Com objetivo de ordenar o trânsito do Parque 18 de maio, operação ‘Sulanca’ é realizada em Caruaru

Foto: Felipe Correia/Prefeitura de Caruaru

A Autarquia de Mobilidade, Trânsito e Transportes de Caruaru (AMTTC) está realizando durante os dias 14 e 15 deste mês, a operação ‘Sulanca’, que tem como objetivo ordenar o fluxo de veículos no entorno do Parque 18 de maio, para as tradicionais feiras de final de ano. Ações educativas, de ordenamento do trânsito, orientação aos condutores e a implantação de duas áreas para embarque e desembarque de veículos no entorno do Parque foram realizadas pela Autarquia. A força tarefa contou com a participação dos Agentes de Trânsito da AMTTC, arte educadores e Agentes do Detran/PE.

“O nosso foco na realização dessa operação é receber da melhor forma a alta quantidade dos compradores e comerciantes que chegam à Caruaru na reta final do ano, com as tradicionais feiras realizadas no período,” comentou o secretário executivo da AMTTC, Coronel Isaque Barbosa.

Fracasso Moral

Com Tati e Eduardo em viagem, Marina e Júlia, as duas netas, vieram passar o findi comigo e Patrícia. Tendo dormido em nossa cama, Marina acorda e, sem dizer nada, dá um beijo gostoso em cada um dos avós. Ternura dela, embevecimento nosso. Sente-se aconchegada e amada. Logo depois, vêm-me à mente outras crianças. Como esquecer daquelas que estão sendo feridas ou mortas por bombardeios? Ou que estão perdendo seus pais e avós? Crianças palestinas, aos milhares. Crianças israelenses, às centenas, com pais e avós mortos no atentado terrorista do Hamas ou tomados como reféns.

Marinas e Júlias de dois povos que sofrem vítimas de dois grupos dirigentes desumanos. Tanto o Hamas quanto a extrema-direita de Netanyahu distribuem seus horrores a partir de dogmas fundamentalistas, autoritários e supremacistas. Desumanizando o antagonista, ambos almejam a extinção do outro. A italiana Francesca Albanese, relatora da ONU para os direitos humanos na Palestina, em entrevista ao Globo de ontem, fala de um “fracasso épico” da ONU. “Político, humanitário e jurídico”. Ela adverte que a reação-vingança de Netanyahu está promovendo a limpeza étnica da região. Está empurrando os 2,3 milhões de palestinos para o sul, para que eles novamente se tornem refugiados no Egito.

Claro que Israel tem o direito-dever de se defender dos ataques terroristas do Hamas. Mas um estado não pode defender seu povo transgredindo as normas mínimas do direito internacional. Os alvos devem ser militares. A existência de túneis por debaixo das estruturas civis não permite que um estado bombardeie indiscriminadamente a população civil. Quando ataca hospitais, Netanyahu ultrapassa todos os limites éticos e jurídicos. Os profissionais de saúde e os civis que estejam nos hospitais, para o direito internacional, não se tornam alvos militares. Da mesma forma, quando bloqueia mantimentos, água, remédios, combustíveis e energia. E quando promove a colonização violenta da Cisjordânia, assim confirmando as acusações de que a estratégia do seu governo extremista é a de varrer os palestinos de Gaza e da Cisjordânia.

Esses crimes de guerra que estão sendo praticados pelo governo Netanyahu não são a única tática possível para obter o justo objetivo de derrotar o Hamas e resgatar os reféns. A legítima defesa não dá direito a tantos excessos. Nem pode ser exercida como vingança e punição coletiva à população civil de Gaza, depois da falha grotesca dos seus órgãos de inteligência e defesa. Não por acaso, essa tática tem críticos dentro de Israel. Como os familiares dos reféns e alguns que foram libertados. “Você coloca a política acima do retorno dos sequestrados”, como uma das reféns libertadas disse a Netanyahu segundo o site israelense Ynet. O ex-primeiro-ministro Ehud Barak criticou a falha estratégica do governo israelense. Para ele, o objetivo deveria ser destruir a capacidade militar do Hamas e restabelecer a Autoridade Palestina em Gaza para poder negociar. As ações deveriam ser divididas em estágios e em obediência ao direito internacional. Ele adverte que a opinião pública mundial precisa ser convencida de que a reação de Israel é justa e legal.

O apoio ou a complacência dos EUA e das principais potências europeias aos crimes de guerra cometidos pelo exército israelense cria problemas futuros. Alimenta o ódio das novas gerações de palestinos e do mundo árabe. Inviabiliza potenciais mediadores para uma solução pacífica. Cria ressentimentos contra o mundo ocidental e levanta dúvidas quanto aos seus valores. Isso é ruim para as causas da democracia, da liberdade e dos direitos humanos, eixos fundantes do modelo de estado de direito desenvolvido pelos ocidentais desde o Iluminismo. A indiferença à reação desmedida de Israel contra 2,3 milhões de civis é um fracasso diplomático e humanitário. Mas é sobretudo um fracasso moral. Que se estende a muitos brasileiros. Alguns por desinformação. Outros por acreditarem que a única tática para enfrentar o Hamas é a que Israel está praticando. Outros por acharem que o povo palestino, mesmo oprimido pela ditadura do Hamas, é culpado pelos atos terroristas. Outros, ideologizados ou sem empatia que não seja para com os seus, acham que a vida de um israelense vale mais do que a de um palestino. Desumanizam o povo antagonizado. Há quem, por ingenuidade, negacionismo ou hipocrisia, sucumba à propaganda da extrema-direita israelense que acusa de defensor do Hamas a todos os que se insurgem contra o massacre dos palestinos e contra os crimes de guerra praticados pelo governo Netanyahu. O povo judeu teve a simpatia dos brasileiros contra a diáspora e o holocausto. Continua a ter diante do ataque do Hamas. Mas o povo palestino também precisa da nossa solidariedade contra o massacre e a tentativa de limpeza étnica que lhe está sendo imposta pelo governo israelense. Nossa solidariedade aos dois povos.

Maurício Rands, advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford

Sebrae lança, nesta segunda (11), Roteiro de Turismo Criativo do São João de Pernambuco

O Sebrae Pernambuco realiza, nesta segunda-feira (11), em Caruaru, o Seminário de Lançamento do Roteiro de Turismo Criativo do São João de Pernambuco. O projeto busca transformar territórios criativos, através do fomento à cultura, para que a alegria dos festejos juninos seja evidenciada nesse trajeto durante todo o ano. Além de incentivar o turismo, a iniciativa, desenvolvida em parceria com as prefeituras de oito municípios do Agreste, vai fortalecer a economia criativa, a partir do apoio aos empreendimentos participantes, e as manifestações que fazem parte das raízes do nosso São João.

A rota turística contempla participantes da economia criativa de Caruaru e de mais sete municípios do Agreste pernambucano, com o foco na produção associada às festividades juninas. Além da Capital do Forró, também integram o roteiro Vitória de Santo Antão, Chã Grande, Gravatá, Bezerros, Bonito, Sairé, e Brejo da Madre de Deus.

De acordo com Verônica Ribeiro, Gestora do Projeto Nordeste de Economia Criativa do Sebrae Pernambuco, os equipamentos turísticos desses municípios foram preparados, através de projetos pilotos, para criar conexão com a cadeia produtiva do turismo criativo. As ações tiveram como objetivo provocar experiências e vivências dos festejos juninos, contribuindo para a prestação de serviços qualificados e inovadores no turismo, em especial nas manifestações culturais, na gastronomia regional, na música e no artesanato.

“O Seminário de Lançamento do Roteiro de Turismo Criativo do São João de Pernambuco é uma congregação desse resultado que deve ser festejado, mas acima de tudo, estimulado pelos governantes e empreendedores locais para que tenhamos essa chama acesa durante todo o ano e não somente no período junino”, destaca Verônica Ribeiro.

A criação do Roteiro de Turismo Criativo do São João é fruto do Projeto Nordeste de Economia Criativa, que busca fortalecer uma estratégia colaborativa de atuação em rede do Sebrae para potencializar a cadeia de valor da Economia Criativa no Nordeste, com qualificação em gestão e inovação, além de possibilitar o acesso desses empreendimentos a novos mercados. Nessa perspectiva, os Estados do Nordeste elaboraram roteiros criativos de acordo com o mapeamento da cadeia produtiva dos seus municípios.

O Sebrae Pernambuco propôs a construção de um Roteiro de Turismo Criativo do São João, aproveitando uma Instância de Governança Regional (IGR) de Turismo já consolidada – a Rota Serras e Artes – composta pelos municípios de Vitória de Santo Antão, Chã Grande, Gravatá, Bezerros, Bonito, Sairé, Caruaru e Brejo da Madre de Deus. A definição partiu do mapeamento das potencialidades desses territórios e das pessoas que vivem neles, com foco nos empreendimentos da economia criativa.

“A produção associada ao turismo foi o que norteou um trabalho de consultoria, iniciado em março de 2023, depois de reuniões com o trade turístico do Agreste, que validou uma proposta de criar novas formas de relacionamentos entre os integrantes e o turista, em seu entorno social e urbano”, conta Verônica Ribeiro. O objetivo é dar visibilidade aos municípios, ampliando as atividades econômicas e a inovação, trazendo desenvolvimento para a região e oportunidades ainda não exploradas.

O Seminário de Lançamento do Roteiro de Turismo Criativo do São João de Pernambuco será realizado das 8h às 13h, no Centro de Convenções do Senac de Caruaru, que fica localizado na Avenida Maria José Lyra, 140, no Bairro Indianópolis. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link: https://www.sympla.com.br/seminario-rota-criativa-do-sao-joao-de-pernambuco__2268717. É necessário levar o QR Code para check-in no dia do evento.

IPA realiza reunião de Planejamento estratégico nesta terça (12) e quarta (13), em Gravatá

Após um ano de reuniões de escuta nas suas Estações Experimentais de Pesquisa e Gerências Regionais de Extensão Rural e de Recursos Hídricos, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) realiza nos dias 12 e 13/12 , a primeira Reunião Anual Estratégica de Trabalho, Integração, Planejamento e Administração com os funcionários do instituto.

Na pauta, a avaliação das ações de todas as diretorias do IPA no ano de 2023 e o planejamento para 2024. Estão previstos debates, mesas redondas e palestras sobre Controle Interno, Comunicação, Agricultura 4.0 e Mulheres no Mercado de Trabalho. Entre os palestrantes estão Bruno Brasil – secretário nacional de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Otávio Martins Maia – diretor-presidente da Emater-MG, Laurindo Ferreira – diretor de redação do Jornal do Commercio, a consultora Jô Mazzarolo e Mariana Melo – secretária estadual da mulher de Pernambuco.

Também haverá uma ação de Meio Ambiente no município com o plantio e distribuição de mudas de frutíferas das estações do instituto.
O evento será no Hotel Canarius em Gravatá, onde já aconteceram reuniões organizadas por outras gestões do IPA.

Em Dubai, presidente do STF defende cooperação mundial para redução dos efeitos climáticos

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, participou neste domingo (10/12) de dois eventos relacionados à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Na principal conferência ambiental do mundo, Barroso defendeu em suas falas a necessidade da busca por uma solução transnacional para se mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Pela manhã, o presidente do STF palestrou no painel “Mudança do Clima e Juízes: Perspectivas Judiciais sobre a Litigância Climática”, ao lado do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e do Embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil na COP-28.

Neste evento, que despertou grande interesse do público e registrou plena lotação, participaram presidentes de Supremas Cortes de diversos países.

O presidente da Suprema Corte brasileira apresentou as principais dificuldades para o avanço na agenda climática: o negacionismo de alguns setores da sociedade, o curto prazo dos ciclos políticos e a necessidade de soluções globais e coordenadas.

O ministro apresentou os motivos pelos quais os tribunais, ao redor do mundo, têm decidido sobre o mérito de ações que envolvem a mudança do clima, incluindo o direito de gerações futuras a viverem num ambiente sustentável. Barroso elencou ainda algumas decisões recentes de tribunais internacionais que consideraram a adequada proteção do meio ambiente como um direito fundamental e constitucional.

Pavilhão Brasil

No segundo evento da programação oficial, na parte da tarde, o ministro falou sobre a proteção da Amazônia no Pavilhão do Brasil, ao lado de Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

Barroso falou sobre o papel do Poder Judiciário na defesa da Amazônia, incluindo o cumprimento das políticas públicas de desenvolvimento sustentável na região.

“A mudança climática – e, consequentemente, o aquecimento global, o risco ambiental – tem sido identificada como o mais relevante problema ambiental do século XXI e uma das questões definidoras do nosso tempo. Inúmeros autores têm se referido ao tema como ‘a tragédia dos comuns’, significando uma situação na qual os indivíduos em geral, agindo com atenção apenas ao interesse próprio, comportam-se, na utilização de recursos escassos, de maneira contrária ao bem comum”, afirmou Barroso na cúpula sobre a Amazônia.

O presidente do STF mencionou ações julgadas no STF sobre a região Amazônica, em favor do cumprimento de direitos fundamentais e da Constituição brasileira. “O grande desafio para o direito público nessa matéria é a necessidade de soluções transnacionais, que envolvam a cooperação de todos os países. Isso porque os fatores que afetam o meio ambiente e o clima na Terra, como a emissão de gases estufa e o desmatamento, produzem consequências que não respeitam fronteiras”, completou o presidente do STF.

Juizado do Torcedor inaugura instalações na segunda-feira (11)

O Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo e Criminal do Torcedor (Jetep), órgão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a partir da segunda-feira (11), vai funcionar no Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) do centro Universitário Maurício de Nassau – Uninassau. O novo endereço da unidade judiciária será Rua Joaquim Nabuco, 778, Bloco C, bairro das Graças, Recife. O atendimento ao público será das 7h às 13h. A solenidade de inauguração do novo espaço será realizada no auditório Capiba do centro universitário, às 9h30 do próximo dia 11 de dezembro.

“A nova localização do Juizado do Torcedor é, sem dúvida, uma medida exitosa, pois estará em um local de fácil acesso. Estamos esperançosos que atenderemos mais pessoas, e com mais conforto”, destaca o magistrado titular do Jetep, Flávio Fontes. Ele adianta que, atuando como o terceiro Fórum Universitário, instalado pelo TJPE em Pernambuco, o Jetep terá estudantes atuando como voluntários.

“Estamos nos unindo a um dos maiores grupo de educação do país na busca de mais conhecimento interdisciplinar, de informações e para colaborar com o aprimoramento profissional de futuros operadores do Direito. Essa parceria foi sem dúvida um verdadeiro gol de placa, idealizada pelo presidente do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo há alguns anos”.

Em 2007, o órgão foi o primeiro Juizado do Torcedor criado no Brasil, e só neste ano atuou em todos os 77 jogos em que os times mais relevantes do estado e do Brasil participaram. “Com o funcionamento do Jetep, atuando em conjunto com os órgãos de segurança pública, a violência nos estádios de futebol foi praticamente erradicada”, observa o juiz Flávio Fontes.

O magistrado titular do Jetep, Flávio Fontes, apontando para a placa de inauguração do Juizado na Uninassau

Atribuições do Jetep – Cabe ao Juizado do Torcedor processar e julgar as causas cíveis e criminais de menor complexidade e de menor potencial ofensivo, relacionadas ao Estatuto do Torcedor. Nestes casos, a pena não dura mais de dois anos, sendo elas decorrentes de conflitos ocorridos durante o início ou no término dos jogos de futebol, até o raio de 5 km do local de sua realização.

Composição– Além do juiz Flávio Fontes, o promotor José Bispo, que representa o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), e a defensora Helane Malheiros, membro da Defensoria Pública Estadual (DPF), integram o Jetep.

A equipe de servidores é composta por Deolinda Brandão, Maria Beltrão, Jonathan Machado, Kilma Buril, Morgana Farias, José Mário, Marina Rizzo, Gabriela Severien, João Passos e Daniela Pessoa.

Confira o Ato 1.130/2023, publicado na edição 214/2023 do Diário de Justiça eletrônico – Dje, de 29 de novembro último, que determinou a mudança de local da unidade judiciária.

Vendas de produtos orgânicos no país crescem 30%, aponta pesquisa

São Paulo, (SP), 27.11.2023 - Produtos orgânicos no Armazém do Campo . - Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020, movimentando R$5,8 bilhões. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) mostrou que, apesar de o Brasil ser vasto em terras cultiváveis e ter um dos principais mercados agrícolas do mundo, incluindo o de produtos orgânicos, ainda há falhas no levantamento de dados referente ao cultivo de orgânicos no país. A pesquisa foi publicada no último dia 24 na revista científica Desenvolvimento e Meio Ambiente.

A pesquisa se baseou em dados do Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e informações sobre consumo de pesquisas da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Segundo os dados, entre 2003 e 2017, as vendas de produtos orgânicos no país aumentaram quatro vezes. No ano de 2020, tiveram expansão de 30%, com o movimento de R$ 5,8 bilhões. Há ainda 953 certificações de orgânicos para produtos importados, de um total de 23 países, segundo dados do Mapa. São alimentos provenientes de espécies características de outros países (como amaranto, quinoa, damasco, azeite de oliva). A pesquisa também revelou que houve aumento de 75% no cadastro de produtores de orgânicos no país em quatro anos (2017 a 2022).

São Paulo, (SP), 27.11.2023 - Produtos orgânicos no Armazém do Campo . - Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020, movimentando R$5,8 bilhões. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020 – Paulo Pinto/Agência Brasil

De acordo com a pesquisa, 1,28% das áreas de cultivo é referente a propriedades com agricultura orgânica e, dessas, 30% estão no Sudeste do país. Estimativas apontam que esse tipo de cultivo ocupa 0,6% das áreas agrícolas do país, com predomínio da produção vegetal em 36.689 estabelecimentos. Os outros 17.612 estabelecimentos dedicam-se à produção animal, enquanto uma parcela menor de 10.389 estabelecimentos têm produção animal e produção vegetal orgânicas.

“A oferta ainda não está bem esclarecida. A pesquisa mostra que há tendência de aumento da demanda, mas que a produção não suprirá essa demanda. Isso não está muito bem claro e precisa ser melhor estudado. Não está claro também os produtos que são mais demandados”, disse a pesquisadora da UFRGS Andreia Lourenço.

Para a pesquisadora, para melhorar esse quadro, é preciso abrir mais instâncias de participação na sociedade para construir isso junto com o consumidores e com produtores, já que esses espaços de discussão são essenciais para a elaboração de políticas públicas adequadas para os diferentes contextos existentes no Brasil.

São Paulo, (SP), 27.11.2023 - Produtos orgânicos no Armazém do Campo . - Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020, movimentando R$5,8 bilhões. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Produtos orgânicos no Armazém do Campo – Paulo Pinto/Agência Brasil

“E que elas possam aprimorar ações que levem em consideração justamente esses diferentes contextos também pensando nas ações para diferentes escalas. Uma coisa é pensarmos numa escala mais local, outra coisa é a gente pensar em escala mais regional ou territorial. Por isso é importante ter não só uma política nacional, mas políticas estaduais de agroecologia e produção orgânica”, afirmou Andreia.

Para Carla Guindani, da empresa Raízes do Campo, que atua no setor de orgânicos da agricultura familiar, é necessário que haja investimentos nesse setor, principalmente para o desenvolvimento de tecnologias para produção de sementes, o que é a base de todo esse processo, porque são essas famílias que de fato fazem a produção agroecológica no Brasil hoje. Ela destacou ainda a importância do acesso a bioinsumos, maquinários adequados e da certificação de alimentos orgânicos.

“Hoje há muito essa dúvida sobre comercializar e depois certificar porque é um processo caro e geralmente o agricultor não tem esse recurso. Poderia se criar uma metodologia e um incentivo de certificação sem a participação tão expressiva das certificadoras privadas que têm esse alto valor agregado”, disse.

Segundo ela, a logística também impacta no preço dos produtos, porque não há eficiência para fazer a distribuição. Outro item é a comercialização da produção orgânica, já que o varejo precisa compreender o novo momento vivido com a crescente demanda pelo consumo desses produtos.

“O varejo precisa aumentar o espaço na gôndola para oferecer os produtos agroecológicos para o consumidor e entender que esse segmento tem um valor agregado e que o consumidor está buscando esse tipo de produto. O preço sempre é o fator limitante e a gente vai diminuir o preço quando houver o aumento de consumo. E, quando há tecnologias adequadas para produção, diminui o custo da produção, e esses alimentos chegam ao supermercado e ao consumidor com preço mais acessível.”

Ela analisou ainda que a agroecologia é o único caminho que resta para a humanidade frear as mudanças climáticas. “Elas estão aí é são a prova da necessidade e da urgência de mudarmos os nossos hábitos de consumo e de relacionamento com o meio ambiente. O desmatamento, os monocultivos e o uso intensivos de agrotóxicos vêm cada vez mais provando ser um modelo inviável.”

Para Carla, a mudança de hábitos é necessária para criar um mecanismo e situações nas quais o relacionamento com o meio ambiente aconteça a partir da preservação e da regeneração. “E esse protagonismo está na agricultura familiar.”

Incêndio em acampamento do MST deixa 9 mortos, no Sul do Pará

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lamentou a morte trágica, neste domingo (10), de 9 pessoas no acampamento Terra e Liberdade, localizado em Parauapebas, no Sul do Pará, durante incêndio provocado por um curto-circuito na rede elétrica.

Segundo a assessoria do movimento, uma empresa estava instalando internet no acampamento e a antena colidiu com a rede de alta-tensão de energia: “essa descarga elétrica produziu incêndio e entrou na casa das pessoas através da rede de eletricidade e da cerca que dividia o acampamento”.

Das nove vítimas, seis são acampados e três são servidores da empresa de internet. O número das vítimas, entretanto, pode aumentar.

“Com muita tristeza que neste dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, venho comunicar essa tragédia que se abateu sobre o acampamento do MST no sul do Pará, que vitimou companheiros do movimento, fruto de um incidente”, disse João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST.

Em nome da direção do MST, Rodrigues se solidarizou com as famílias das vítimas. O diretor anunciou que amanhã (11) haverá o enterro coletivo das vítimas.

“Neste Dia Internacional dos Direitos Humanos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que é um momento para celebrar os avanços conquistados e refletir sobre ações concretas dos Estados para a sociedades, no sentido de garantir para todos os direitos civis, políticos, sociais e ambientais à população mundial, estamos em LUTO. Aos nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta! Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!”, diz nota do MST do Pará.

Na tarde de hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o acidente e se solidarizou com os familiares das vítimas, em nota divulgada pela Presidência da República. Confira a íntegra:

Meus sentimentos e solidariedade aos técnicos e aos acampados do Terra e Liberdade, em Paraupebas, no Pará, pelo acidente em uma linha de transmissão seguido de um incêndio no acampamento que deixou mortos e feridos. Estamos trabalhando para avançar na retomada da reforma agrária, com a identificação de terra públicas disponíveis, para, após anos de paralisação, dar oportunidade de trabalho e produção para famílias do campo.

Matéria ampliada às 17h para incluir nota do presidente da República

Milei diz que ajuste fiscal é única alternativa para a economia

O recém-empossado presidente da Argentina, Javier Milei, fez seu primeiro discurso na frente do Congresso Nacional, onde foi declarado presidente na manhã de hoje (10). Em suas primeiras palavras, ele destacou que hoje se inicia um novo momento em seu país.

“Hoje começa uma nova era na Argentina. Hoje damos por terminada uma longa e triste história de decadência e começamos o caminho de reconstrução do país”, disse ele.

“Os argentinos, de forma contundente, expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Hoje enterramos décadas de fracasso e disputas sem sentido. Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e de prosperidade, de crescimento e de desenvolvimento, de liberdade e de progresso”, destacou.

Para uma multidão de pessoas, que vestiam principalmente a camisa da seleção argentina, Milei falou por cerca de 30 minutos e enfatizou que será preciso paciência da população, porque o ajuste fiscal a ser feito deverá ser difícil no início.

“Não há alternativa possível que não seja o ajuste. Logicamente isso vai impactar no nível de atividade, emprego, salários reais e na quantidade de pobres e indigentes. Haverá inflação, é certo. Mas não é algo diferente do que ocorreu nos últimos 12 anos”.

“Há mais de uma década vivemos com essa inflação. Esse será o último momento ruim para começar a reconstrução da Argentina”, disse ele. “Depois desse ajuste macro que vamos impulsionar, a situação começará a melhorar. Haverá luz no final do túnel”, enfatizou.

Esse ajuste na economia, declarou Milei, será feito essencialmente sobre o setor público: “a única possibilidade é o ajuste. Um ajuste organizado, que entrará com força sob o Estado e não no setor privado. Sabemos que será duro”, falou.

Segundo o novo presidente, a Argentina viveu, em seus últimos anos, uma grave crise e uma grande inflação. “Nenhum governo recebeu uma situação pior do que estamos recebendo.”

“Lamentavelmente tenho que dizer uma vez mais: não há dinheiro.”

Emergência

Ele também destacou que a crise argentina não se dá somente no setor econômico, mas atinge também as questões de saúde, de educação e de segurança. “Em todas as esferas, a situação da Argentina é de emergência”.

No entanto, disse ele, seu novo governo vencerá essas dificuldades. “Sabemos que, a curto prazo, a situação vai piorar. Mas depois veremos os frutos do nosso esforço, tendo criado as bases para um crescimento sólido e sustentável. Sabemos que nem tudo está perdido. Os desafios que temos são enormes. Mas temos capacidade para superá-los. Não será fácil, 100 anos de fracasso não se desfazem em um único dia. Mas começam em um dia e hoje é esse dia”.

Ao final de seu discurso, Milei declarou ainda que não vai perseguir opositores. “A todos os dirigentes políticos e sindicais, nós os receberemos com braços abertos”, disse.

Após discursar, Milei seguiu em carro aberto para a Casa Rosada, tendo sido saudado por diversos apoiadores que acenavam para ele nas ruas da capital argentina.

Na Casa Rosada, Milei deverá receber chefes de Estado, como o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, que esteve presente em seu discurso feito na frente do Congresso.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não estará presente na posse e enviou o chanceler Mauro Vieira para participar do evento.

Novo grupo de repatriados de Gaza chegou ao Brasil nesta madrugada

Brasília (DF) 10/12/2023 – Operação Voltando em Paz, do Governo Federal, realiza mais uma missão de repatriação em áreas de conflito no Oriente Médio. A aeronave KC-30 (Airbus A330 200), decolou do Cairo, capital do Egito, às 19h03 (horário local) deste domingo (10/12)*, onde ocorreu o embarque de *48 repatriados com destino ao Brasi
Foto: GOV BR/FAB

O segundo grupo de brasileiros repatriados da Faixa de Gaza chegou ao Brasil na madrugada desta segunda-feira (11). A aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou do Cairo, capital do Egito, às 19h03 (hora local) e pousou às 3h20 na Base Aérea de Brasília.

O grupo é formado por 48 pessoas. No sábado (9), eles receberam autorização para cruzar a fronteira de Rafah em direção ao Egito, onde foram recepcionados por diplomatas brasileiros e embarcaram neste domingo (10) para o Brasil.

Segundo o Itamaraty, 24 pessoas que estavam na lista enviada pelo Brasil não tiveram autorização para cruzar a fronteira.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro, o governo brasileiro já retirou 1.524 brasileiros e palestino-brasileiros da Faixa de Gaza e de cidades israelenses. No total, a FAB já realizou 11 voos de repatriação por meio da Operação Voltando em Paz.

O primeiro grupo resgatado chegou ao país no dia 13 de novembro, também em um voo que saiu do Cairo em direção ao Brasil. Na ocasião, desembarcaram em Brasília 22 brasileiros e seus familiares palestinos.