SPC Brasil disponibiliza aos empresários consulta ao Cadastro Positivo

O Cadastro Positivo, novo banco de dados que reúne o histórico de pagamento dos consumidores, entrará em operação na próxima quarta-feira, dia 15. A partir dessa data, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) disponibilizará ao mercado o acesso ao banco de dados. Isso significa que instituições financeiras, comerciantes e demais empresas que trabalham com concessão de crédito poderão consultar o sistema do Cadastro Positivo para subsidiar a análise de seus clientes.

Neste primeiro momento, o mercado poderá consultar cinco tipos de informações: score de crédito do consumidor (pontuação utilizada pelas empresas para avaliar a probabilidade de pagamento), índice de pontualidade de pagamento, índice de comportamento de gastos e índice de consultas que o CPF do consumidor tem por segmento de empresas. Também haverá a possibilidade de a empresa credora acessar o histórico consolidado de compromissos financeiros assumidos pelo consumidor, como valores e datas de pagamento das faturas de cartão de crédito, crediário, financiamentos e empréstimos – desde que haja consentimento do próprio consumidor.

As informações do Cadastro Positivo servem, exclusivamente, para auxiliar o processo de análise de crédito e só podem ser acessadas por empresas nas quais o consumidor busca crédito. O banco de dados não inclui dados sobre quais bens foram adquiridos, nome do estabelecimento ou instituição em que o consumidor contraiu crédito e nem informações de saldo em conta corrente ou investimentos, que nem mesmo serão enviadas aos gestores do banco de dados.

Primeira etapa do Cadastro Positivo atinge 120 milhões de consumidores

Desde meados de novembro do ano passado, mais de 120 milhões de consumidores vem sendo notificados via SMS, e-mail ou correspondência física sobre a abertura automática do seu Cadastro Positivo. Ao receber a comunicação, o consumidor fica apto a acessar o site do SPC Brasil (www.spcbrasil.org.br/cadastropositivo) para acompanhar o seu score de crédito e o histórico de compromissos financeiros a partir de um login e senha individualizados.

Nesta primeira etapa, fazem parte do Cadastro Positivo todos os consumidores que possuem operações de crédito nos cinco principais bancos do país e em outras 100 instituições financeiras. Embora automático, o consumidor pode, gratuitamente, optar por sair do cadastro ou reingressar a qualquer momento, caso se arrependa da decisão. Para os próximos meses, a população não-bancarizada também terá sua oportunidade, pois estão previstas o envio de informações por parte de empresas do varejo, telefonia e concessionárias de água e luz.

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o Cadastro Positivo é benéfico tanto para consumidores quanto para os empresários. “Agora, o risco da tomada de crédito será analisado de forma mais individualizada, tornando o modelo mais justo. Um dos motivos das taxas de juros serem altas é a ausência de algumas informações sobre os hábitos de pagamento dos consumidores. Atualmente, o bom pagador é penalizado pelo consumidor inadimplente, fazendo com que os juros sejam elevados para todos, independentemente do seu comportamento financeiro. Com o Cadastro Positivo, o consumidor será analisado pelo seu próprio histórico de pagamentos e não apenas pelas restrições pontuais existentes em seu nome. Com mais conhecimento, é possível não somente separar os tomadores de crédito com alto ou baixo risco, mas também identificar comportamentos intermediários e estipular taxas de juros mais adequadas a cada perfil”, afirma Pellizzaro Junior.

Já adotado em países desenvolvidos da Europa, Estados Unidos e até em nações emergentes, como México e Coreia do Sul, o Cadastro Positivo é uma evolução para o mercado de crédito, que atualmente se baseia apenas nas informações de inadimplência do consumidor. “Dessa forma, uma conta esquecida pode ser o suficiente para que um bom pagador tenha seu crédito negado. Com a nova medida, as empresas passam a ter acesso a um histórico consolidado de pagamentos feitos no cartão de crédito, crediário e contas de consumo, o que representa muito mais do que uma negativação isolada. Isso torna a análise mais justa para o consumidor e aumenta o nível de previsibilidade para quem concede crédito”, afirma o superintendente de operações do SPC Brasil, Nival Martins.

SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.

Funase convoca agentes socioeducativos e advogada para o Interior

Começa, nesta segunda-feira (13), o período de apresentação de dez pessoas classificadas em seleções simplificadas para os cargos de agente socioeducativo e advogado na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Os contratos de trabalho são para unidades situadas no Interior do Estado, todos por tempo determinado. A convocação foi feita no Diário Oficial do Estado. A lista dos profissionais chamados e dos documentos necessários para a contratação está disponível no site www.funase.pe.gov.br.

Para Timbaúba, na Mata Norte, estão sendo chamados mais três aprovados em uma seleção simplificada realizada em 2018. Com isso, o certame, que ofertou 12 vagas e cadastro de reserva, já viabilizou a convocação de 11 aprovados nos últimos meses. Já para Caruaru, no Agreste, estão sendo convocados uma advogada e cinco agentes socioeducativos que estavam no cadastro de reserva de seleções realizadas em 2016 e 2017. Por fim, para Garanhuns, a Funase está convocando um agente socioeducativo.

Todos os profissionais chamados devem ser apresentar até a próxima sexta (17), das 8h às 11h, em locais que variam conforme a região em que vão trabalhar. Os selecionados para Timbaúba devem entregar a documentação referente à contratação na sede da Funase, situada na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, 773, Aflitos, no Recife. Já em Caruaru, o endereço de apresentação é a Estrada Carroçável, Sítio Lagoa dos Porcos, Boa Vista II, e em Garanhuns, é a Avenida Bom Pastor, s/n, Boa Vista.

O não comparecimento de algum profissional convocado no prazo indicado será considerado desistência da vaga. Informações podem ser obtidas pelos telefones (81) 3184.5465 (Timbaúba), (81) 3719.9432/9433 (Caruaru) e (87) 3761.8476/8283 (Garanhuns).

CONVOCAÇÕES – Entre 2015 e 2018, 1.698 agentes socioeducativos foram contratados pela Funase, boa parte deles, por meio de uma seleção simplificada que ofertou 496 vagas na Região Metropolitana do Recife. Em 2019, várias convocações foram feitas a partir do banco de classificados dessa e de outras seleções simplificadas, processo com continuidade em 2020.

Profissionais estão sobrecarregados com a pressão por produtividade, mas existe solução

O Hays Journal – publicação que fornece insights globais sobre o mundo do trabalho – reportou em sua mais recente edição que, de acordo com a análise da Deloitte sobre os dados da Organização Internacional do Trabalho o crescimento da produtividade não superou o pico de 3,9% atingido em 2006, antes de cair acentuadamente após a crise financeira de 2008.

As organizações valorizam a produtividade porque é um dos principais direcionadores de negócios e de crescimento econômico – sendo o outro o aumento no número de pessoas que trabalham. Entretanto, de acordo com a Hays, muitas empresas estão começando a questionar os métodos atuais de mensuração da produtividade.

“A estagnação dos baixos índices de produtividade citados traz a necessidade da revisão dos critérios utilizados globalmente para a análise deste parâmetro. Muitas companhias globais ainda utilizam como base da medição da produtividade principalmente os resultados finais isolados, o que na prática significa que estão apenas buscando melhores resultados por meio da pressão dos colaboradores. Há mais fatores envolvidos na produtividade – tanto organizacionais quanto relativos às pessoas. Assim, as organizações devem focar sua atenção em uma gama mais ampla de fatores para obter um cenário mais balanceado do desempenho de produtividade e ter uma maior chance de melhorá-lo “, afirma André Ferragut, Gerente Sênior de Recrutamento da Hays no Brasil.

Serviço ao cliente: A empresa global de educação Pearson viu seus níveis de produtividade melhorarem desde que os negócios se afastaram de um foco tradicional de produção por hora O estudo do Hays Journal aponta outras soluções para ser abordadas nesse cenário:

Para a qualidade do serviço ao cliente.

“Medir seu desempenho em relação à qualidade do serviço oferecido ao cliente mantém você ágil, revisando seus processos e analisando sua cultura e, portanto, é menos provável que a produtividade caia”, afirma Kevin Lyons, gerente sênior de RH de Londres.

Reorganização de processos: a gigante farmacêutica Pfizer simplificou processos, estruturas e governança para criar uma organização mais produtiva que capacite colegas e conduza à tomada de decisões mais rápidas.

Reuniões e e-mails são processos que tomam muito tempo e prejudicam a produtividade, por isso um time de voluntários se engajou para criar soluções implementáveis, práticas e rápidas a fim de reorganizar este processo. “As mudanças ajudaram a liberar capacidade de crescimento e também o nosso tempo para focar no que realmente importa – agregando valor aos pacientes e pessoas que precisam de nós”, declara Yulia Novoderezhkina, Business Partner de RH da Pfizer na Rússia.

Revisando funções e responsabilidades: uma pesquisa da consultoria Bain & Company revela que as melhores empresas são 25% mais produtivas do que as demais devido à maneira como gerenciam seus melhores talentos, incluindo as funções e responsabilidades atribuídas a eles.

Isso envolve identificar e acompanhar o progresso do talento, reunir equipes com profissionais altamente qualificados e colocá-los para trabalhar em iniciativas mais críticas, e superar obstáculos para que a equipe trabalhe efetivamente em conjunto.

Identificação das necessidades da força de trabalho: Olhar além das funções e responsabilidades organizacionais e atender às necessidades pessoais dos funcionários também pode ajudar a aumentar a produtividade.

Juliet Turnbull é fundadora e CEO da 2to3days, uma startup cujo objetivo é promover a igualdade das mulheres no local de trabalho por meio do poder do trabalho flexível. Ela diz que as empresas que estão dispostas a se adaptar para acomodar funcionários flexíveis – através, por exemplo, de uma mudança no horário de trabalho ou oferecer tecnologia para adotar o trabalho remoto – têm muito mais chances de ter trabalhadores felizes, mais produtivos e leais. Isso, por sua vez, reduz os custos de recrutamento, impactando imediatamente o lado do custo no cálculo da produtividade.

• Impulso tecnológico: Em seu relatório de 2017 “Um futuro que funciona: automação, emprego e produtividade” o McKinsey Global Institute destaca a automação como uma maneira de compensar o impacto da parcela da população em idade ativa que está em declínio. De acordo com a análise de cenário, a automação poderia aumentar os níveis de produtividade de 0,8 a 1,4% ao ano.

PMC abre hoje cadastramento de blocos e troças

A Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru inicia, hoje (13), o cadastramento de blocos de rua e troças para o Carnaval 2020. Os responsáveis pelas agremiações e que pretendem participar da festa têm até o dia 20 de janeiro para realizar o cadastro.

Será necessário informar o número do RG, nome completo, nome do bloco e percurso do mesmo, além de um telefone para contato. Na ocasião do cadastro, o responsável receberá uma cópia da portaria 5926, da Secretaria de Defesa Social (SDS), sobre procedimentos para solicitação de reforço na segurança pública.

O horário de atendimento é das 8h às 13h, no Espaço Cultural Tancredo Neves, localizado na Praça Coronel José de Vasconcelos, 100, bairro Nossa Senhora das Dores. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone: (81) 3721-1257.

Projeto busca aumentar retenção de alunos em Escolas de Referência de Pernambuco

Aumentar a retenção de alunos em três escolas de referência de Pernambuco, esse é o objetivo do projeto “Alavanca na Escola”, vencedor do Educar para Transformar, 7ª Chamada Pública de Projetos do Instituto MRV. Desenvolvido pela Organização da Sociedade Civil (OSC) Somo Professores, a iniciativa irá acontecer em três municípios da Região Metropolitana do Recife – Paulista, Jaboatão dos Guararapes e Recife -, contemplando mais de dois mil estudantes da rede pública com idade média de 16 anos.

A proposta do projeto é identificar dificuldades e encontrar ferramentas e soluções para aprimorar o aprendizado dos estudantes nas Escolas de Referência do Ensino Médio: Professor Trajano de Mendonça, em Jardim São Paulo, no Recife, na Adelaide Pessoa Câmara, em Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, e de Paulista, no município mesmo nome. “Percebemos que, após cursar o primeiro ano do Ensino Médio, eles acabam optando por outra escola, até com qualidade inferior, por não conseguirem lidar com as diferenças de aprendizagem e realidades”, analisa Fernando Neves, coordenador do Alavanca na Escola.

A aproximação com os jovens já começou no ano passado, quando a ONG conversou com eles para ouvir os problemas enfrentados durante o processo de aprendizagem e, durante dois anos de execução do projeto, uma equipe multidisciplinar vai atuar em cada instituição. Ela será formada, a partir de janeiro, pelo consultor do projeto e a gestão da escola, com a presença de professores, diretoria e demais agentes interessados em contribuir para o ensino.

Após essa primeira etapa, o cronograma vai considerar outras, como a listagem dos problemas que interferem no aprendizado, coleta de dados que comprovem a interferência e encontrar as causas. “É um processo complexo e aprofundado porque todas as fases envolvem estudos, embasamentos teóricos e mensuração. Tudo articulado e desenvolvido pela equipe junto aos estudantes, que são o nosso foco”, afirma Fernando.

Após a definição do principal problema a ser resolvido, com investigação das possíveis causas, eles vão validar a hipótese com o uso de dados e desenvolver um projeto de melhoria em cada escola. “Além de resolver algo que esteja impedindo a permanência dos estudantes, temos a intenção de deixar como legado o entendimento de que cada instituição pode dar continuidade ao projeto de forma independente”, finaliza.

Educar para Transformar – Além do Alavanca, na 7ª edição do Educar para Transformar foram selecionados, por votação popular, outros nove projetos espalhados pelo Brasil para receber o apoio do Instituto MRV. Esse é o segundo projeto desenvolvido pela Somos Professores. Na edição anterior, a organização desenvolveu o “Programa Alavanca”, com o apoio de projetos de 15 professores de escolas municipais de Jaboatão dos Guararapes. Neste biênio 20/21, a ONG vai realizar pela primeira vez o “Alavanca na Escola” tendo como público-alvo o desenvolvimento dos alunos. O projeto irá receber capacitações em gestão, acompanhamento de sua evolução e um aporte financeiro de R$160 mil para o desenvolvimento das atividades durante dois anos. “Em um país com grande desigualdade social é gratificante ver o interesse das OSC’s e das escolas em fazer a diferença, em proporcionar inclusão e melhorar as condições de acesso à educação de crianças e adolescentes. Estamos felizes com o resultado e temos a certeza de que estarmos no caminho certo para o desenvolvimento de um Brasil com mais oportunidades”, afirma Eduardo Fischer, presidente do Instituto MRV.

Empresas demoram menos de dez segundos para filtrar currículos

O currículo é a porta de entrada de qualquer pessoa em uma empresa, e por isso é um dos documentos mais importantes na hora de conquistar uma vaga de emprego. Porém, muitos currículos são descartados logo no começo da avaliação. De acordo com um estudo realizado pela Catho, plataforma de recrutamento online, 30% dos recrutadores levam de 6 a 10 segundos, em média, para descartar ou decidir manter um currículo na disputa por uma vaga. Depois disso, cerca de 15 a cada 100 currículos são revistos com maior cuidado pelos profissionais.

A falta de requisitos básicos, como número de telefone e contato de e-mail, é um dos principais motivos para esse descarte rápido. Além disso, a falta de cumprimento de requisitos essenciais para a vaga, como inglês fluente ou formação específica, também estão entre os apontamentos da pesquisa.

Esses também são os principais problemas relatados pelo departamento de Recursos Humanos do Grupo A.Yoshii. Referência em construção civil há mais de 50 anos, o Grupo, que atua em todo país com obras corporativas e com obras residenciais no Paraná e São Paulo, está em processo de contratações em Campinas, onde anunciou a construção de empreendimentos de alto padrão.

Nesta primeira etapa na cidade, o Grupo vai gerar cerca de 1.200 empregos diretos e indiretos na construção do Le Rêve, um edifício residencial de alto padrão, localizado na Rua dos Alecrins, no Cambuí. Este será o prédio mais alto de Campinas – com 33 pavimentos.

O recrutamento de mão de obra para esse empreendimento começa em março, de acordo com o diretor do departamento de Recursos Humanos do Grupo A.Yoshii, Aparecido Siqueira. Segundo ele, muitos currículos que chegam até a empresa são filtrados e eliminados na fase de triagem por falta de informações básicas para atender a vaga ofertada, como escolaridade e conhecimento técnico.

“Organização e assertividade são essenciais para conquistar a vaga. Conhecer o próprio perfil e entender se você atende os requisitos e conhecimento para a vaga que está se candidatando é muito importante. Outras informações básicas, como contatos corretos e um breve relato das atividades desempenhadas nas experiências anteriores, também são pontos positivos”, afirma Aparecido.

Mercado financeiro reduz estimativa de inflação este ano para 3,58%

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) caiu de 3,60% para 3,58%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2021, a estimativa de inflação se mantém em 3,75%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,50% em 2022 e 2023.

A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve se manter em 4,5% ao ano até o fim de 2020. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 6,25%. E para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os dois períodos em 6,5% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Atividade econômica
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – se mantém em 2,30% para 2020. As estimativas das instituições financeiras para os anos seguintes, 2021, 2022 e 2023 também continuam em 2,50%.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,04 para o fim deste ano e R$ 4,00 para 2021.

Agência Brasil

Carne, dólar em alta e FGTS: as causas da inflação que bateu recorde desde 2016

A liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a gripe suína na China, com reflexo no preço da carne no Brasil, em 2019, elevaram a inflação. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro em 4,31%, acima das expectativas previstas pelo mercado. Trata-se da maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%. A boa notícia é que como não haverá mais grande volume de dinheiro em circulação, como na época de fim de ano, e a tendência da China se recuperar na produção de carne, o impacto na inflação deve diminuir em 2020.

Segundo o professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec/SP) George Sales, o aumento foi pressionado, principalmente, pelo mês de dezembro, quando as pessoas recebem o FGTS e injetam mais dinheiro no comércio, com compras de Natal e Ano Novo. Além disso, ainda segundo o especialista, a crise de produção na China obrigou o país a importar carne do Brasil. “Isso não vai acontecer de novo para os próximos meses porque a China, que fez a importação em excesso do Brasil, teve problema e teve que importar. Como é [um país] muito populoso, causou esse efeito no Brasil, mas isso não vai acontecer mais. As matrizes vão se recompor e vão voltar a produzir carne. E também não terá mais dinheiro em excesso em circulação, como teve com o FGTS. Então, a gente tende a imaginar que os preços se estabilizem”, aponta Sales.

Monitoramento feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta recuo no preço da carne bovina desde dezembro. Nos principais mercados, a queda foi de cerca de 9%. Em Mato Grosso, a arroba do boi passou de R$ 216 para R$ 197 na mesma semana. Na Bahia, caiu de R$ 225 para R$ 207 e, em Mato Grosso do Sul, a arroba, antes cotada a R$ 220, passou a custar R$ 200. Para George Sales, a carne não pode ser apontada como a única vilã do aumento do IPCA. “O item alimentação, de forma geral, teve um aumento considerável, mas também teve o disparo do dólar e isso, consequentemente, afeta produtos brasileiros porque competem nas exportações. A carne foi a vilã que mais chamou atenção, mas não foi a única”, completa.

Cesta de produtos

O IPCA é um índice que mede a variação de preços de mercado para o consumidor final no segmento de transporte, alimentação e itens de casa, por exemplo. Engloba quem consome de um a 40 salários mínimos e é medido em 11 regiões metropolitanas no Brasil, o que atinge cerca de 70% da população. Baseado no que aconteceu nesses segmentos, o governo utiliza o IPCA como registro de meta de inflação e decide se aumenta ou diminui a taxa básica de juros por meio do Banco Central.

Dólar

Em novembro do ano passado, o dólar fechou em alta e atingiu o maior valor nominal da história sobre o real. A moeda norte-americana subiu 0,5% e fechou o dia a R$ 4,21. Já o dólar turismo terminou o dia vendido perto de R$ 4,40, sem considerar os impostos. No ano todo, o avanço registrado até novembro foi de 8,74%.

Carne

A peste suína chegou à China em 2018. No ano passado, o país chegou a ficar com os estoques de carnes congeladas na reserva. Quatro cidades ou províncias chinesas – que abastecem cerca de 130 milhões de pessoas – teriam diminuído seus estoques de carne congelada para colocar mais produtos no mercado. O aumento da demanda pelo alimento nacional elevou os preços nos açougues do Brasil.

FGTS

O FGTS é uma poupança feita pela empresa em nome do trabalhador que funciona como uma garantia para protegê-lo em caso de demissão sem justa causa. O depósito é feito todo mês pela empresa e equivale a 8% do salário. A conta do FGTS rende juros e correção monetária no final do período de um ano. O governo mudou as regras de saque em 2019 e permitiu que os trabalhadores que tinham contas ativas e inativas pudessem sacar até R$ 500 no fim de ano.

Cresce o consumo de antidepressivos no Brasil

O Brasil é um dos países engajados na campanha Janeiro Branco, dedicada a colocar os temas da saúde mental em evidência no mundo, em nome da prevenção ao adoecimento emocional. A principal estratégia é sensibilizar a mídia, o governo e o setor privado sobre a importância do investimento em políticas públicas no setor. Segundo especialistas ouvidas pelo Correio, a mobilização ganha ainda mais importância diante do aumento do consumo de medicamentos indicados para tratamento psiquiátrico e psicológico por pessoas acometidas por transtorno de ansiedade e depressão.

Na semana passada, um estudo da Funcional Health Tech — empresa líder em inteligência de dados e serviços de gestão no setor de saúde — revelou que, de 2014 a 2018, o consumo de antidepressivos cresceu 23% no Brasil. Realizado junto a 327 mil clientes da companhia, de todas as regiões do país, o levantamento concluiu que o maior consumo desse tipo de medicamento está entre mulheres na faixa de 40 anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em escala global, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% nos últimos 10 anos. São 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. Na América Latina, o Brasil é o país mais ansioso e estressado. Cerca de 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão, e 9,3%, de ansiedade.

O desemprego e as dificuldades econômicas estão entre as principais causas desses problemas de saúde. “Houve um aumento expressivo de pacientes que me procuraram com transtornos de ansiedade ou depressão. Foram cerca de 150 pacientes em 2019, a maioria com esta demanda, o triplo do verificado em 2017”, disse ao Correio a psicóloga e mestre em psicologia Karyne Mariano Lira Correia, de Joinville (SC).

Terapeuta cognitivo-comportamental, ela observa que o aumento da procura por atendimento vem sendo registrado desde 2014, ano em que a economia do país começou a mergulhar em uma grave crise econômica. A psicóloga, no entanto, atribui a elevação também a uma maior conscientização da sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde mental.

“Ainda há muito preconceito; as pessoas costumam não levar a sério quem diz que está com depressão. Dizem que é coisa de quem não tem o que fazer. Fazem brincadeiras”, afirmou a especialista. “Uma prova disso é que a campanha Janeiro Branco é bem menos conhecida do que a do Outubro Rosa, voltada à prevenção ao câncer de mama, e a do Novembro Azul, que busca conscientizar os homens sobre a importância da prevenção do câncer de próstata.”

Karyne Correia explicou que costuma receber pacientes que já usam medicamentos indicados por psiquiatras. Sobre os resultados da pesquisa da Funcional Health Tech, ela frisou que o aumento do uso de antidepressivos no país pode ser atribuído, ao mesmo tempo, a um maior número de pessoas que buscam atendimento e também a pacientes que se automedicam, sem orientação médica.

“A automedicação é altamente perigosa, porque é um caminho para a dependência química e para efeitos colaterais que podem gerar outros problemas de saúde”, alertou a psicóloga. “De nada adianta a pessoa se automedicar, porque ela acaba se tornando refém da medicação e deixa ainda mais distante a possibilidade de solução para o sofrimento mental.”

Conscientização
Já a psiquiatra Helena Moura, de Brasília, afirmou que a campanha Janeiro Branco é altamente necessária para a conscientização não só das pessoas, mas também dos governos, sobre a importância da saúde mental. “Principalmente nos países mais pobres, onde apenas 10% da população, em média, têm acesso a atendimento nessa área da medicina, enquanto, nos países desenvolvidos, esse percentual é de 70%”, ressaltou a especialista, que é preceptora de residência psiquiátrica do Instituto Hospital de Base. Segundo ela, por trás dessa defasagem, estão fatores como falta de informação e preconceito.

Quanto à prevenção, Helena Moura aconselhou que as pessoas procurem, além do atendimento médico, uma dieta adequada, a exemplo da mediterrânea, fundamental, segundo destacou, para evitar doenças que podem abrir caminho para problemas como transtorno de ansiedade e depressão. “Enfermidades como hipertensão e diabetes podem ter relação com esses problemas de ordem mental”, afirmou a psiquiatra, acrescentando que noites bem-dormidas também são importantes.

Década passada foi a pior para PIB no Brasil

A economia brasileira bateu no fundo poço e registrou a menor taxa de crescimento desde 1900 na última década encerrada em 2019. Entre os anos de 2010 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no País, cresceu a um ritmo de 1,39% ao ano.

O dado consta de estudo do economista Roberto Macedo, da Universidade de São Paulo, ex-secretário de Política Econômica e que foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento considera que cada década se inicia nos anos terminados em zero e vai até os anos que terminam em nove.

“A década de 2010 foi a pior para o crescimento do PIB entre as 12 analisadas”, afirma Macedo. O desempenho médio anual do período foi menos da metade do registrado na década anterior, iniciada em 2000 (3,39%). Até então, o pior resultado anual era de 1,75% nos anos 90 – época marcada por crises externas e planos fracassados de estabilização.

A crise fiscal, segundo Macedo, foi o principal fator que levou o País à recessão, que começou no segundo trimestre de 2014 e terminou no quarto trimestre de 2016. Desde então, a recuperação tem sido a passos lentos, com avanços do PIB que não saem da casa de 1%.

O fraco desempenho da economia brasileira nos anos 2010 – bem abaixo do crescimento médio do PIB de 155 economias emergentes e em desenvolvimento, que avançaram 5,11% ao ano no mesmo período de acordo com o estudo – mostra sua face mais cruel no número de desempregados e subempregados.

No trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação era de 11,2%, ou de 11,9 milhões de pessoas, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

“O aumento do número de moradores de rua é uma consequência esperada, com a situação da economia se agravando e o desemprego altíssimo”, observa Macedo. Esse é o caso de Francisco Eduardo Lopes, de 28 anos, que veio do Ceará e há dois anos vive nas ruas da capital paulista. Ele, que cursou até a 7.ª série do ensino fundamental, prestava serviços de pedreiro e pintura e tirava R$ 2 mil por mês com as reformas. Mas desde 2018 não consegue serviço e acabou indo parar num albergue. “Existe preconceito contra quem vive em albergue e é complicado se recolocar, por não ter um endereço fixo.”

Michel Lopes Kiill, 52 anos, ex-bancário que cursou faculdade de Comunicação e não concluiu, enfrenta problema semelhante. Hoje, ele deve R$ 38 mil para bancos e financeiras e vive num centro que acolhe moradores de rua. “Quando você diz que mora em abrigo dificilmente alguém te dá emprego.” Em 2015, último censo da Prefeitura apontou que eram 15,9 mil pessoas na rua.

Na última quinta-feira, dia 9, Kiill e Lopes eram dois dos cerca de 50 moradores em situação de rua em um café da manhã comunitário oferecido na Paróquia de São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca, na zona leste. Há mais de 30 anos oferecendo a primeira refeição do dia para quem vive na rua, o padre Júlio Lancellotti, vigário da paróquia e da pastoral de rua da Arquidiocese de São Paulo, diz que a maior parte deles é jovem e busca trabalho.

Sem ascensão

“Essa estagnação prejudicou muito as gerações recentes. Percebi que nas gerações passadas havia muita ascensão social, ou seja, o status social dos filhos superava o dos pais. Hoje, isso se inverteu, com os filhos tendo dificuldade de até mesmo manter o status social dos pais”, diz Macedo.

Para o coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Armando Castelar, a retomada de investimentos do País ainda depende da criação de “um ambiente de negócios favorável, no qual os empresários tenham confiança em colocar dinheiro no País”. “O problema maior é a insegurança jurídica, a estrutura tributária muito custosa e incerta. Também a infraestrutura é ruim, do ponto de vista do investidor privado”, afirma.

Colega de Castelar no Ibre/FGV, o economista Samuel Pessôa afirma que, após anos marcados pelo intervencionismo do governo, o País “tomou o caminho certo”. “Hoje, estamos infinitamente melhor do que em 2014. Só que o caminho certo é doloroso. Por isso, a lentidão para ganharmos velocidade no crescimento”, diz ele. “Estamos arrumando a casa sem destruir a macroeconomia. Isso é muito saudável e dá mais solidez.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo