Silvio Costa é recebido com grande manifestação de apoio popular em Belo Jardim

O deputado federal e candidato a senador pela coligação Pernambuco Que Você Quer, Silvio Costa (Avante), foi recebido pelo prefeito Hélio dos Terrenos (PTB), na noite da sexta-feira (31), em Belo Jardim, Agreste do Estado, para um comício que resultou numa grande manifestação de apoio popular à sua candidatura.

Precedido de uma caminhada que arrastou centenas de pessoas pelas ruas de Belo Jardim, o comício demonstrou uma robusta arregimentação de forças, com vereadores e lideranças políticas que apoiam Silvio Costa para o Senado Federal. “Precisamos ter força para representar a nossa cidade e o nosso Estado. Precisamos crescer de verdade. Por isso, vou pedir a todo o povo de Belo Jardim que vote em Silvio Costa para senador. Tenho certeza de que ele vai defender nossos direitos, no Congresso Nacional, com ética, lealdade e coragem”, enalteceu o prefeito Hélio dos Terrenos.

Silvio Costa agradeceu o apoio dado pelo grupo do prefeito Hélio dos Terrenos, relacionando sua afinidade com a cidade. “Muito obrigado por esse grande evento. É um privilégio receber o apoio de vocês de Belo Jardim, cidade a qual tenho forte identidade e profunda admiração”, disse o candidato a senador.

Porto Digital aumenta prazo para inscrição gratuita nos cursos a distância

O Porto Digital prorrogou as inscrições gratuitas para três cursos na modalidade educação a distância. Os cursos “Banco de dados – Aprenda e Crie”, “Moda – Processo Criativo e Gestão de Coleções” e “Narrativas e Personagens para Jogos” estão disponíveis para todos os residentes de Pernambuco. As inscrições devem ser feitas por meio do link http://bit.ly/InscricaoEAD_AC e estão abertas até o fim deste ano. Após a ativação na plataforma, o aluno tem até 90 dias para completar o curso – mas, todos que concluírem em até 30 dias, poderão utilizar gratuitamente por cinco horas um dos laboratórios do Armazém da Criatividade, unidade avançada do Porto Digital em Caruaru.

Os cursos foram desenvolvidos pela Joy Street, empresa especializada em soluções inovadoras para aprendizagem e funcionam em qualquer smartphone, tablet ou computador com acesso à internet. Uma vez conectado, o aluno tem acesso à plataforma interativa e gamificada da Apta, que auxilia e acelera a aprendizagem.

• Sobre o curso Banco de dados – Aprenda e Crie

O bem mais precioso de qualquer empresa é a informação. Organizar, relacionar e transformar os dados em informação inteligente é a missão do profissional de banco de dados.

Ao concluir o curso o aluno será capaz de:

– Entender os fundamentos teóricos em projetos de banco de dados.

– Conhecer o processo de normalização em banco de dados.

– Entender o processo de modelagem conceitual.

– Dominar o processo de modelagem lógica.

– Saber utilizar os comandos de criação e manipulação de objetos em um SGBDR, utilizando SQL.

– Elaborar consultas utilizando a linguagem SQL.

• Sobre o curso Moda – Processo Criativo e Gestão de Coleções

A moda encanta, desafia, recria e possui, ao mesmo tempo, muitas linguagens e peculiaridades.

Ao concluir o curso o aluno será capaz de:

– Conceituar moda e compreender suas especificidades.

– Diferenciar tendências de movimentos e reflexos socioculturais ocasionados pela mídia no contexto de moda.

– Definir e selecionar cores para o desenvolvimento de produtos de moda.

– Compreender o processo de desenvolvimento de uma coleção de moda.

– Reconhecer estratégias de marketing e comercialização de uma coleção de moda.

• Sobre o curso Narrativas e Personagens para Jogos

Bons personagens e suas histórias podem marcar gerações. Criar Personas interessantes, desenvolver cenários engajantes para imersão dos usuários são fundamentais no desenvolvimento de jogo.

Ao concluir o curso o aluno será capaz de:

– Conceituar Gêneros Narrativos

– Compreender as especificidades do campo de Jogos

– Conceituar personagem enquanto parte constitutiva de uma narrativa

– Compreender o processo de construção de personagens.

Diretoria do Central apresentará projeto de marketing

A diretoria do Central, através de sua Assessoria de Imprensa, convidou a imprensa esta semana para participar da apresentação do projeto de marketing do centenário do clube, que ocorrerá na temporada 2019. A coletiva está marcada para acontecer nesta segunda-feira (3), a partir das 17h, na Sala de Imprensa Jornalista Souza Pepeu, no Estádio Luiz Lacerda. Na ocasião, a cúpula alvinegra deverá oficializar a consultoria de marketing juntamente com as empresas MS Marketing, de Milton Santana, e Buzz Lab, de Josival Junior, ambos torcedores declarados da Patativa.

Edjailson da Caru Forró inaugura comitê hoje

O candidato a deputado estadual Edjailson da Caru Forró, do PRTB, faz lançamento oficial da candidatura e inaugura comitê neste domingo (02), a partir das 15h, no Antigo Casarão Beer, na Rua José Mariano, no centro de Caruaru.

Em seu segundo mandato como vereador, com um trabalho reconhecido pela população caruaruense, Edjaílson, que adotou o slogan “O Deputado do Povo”, deverá contar no ato com a presença de várias lideranças políticas do Estado a exemplo do senador e candidato ao governo Armando Monteiro (PTB) da prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB), do suplente de senador Douglas Cintra (PTB), do deputado federal Luciano Bivar (PSL) e do presidente do PRTB estadual Ednalzio Silva.

Civil incinera quase uma tonelada

A Polícia Civil de Pernambuco incinerou aproximadamente uma tonelada de drogas, na tarde da última terça-feira (28), em uma empresa de cerâmica que fica na zona rural em Caruaru. De acordo com informações repassadas pela polícia, o extenso volume de entorpecente foi oriundo de apreensões ocorridas, nos últimos três anos, na Capital do Agreste e demais municípios da região. Além de maconha, ainda foram incineradas grandes quantidades de cocaína, pasta base de cocaína, drogas sintéticas e crack.

Presente no ato, o promotor de Justiça do Ministério Público, Henrique Ramos, destacou a importância da realização de incinerações. “É importante porque essas drogas acabam não ficando mais amontoadas nas delegacias, o que atrapalha e muito o trabalho da polícia. O ideal é de que essas incinerações ocorram de forma mais constante.”
Além da Civil, as apreensões também foram feitas pela Polícia Militar.

Segurança pode ter sido morto a mando de ex-companheira

Pedro Augusto

O segurança Rogério José da Silva, de 31 anos, foi assassinado a tiros, na manhã da quarta-feira (29), no Sítio Barra de Riacho do Peixe, na zona rural de Agrestina, no Agreste do Estado. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, ele estava pilotando a motocicleta Bros, de cor vermelha e de placa KKS-0262, quando acabou sendo alvejado à bala por criminosos em um automóvel.

Segundo ainda as investigações preliminares da polícia, Rogério havia sofrido uma tentativa de homicídio há pelo menos dois anos, em frente a um mercadinho onde trabalhava como segurança, no Loteamento Cidade Alta, em Caruaru. Ele residia na Rua do Vassoural, no bairro de mesmo nome, e era conhecido como “Índio Carroceiro”.

A vítima, de acordo com a polícia, teria sido morta em frente a um bar. Logo em seguida, os criminosos teriam fugido no automóvel com sentido para a BR-104. Após o levantamento cadavérico do Instituto de Criminalística, o corpo de Rogério foi encaminhado ao IML de Caruaru.

“Estamos trabalhando com todas as hipóteses, dentre elas a de vingança, haja vista que Rogério vivia em constante atrito com a ex-companheira, pois esta última não aceitava a separação. Inclusive, ele a acusava de ter sido a mandante da tentativa de homicídio sofrida há mais de dois anos. Ela está sendo tratada como suspeita”, comentou, ainda na cena do crime, o delegado de Agrestina, Fernando Elias.

Caruaru

Na Capital do Agreste, o autônomo Nilson de Freitas Silva, de 32 anos, foi morto a facadas na noite do último domingo (26). De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, ele estava trafegando na estrada que dá acesso ao Residencial Luiz Bezerra Torres, na altura do Sítio Taquara de Cima, na zona rural, quando acabou sendo atingido por golpes de faca peixeira. A arma utilizada acabou sendo encontrada pela polícia. O seu corpo foi encaminhado ao IML local.

ARTIGO — O preço da modernidade

Maurício Assuero

Em novembro passado, entrou em vigor a reforma trabalhista que aliada a proposta da terceirização (em análise no STF) alterou as relações de trabalho. Primeiro, a faculdade Estácio de Sá demitiu 1200 docentes para recontratá-los, essa é a verdade, segundo as novas regras trabalhistas. Não adiantou a tentativa de frear a ação através da justiça.

Esta semana, a LATAM anunciou a demissão de, coincidentemente, 1200 funcionários optando por terceirizar os serviços no aeroporto de Guarulhos. A situação das companhias aéreas no Brasil não é uma coisa fácil. Em 2016, por exemplo, 20 empresas tiveram prejuízos não sanados ao longo desses dois anos porque a renda caiu e, embora, a alta do dólarsirva para impulsionar o turismo interno, não é isto que está sendo visto.

Os custos operacionais são altos. Começa pelo combustível cujo preço é expressivo e, com isso, por mais que as empresas tentem ofertar um serviço atrativo, a nossa combalida economia não permite por conta da renda achatada e desemprego em alta são ingredientes difíceis de conciliar com rentabilidade financeira.

Mas, o problema está na forma do processo. Demite-se, 1200 funcionários que serão incorporados a um plano de demissão e que irão contar com alguns benefícios (plano de saúde, por exemplo) ao longo de um período de tempo. A vantagem é a redução de custos visto que os encargos sociais no Brasil são absurdos. O que vai acontecer é que, ao terceirizar, alguns destes antigos funcionários serão recontratados com salários menores. Se não for assim, ficará desempregado.

O Brasil criou essa modernidade com a reforma trabalhista. Em alguns momentos aqui dissemos que havia a necessidade de uma atualização, mas que ficou claro qual seriam os benefícios para a classe trabalhadora. Aparentemente, teremos alguma dificuldade em conviver com esse avanço, no entanto, alguns dos candidatos a presidente alegam rediscutir tal reforma e cada vez que pronuncia algo assim, o mercado reage negativamente. Isso significa que a reforma foi excepcional, para o empregador.

O Brasil permitiu a terceirização de atividades meio. A contabilidade, informática, os serviços gerais, etc. Agora a pauta é terceirizar a atividade fim, ou seja, uma empresa pode, simplesmente, ceder suas instalações (como um comodato, um arrendamento) e o capitalista ganhar dinheiro com isso. Sabe aquele produtor de jeans do agreste que vende seu produto por X para um loja de um shopping vender por 4X? tudo indica que ele será bem mais requisitado.

Patativa encara Leão pelo Sub20 do Pernambucano

Dono de uma boa campanha na etapa inicial, a Patativa estreia, neste fim de semana, pela segunda fase do Campeonato Pernambucano Sub20. A Patativa mede forças com o Sport, no sábado (1º), a partir das 15h, no Estádio Luiz Lacerda.

A equipe, comandada pelo técnico Erivelton Souza, está no grupo juntamente com o Leão, o Santa Cruz e o Afogados. De acordo com o regulamento, os dois times de melhores campanhas avançarão à etapa seguinte da competição.

Uma temporada desastrosa para os times do Estado

Pedro Augusto

Das Séries A até a D, Pernambuco só colecionou fracassos na temporada 2018. Prova disso é que faltando ainda quatro meses para acabar o ano, apenas o Sport se encontra em atividade com compromissos válidos pelo Brasileiro da 1ª Divisão. Já os outros seis clubes do Estado – Central, Flamengo, Belo Jardim, Náutico, Santa Cruz e Salgueiro -, que disputaram a competição nacional, só que em divisões inferiores, já estão de férias acumulando os prejuízos financeiros que o término forçado de calendário costuma proporcionar com a bola ainda rolando num segundo semestre e para outros times.

Central
Compondo o grupo 7, juntamente com Sergipe, Jacuipense e ASA, esperava-se que a Patativa fosse um pouco mais longe no Campeonato Brasileiro da Série D. A equipe, até então comandada por Mauro Fernandes, havia sido, um pouco mais cedo, vice-campeã pernambucana e contava com um elenco forte, tendo como destaques o atacante Leandro Costa, o meio-campista Júnior Lemos e o lateral esquerdo Charles Maceió. Ainda com cabeça voltada para a perda do Estadual, o Central acabou ficando apenas na primeira fase do Nacional, se despedindo da temporada 2018 já no dia 27 de maio. Na ocasião, goleou o Jacuipense por 3 a 0 com o estádio praticamente vazio.

Fla e Belo
Representantes também do Estado na 4ª Divisão, assim como a Patativa, tanto o Flamengo de Arcoverde como o Belo Jardim acabaram encerrando as suas séries de compromissos em 2018 ainda na etapa inicial da competição. Rebaixado este ano para a Série A2 do Estadual, o Calango ficou apenas na terceira colocação da chave A6 do Nacional, enquanto a Fera Sertaneja, que conseguiu escapar da degola do PE somente na última rodada, terminou na mesma posição do Belo, só que na chave A8. Ambos os clubes estão sem atuar desde o dia 27 de maio.

Salgueiro
Dono de boas campanhas nas temporadas anteriores, quando chegou a ser por duas vezes vice-campeão pernambucano, o Salgueiro decepcionou bastante a sua torcida ao colecionar sucessivos fracassos em meio à temporada 2018. Foi eliminado por goleada pelo Fluminense na segunda fase da Copa do Brasil, deixou a Copa do Nordeste ainda na primeira fase e, para fechar o ano desastroso, também foi rebaixado à Série D do Brasileirão. A derrota para o Santa Cruz por 1 a 0, no último dia 11 de agosto, no Estádio do Arruda, foi o último compromisso do time sertanejo na temporada atual.

Náutico
Com um início de ano bastante animador, quando conseguiu a classificação para o Nordestão, o avanço para a quarta fase da Copa do Brasil e o título de campeão pernambucano após 14 anos de seca, projetava-se um fim de temporada diferente, do que acabou sendo observado pelos alvirrubros em relação ao Náutico. Tido como um dos favoritos ao acesso à Série B 2019, o Timbu foi obrigado a interromper prematuramente os seus planos ao ser eliminado pelo Bragantino nas quarta-de-final da Terceirona. O último jogo do Náutico em 2018 foi justamente contra o Bragantino, quando acabou empatando por 1 a 1, no domingo passado (26), na Arena de Pernambuco.

Santa Cruz
Diferentemente do arquirrival Náutico, que até conseguiu fazer bonito em alguns momentos, o Santa teve um ano digno de ser totalmente esquecido. Sucumbiu ainda nas quartas do Estadual, foi eliminado também nas quartas da Copa do Nordeste, caiu fora logo na primeira fase da Copa do Brasil e, para fechar o “caixão”, não conseguiu o acesso à Segundona. Mesmo com a vantagem obtida no primeiro jogo, na partida de volta das quartas-de-final da Série C, o Mais Querido acabou sendo goleado por 3 a 0 pelo Operário-PR. O confronto ocorreu também no último dia 26, mas no Estádio Germano Kruger.

Sport
Mesmo com calendário garantido até o próximo mês de dezembro, o Leão da Praça da Bandeira vem, até agora, preocupando bastante a sua torcida. Nem poderia ser diferente, haja vista que o rubro-negro pernambucano está há 11 jogos sem conseguir saber o que é vitória na Série A. O mau momento é reflexo dos tropeços obtidos no início da temporada. Favorito absoluto a levantar mais um troféu, o Sport caiu nas semifinais do Pernambucano diante do Central e também foi eliminado nos pênaltis pelo Ferroviário-CE, na segunda fase da Copa do Brasil. Hoje, encontra-se na zona de rebaixamento para a Série B e com um elenco desmotivado.

“País necessita de um presidente com bom trânsito no mercado”

Diante de um cenário tão difícil como este, no tocante à economia, devido à crise política/financeira que já vem se arrastando há alguns anos em todo o país, procurar se inteirar um pouco mais sobre o assunto poderá facilitar a vida do eleitor na hora da escolha do candidato à Presidência da República na Eleição 2018. No intuito de deixar os leitores mais informados, VANGUARDA entrevistou esta semana o seu colunista econômico, Maurício Assuero. Confira, abaixo, a entrevista.

Pedro Augusto

Jornal VANGUARDA — O próximo presidente terá o desafio enorme de tentar recolocar a economia nos eixos após um dos maiores períodos de crise política/financeira do Brasil. Em sua opinião, qual seria o perfil de gestor mais indicado para assumir o país neste momento tão delicado da economia brasileira?

Maurício Assuero — Pelo que tenho acompanhado, a melhor proposta para o Brasil tem sido defendida pelo economista Paulo Guedes. No entanto, isso não quer dizer que o seu candidato é o mais adequado. Paulo chama essa relação com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) de ‘Ordem e Progresso’, numa alusão ao lema da Bandeira do Brasil. O que tem de interessante nisso é, de que, ao contrário dos demais, Paulo Guedes diz como vai formar poupança e estimou reduzir a dívida somente com privatizações. No momento que colocar as concessões, então, o Brasil estaria em outros trilhos. Por incrível que pareça, o melhor perfil para presidente do Brasil é esse de Paulo Guedes. Não adianta dizer que vai reduzir o déficit sem dizer de que forma, por exemplo. Não temos um candidato ideal, mas precisamos de alguém que tenha um bom trânsito com o mercado interno e externo, que busque reduzir o tamanho do estado, que trate as reformas com seriedade, principalmente a reforma tributária. Eu vejo a questão como o perfil do Brasil e não como o perfil do presidente do Brasil.

JV — Em entrevista recente, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro afirmou que o presidente não precisa entender tanto de economia. Em sua opinião, ele está correto ou errado e por quê?
MA — Uma das maiores descobertas do mundo político talvez tenha sido Sarah Palin, governadora do Alasca, que concorreu ao cargo de vice-presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano na chapa do senador Jonh McCain, falecido na semana passada. Palin ganhou notoriedade extrema por seus discursos e incomodou bastante Barack Obama, no entanto, na sua primeira entrevista sobre política externa, seus limitados conhecimentos foram escancarados fazendo transitar do céu para o inferno rapidinho. O conhecimento é fundamental para dar segurança. A falta de conhecimento leva à manipulação e, como o ambiente político muda ao sabor dos ventos, isso significa abalos ao longo do caminho. FHC colocou um economista, José Serra, como ministro da Saúde e o que se viu foi uma formação de políticas públicas na área. Por exemplo, a questão dos remédios genéricos foi cuidado nesse período. Lógico que há críticas, mas o economista possui a visão de longo prazo. Tem mais chance de colocar as contas em ordem. Lula colocou um médico no Ministério da Fazenda. Qual a função dele? Vender a política econômica traçada pelo Banco Central. As projeções de séries temporais, os modelos de volatilidade etc eram traduzidos para Palocci. Lógico que ele tinha inteligência para entender e expor. Mas defendo muito mais José Serra na Saúde do que Palocci na Fazenda. Foram dois momentos diferentes. Palocci não teve trabalho porque na sua época a economia estava em ascensão. Assim, acho que o candidato está equivocado. Ele precisa ter um conhecimento. Não precisa ter doutorado, mas precisa conhecer os conceitos e as consequências da economia.

JV — Além de ter que buscar soluções para os diversos gargalos financeiros que acabaram se avolumando no decorrer da crise, o novo gestor do país ainda terá a missão árdua de tentar conquistar a confiança de volta do investidor externo. Que medidas seriam mais viáveis para esse início de governo?
MA — Essa é uma parte complicada. Não tem como o Brasil conquistar confiança externa sem o funcionamento pleno das instituições. Não há segurança no STF, visto que a soltura de envolvidos em escândalos de corrupção incomoda a sociedade, mas basta um pedido chegar à segunda turma, que o acusado é posto na rua. Em todo mundo há uma preocupação muito clara com o combate à corrupção. Um banqueiro suíço fez uma delação sobre a fortuna de US$ 180 milhões da família de Nicolás Maduro. A Justiça leva em conta tal delação, mas aqui uma delação pode não ser aceita como prova. O investidor externo vê isso e não quer arriscar colocar seu dinheiro aqui. Eike Batista investiu US$ 6 milhões na Bolívia e, quando Evo Morales foi eleito, estatizou investimentos estrangeiros, inclusive da Petrobras. Qual foi a reação do governo brasileiro? Nenhuma. O investidor quer garantias de que seu capital terá mobilidade.

JV — Especialistas afirmam que só a partir de 2020 é que a economia brasileira começará a respirar alcançando resultados mais positivos. O senhor concorda com essa estimativa ou vai depender essencialmente da escolha do novo presidente?
MA — Eu acho que vamos esperar um pouco mais. O próximo governo precisa arrumar a casa. Vai reduzir ministérios? Vai cortar gastos? Mesmo a proposta liberal de Paulo Guedes não seria implantada no primeiro ano porque quando se fala de privatizar, alguém entra com uma ação e um juiz de plantão concede uma liminar. Basta ver o caso da Eletrobras. Prejuízos absurdos ao longo do ano, mas ninguém está interessado nisso. Vai entrar as demandas judiciais, vai ter pressão dos movimentos sociais, enfim, o Brasil de 2019 é a maior das incógnitas mundiais. Lógico que isso pode ser abreviado a partir da eleição do presidente. Conhecido o nome, então já se deve partir para a transição e começar a delinear o perfil do governo, o tamanho da máquina, etc. Não quero ser pessimista, quero ser realista.

JV — Assim como os demais estados, Pernambuco contabilizou, nos últimos anos, perdas significativas no tocante as suas finanças devido à crise que se instalou e ainda vem perdurando no país. De que forma, em sua opinião como especialista, o Estado poderá recuperar o posto de uma das economias mais pujantes não só do Nordeste, mas também de todo o país?
MA — Num recente trabalho acadêmico que fiz, destaquei as economias de Pernambuco, Bahia e Ceará como as mais significativas para a economia nordestina. Por exemplo: entre 2002 e 2017, o BNDES financiou 215 mil projetos para região, totalizando R$ 53,389 bilhões. No entanto, 11% se destinaram à indústria de transformação. Pernambuco teve um bom desempenho, principalmente por conta do turismo. O estado foi assolado por um período de estiagem que comprometeu alguns segmentos importantes, como pecuária, e, diante da crise pela qual passou, tem sofrido a falta de investimentos. A queda na atividade econômica fez o Governo Federal reduzir repasses e, obviamente, com a economia em queda, impostos fundamentais como o ICMS foram impactados. Em contrapartida, gastos com pessoal cresceram e, com isso, Pernambuco já chegou à margem de segurança da Lei de Responsabilidade Fiscal. O Governo do Estado precisa implantar políticas de geração de renda. Se o emprego está difícil, vamos cuidar da empregabilidade. Então, precisa atuar na promoção de ações que gerem renda. Não há outra forma de voltar a crescer sem renda.

JV — Faltaram ao governador Paulo Câmara (PSB) uma articulação e um plano estratégico maior para garantir melhores resultados para economia estadual?
MA — O governador Paulo Câmara pegou Pernambuco numa fase de crescimento econômico e, com a crise, o estado encolheu. Recentemente, foi classificado como o quinto melhor no ranking da Folha de São Paulo. Uma questão importante aqui tem sido o incentivo à tecnologia. Se a gente for olhar o Pintec, vai ver que Bahia, Pernambuco e Ceará investiram R$ 737 milhões em projetos tecnológicos, obtendo receitas na casa dos bilhões. Essa é uma tendência que pode ser consolidada no estado. Em relação ao plano estratégico, o governo precisa dizer com mais propriedade aonde e como quer chegar. Eu acho que a via tecnológica é uma forma mais rápida para melhorar as finanças.

JV — Ainda em relação à escolha do novo presidente e tendo como tema finanças, que aspectos necessitam ser avaliados pelos eleitores durante este período de campanha?
MA — Um grave problema do Brasil é o déficit. Todos nós sabemos que precisamos de R$ 150 bilhões para cobrir o que gastamos além do que arrecadamos. Então, o eleitor precisa ficar atento às promessas generalistas. Elas são meras falácias. Todos os candidatos precisam esclarecer como será gerado emprego e quais as medidas que serão adotadas para isso. Caso contrário, ficará nítido que se trata de promessas eleitoreiras. Se o estado não reduzir seu tamanho, não há finanças que suporte. Nesse sentido, observar os apoios políticos. Quanto mais apoio, mais cargos no governo. O controle dos gastos públicos tem efeitos diretos na empregabilidade e no controle de preços. Sem isso, vamos esperar o próximo governo do próximo governo.