Obras paradas e promessas não cumpridas são marcas do Estado em Garanhuns, revela o Pernambuco de Verdade

silvio batalhão

Obras paradas, promessas não cumpridas e serviços precários. Como nas duas primeiras edições do Pernambuco de Verdade, no Sertão do Pajeú/Moxotó e Agreste Setentrional, esses foram os principais problemas encontrados em Garanhuns e no Agreste Meridional do Estado durante agenda da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na região, nesta quarta-feira (19).

A primeira parada da Bancada foi o Aeroporto de Garanhuns, que teve a licitação anunciada em 2012 e 2013, com ambos os processos cancelados, e que foi prometida novamente em 2016, pelo governador Paulo Câmara. No local, os deputados encontraram uma equipe do DER, fazendo serviços de capinação, que segundo funcionários de táxi aéreo, tinha começado há poucas horas.

Na sequência, os deputados visitaram o terreno onde deveria ser construído o Hospital Regional Mestre Dominguinhos, na BR-423, prometido por Paulo Câmara em 2014, e o Hospital Regional Dom Moura, que pela falta de uma segunda unidade tem funcionado de foram sobrecarregada.

“É inadmissível que um hospital que atende 32 municípios atende apenas casos de baixa complexidade”, se queixou o ginecologista Dimas Carvalho, funcionário do hospital. O questionamento foi reforçado pela deputada Socorro Pimentel (PSL), também médica. “A sobrecarga na unidade compromete o atendimento e os casos de maior complexidade terminam precisando ser transferidos. Infelizmente, esse tem sido a realidade que temos encontrado na saúde pública do Estado”, lamentou a parlamentar.

As visitas dos deputados incluíram ainda visitas ao IPA, que está há três anos sem distribuir sementes, e, inclusive, com máquinas forrageiras repassadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário paradas em seu depósito; a unidade do Lafepe, completamente desabastecido de medicamentos; a unidade do Itepe, com cursos técnicos suspensos desde 2015; e o terreno do Parque de Exposições de Animais, que será desativado para dar lugar a uma escola técnica. “A desativação do parque é inadmissível para uma região que tem sua economia ligada à atividade pecuária e à produção de laticínios”, criticou o deputado Álvaro Porto (PSD).

SEGURANÇA

Na área de segurança, foi visitada a unidade local da Funase, que trabalha com uma superlotação de 30% e um déficit de 50% na quantidade de agentes. São 120 jovens e uma capacidade para 85. Na visita também foi identificada a paralisação da obra da portaria, há dois anos. Obra, que segundo a direção da unidade, acabou de ser relicitada.

Também houve visita ao 9º Batalhão de Polícia Militar, que segundo seu comandante, o tenente-coronel Paulo César, é o maior do Estado, responsável pelo atendimento a 20 municípios. Entre as preocupações apontadas pelos parlamentares estão o déficit de 248 policiais no batalhão, a ausência de efetivo em três cidades (Paranatama, Terezinha e Palmeirina), além do crescimento da criminalidade.

“Em 2016 foram registrados mais de mil casos de crimes contra o patrimônio em Garanhuns. Este ano, em três meses, já foram 260 casos. Em relação aos homicídios, foram registrados, até março, 21 assassinatos, 40% do total de casos registrados em todo o ano de 2016”, destacou o deputado Silvio Costa Filho (PRB).

PREFEITURA

Durante a programação, os parlamentares visitaram o prefeito Izaias Régis, que fez críticas ao governador Paulo Câmara. “Desde que assumi ele não repassa os recursos da Farmácia Básica, que é um valor pequeno, de R$ 26 mil por mês, e há 17 meses não são repassados os recursos do Samu, que somam R$ 62 mil por mês. Já tenho R$ 1,094 milhão para receber da Farmácia Básica e R$ 1,066 milhão do SAMU”, criticou.

A agenda foi encerrada à noite, com a realização de uma plenária na Câmara de Vereadores de Garanhuns, que contou com a participação do prefeito Izaías Régis. Participaram da agenda os deputados Álvaro Porto (PSD), Augusto César (PTB), Edilson Silva (Psol), Júlio Cavalcanti (PTB), Priscila Krause (DEM), Socorro Pimentel (PSL), Silvio Costa Filho (PRB) e Teresa Leitão (PT).

Rodrigo Maia tenta acordo para escolher relator da comissão de orçamento

RM

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai tentar fechar um acordo entre o PSDB e o PP para que seja escolhido o relator da Comissão Mista de Orçamento, a mais importante do Congresso. Os dois partidos reivindicam a indicação de um deputado para o posto. Maia disse que nem mesmo um parecer jurídico da consultoria da Casa pode resolver o impasse.

“Vou tentar fechar um acordo político entre as duas bancadas e resolver a questão na próxima semana”, disse Maia ao Congresso em Foco.

O líder do PSDB, Ricardo Trípoli (SP), argumenta que o partido forma a segunda maior bancada governista de deputados e, pelo regimento de funcionamento do Congresso, tem o direito de escolher o relator da Comissão de Orçamento. Já o líder do PP, Arthur Lira (AL), também cita o mesmo regimento e defende que seu partido tem o direito de escolher o ocupante do cargo. Lira alega que o PP, PTN, PT do B e PHS formam o maior bloco parlamentar, com 71 deputados, e por isso o agrupamento de bancadas é quem deve ocupar o posto.

Para se eleger presidente da Câmara em substituição ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rodrigo Maia prometeu ao PP, durante encontro em Maceió, que se vencesse a eleição interna o partido liderado por Lira indicaria o relator da comissão de Orçamento.

“O PP não precisa alegar nenhum acordo comigo para reivindicar a relatoria da CMO. O regimento diz isto, mas vou tentar chegar a um acordo”, acrescentou Rodrigo Maia.

A principal comissão do Congresso está acéfala há três semanas, desde que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), suspendeu a indicação dos representantes do partido no colegiado. Renan indicou os três titulares – Rose de Freitas (ES), Marta Suplicy (SP) e Valdir Raupp (RO) – que representariam o partido na comissão, mas depois cancelou após reclamação da bancada sobre suas críticas às propostas de reformas previdenciária e trabalhista proposta pelo governo e em discussão na Câmara.

Como este site tem mostrado desde o início do mês, Renan cancelou a indicação dos membros do PMDB na comissão também por uma questão local. O líder do PMDB ficou irritado porque Arthur Lira, líder do PP e seu adversário político em Alagoas, ganhou poder nacional ao indicar o deputado Cacá Leão (PP-BA) para relator da CMO. Renan incentivou que o PSDB reivindicasse a indicação do relator da comissão. O impasse político vai chegar a maio. Enquanto isso, a principal comissão do Congresso ficará parada.

Inquéritos da Lava Jato serão redistribuídos no STF

edson-fachin

Do Congresso em Foco

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, vai pedir a redistribuição para outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de cerca de 40% dos novos inquéritos abertos a partir da delação premiada de ex-executivos da Odebrecht. Sairão do gabinete de Fachin os casos delatados que não têm relação direta com a Petrobras. A informação é do jornal O Globo.

Com isso, acusações contra políticos acusados de receber propina ou doações ilegais em troca de apoio em obras em seus estados, como, por exemplo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro Gilberto Kassab (Comunicações, Ciência e Tecnologia), devem ser redistribuídas por meio de sorteio entre os demais integrantes da corte.

Fachin abriu 76 inquéritos com base nas delações de executivos da Odebrecht. Vários deles, porém, não têm relação direta com a Petrobras. É o caso, por exemplo, das acusações de pagamento de propina para a construção de estádios e de grandes obras como a Cidade Administrativa do governo de Minas Gerais e o Metrô de São Paulo.

A redistribuição foi adotada com a primeira lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Entregues inicialmente ao ministro Teori Zavascki, falecido no início deste ano, vários inquéritos foram repassados a Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Luís Roberto Barroso.

Com a medida, explica a reportagem de Carolina Brígido, o STF quer diminuir a pressão sobre Edson Fachin e acelerar a tramitação das investigações para evitar que os crimes prescrevam. Ao todo, correm no Supremo 110 inquéritos relacionados à Lava Jato. Com o mesmo objetivo, na última segunda-feira (17), a presidente da corte, Cármen Lúcia, anunciou a criação de uma força-tarefa dentro do tribunal. Atualmente o relator tem a ajuda de três juízes auxiliares, a mais que os colegas. O Supremo não informou quantas pessoas integrarão a nova equipe.

Nabuco Recife sedia curso gratuito da Microsoft

A Faculdade Joaquim Nabuco, no Recife, está oferecendo curso gratuito através do programa Students to Business (S2B). O projeto, que é desenvolvido desde 2008 pela Microsoft, tem como objetivo capacitar estudantes na área de Tecnologia da Informação (TI), fazendo uma ponte entre novos profissionais e empresas com demanda de mão de obra qualificada. São disponibilizadas 107 vagas distribuídas nos três cursos do programa: Desenvolvimento de Sistemas Web, Infraestrutura de Redes e Web design.

Podem participar estudantes do ensino médio, técnico, superior ou de pós-graduação que estejam regularmente matriculados em uma instituição reconhecida pelo MEC. Os cursos terão a duração de um mês e contam com a instrução de professores da Faculdade Joaquim Nabuco e de instrutores do Centro de Inovação da Microsoft de Pernambuco, localizado na Escola Técnica Estadual Agamenon Magalhães (ETEPAM).

Os interessados em participar do S2B devem se inscrever por meio de formulário eletrônico até o dia 27 de abril. No ato da inscrição, o candidato tem que informar qual área deseja cursar, além de agendar o dia e horário para realizar a prova de seleção. O listão com o nome dos aprovados será divulgado no dia 28 de abril, no Portal do programa. Depois do período de aula, que acontecem entre os dias 3 e 18 de maio, os estudantes deverão elaborar um projeto acadêmico e apresentar à uma banca avaliadora. Os aprovados receberão um certificado e participarão da formatura de conclusão da especialização.

Para o coordenador do curso de Redes de Computadores da Faculdade Joaquim Nabuco, Osmar da Silva, esta é uma oportunidade para potencializar ainda mais a cultura empreendedora na instituição. “O S2B vai incentivar os participantes a desenvolverem novas ideias, gerando um ambiente de cooperação multidisciplinar com foco empreendedor. Estamos sediando este programa, oferecendo nossos laboratórios porque acreditamos que, mais do que formar novas ideias, é preciso criar uma cadeia de inovação”, comenta.

Confira o cronograma do Students to Business (S2B)

(1° Fase)

17/04 a 27/04 – Provas de seleção*
28/04 – Divulgação dos classificados para a 2ª fase
02/05 – Início da 2ª fase (abertura oficial a definir)
* Conteúdo das provas estará disponível no Portal do S2B.

(2° Fase)

03/05 – Início das aulas
— Desenvolvimento de Sistemas para Web (Manhã – MIC ETEPAM) – 8 às 12 horas – 30 vagas
— Infraestrutura de Redes (Tarde – Joaquim Nabuco) – 14 às 18 horas – 47 vagas
— Web Design (Tarde – MIC ETEPAM) – 14 às 18 horas – 30 vagas
18/05 – Fim da 2ª fase
19/05 – Divulgação dos classificados para a 3ª fase

(3° Fase)

22/05 a 01/06 – Realização da 3ª fase
02/06 – Apresentação dos projetos
07/06 – Evento de formatura

Figurino da Santa Ceia é tema de exposição no Sesc Arcoverde

A história mística por trás das vestimentas que Jesus Cristo e seus discípulos usaram na Santa Ceia, um dos momentos mais marcantes da história do Cristianismo, é tema da exposição “Imagens e Texturas”, que inicia nesta quinta-feira (20), às 20h, no Sesc Arcoverde. A visitação pode acontecer até 28 deste mês.

No dia de abertura, além de conhecer as peças, os visitantes vão poder assistir a uma encenação da Santa Ceia e conversar com a figurinista Sandra Lima, que vai falar sobre a concepção da mostra e os elementos culturais e históricos dos vestuários da época.

Durante o período de visitação, o público terá a oportunidade de conhecer réplicas do figurino desta passagem bíblica em um cenário montado no Espaço Escadaria da Unidade. Também estarão expostos outros mantos e capas utilizados pela população naquele período. A visitação acontece de segunda a sexta, das 14h às 17h e das 19h às 22h. A entrada é gratuita.

Lojas Americanas abre vagas para Programa de Estágio

A Lojas Americanas abre inscrições para o processo seletivo de seu Programa de Estágio. Podem se candidatar estudantes de todo o país dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Economia, Engenharia de Produção e Marketing, com previsão de formatura em dezembro de 2017.

O processo seletivo inclui triagem curricular, etapas on-line e com área de Gente & Gestão, além de entrevistas com gestores. Durante o período de estágio, os estudantes passarão por um intenso Programa de Treinamento em loja, com o objetivo de desenvolver habilidades de gestão e interação com as rotinas do varejo. Ao final do Programa, serão avaliados e terão a oportunidade de assumir um grande desafio – liderar uma unidade de negócio da Companhia.

Para encarar esse desafio, a empresa busca estudantes que se identifiquem com o mercado varejista, atitude de dono do negócio, paixão por desafios, ambição, foco em resultados, dinamismo e disponibilidade para estagiar por 30 horas semanais.

Os selecionados receberão salário e benefícios compatíveis com o mercado. As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de maio, no endereço estagio.lasa.com.br.

Sobre a Lojas Americanas

A Lojas Americanas foi fundada em 1929 e está presente em todos os estados do país, com mais de 1.120 lojas. A rede de lojas físicas comercializa mais de 60 mil itens de 4 mil empresas diferentes, garantindo a seus clientes preços competitivos e oferecendo produtos de qualidade reunidos em cerca de 40 departamentos como bombonière, perfumaria, utilidades domésticas, brinquedos, games, celulares, eletrodomésticos, eletrônicos, CD’s e DVD’s, livros, vestuário e papelaria. A Lojas Americanas conta ainda com quatro Centros de Distribuição localizados em São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Recife/PE e Uberlândia/MG.

Governo autoriza operações de apoio a produtores de milho

Para sinalizar garantia de preço aos produtores de milho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará uma série de leilões de Contrato de Opção de Venda do produto. Poderão ser adquiridas até 1 milhão de toneladas do grão produzido em Mato Grosso. A iniciativa foi autorizada pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) e publicada nesta quarta-feira (19) no Diário Oficial da União (DOU), pela Portaria Interministerial nº 799.

O Contrato de Opção de Venda (COV) é uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural e/ou sua cooperativa o direito (e não a obrigação) de vender seu produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado, protegendo-o, com isso, contra os riscos de queda nos preços no mercado. A Portaria 799 estabelece o preço de venda de R$ 17,87 a saca de 60 kg para o milho das safras 2016/17 e 2017. Os produtores terão até o dia 15 de setembro deste ano para exercer o direito de venda do produto à Conab. O primeiro leilão deve ocorrer nas próximas semanas.

Além do Contrato de Opção, o Ciep também autorizou, a aplicação de até R$ 500 milhões em instrumentos de apoio à comercialização do milho, como o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural e/ou sua Cooperativa (Pepro) e o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP). A medida está publicada na Portaria Interministerial nº 800 do DOU desta quarta.

As medidas foram adotadas dentro de um cenário no qual o estoque de passagem pode atingir a marca de 19,9 milhões de toneladas, um dos maiores já registrados. Isso ocorre uma vez que a produção de milho na safra 2016/17 deve ter aumento de 37,5% em relação à safra anterior, chegando a 91,4 milhões de toneladas. Além disso, o setor de produção animal, principal mercado consumidor de milho, não deve registrar elevação de demanda na mesma proporção, na avaliação do gerente de Produtos Agropecuários da Conab, Thomé Guth.

Outro aspecto a ser considerado, segundo o analista, é o fluxo de exportações. Até o momento, as negociações antecipadas de milho não superaram 43% no Mato Grosso – principal estado produtor e exportador – e novas negociações seguem travadas devido a perspectiva de preços abaixo do mínimo. “As incertezas do mercado externo e o cenário econômico do mercado interno devem frear a demanda este ano”, afirma.

Operações de apoio à comercialização de milho não eram necessárias desde 2014, quando o preço do grão chegou a R$ 9,60 e a Conab promoveu leilões de Pepro. No ano anterior, o milho chegou a registrar R$ 7,50/ 60 Kg em algumas regiões do Mato Grosso e foram feitas operações de Pepro e Contrato de Opção.

Oferta e Demanda – A Conab tem por metodologia de trabalho ser conservadora nos números, levando sempre em consideração fundamentos de mercado e cálculos na tentativa de obter uma maior assertividade. Os dados de demanda da Companhia são baseados no consumo dos principais demandantes, que são os produtores de proteína animal. Já as estimativas de exportação são baseadas em volume de comercialização de milho antecipado, consulta a exportadores e tradings e acompanhamento semanal de embarques registrados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Ibope: rejeição a Lula cai 14 pontos; menor que Aécio

Pesquisa inédita do Ibope mostra que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser o presidenciável com maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Pela primeira vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam nele com certeza (30%) ou que poderiam votar (17%) se equivalem aos que não votariam de jeito nenhum (51%), considerada a margem de erro. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos

A pesquisa foi feita antes de vir a público a lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, com as delações de executivos da Odebrecht que acusaram o ex-presidente de corrupção, junto com dezenas de outros políticos. Se a divulgação das denúncias prejudicou a imagem de Lula (e de outros denunciados), não houve tempo de isso ser captado pelo Ibope.

Os três principais nomes do PSDB, por sua vez, viram seu potencial de voto diminuir ao longo do último ano e meio. Desde outubro de 2015, a soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar em Aécio Neves despencou de 41% para 22%. O potencial de José Serra caiu de 32% para 25%, e o de Geraldo Alckmin foi de 29% para 22%. Os três tucanos têm aparecem na pesquisa com taxas de rejeição superiores à de Lula: 62%, 58% e 54%, respectivamente.

O Ibope testou pela primeira vez o potencial do prefeito de São Paulo, João Doria, em uma eleição para presidente. Embora seja muito menos conhecido do que seus colegas de PSDB (44% de desconhecimento, contra 24% de Alckmin e 16% de Serra e Aécio), Doria tem 16% de eleitores potenciais (6% votariam com certeza). Mas sua vantagem é ter uma rejeição muito menor que a dos concorrentes dentro do partido: 36%.

Principal adversário de Dilma na última disputa presidencial, Aécio sofre desgaste até nos segmentos em que foi vitorioso. Desde outubro de 2015, seu potencial de voto no eleitorado de renda mais alta (acima de cinco salários mínimos) caiu de 44% para 26%. Na região Sudeste, um de seus redutos, a taxa caiu de 42% para 23%.

Assim como os nomes tradicionais do PSDB, a presidenciável Marina Silva sofreu redução de potencial de voto e aumento da rejeição. Agora, um terço dos eleitores a indicam como possível opção – eram 39% em 2015 e há um ano.

Apesar de ter não contar mais com a projeção e a visibilidade inerente ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa ainda é considerado um candidato viável à Presidência da República por uma parcela considerável dos eleitores. Na pesquisa Ibope, ele aparece com 24% de potencial de voto (soma das respostas “votaria com certeza” e “poderia votar”).

Barbosa, que se celebrizou ao conduzir o julgamento do Mensalão e que se aposentou do STF em 2014, também não sofre os mesmos níveis de rejeição atribuídos aos políticos. Apenas 32% dizem que não votariam nele de jeito nenhum – uma das taxas mais baixas entre as dos nove nomes testados pelo Ibope. O ex-ministro do STF, porém, não manifestou intenção de se candidatar e nem sequer é filiado a um partido.

Jair Bolsonaro, que tenta se beneficiar da onda de rejeição a políticos – apesar de ser deputado desde o começo dos anos 90 –, aparece com 17% de potencial de voto na pesquisa. Seu possível contingente de eleitores cresceu seis pontos porcentuais desde o ano passado, mas a parcela que o rejeita aumentou ainda mais, de 34% para 42%.

Entre os dias 7 e 11 de abril, o Ibope realizou 2002 entrevistas face a face, em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. As perguntas eleitorais fizeram parte da pesquisa mensal que o instituto conduz mensalmente com questionário variável, o chamado BUS.

Na pesquisa de potencial de voto, o entrevistador apresenta um nome de cada vez e pede ao eleitor que escolha qual frase descreve melhor sua opinião sobre aquela pessoa: se votaria nela com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum, ou se não a conhece o suficiente para opinar. É diferente da intenção de voto. Se aplica especialmente quando falta muito tempo até a eleição e as candidaturas ainda estão incertas.

Lula da Silva tem o maior eleitorado cativo entre possíveis candidatos a presidente. Segundo pesquisa Ibope publicada aqui com exclusividade, 19% votariam “com certeza” nele e em mais ninguém – além de outros 11% que dizem que votariam com certeza não só nele, mas em outros também. Para se comparar, o segundo maior eleitorado exclusivo é o do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa: 4%, um quarto do de Lula.

Considerando-se os que votariam com certeza e quem poderia votar em cada nome testado pelo Ibope, Lula chega a 47%; Marina Silva (Rede) tem 33%; Jose Serra (PSDB), 25%; Joaquim Barbosa, 24%; Geraldo Alckmin e Aécio Neves, 22% cada; Ciro Gomes (PDT), 18%; Jair Bolsonaro (PSC), 17%; e João Doria (PSDB), 16%. Mas Doria, Bolsonaro e Joaquim são desconhecidos para 40% ou mais do eleitorado e, por isso, sofrem menos com a rejeição.

Ratos e prisões

Por Magno Martins

Nesse festival de horrores que a televisão apresenta todos os dias, por conta das atividades da Odebrecht, o primeiro prêmio vai para os parlamentares aquinhoados com propina por terem aprovado medidas provisórias favorecendo a empreiteira. Vale o mesmo para a votação de projetos de lei. O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou em seu acordo de delação premiada que a construtora pagou R$ 7 milhões a parlamentares de destaque no Senado e na Câmara para garantir a aprovação de uma medida provisória de interesse da companhia no Congresso.

Os recursos, segundo o executivo, foram destinados aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), favorito para suceder Renan na presidência da Casa em 2017, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, e Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). De acordo com delator, Jucá, Renan e Eunício formam o que ele classifica de “grupo dominante do PMDB no Senado”. “Esse fato dá a esse núcleo grande poder de barganha, pois possui a capacidade de praticamente ditar os rumos que algumas matérias serão conduzidas dentro do Senado”, afirmou Melo Filho.

Quer dizer, na Câmara e no Senado existem ratos que votaram legislação beneficiando negócios escusos, recebendo milhões pelos serviços prestados. Valeria à pena o Governo identificar que medidas provisórias e que leis foram editadas dentro desse modelo. Não só para revogá-los, mas, em especial, para obter o ressarcimento do roubo. Seria bom, também, identificar os líderes dos partidos comprometidos com a tramitação dos projetos fajutos.

O grave nessa substituição das obrigações parlamentares por dirigentes empresariais é que muitos deputados e senadores aprovaram sem saber a origem e os interesses daquilo que votaram. Alguns imaginaram estar prestando favores ao governo. Outros sequer cogitaram saber por quê. Os bandidos, porém, não se esqueceram de cobrar pelos votos. As investigações começaram a chegar aos governos estaduais. São de estarrecer. Também não escapam as prefeituras. Ninguém se espante se alguém gritar: “Teje todo mundo preso!”

Renan volta a criticar proposta de reforma da Previdência de Temer

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), voltou a criticar a proposta de reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer e já em fase final de discussão na Câmara. O parlamentar indicou os colegas Hélio José (PMDB-DF) e Rose de Freitas (PMDB-ES) para representar o partido na Comissão Parlamentar de Inquérito da Casa que vai investigar a contabilidade do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), universo de informações indispensável para examinar se há mesmo o alegado deficit da Previdência. O Planalto tem usado justamente o rombo nas contas públicas para justificar a necessidade de aprovação da matéria.

A CPI foi proposta pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que é contra a reforma previdenciária do governo, e ganhou o apoio de Renan, líder da maior bancada governista no Senado. “A reforma da Previdência não pode uma conta, temos que humanizar a discussão para que possamos fazer os ajustes necessários”, disse Renan em plenário. Esta é mais uma sinalização de que o líder do PMDB está mesmo rompido com o governo. Ele criticou ainda o projeto de terceirização de mão de obra e a proposta de reforma trabalhista, ambos também em discussão na Câmara.

Renan lembrou que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tinha projetado uma economia de R$ 830 bilhões se o texto original da reforma da Previdência enviado pelo governo ao Congresso fosse aprovado na íntegra. “Não podemos ficar discutindo esta reforma com base nos números. Toda vez que se faz uma mudança na proposta original o ministro Meirelles refaz as contas. Essa é uma agenda estreita”, disse Renan. A CPI deverá ser instalada assim que todos os líderes indicarem seus representantes, o que está previsto apenas para a próxima semana.

Ruptura

A relação entre Renan e o Palácio do Planalto transformou-se em crise política permanente. O líder do PMDB ainda não indicou os representes do partido na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que ainda não começou a funcionar por falta dos membros do PMDB no colegiado.

Nesta quarta-feira (19) o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), enviou documento ao presidente interino da CMO, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), solicitando mais tempo para tentar convencer Renan a aceitar que o PP indique o relator da comissão de orçamento.

Como este site tem mostrado, o coordenador da bancada do PMDB não aceita que o líder do PP, Arthur Lira (AL), que é seu adversário político em Alagoas, indique o relator da comissão de orçamento. Em retaliação, há três semanas Renan cancelou a indicação dos três representantes do partido – Rose e Freitas (ES), Marta Suplicy (SP) e Valdir Raupp (RO) – para compor a comissão de orçamento e paralisou o funcionamento do colegiado