboque. Nas eleições de 2020, Tuma crê que a onda de renovação política vista em 2018 ainda terá efeito, mas com menos força.

“Na cidade, há menos influência do discurso temático e mais do debate cotidiano e esperam que o gestor dê respostas. O debate nacional foi temático, de bandeiras e valores morais,” conclui.

Bolsonaro quer iniciar 2020 com reforma ministerial no alto escalão

O presidente Jair Bolsonaro quer iniciar 2020 com um mapa definido da reestruturação no primeiro escalão de seu governo para ser anunciado até fevereiro. Em seus planos estão três nomes que devem ser trocados: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Abraham Weintraub (Educação) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

Onyx passa por um longo processo de desgaste desde o início do governo. Perdeu funções relevantes, como a articulação política, transferida para Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), e a coordenação jurídica da Presidência, hoje subordinada à Secretaria-Geral, sob o comando do ministro Jorge Oliveira.

Pesa contra ele também o fato de Bolsonaro estar insatisfeito com o apoio frágil do DEM à pauta governista no Congresso. Onyx é um dos três ministros da legenda, junto com Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde). O DEM tem hoje o comando da pauta legislativa, já que são filiados ao partido os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP).

De acordo com interlocutores do presidente, as mudanças na equipe devem ter início no final de janeiro, antes da retomada das atividades do Congresso, em fevereiro. Bolsonaro não pretende fazer uma reforma ampla.

Um aliado disse à reportagem que as trocas devem ser graduais. Onyx ainda não tem destino certo. Uma possibilidade é voltar à Câmara, para a qual foi reeleito deputado. Outro cenário é que o ministro assuma uma assessoria especial.

A mudança na Casa Civil impacta diretamente uma pasta estratégica para Bolsonaro, o Ministério da Educação, hoje comandado por Abraham Weintraub. Weintraub também se enfraqueceu na medida em que Onyx foi perdendo prestígio no Planalto. O ministro é próximo ao chefe da Casa Civil, de quem foi secretário-executivo.

Uma possível saída dele tem sido aventada pelo menos desde novembro. Sua postura ideológica agrada ao presidente e seus filhos, mas o comportamento agressivo nas redes sociais e a capacidade de criar crises na área o desgastaram em alguns núcleos do governo, como a área moderada, formada pelo comando militar e pela equipe econômica.

Um exemplo foi a ida do titular da Educação ao Congresso na última quarta-feira (11). Weintraub atendeu a uma convocação da Comissão de Educação, mas seu tom agressivo causou desconforto em aliados. Congressistas indicam que o ministro virou motivo de piadas na Casa, o que desmoraliza o Planalto.

A exoneração na quinta-feira (12) de sua principal assessora, Priscila Costa e Silva, serviu de pista para que aliados e grupos que buscam influência no MEC intensificassem as articulações para uma troca.

Causou mal-estar a forma como o ministro decidiu não renovar o contrato de gestão com a Associação Roquette Pinto, que gerencia a TV Escola. Weintraub determinou um despejo da TV Escola das dependências do MEC, cumprido na sexta (13).

Não há certeza sobre a continuidade do canal. De acordo com relatos à reportagem, Weintraub teria tentado indicar pessoas para a associação e influenciar nos rumos na TV.

O ministro entrou em férias a partir deste sábado (14), o que tem sido visto nos bastidores com presságio de uma saída definitiva. A previsão de volta é só no dia 4 de janeiro.

Ele teve uma reunião com Bolsonaro no Planalto na sexta, em agenda não prevista. O assunto não foi informado. Entre as opções de substitutos passam indicações de um nome evangélico, o que garantiria a visão ideológica de Bolsonaro à frente da Educação. A saída de Weintraub, se confirmada, será a segunda baixa na pasta vista como chave por Bolsonaro desde a campanha eleitoral.

O presidente é crítico das universidades públicas por entender que há uma dominação da ideologia de esquerda. Na última quinta (12), em viagem ao Tocantins, o presidente fez um discurso duro, criticando publicamente a educação no país. Bolsonaro disse ser um vexame que universidades brasileiras não estejam entre as melhores do mundo. “Todos nós aqui somos responsáveis pela educação”, disse a uma plateia de prefeitos da região. “E como está a educação no Brasil? Péssima”, disse.

Mesmo que deixe o MEC, a aposta é que Weintraub possa ocupar outro cargo na gestão Bolsonaro. Ele chegou à pasta em abril para ocupar o lugar que era de Ricardo Vélez Rodríguez, demitido após um processo de disputas internas.
Na equipe econômica, é dada como certa a saída do almirante de esquadra Bento Albuquerque, de Minas e Energia. Com ele, o segundo escalão também deve ser trocado, com mudanças nas quatro secretarias (Óleo e Gás, Energia, Mineração e Planejamento), coordenadas pela secretaria-executiva.

Como uma saída honrosa, Bolsonaro estuda indicar o ministro para a vaga destinada à Marinha no Superior Tribunal Militar (STM). O posto será aberto em maio do ano que vem com a aposentadoria do ministro Alvaro Luiz Pinto, que completará 75 anos.

Bento preenche quase todos os pré-requisitos: é almirante de esquadra, está na ativa e é um dos veteranos. No entanto, não é o mais antigo na carreira, critério que costuma ser levado em conta na escolha.

Para o comando de Minas e Energia, o nome mais forte, no momento, é o do deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE), ex-ministro da pasta no governo de Michel Temer.

Embora seja alvo de críticas de parlamentares, a saída do general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, é vista como remota.

Folhapress

Entenda o que muda com a MP da regularização fundiária

A Medida Provisória (MP) nº 910, a MP da Regularização Fundiária, publicada na última semana, modificou a análise para regularização definitiva das ocupações em terras da União. A concessão de títulos de terra será destinada, na maior parte, a pequenos produtores. Na avaliação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as novas regras modernizam e simplificam o processo para titulação definitiva ao assentado e devem beneficiar cerca de 300 mil famílias instaladas em terras da União há pelo menos cinco anos.

A prioridade do governo é beneficiar os assentados pela reforma agrária. Apenas 5% dos 9,4 mil assentamentos foram consolidados e só 6% das famílias receberam seus títulos da terra. “A burocracia impediu o avanço na regularização. São processos que se arrastam há anos. Estamos modernizando e simplificando para dar título definitivo ao assentado, permitindo inclusive que ele saia da produção de subsistência e consiga melhorar seus rendimentos”, afirma o ministério.

A MP define a regularização fundiária das ocupações de exploração direta e pacífica em terras de domínio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da União anteriores a 5 de maio de 2014. O ministério explica que cerca de 90% dos beneficiados na Amazônia Legal, por exemplo, são pequenos produtores.

O ministério nega que a medida facilite a grilagem de terras. “A MP se destina aos assentados e àqueles que produzem e ocupam a terra de forma mansa e pacífica há muitos anos e podem comprovar sua permanência e trabalho no local”. A pasta também afirma que terras indígenas, quilombolas ou áreas de conservação ambiental poderão ser regularizadas.

Documentação necessária
Quem quiser regularizar a terra precisa apresentar a planta e o memorial descritivo, assinados por profissional habilitado; a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR); a comprovação de que a ocupação e exploração direta e pacífica ocorre desde antes de 5 de maio de 2014.

Além disso, o requerente precisa comprovar que não é proprietário de outro imóvel rural, não tenha cargo ou emprego público no Ministério da Economia; no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; no Incra; ou nos órgãos estaduais e distrital de terras.

Reivindicação
A MP da regularização fundiária, assinada na última quarta-feira (11), altera a Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, e é uma reivindicação dos estados. Em agosto, governadores dos estados da Amazônia Legal pediram ao governo federal um programa de regularização fundiária. Para eles, esse é um dos instrumentos básicos para o desenvolvimento sustentável da região.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou um guia de perguntas e respostas sobre o assunto que pode ser consultado pela internet.

Agência Brasil