Comunidade agrícola satisfeita com desempenho de feira

Foto: Pedro Augusto

Pedro Augusto

Às vezes, uma simples ideia acaba provocando benefícios enormes para uma determinada gama da população. Pelo menos tem sido assim, que atualmente vêm se sentindo os agricultores que se encontram atuando, há mais de um ano, na Feira da Agricultura Familiar, realizada todas as quintas-feiras, na área territorial do largo da Estação Ferroviária, no centro de Caruaru. Depois que a Prefeitura passou a promover a feira neste local, dotando-a de toda infraestrutura necessária, muitos plantadores locais começaram a obter lucratividades maiores com as suas respectivas produções de verduras, legumes e frutas. Isso porque, conforme explicou o engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Fábio César, hoje, o caminho de negociação entre os cultivadores e os consumidores ficou mais curto.

“Essa Feira da Agricultura Familiar tem sido muito boa para os agricultores locais, haja vista que eles, agora, têm comercializado as suas produções diretamente com os compradores, ou seja, sem o auxílio de intermediários. Consequentemente, o lucro tem sido maior para a categoria, o que está sendo de grande valia para dinamizar ainda mais o setor. Sem falar que para negociarem por aqui, todos esses plantadores/comerciantes necessitam atender às normas exigidas pelo Ministério da Agricultura. Tanto é que a sua maioria vem fornecendo, já não é de hoje, alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, destacou Fábio.

A feira é uma iniciativa da PMC, através da Secretaria de Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural. De acordo com os dados da pasta, atualmente, 30 cultivadores de 15 comunidades se encontram vendendo os seus produtos no espaço, que tem comportado, a cada semana, cerca de dois mil compradores. Além de frutas, verduras, hortaliças e tubérculos, o empreendimento ainda dispõe de uma boa variedade de carnes de boi, frango, bode e peixe, bem como oferece queijos, massas de mandioca, ovos, bolos, castanhas, dentre outras iguarias.

Para a plantadora Maria Manuela, a Feira da Agricultura Familiar chegou em boa hora na cidade. “Já fazia tempo que a nossa agricultura não recebia um estímulo de uma feira como essa. Antigamente, ela se encontrava praticamente encerrada devido à falta de investimentos, mas agora não. Com uma simples ideia, o poder público está possibilitando que várias famílias de compradores ganhem um pouco mais de dinheiro com as suas produções e isso tem tido grande importância para todos nós. Até assistência técnica temos obtido devido à realização dela. Torcemos para que essa feira permaneça sendo realizada por muito tempo, porque Caruaru só tem a ganhar”, afirmou.

Nela, o agora vendedor Rodrigo Cavalcante encontrou a oportunidade de trabalho que estava procurando há mais de dois anos. “Depois de procurar uma recolocação por esse período todo no mercado formal, graças a Deus consegui essa chance de trabalho por aqui e estou satisfeito. O ambiente é agradável, vendemos boas mercadorias e a clientela só tem aumentado. Se ela continuar nesse ritmo, não vai demorar muito tempo para ser ampliada”, comentou o autônomo. A Feira da Agricultura Familiar funciona sempre nas quintas, no intervalo das 5h até as 12h. Um estacionamento também se encontra disponível para atender a demanda.

Quem, ultimamente, vem intensificando as suas circulações pela feira é a dona de casa Aurineide Gouveia. Ela se disse satisfeita com a gama de itens alimentícios oferecida no local. “As frutas e verduras são fresquinhas, as carnes, ovos e queijos são novinhos, ou seja, aqui, todos os produtos são de qualidade. Sem falar na boa localização da feira, que tem me ajudado bastante a fazer as compras de casa sem perder muito tempo, haja vista que resido perto daqui. Faz quatro meses que compro nessa Feira da Agricultura Familiar e recomendo a todos para conhecê-la.”

Outra consumidora do empreendimento, a educadora física Mirele Santos chamou a atenção para os bons preços praticados pelos agricultores negociantes. “Os valores são justos para a boa qualidade dos produtos. Vim conhecer a feira por indicação de uma colega de trabalho e estou bastante satisfeita”, comentou Mirele, que é uma das clientes do feirante Luiz Pedro. Este último afirmou nunca ter visto uma iniciativa tão simples, mas, ao mesmo tempo, tão eficiente, para o bom o andamento da agricultura caruaruense. “Sou agricultor há mais de 30 anos e nenhuma gestão teve essa feliz ideia de colocar uma feira do cultivo familiar em plena Estação Ferroviária. Parabéns à Prefeitura por estar contribuindo para com as atividades do nosso setor”, opinou.

Santa Rosa, na contramão da queda dos homicídios

População anda assustada com o número de homicídios registrados neste ano no bairro. Foto: Pedro Augusto.

Pedro Augusto

De acordo com os dados oficiais da Secretaria Estadual de Defesa Social, de janeiro até julho deste ano, o quantitativo de Crimes Violentos Letais e Intencionais ocorridos em Caruaru foi 7,2% menor em comparação com o mesmo período de 2018, quando 111 pessoas acabaram sendo assassinadas na cidade. No que diz respeito à prática de roubos registrados em igual intervalo, a SDS computou uma redução de 21,5%, passando de 3.101 ocorrências para 2.433. Os números divulgados trouxeram certo ânimo para a população local, que assim como as demais espalhadas pelo âmbito nacional, vem tentando se virar como pode em meio às diversas dificuldades socioeconômicas enfrentadas, não é de hoje, no país.

Segundo a análise da Polícia Civil de Pernambuco, atualmente tem havido certa distribuição pelos bairros e comunidades repartidas nas zona urbana e rural da Capital do Agreste, no tocante à prática de homicídios, com as suas mais variadas motivações. Mesmo assim, ainda existem aquelas áreas territoriais, onde os órgãos de segurança necessitam voltar um pouco mais as suas atenções para conter a criminalidade, que teima em perdurar aterrorizando a qualquer população. Tomando justamente como parâmetro o cenário local, uma comunidade que hoje vem penando bastante devido ao grande volume de violência sentido nas suas ruas e avenidas tem se referido a do Santa Rosa.

Em circulação por vias deste bairro populoso de Caruaru, na manhã da última terça-feira (20), não foi difícil para reportagem VANGUARDA apurar relatos de moradores que se encontram assustados com a alta criminalidade. O preocupante é que, mesmo com a presença constante da polícia, eles alegaram continuar havendo vários tipos de crime na comunidade. A dona de casa Maria de Lourdes Andrade, que reside na Rua Santa Rosa há mais de 30 anos, foi uma das populares a lamentar a realidade atual do local.

“É claro que sempre houve crimes por aqui, até porque o Santa Rosa é um bairro grande, mas, de uns tempos para cá, a criminalidade está demais. Só para se ter ideia, neste mês de agosto aconteceram pelo menos uns três homicídios nas imediações da minha casa. Antigamente, o povo de Caruaru dizia que o Salgado era o bairro mais perigoso de Caruaru, mas acho que, agora, esse posto está sendo ocupado pela nossa comunidade. Uma pena! A polícia até que tem tentado fazer a sua parte, inclusive, acabei de ver uma viatura da PM circulando pela Rua Santa Rosa, mas, mesmo assim, a bandidagem permanece correndo solta. Não sei o que está acontecendo!”, comentou dona Maria.

À reportagem, um pequeno comerciante que trabalha há mais de oito anos na Rua Antônio Martins, onde dois crimes de morte foram contabilizados neste mês, se mostrou conhecedor de uma das principais motivações que tem provocado a alta criminalidade no Santa Rosa: a droga. “É muita gente usando e vendendo maconha, cocaína e crack por aqui. Tenho certeza que o Santa Rosa está empestada de bocas de fumo, tanto é que o número de homicídios vem aumentando de forma considerável nas últimas semanas. Como não sou bobo nem nada, dou uma de cego, porque tenho o meu negócio e não quero ter problema com a bandidagem”, disse o autônomo, que preferiu não ter o nome revelado.

De acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Defesa Social: “Como forma de estratégia no combate ao crime, assim como para não estigmatizar a localidade, a pasta não divulga dados por bairro”. Sendo assim, não há a confirmação oficial do total de assassinatos, até agora praticados neste ano, no Santa Rosa. No entanto, segundo levantamento feito pelo próprio VANGUARDA, até a última quarta-feira (20), quando esta matéria foi elaborada, o percentual referente à comunidade, no que diz respeito ao quantitativo de CVLIs ocorridos, encontrava-se redobrado em comparação com o mesmo período de 2018.

Assaltado já por duas vezes e com receio de que na próxima ocorrência seja ainda pior, hoje, o microempresário Cícero da Silva vem atendendo a clientela em seu estabelecimento comercial com o auxílio de grades. “A ousadia por parte da bandidagem está muito grande na nossa comunidade. Ela sempre teve ocorrências, tanto é que já fui assaltado por duas vezes e temo que, na próxima, não tenha a mesma sorte. Porém, de uns tempos para cá, a situação está ainda pior. A Polícia Militar tem realizado rondas diárias por aqui, mas, mesmo assim, os crimes vêm acontecendo em qualquer horário. Semana passada, por exemplo, morreram dois na Antônio Martins!”, afirmou.

Posicionamento

No intuito de obter respostas sobre o aumento no número de homicídios contabilizados no Santa Rosa, a reportagem VANGUARDA entrevistou esta semana o chefe da Divisão de Homicídios do Agreste, Vitor Freitas. Para o delegado, houve certa migração da criminalidade para essa localidade específica. “Essa característica migratória do crime é muito comum em grandes cidades, a exemplo de Caruaru. Na medida em que se há um combate maior por parte da polícia em uma determinada área em que os índices de violência e de criminalidade se encontram muitos altos e que se tem êxito no tocante ao emprego das operações, a tendência é de adoção de novas comunidades por parte da bandidagem. Provavelmente foi o que aconteceu com os bairros populosos do Salgado e do Santa Rosa. Hoje, os volumes de ocorrências, incluindo as de homicídios, registradas neste primeiro bairro, encontram-se bem menores em relação aos anos anteriores, já em relação ao segundo, temos contabilizado certo crescimento no tocante as mesmas.”

Com o objetivo de que a bandidagem não se espalhe por completo e que também não fique concentrada em apenas algumas áreas territoriais, a Polícia Civil, juntamente com a Militar e demais órgãos de segurança, vem empregando diversas ações preventivas e ostensivas na cidade. “O combate em relação à criminalidade em Caruaru tem sido realizado de forma constante e incansável em todo o município. Em paralelo, também temos atuado de forma mais cirúrgica em comunidades como a do Santa Rosa, onde temos percebido um maior número de ocorrências”, acrescentou o delegado.

“Só para citarmos como exemplo, recentemente realizamos uma operação exitosa, onde vários mandados de busca e apreensão e um de prisão de um homicida foram cumpridos no Santa Rosa. Temos combatido, juntamente com a Polícia Militar, o tráfico e o consumo de drogas, que são os principais motivadores de homicídios em toda a cidade, e novas operações, com certeza, serão desencadeadas neste bairro, nos próximos meses. A população pode contribuir repassando informações que levem até as prisões de criminosos pelo telefone 3719-4545 (Disque-Denúncia Agreste). O anonimato é garantido”, finalizou Vitor Freitas.

Sesc Pesqueira promove atividades de lazer neste domingo

Este domingo (25/08) será repleto de atividades promovidas pelo Sesc Pesqueira. A programação vai começar às 6h, com trilha ecológica à Serra Gavião, que integra a área indígena Xucuru. O Sesc Lazer inicia às 8h, com atividades recreativas e música ao vivo e ainda terá a abertura dos jogos da Copa Sesc Verão.

Para participar da trilha, o interessado pode reservar a vaga no Ponto de Atendimento da Unidade que fica na Avenida Luiz de Almeida Maciel, sem número, no Bairro Baixa Grande. A concentração será no Sesc e a inscrição custa R$ 10 para o público geral. Trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo têm desconto e pagam R$ 5.

Outra opção de diversão é o Sesc Lazer desta semana, que é gratuito, e contará com a apresentação musical da banda de pagode Nossa Marka, a partir das 11h. A programação, que vai até às 15h, marcará o início da Copa Sesc Verão com os confrontos entre as equipes Supermercado Campos x São Mateus FC e Sesc Pesqueira x Lion Poção.

Gratuidade – durante o mês de agosto, todas as unidades do Sesc Pernambuco vão oferecer gratuidade na confecção ou atualização do cartão para trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo de comerciários e seus dependentes. Ele garante descontos nas ações de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social, como hospedagens nos hotéis do Sesc, espetáculos, parque aquático e restaurantes das unidades. O titular pode incluir como dependentes cônjuge ou companheiro de união estável, pessoas sob guarda de menores de 21 anos, estudantes com idade até 24 anos, pai, mãe, madrasta, avó e avô. Para fazer a emissão, é necessário ir ao Ponto de Atendimento. Para outras informações e relação dos documentos necessários: www.sescpe.org.br.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 19 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Um Clássico das Emoções de objetivos diferentes

Pedro Augusto

Um duelo entre o Náutico e o Santa Cruz sempre costuma criar boas expectativas por todos que acompanham o futebol pernambucano. Tanto é que esse confronto já secular é conhecido não é de hoje, simplesmente, como o Clássico das Emoções. Emoções realmente são o que não irão faltar no próximo capítulo de um dos dérbis mais tradicionais da região Nordeste. Isso porque, não só os alvirrubros, mas os tricolores medirão forças neste sábado (24), a partir das 17h, no Estádio dos Aflitos, em busca de alcançar objetivos diferentes, nesta última rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C.

Com a vitória importante sobre o Botafogo-PB, no sábado passado (17), no Almeidão, quando bateu o adversário por 1 a 0, o Timbu alcançou matematicamente a classificação para etapa mata-mata da competição. Um resultado positivo no Clássico das Emoções, contando ainda com a derrota do Sampaio Corrêa para o Imperatriz, no mesmo dia e horário, no Estádio Castelão, garantirá ao Náutico o primeiro lugar geral do grupo A. O time de Rosa e Silva está na vice-liderança com 30 pontos, já o Sampaio lidera com 31.

Abaixo na tabela em relação ao arquirrival, mais precisamente na quinta posição com 25 pontos, a Cobra Coral precisa derrotar o Timbu e ainda torcer por tropeços de Imperatriz e Confiança, que se encontram, respectivamente, na terceira e quarta colocação com a mesma pontuação do Mais Querido, entretanto o superando pelo número de vitórias alcançadas: 7 contra 6. O Confiança visita o Ferroviário do Ceará, também neste sábado, a partir das 17h, no Presidente Vargas.

Antes desta última rodada figuram no G4: Sampaio Corrêa, Náutico, Imperatriz e Confiança. Em paralelo, na chave B, estão bem encaminhados para classificação: Juventude (1º com 28 pontos); Paysandu (2º com 27 pontos); Remo (3º com 26) e Ypiranga-RS (4º com 25). Também seguem com chances Volta Redonda e São José-RS com a mesma pontuação do Ypiranga, mas sendo superados pelo time gaúcho devido aos critérios de desempate.

Sport

A vitória sobre o Vila Nova por 2 a 0, na última terça-feira (20), no Estádio Olímpico, deixou o Sport no G4 com 29 pontos. Agora, o rubro-negro pernambucano tem pela frente a Ponte Preta, que também é considerada uma das equipes favoritas a retornar à elite do futebol brasileiro. O duelo entre a Macaca e o Leão, será neste sábado, às 19h, no Moisés Lucarelli.

A Lava Jato, o Brasil e a economia

Não é possível que alguém negue os benefícios que a Operação Lava Jato trouxe para o Brasil. Eu mesmo sou um entusiasta que muitos domingos passei com a bandeira brasileira na avenida Paulista, participando das convocações dadas pela falta de ética na política e pelas notícias assombrosas de corrupção no governo petista. Percorria todo o trajeto com o fervor da mudança para um Brasil mais justo.

E houve a mudança, tanto que esperávamos que o eleito presidente, Jair Bolsonaro, resolveria tudo num mesclado de ética militar que me remetia à época dos anos 70, em que realmente éramos felizes, naquele Brasil que se dizia repressor, mas no qual sobravam empregos.

O interessante é que, ao mesmo tempo em que a Operação Lava Jato descobria coisas, me questionava se essas coisas nada éticas já não existiam há muito tempo. E essa dúvida republicana me incomodou a tal ponto que, de forma abrupta, conflitava com os princípios ético-jurídicos que trazia da minha formação como advogado.

Do ponto de vista político-jurídico, tudo fazia sentido e justificava as manifestações, porém o rigor do desmantelamento do polígamo criminoso petista, que foi exemplar e fruto do mecanismo da delação premiada, ganhou aos poucos uma nova face de “brilhantismo persecutório”, com a qual, ao meu ver, extrapolou um pouco, fazendo da Operação Lava Jato uma vertente “ultrapassante” da sua original proposta.

O que destaco nesta reflexão é que muitos surgiram como heróis, outros como brilhantes protetores da pátria e um enorme número de autoridades se projetou através da Operação, prendendo uma quantidade enorme de pessoas e muitas vezes atropelando o estabelecido no Código de Processo Penal, além de exagerar nas atribuições magistrais, como ficou público através das ilícitas, mas perturbadoras, interceptações, daqueles que se atribuem a exegese do Direito e o papel do magistrado e dos membros do “Parquet” ou do Ministério Público Federal.

Não quero aqui tecer críticas aos condutores da Operação, muito menos ao Ministro da Justiça Sérgio Moro, pessoa ilibada, excelente magistrado, mas me atenho à questão de que devemos nos dirigir, de agora em diante, para o crescimento e fortalecimento da economia, porque senão o foco central será uma perpétua Lava Jato, e seu propósito será puramente político, ao se contornar como uma conquista política, portando-se até como se fosse um partido político.

A Lava Jato foi sim uma operação exitosa, mas que praticamente cumpriu seu papel. Temos agora, no âmbito internacional, que observar e levar adiante a imagem reparadora da corrupção do país e cumprir uma grande agenda político-econômica de crescimento, de tal sorte que os investidores tenham a percepção de que o trabalho de corrupção já foi feito, que estamos com a casa em ordem, temos segurança jurídica e nos encontramos prontos para receber investimentos.

A nossa indignação um dia nos fez sair às ruas pedindo um novo Brasil. Portanto, politicamente, mesmo que ainda tenhamos desdobramentos da Operação, o Brasil não se chama Lava Jato, mas Brasil Novo, passado por uma limpeza ética e pronto para crescer, afinal, os 13 milhões de desempregados não podem sonhar para sempre com dias melhores e ser eternamente vítimas da corrupção que um dia assolou nosso país

Fernando Rizzolo é advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais, Professor de Direito.

Alunos de Caruaru participam de projeto da Câmara dos Deputados

Dezessete estudantes matriculados na Escola Municipal Margarida Miranda estarão em Brasília (DF), nos dias 24 e 25 de outubro, onde vão participar do projeto Câmara Mirim, uma ação educativa promovida pela Câmara dos Deputados para simular a atividade legislativa, desde a elaboração do projeto de lei até a votação em comissões da Câmara. Os alunos da rede municipal de ensino de Caruaru são os únicos do Nordeste.

A ida dos jovens é o resultado de um concurso de redação nacional escrita pela professora Cibely Martins. O objetivo da ação é de contribuir para a valorização da escola como espaço privilegiado para a vivência de experiências e valores democráticos e aprendizados sobre o papel do Legislativo.

“A iniciativa gerou empolgação nos alunos e na comunidade escolar. Ao todo foram inscritos 54 alunos desta unidade de ensino, através da criação de projetos de lei, dentre os quais os autores dos melhores projetos foram convidados para uma entrevista e nós elegemos as melhores proposituras. A experiência me proporcionou entender melhor como funciona o processo legislativo na prática e como ela poderia aproximar meus alunos desse debate e das tomadas de decisão na sociedade”, afirmou à docente.

Os estudantes caruaruenses irão ao Plenário Ulysses Guimarães fazer o papel de deputados mirins onde debaterão e votarão três projetos de lei criados por estudantes de todo o Brasil. “Escrever o projeto não foi tarefa fácil, mas tanto eu quanto a minha família ficamos muito surpresos com a convocação para segunda etapa. Nossos projetos refletem as experiências cotidianas que vivemos, a nossa preocupação com a comunidade escolar e também com a sociedade de forma geral”, garantiu a estudante Krislanne Albano, de 13 anos.

A mãe da adolescente, Lindaelma Feitosa, ressaltou a importância da ida da filha a Brasília, principalmente pelo momento que o país atravessa. “Não tenho dúvida que será um momento de grande aprendizado para minha filha e para os demais estudantes. Quero agradecer a Prefeitura de Caruaru por apoiar o projeto e ajudar no protagonismo dos jovens que estão sendo formados nas escolas municipais”, comemorou.

Saiba mais: O projeto Câmara Mirim é um programa educativo de simulação do processo legislativo promovido pelo Plenarinho – o programa de relacionamento da Casa com o público infantojuvenil. Durante dois dias, estudantes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental de todo o Brasil vão a Brasília para viver, na prática, a experiência de serem parlamentares, que inclui desde a elaboração dos projetos de lei até o debate nas comissões e a votação em Plenário.

Corpo dos Bombeiros apresentará ‘diagnóstico’ da Feira da Sulanca em Audiência Pública

A Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo (CDET) da Alepe, presidida pelo deputado estadual Delegado Erick Lessa, promoverá uma audiência pública sobre a Feira da Sulanca de Caruaru.

Na ocasião, representantes do Corpo de Bombeiros apresentarão um relatório técnico sobre as condições de infraestrutura da área de comercialização.

A audiência será nesta terça-feira, 27, a partir das 10h, no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic).

Coquetel Molotov anuncia selecionados da Etapa Belo jardim

Apresentado pelo Instituto Conceição Moura, o Festival No Ar Coquetel Molotov – Etapa Belo Jardim, que comemora cinco anos sob a batuta de Ana Garcia e Jarmerson de Lima, entre os dias 15 e 19 de outubro, anuncia o time de bandas e artistas selecionados para a próxima edição do festival, que ocorre no Parque do Bambu. Mais de 60 bandas e artistas se inscreveram na Seletiva.

Jéssica Caitano Ciel Santos, Nix La Marge e Mago Trio são os primeiros nomes confirmados no line do festival que acontece com uma programação completamente gratuita de shows, oficinas e mostras de filmes, no Agreste Pernambucano.

Cantora, compositora, rapper, coquista, percussionista, poetisa e ativista, além do seu trabalho solo, Jéssica Caitano é de Triunfo – PE. A artista faz parte do grupo Radiola Serra Alta que se autodomina “um eletrococo muderno” e também coordena o grupo de dança e batuque “Cambindas de Triunfo”. Entre outras apresentações, já tocou no Glastonbury Festival na Inglaterra e em festivais importantes como Red Bull Music Festival, e Festival DoSol.

Natural de Sapucarana área rural do município de Bezerros, Ciel Santos ingressou profissionalmente e de forma independente na música no ano de 2006. Seu primeiro trabalho autoral veio em 2015, com o lançamento do EP “Livre”, que ganhou destaque no cenário musical do estado. Formado em canto pelo Conservatório Pernambucano de Música, Ciel é contratenor e dono de um timbre raro. Sua voz andrógena canta na tessitura feminina E vai do contralto ao mezzo soprano.

Maria Nicole da Silva Mira é a artista que atende pela alcunha de Nix La Marge. Rapper, compositora e poetisa da cidade de Arcoverde – PE, conquistou diversos prêmios em batalhas de Rap. Apresentou-se pela primeira vez, na Mostra Rap do carnaval de Arcoverde, em 2018 e no mesmo ano, fez participação no show de Laranjão M’C e Zé Brown, onde recebeu diversos elogios da crítica. Em seus shows, a artista também recita suas poesias e apresenta um trabalho sólido e diversificado, que une o clássico com o contemporâneo.

Mago Trio é um grupo que propõe texturas sonoras e instrumentais para expressar situações do cotidiano social. Conhecido por tocar a trilha sonora de cada dia e cena de nossas vidas, o grupo é formado por Gledson Lamartine, compositor e multi-instrumentista, por Eduardo Albuquerque, arranjador, compositor e multi-instrumentista e por Feitosa, Bateria, percussão e efeitos. Todos naturais de Belo Jardim – PE. Em suas apresentações, o Trio exibe uma espécie de alquimia, que passeia pelo rock, baião, soul, funk e psicodélia.

Com realização da Coda Produções Artísticas, o Festival acontece na cidade dos músicos com patrocínio da Baterias Moura e apoio do Instituto Conceição Moura. Organização de investimento social privado, sem fins lucrativos, o Instituto Moura é concebido e mantido pelo Grupo Moura e promove ações de transformação social por meio da arte, cultura, educação e meio ambiente. O seu maior objetivo é tornar Belo Jardim, a 180 km do Recife, uma cidade melhor para se viver. Anualmente, 10 mil pessoas são beneficiadas pelas ações e projetos do Instituto, cujo nome é uma homenagem à empreendedora e co-fundadora do Grupo Moura, Conceição Moura.

Com saldo de 43.820 vagas, Brasil tem quarto mês positivo seguido no Caged

Pelo quarto mês consecutivo, o emprego formal cresceu no Brasil. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (23) mostram a abertura de 43.820 vagas de trabalho com carteira assinada em julho, um crescimento de 0,11% em relação ao estoque de junho.

Também houve crescimento no emprego se considerados os resultados dos sete primeiros meses deste ano. De janeiro a julho foram abertas 461.411 vagas formais, variação de 1,20% sobre o estoque. Em 2018, no mesmo período, as novas vagas tinham somado 448.263.

Nos últimos 12 meses, o saldo ficou positivo em 521.542 empregos, variação de +1,36%. Assim como no acumulado do ano, os últimos 12 meses tiveram crescimento maior do que no período anterior. Em 2018, o saldo tinha ficado positivo em 286.121 vagas.

O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, destaca que os dados do Caged revelam que houve crescimento do emprego formal nos sete primeiros meses do ano, superior ao mesmo período do ano anterior. No mês, o destaque foi para o setor da construção civil, que apresentou resultados melhores que nos meses anteriores, reflexo de investimentos recentes no setor, especialmente no estado de Minas Gerais.

“Consideramos que o mercado de trabalho tem apresentado sinais de recuperação gradual, em consonância com o desempenho da economia. O governo vem adotando medidas de impacto estrutural e esperamos reflexos positivos no mercado de trabalho, na medida do aprofundamento das reformas”, disse Dalcolmo.

Setores

Dos oito setores econômicos, sete contrataram mais do que demitiram em julho. O saldo ficou positivo na Construção Civil, Serviços, Indústria de Transformação, Comércio, Agropecuária, Extrativa Mineral e Serviços Industriais de Utilidade Pública. Apenas Administração Pública descreveu saldo negativo.

Principal destaque do mês, a Construção Civil teve saldo de 18.721 novos postos de trabalho. Os subsetores de construção de rodovias e ferrovias, principalmente em Minas Gerais e Pará; construção de edifícios, especialmente em São Paulo e Pará; e obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações, sobretudo em Minas Gerais e Bahia, foram os maiores contribuidores para o resultado.

O setor de Serviços fechou o mês com saldo de 8.948 postos de trabalho, principalmente devido à comercialização e administração de imóveis; serviços médicos, odontológicos e veterinários; e instituições de crédito, seguros e capitalização.

Indústria de Transformação, que teve acréscimo de 5.391 vagas formais, deve esse resultado principalmente à indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico; indústria mecânica; e indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria.

Desempenho regional

Todas as regiões do Brasil tiveram crescimento no mercado formal de trabalho em julho. O maior saldo foi na região Sudeste, com 23.851 vagas de emprego com carteira assinada, crescimento de 0,12%. Em seguida, vêm Centro-Oeste (9.940 postos, 0,30%); Norte (7.091 postos, 0,39%); Nordeste (2.582 postos, 0,04%) e Sul (356 postos, 0,00%).

Das 27 unidades da federação, 20 terminaram julho com saldo positivo no emprego. A maior parte das vagas foi aberta em São Paulo, onde foram criados 20.204 postos de trabalho; Minas Gerais, com 10.609 novas vagas, e Mato Grosso, que teve saldo positivo de 4.169 postos.

Os piores resultados foram Espírito Santo, onde foram fechadas 4.117 vagas, Rio Grande do Sul, com 3.648 postos a menos e Rio de Janeiro, que fechou julho com saldo negativo de 2.845 postos.

Modernização Trabalhista

Do saldo total de julho, 6.286 vagas foram resultado da modernização trabalhista, número equivalente a 14,34% do total. A maior parte destes empregos veio na modalidade intermitente, que teve saldo de 5.546 postos, principalmente em ocupações como alimentador de linha de produção, servente de obras e faxineiro. Na categoria de trabalho em regime de tempo parcial, foram 740 vagas, em ocupações como faxineiro, auxiliar de escritório e operador de caixa.

Em julho de 2019, houve18.984 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, envolvendo 13.918 estabelecimentos, em um universo de 12.592 empresas. Um total de 45 empregados realizou mais de um desligamento mediante acordo com o empregador.

Funase e MPT vão criar parques profissionalizantes para jovens em medidas socioeducativas

A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) e o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE) firmaram um convênio para a criação de centros de profissionalização para adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. A parceria prevê a implantação de um parque profissionalizante no bairro de Afogados, no Recife, concentrando cursos em áreas como informática, eletrônica, produção audiovisual, barbearia, artesanato e culinária. Já nas unidades da Funase no Grande Recife e no Interior, serão criados 16 microparques descentralizados, requalificando a estrutura já existente. Orçado em R$ 534.751, o projeto será viabilizado por meio da reversão de recursos de multas trabalhistas oriundos de ações judiciais com atuação do MPT.

O Parque Profissionalizante da Funase no bairro de Afogados, que terá capacidade para formar dois mil socioeducandos por ano, funcionará em um imóvel já pertencente à instituição, que será reformado e adaptado nos próximos meses, após a abertura de um processo licitatório. Os recursos específicos para essas instalações são da ordem de R$ 60,5 mil. No local, haverá laboratórios de informática, de artes e produção audiovisual, de eletrônica e recondicionamento de computadores, de culinária, de paisagismo e jardinagem e de barbearia, além de salas de jogos e multimídia, de uma biblioteca e de um espaço multifuncional. Já os outros R$ 474,2 mil serão para os 16 microparques profissionalizantes nas unidades da Funase, que serão equipados com 200 computadores.

A assinatura do convênio foi feita pelas procuradoras do Trabalho Maria Roberta Komuro e Jailda Pinto, coordenadoras em Pernambuco da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente do MPT. Também participaram a presidente da Funase, Nadja Alencar, as superintendentes gerais de Gestão de Administração e Finanças e de Planejamento e Orçamento da instituição, Angela Weber e Zed Galvão, respectivamente, e a gerente jurídica, Maria Figueiredo. A previsão é de que os novos espaços estejam em funcionamento até o fim do primeiro semestre de 2020.

“Desde março, verificamos muitos avanços nas tratativas entre o Governo de Pernambuco e o MPT para assegurar a inserção desses adolescentes no mercado de trabalho. Já estamos com um projeto em discussão no que diz respeito à inclusão de egressos do sistema socioeducativo em vagas de aprendizagem e, agora, começa a sair do papel uma parceria específica para os jovens que ainda estão na Funase. A implantação do Parque Profissionalizante e dos microparques vai potencializar os resultados do trabalho que já tem sido desenvolvido nessa área”, destaca o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes.

“Só em 2018, com a estrutura que já temos nas nossas unidades e com as instalações de instituições parceiras, conseguimos ofertar 2.207 vagas em cursos profissionalizantes para socioeducandos em todo o Estado. Agora, com o Parque Profissionalizante, teremos um ambiente novo para essas atividades, além dos espaços já existentes nas unidades socioeducativas, que terão laboratórios requalificados e com equipamentos totalmente novos”, explica a presidente da Funase, Nadja Alencar.

Para o coordenador do Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer da Funase, Normando de Albuquerque, que esteve à frente da formatação do projeto, a parceria representa um avanço em vários sentidos. “O parque será uma vitrine dos esforços de qualificação na Funase, elevando a outro patamar as possibilidades de captação de parceiros a partir dessa visibilidade e o papel do espaço como local de produção de metodologias para a educação profissional. Os socioeducandos passarão a ter ambientes diversificados e mais estimulantes, que vão aguçar a curiosidade e o interesse na busca pelo conhecimento. O preenchimento das vagas de estágio e de aprendizagem e a absorção em cotas de aprendizagem também serão potencializados”, afirma.

Imagens: Divulgação/Funase