Estudantes de escolas da zona rural do Agreste estão descobrindo os caminhos do empreendedorismo e da inovação nas salas de aula. Através do programa de Educação Empreendedora do Sebrae/PE, eles participam de capacitações e criam produtos que poderão ser apresentados em feiras de empreendedorismo com a possibilidade de se tornarem projetos de sucesso no mercado. A iniciativa é desenvolvida pela gerência regional do Sebrae/PE no Agreste Meridional, localizada em Garanhuns, e as ações já estão sendo realizadas em municípios como Canhotinho, Buíque, Itaíba e Tupanatinga.
De acordo com Kédima Azevedo, analista do Sebrae/PE, a ideia é ir plantando as sementes de um olhar mais empreendedor e profissional com os alunos do campo, buscando que eles valorizem e entendam melhor a importância da atividade que suas famílias desenvolvem. “Para isso, levamos ações voltadas para o campo, com temas que falam mais sobre a realidade dos alunos como, por exemplo, sucessão familiar. A ideia é também trabalhar na base a importância das associações e cooperativas de forma mais profissional e levar temas que abordem a importância da inovação no campo, seja na agricultura ou na pecuária”, diz a analista.
Entre os temas das oficinas que estão sendo ministradas estão: Profissional do futuro; Como expandir seus negócios; Comunicação interpessoal; além de Construa seu plano de carreira. Os alunos também participam de diversas atividades como assistir e debater filmes, competição de empreendedorismo e feiras de profissões. Além disso, são desenvolvidas ações voltadas para os professores. “Os estudantes recebem palestras e capacitações e vão desenvolver protótipos de produtos que posteriormente vão passar por uma curadoria. Os que forem selecionados neste processo vão apresentar esses trabalhos na feira de empreendedorismo que geralmente acontece em cada município”, explica Kédima Azevedo.
INOVAÇÃO NA PRÁTICA
Coordenador da Escola Júlia Rodrigues Torres, localizada no Distrito de Olho D’Água de Dentro, em Canhotinho, Everton Santos da Silva diz que os estudantes ficaram empolgados com o programa. “Era nítido ver em cada olhar a vontade de querer crescer. Os alunos são incentivados a explorar oportunidades, assumir riscos calculados e transformar ideias em ações concretas, desenvolvendo soluções inovadoras para criar produtos, serviços ou organizações originais”, destaca.
O estudante Flávio Alexandre dos Santos Silva, de 15 anos, aluno do 9º ano da mesma escola, desenvolveu uma caqueira feita de cascas de coco seco e entrelaçada com arames e barbantes. “O Agente Local de Inovação mostrou vários meios de vendas. Foi formado um grupo no qual fizemos vendas de caqueiras e outros produtos e vimos tudo que ele ofertou de ensino. Irei continuar a venda das caqueiras na escola e em outros lugares”, ressalta o futuro empreendedor.
ALI EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
O programa de Educação Empreendedora também conta com a participação dos Agentes Locais de Inovação voltados para a educação, o ALI Educação Empreendedora. O agente Daniel Félix conta que realiza um acompanhamento individualizado em cada unidade de ensino. “Fazemos o diagnóstico para entender o funcionamento da escola e depois montamos um grupo que vai colaborar com o projeto. Depois disso, criamos um plano de trabalho que, após validado, será executado”.
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