O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta quinta-feira (21) o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de manipular as investigações do caso Marielle Franco e disse que a sua vida “virou um inferno” desde a eleição do seu ex-aliado. “Esse é o trabalho, em parte, desse governador que tem obsessão de ser presidente da República. Dizem alguns que no seu gabinete ele usa a faixa presidencial”, afirmou Bolsonaro, durante a cerimônia de lançamento da Aliança pelo Brasil, partido que ele pretende criar após o racha com o PSL.
Nesta quinta, Witzel afirmou que pretende processar Bolsonaro pelas acusações de manipulação no caso Marielle. Ao chegar em Lima, no Peru, onde vai acompanhar a final da Libertadores entre Flamengo e River Plate, no sábado (23), Witzel disse que, desta vez, o presidente “passou dos limites”. “As declarações não são de um presidente, são do sujeito Jair Bolsonaro. São acusações levianas. Ele está acusando um governador de estado de manipulação. A polícia do Rio de Janeiro é independente. O senhor Bolsonaro passou dos limites. Vou tomar providências legais contra ele e iniciar uma ação penal para que ele pare de me acusar de fatos que não pratiquei. Da minha parte, eu tenho a consciência tranquila”, disse o governador.
Durante evento da Aliança pelo Brasil, também nesta quinta, Bolsonaro repetiu um relato da sua conversa com Witzel sobre as investigações. Ele disse que encontrou o governador em 9 de outubro e que, na ocasião, foi informado pelo governador de que “o processo foi ao Supremo”.
“Perguntei: ‘Como você sabe disso se o processo corre em segredo de Justiça?'”, afirmou Bolsonaro, para em seguida dizer que Witzel está manipulando a investigação.
“Já sabia das intenções [do Witzel], do que ele vinha fazendo. Ele vinha manipulando esse processo. Parece que não interessa à esquerda chegar aos mandantes do crime, mas usar esse crime bárbaro, que todos nós repudiamos, para atingir a reputação de pessoas outras.”