Cidades da Mata Sul tiveram abastecimento de água prejudicado pelas fortes chuvas

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As maiores precipitações de chuvas, nos últimos dias, ocorreram na Zona da Mata Sul e Agreste do estado, principalmente nas bacias dos rios Ipojuca e Una. Na Mata Sul – onde o Governo de Pernambuco decretou estado de calamidade pública em 14 municípios – as chuvas fortes também trouxeram prejuízos para o abastecimento de água das populações de boa parte das cidades da região. As situações mais críticas se encontram em Ribeirão, Joaquim Nabuco, Sirinhaém e Barra de Sirinhaém que estão com os sistemas de fornecimento de água suspenso ou parcialmente afetados em função de inundações, níveis de turbidez da água, falta de energia, entre outros problemas provocados pela intensidade das chuvas.

Na cidade de Ribeirão, o Açude Ingaí transbordou e inundou as estações de bombeamento e de tratamento de água. As unidades permanecem paralisadas devido à dificuldade de acesso para iniciar o trabalho de esgotamento das estações, ação que só será possível de ser executada quando o nível do açude baixar. A Compesa vai disponibilizar carro-pipa para atender a população até normalizar a situação. As cidades de Sirinhaém e Barra do Sirinhaém também estão sem o abastecimento de água em função da inundação da elevatória de Camboinha, localizada no Rio Sirinhaém. Amanhã, as duas cidades começarão a ser atendidas pela rede, em regime de rodízio, com água da Barragem de Água Fria de Baixo.

O nível alto do Riacho Brasileirinho está impedindo que a companhia realize a desobstrução na captação de água no manancial, e por este motivo, a população de Joaquim Nabuco ainda está desabastecida. Mas a Compesa está trabalhando para normalizar o fornecimento de água para a cidade até amanhã (30). Toda cidade de Barreiros teve o fornecimento de energia suspenso como medida preventiva, e por este motivo, o abastecimento de água para a população também foi paralisado. A Compesa aguarda a Celpe restabelecer a energia elétrica para retomar o abastecimento em Barreiros até amanhã.

Normalização do abastecimento

Vitória do Santo Antão está recebendo água apenas do Sistema Águas Claras, depois que a Adutora de Tapacurá, que contribui com 150 litros de água por segundo para o abastecimento da cidade – o que corresponde a 50% da oferta de água – teve trecho da tubulação deslocado pelas chuvas e está sem funcionar. O trecho da adutora que desacoplou fica dentro de um riacho, que está com o nível muito alto, dificultando o acesso dos técnicos da Compesa. A previsão é executar o conserto da tubulação até a próxima sexta-feira (02/06).

O Sistema Jussara, que também contribui para o abastecimento de Vitória, foi afetado pelas chuvas. Amanhã (30), a companhia deve finalizar o serviço de desobstrução da captação na estação elevatória do sistema. Por este motivo, o calendário da cidade voltou ao regime de três dias com água e 17 dias sem.

A cidade de Escada também está sendo abastecida, no momento, apenas pelo Rio Sapocagy, com a vazão de 42 l/s, tendo em vista que a captação (flutuante) no Riacho de Pata Choca foi deslocada pelas fortes chuvas. Os técnicos trabalham para finalizar o conserto do equipamento até esta quarta-feira (31). Até lá, a cidade será atendida com o rodízio de dois dias com água e sete dias sem o abastecimento.

A Compesa também já conseguiu regularizar hoje (29) o abastecimento de água na cidade de Primavera. As duas barragens que atendem a cidade, Arrodeio e Jussara, ficaram sem operar em função da grande quantidade de lama que receberam com a água das chuvas – situação que impediu o tratamento da água. A cidade de Tamandaré, situada no Litoral Sul, está sendo abastecida pela Barragem de Saltinho, com a vazão de 43 litros de água por segundo. A Compesa busca restabelecer a operação da ETA Amaraji, que apresenta uma obstrução na captação da elevatória, até amanhã (30).

O distrito de Saué, localizado em Tamandaré, também já teve o abastecimento de água regularizado pela Compesa, após conserto dos danos provocados pelas chuvas na ETA. Já o distrito de Cucaú, em Rio Formoso, voltará a ter o fornecimento de água pela rede a partir de amanhã (30). As cidades de Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Santo Amaro e Glória de Goitá estão com os sistemas de abastecimento de água operando normalmente.

Os prejuízos das chuvas para o abastecimento das cidades da Mata Sul também foram tema da reunião do Gabinete de Crise, que aconteceu ontem (28), com o objetivo de definir as medidas do Governo do Estado para enfrentamento às fortes chuvas que caem em Pernambuco desde o dia 27.

Extrativistas poderão receber até R$ 8 milhões como subvenção econômica

Agricultores familiares que cultivam produtos como açaí, andiroba, babaçu, baru, borracha natural, cacau, carnaúba, castanha-do-brasil, juçara, macaúba, mangaba e pequi terão recursos de até R$ 8 milhões para garantia e sustentação de preços nas comercializações deste ano. Os pagamentos serão realizados por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), executada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Com este instrumento, toda vez que os agricultores vendem seu produto por um valor abaixo do preço mínimo fixado pelo governo federal, a Conab paga essa diferença. Para isso, o produto deve necessariamente ser de origem extrativa, com comprovado controle ambiental. Para receber o complemento de preço, os extrativistas ou suas cooperativas devem fazer o cadastro de produtor rural e demais agentes do Sican, no site da Conab, e depois enviar por lá a nota fiscal, o CPF e a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).

Os parâmetros para concessão da subvenção econômica em 2017 foram estabelecidos na Portaria Interministerial N.546, publicada nesta segunda-feira (29), no Diário Oficial da União (DOU). A partir desta publicação, a Conab poderá pagar de imediato cerca de R$ 1,8 milhão a 1.500 demandas apresentadas por extrativistas de todo o Brasil desde o começo do ano. Deste total, 83,75% referem-se a quebradeiras de coco que produzem amêndoa de babaçu no Maranhão.

Raquel Lyra faz vistoria em hospitais municipais

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Devido às fortes chuvas que caíram em Caruaru, a prefeita Raquel Lyra, acompanhada da secretária de Saúde Ana Maria Albuquerque, esteve, na noite desta segunda-feira (29), fazendo vistoria na Casa de Saúde Bom Jesus e no Hospital Manoel Afonso.

Nos dois locais, a prefeita levou técnicos para analisar com urgência alguns danos causados pelas chuvas e, consequentemente, fazer os devidos reparos na estrutura dos hospitais municipais.

“Vim aqui nesses hospitais, junto com a secretária municipal de Saúde, Ana Maria, e técnicos para providenciarmos urgentemente os reparos estruturais para que, assim, as pessoas possam receber atendimento de forma segura”, disse Raquel.

Nível da Barragem do Prata atinge 50% de sua capacidade

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As chuvas do fim de semana mudaram o cenário de seca em Caruaru, na região Agreste. A Barragem do Prata, localizada na cidade de Bonito, que estava com 9,8% de sua capacidade há exatos oito dias, ontem (29), saltou para 50%, e registra agora 21 milhões de metros cúbicos de água acumulados. A capacidade total do reservatório é de 42 milhões. “Ainda é cedo para falarmos sobre diminuição do rodízio em Caruaru. Vamos fazer os estudos para tomarmos as decisões com prudência, mas a tendência é conseguirmos aumentar os dias com água na casa dos moradores, até porque as pessoas vão precisar limpar as casas inundadas”, informou o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Mário Heitor Filho.

Os técnicos da Compesa estão, desde o domingo (28), trabalhando para corrigir as panes elétricas ocorridas nas Estações Elevatórias (sistema de bombas) do Prata e do Pirangi, que foram provocadas pelas chuvas. O Sistema do Prata voltou a funcionar, na tarde de hoje (29), apenas atender os caminhões-pipa, hospitais e as áreas de Caruaru que foram atingidas pela enchente do Rio Ipojuca. Já as Estações Elevatórias do Pirangi, ainda não há previsão de retorno da operação, uma vez que o local onde ocorreram as panes elétricas é de difícil acesso. “Estamos em contato permanente com a Celpe para assim que chegarmos ao Pirangi, possamos restabelecer o sistema o mais rápido possível”, informou Mário Heitor.

Veja no infográfico a evolução do volume de água na Barragem do Prata.

Raquel Lyra fez vistoria em hospitais municipais

Devido às fortes chuvas que caíram em Caruaru, a prefeita Raquel Lyra, acompanhada da secretária de Saúde Ana Maria Albuquerque, esteve, na noite desta segunda-feira (29), fazendo vistoria na Casa de Saúde Bom Jesus e no Hospital Manoel Afonso.

Nos dois locais, a prefeita levou técnicos para analisar com urgência alguns danos causados pelas chuvas e, consequentemente, fazer os devidos reparos na estrutura dos hospitais municipais.

“Vim aqui nesses hospitais, junto com a secretária municipal de Saúde, Ana Maria, e técnicos para providenciarmos urgentemente os reparos estruturais para que, assim, as pessoas possam receber atendimento de forma segura”, disse Raquel.

Caruaru entra na lista de cidades em emergência

Por FolhaPE

Caruaru, no Agreste de Pernambuco, vai entrar na lista de municípios em estado de calamidade pública por causa da chuva forte dos últimos dias. Segundo o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, o decreto foi assinado na noite desta segunda-feira (29) pelo governador Paulo Câmara e começa valer na terça (30), aumentando de 14 para 15 as localidades em emergência. Stefanni disse que “não houve dinheiro” para obras de barragens, prometidas em 2010, que não foram concluídas e poderiam ter evitado a tragédia. O gestor avisou que Câmara vai à Brasília, neste terça, visitar ministros para explicar a situação dramática do Estado e captar recursos.

Decretaram emergência até agora: Água Preta, Amaraji, Barra de Guabiraba, Barreiros, Belém de Maria, Catende, Cortês, Gameleira, Jaqueira, Marial, Palmares, Ribeirão, Rio Formoso e São Benedito do Sul.

O último balanço do Governo é que há 42 mil pessoas entre desabrigadas e desalojadas por conta das enchentes. Duas mortes foram confirmadas em Lagoa dos Gatos, no Agreste, e há dois desaparecidos em Caruaru.

O governador reuniu pela primeira vez o secretariado no Palácio, na área central do Recife, para discutir ações de enfrentamento aos impactos das últimas chuvas na Mata Sul e municípios do Agreste. O encontro começou às 19h20 e durou 1h30. Foi determinado que cada secretaria ficará sob o comando de uma cidade em calamidade.

Mil cestas básicas seguiram para a Mata Sul. Um dos helicópteros solicitados ao Governo federal para monitorar as áreas alagadas chegou nesta segunda e outro deve chegar amanhã. O secretário também informou que foram planejadas, neste encontro, a limpeza de cidades para evitar proliferação de doenças.

Recursos

De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Chuvas (Apac), as enchentes poderiam ter sido amenizadas se tivesse sido concluído o projeto de construção de quatro barragens, prometido depois das enchentes de 2010, que atingiram 68 municípios na região da Mata Sul. Destas obras, apenas a barragem Serra Azul, no rio Una, foi finalizada. As outras três barragens, que deveriam conter as enchentes do rio Panelas, riacho dos Gatos e Pirangi, não.

Segundo o secretário, “não faltou planejamento”, mas recursos do Governo federal e as obras tiveram que parar. Stefanni disse que o presidente Michel Temer, que visitou Pernambuco na noite do último domingo (28), ficou de ajudar o Estado.

“Foi dito isso [que faltou repasse de dinheiro] ao presidente e que é preciso atualizar os projetos. Não há troca de culpas. Foi feito um pleito de R$ 383 milhões, e o presidente se comprometeu a estudar o caso de Pernambuco”, explicou.

O secretário informou também que Temer se comprometeu a agilizar a liberação de um financiamento de R$ 600 milhões que o Governo estadual tem contratado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para conclusão de obras preventivas de convivência com chuvas fortes.

“Nós pedimos um tratamento similar de 2010, quando Pernambuco em conjunto com Alagoas foram ao BNDES e pediram um financiamento diferente do que é o ordinário do BNDES para situações excepcionais e o banco entendeu. Além do recurso de convênio, nós pedimos o financiamento, que é um direito do Estado, que vamos pagar de volta.”, complementou.

Relatos de saques

A reportagem da Folha de Pernambuco foi ao município de Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, e encontrou uma situação caótica. O centro da cidade estava inundado e a água podia ser vista desde a PE 60, que margeia a localidade. Segundo moradores, que preferiram não se identificar, lojas e até mesmo residências foram alvo de saques.

O secretário afirmou que houve o início de saques, mas que foram logos controlados e divulgou as medidas de segurança para os municípios afetados pelas cheias. “Não só o nosso Corpo de Bombeiros está de prontidão, como toda a nossa Polícia Militar. Nós temos colocadas equipes, não só ordinárias, como o Batalhão Especializado de Polícia do Interior, que tem base em Palmares. Foram escalados novos Gatis, que são grupos de elite da polícia. Nesta hora é de suscitar o caráter humanitário das pessoas”, disse.

Secretaria de Saúde de PE alerta para consumo de água contaminada após chuvas

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco informou hoje (29) que enviou equipes para as cidades afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado. Os funcionários levam insumos para diabéticos e frascos de hipoclorito de sódio, a fim de purificar a água para consumo. A secretaria fez um alerta para que a população não consuma água sem tratamento, pois há perigo de transmissão das hepatites A e E, febre tifóide e cólera, além de diarreia. Foram disponibilizados 180 mil frascos de hipoclorito para tratar a água.

De acordo com balanço da Coordenadoria da Defesa Civil do estado, 23 cidades foras afetadas pelas chuvas no estado. Catorze estão em estado de calamidade pública, além do município de Caruaru, que decretou estado de emergência e aguarda reconhecimento do governo estadual. No início da noite, o governo estadual atualizou o número de desabrigados e desalojados para 44,8 mil pessoas. Duas pessoas estão desaparecidas e uma criança morreu em Caruaru. Foram registadas ainda duas mortes em Lagoa dos Gatos.

Segundo a secretaria, foi enviado também material médico-hospitalar como soro fisiológico, estetoscópios, luvas, micronebulizadores, ataduras, esparadrapo e fraldas geriátricas. A secretaria informou também ter solicitado ao Ministério da Saúde o envio de uma força-tarefa para apoiar regiões afetadas, além de kits enchente para atender aos desalojados e desabrigados, seringas, vacinas contra difteria e tétano e soro antiofídico.

Com 44 mil pessoas afetadas, municípios de PE contabilizam prejuízos após chuvas

Sumaia Villela – Correspondente da Agência Brasil
Pernambuco registra 23 cidades afetadas pelas chuvas. O governador Paulo Câmara sobrevoou hoje as regiões atingidas
Pernambuco registra 23 cidades afetadas pelas chuvas. O governador Paulo Câmara sobrevoou hoje as regiões atingidasAluísio Moreira/Governo de Pernambuco

Passado o período mais intenso das chuvas que atingiram a Zona da Mata Sul e parte do Agreste de Pernambuco, os municípios afetados deram início à recuperação das cidades e contabilizam prejuízos, que vão desde comunidades isoladas à destruição de casas, comércios e prédios públicos. O governo estadual atualizou o número de desabrigados e desalojados para 44,8 mil pessoas.

Em todo o estado, são 2.656 desabrigados, que perderam suas casas e foram alocados em prédios públicos, além de 42.145 desalojados, que precisaram sair de suas casas temporariamente e estão em residências de parentes e amigos. Além disso, há três mortes e dois desaparecidos em razão das chuvas. Ao todo, são 23 municípios atingidos, sendo 14 em estado de calamidade pública, além da cidade de Caruaru, que decretou estado de emergência e aguarda reconhecimento do governo estadual.

Fortes chuvas deixaram famílias desabrigadas e desalojadas em Ribeirão (PE)
Fortes chuvas deixaram famílias desabrigadas e desalojadas em Ribeirão (PE)Prefeitura de Ribeirão/Divulgação

Entre as cidades mais afetadas está Ribeirão. O Rio Amaraji subiu 2 metros além do seu limite máximo, o que fez transbordar o afluente de mesmo nome da cidade, Ribeirão, que invadiu as ruas. De acordo com o secretário de Infraestrutura municipal, Flávio Henrique Lima, das 30 escolas existentes, 22 foram danificadas. As restantes estão sendo utilizadas para abrigar cerca de 4 mil pessoas que precisaram sair de suas casas. Além disso, sete postos de saúde estão prejudicados e 28 acessos à zona rural estão obstruídos, com comunidades parcial ou totalmente isoladas. Um deles é o distrito Vila Aripibu, cuja ponte de acesso foi danificada e só restou uma passagem para pedestres, que ainda assim está insegura. Em áreas de encostas houve deslizamentos de barreiras.

“Até o momento o estado disponibilizou bombeiros, enviou kits com colchões, alimentação, agasalho e cestas básicas. E rolos de lonas para colocar nas escolas. Mas estamos precisando também de recursos financeiros para fazer as obras de recuperação. E as casas precisam ser realocadas para um local mais seguro”, afirma o secretário. Sobre as ações de prevenção que foram empregadas desde a última grande cheia, em 2010, ele informou que foi realizada a dragagem do rio e serviços de contenção nas encostas, “mas esses serviços não foram suficientes para segurar” a nova enxurrada, segundo o gestor.

Palmares e Rio Formoso

Em Palmares, uma das cidades que mais sofreu com a última grande cheia de Pernambuco, em 2010, a enchente atual foi considerada pelo prefeito Altair Júnior como de média proporção. Há mais de 10 mil desalojados e mil desabrigados no município. O comércio da parte baixa da cidade foi quase todo afetado. O distrito de Santo Antônio dos Palmares está completamente isolado por causa da queda da ponte de acesso. O estrago só não foi maior, na avaliação do gestor, por causa construção da barragem de Serro Azul, no Rio Una. “No começo da semana ela tinha 7 milhões de metros cúbicos [de água] armazenados. Hoje está com 80 milhões de metros cúbicos. Então, se não tivesse a barragem, Palmares tinha saído do mapa”, disse.

A Serro Azul é a única das cinco barragens prometidas desde a cheia a 2010 que foi efetivamente construída. Elas serviriam para prevenir cheias, mas as obras foram paralisadas em diferentes anos, até 2014. Um dos motivos apresentados pelo governo do estado é a falta de repasse de recursos federais. No caso de Palmares, a inundação ocorreu depois da barragem de Serro Azul, por causa de dois afluentes: rios Panelas e Pirangi, que seriam contidos pelas barragens não construídas. Nesta segunda-feira (29), o governador Paulo Câmara sobrevoou a região e desceu em Palmares para verificar os estragos.

Já em Rio Formoso, que registrou o maior volume de chuva neste fim de semana (quase 400 milímetros no sábado e domingo), um dos maiores prejuízos foi a destruição do Hospital e Maternidade Maria José Monteiro. Segundo a prefeita Isabel Hacker, equipamentos, vacinas e salas de cirurgia foram perdidas. “E o prédio estava em obras, fomos pegos de surpresa. Grande parte do que a gente já tinha feito ficou totalmente danificado. E perdemos tudo o que tinha dentro”, diz.

É nesta cidade que o governo estadual quer instalar um hospital de campanha das Forças Armadas para atender a população de forma emergencial. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esteve na cidade nesta tarde para escolher o local exato. Ainda não se sabe quando ele será instalado, já que ainda é preciso que o Exército disponibilize a estrutura.

No município, além do hospital, 1,7 mil residências e 7 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Dos nove postos da Estratégia de Saúde da Família (ESF), seis estão danificados. Prédios do Conselho Tutelar, escolas e creches também foram afetadas.

Armando propõe no plenário liberar o FGTS para vítimas das enchentes

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) defendeu, nesta segunda-feira (29), em discurso no plenário no Senado, a liberação das contas do FGTS para as vítimas das enchentes em Pernambuco. O petebista lembrou que a medida será possível por ato da Caixa Econômica Federal a partir da homologação, pelo Ministério da Integração Nacional, da decretação do estado de calamidade pública e de emergência em 15 municípios atingidos pelas cheias.

“Com a medida, as famílias poderiam recuperar seus imóveis e as condições mínimas de habitabilidade”, justificou. Segundo ele, a liberação do FGTS complementaria a proposta do governo estadual, que considerou louvável, de ajustar a legislação do Cartão Reforma, administrado pelo Ministério das Cidades, para incluir na linha de crédito favorecida do Cartão as vítimas das enchentes.

Armando propôs que se esqueçam as divergências políticas e se mobilize de forma suprapartidária as bancadas de Pernambuco no Senado e na Câmara dos Deputados para articular e cobrar dos governos federal e estadual ações que, no curto prazo, minimizem os impactos da tragédia e, no médio prazo, deflagrem iniciativas de caráter preventivo e estruturante.

O senador lamentou a paralisação das obras das quatro barragens de contenção prometidas para a Mata Sul nas cheias de 2010, que deveriam estar prontas em 2013 e 2014. “Os estragos das chuvas poderiam ser bem menores se estivessem concluídas as barragens de Panelas, em Cupira; Gatos, em Lagoa dos Gatos; Guabiraba, em Barra de Guabiraba, e Igarapeba, em São Benedito do Sul”, salientou.

Fernando Bezerra defende conclusão de barragens

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) subiu à Tribuna do Senado, na tarde desta segunda-feira (29), para defender a conclusão de cinco barragens localizadas no estado de Pernambuco, inseridas no Sistema Integrado de Controle de Enchentes da Bacia do Una e cujas obras encontram-se em andamento: São Bento do Una, Igarapeba, Panelas 2, Gatos e Barra de Guabiraba. “Elas chegaram a ser desativadas, desmobilizadas em função da crise econômica; mas, podem ser concluídas com investimento global da ordem de R$ 400 milhões”, destacou o senador.

“O pleito de Pernambuco é que o governo federal possa disponibilizar, por meio de recursos da Defesa Civil, pelo menos metade desse valor, R$ 200 milhões”, afirmou Bezerra Coelho. “E os outros R$ 200 milhões, Pernambuco aplicaria dos recursos a serem contratados com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que esse sistema de proteção e de contensão de enchentes possa funcionar e evitar outros transtornos de novas chuvas que poderão ocorrer no futuro breve”, acrescentou.

Líder do PSB e vice-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra também ressaltou a ida do presidente Michel Temer, neste domingo (28), a Pernambuco e Alagoas, com municípios em situação de calamidade pública devido às fortes chuvas que atingiram os dois estados, nos últimos dias. Em reunião com o governador pernambucano Paulo Câmara (PSB), na noite de ontem, Temer sinalizou a liberação de uma linha de crédito do BNDES, no valor de R$ 600 milhões, para obras de prevenção a enchentes no estado.

SERRO AZUL – Dados divulgados nesta segunda-feira à imprensa, pelo Ministério da Integração Nacional (MI), mostram os investimentos do governo federal na Barragem de Serro Azul, localizada na região pernambucana de Mata Sul e a única concluída dentro do Sistema Integrado de Controle de Enchentes da Bacia do Una. Do total de recursos destinados à Barragem de Serro Azul – R$ 334 milhões, de novembro de 2012 a março de 2014 – 60% foram garantidos pelo governo federal (R$ 200 milhões). O restante (R$ 134 milhões) corresponde à contrapartida da gestão estadual.

“Não ocorreu outra tragédia em função dessa importantíssima obra de prevenção, que foi construída por meio de uma parceria do governo federal com o governo estadual”, disse o senador. Dos R$ 200 milhões liberados pelo MI à Barragem de Serro Azul, 80% destes recursos – cerca de R$ 160 milhões – foram investidos no empreendimento pelo então ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, que dirigiu a Pasta entre janeiro de 2011 e outubro de 2013.

A Barragem de Serro Azul é uma das seis que compõem o Sistema Integrado de Controle de Enchentes da Bacia do Una, cujo objetivo é controlar e minimizar inundações naquela região. A barragem beneficia, diretamente, mais de 130 mil habitantes dos municípios de Palmares, Água Preta e Barreiros.