Paulo Câmara recebe Missão Anual com 20 embaixadores da União Europeia no Brasil

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O governador Paulo Câmara e a primeira-dama Ana Luiza receberam, na manhã de ontem (18.05), no Palácio do Campo das Princesas, representantes de 20 Países que integram a Missão Anual dos Embaixadores da União Europeia (UE) no Brasil. A iniciativa, que visa conhecer e avaliar as potencialidades econômicas, culturais e industriais do Estado, com a possibilidade de novas parcerias nas áreas, tem início hoje e segue até o próximo domingo (21).

“Estamos muito animados e otimistas com esse encontro, que poder gerar bons resultados para os dois lados. Pernambuco está de portas abertas e disposto a fazer novas e fundamentais parcerias para o desenvolvimento do Estado. Queremos estar cada vez mais integrados com a globalização, fazendo integrações e trocando experiências”, defendeu o governador.

Paulo Câmara falou ainda sobre as expectativas do Governo em relação à Missão da UE. “Eles vão ter a oportunidade de conhecer bastante as nossas potencialidades, e, por outro lado, nós vamos poder também conhecer a realidade de cada país representado aqui hoje para poder avaliar as formas de cooperação que podem ser feitas. Espero que muitas integrações, muitos acordos sejam firmados para que possamos, com muita união e trabalho, superarmos os desafios e voltar a crescer”, frisou.

As autoridades internacionais foram recepcionadas com um café da manhã oferecido pelo chefe do Executivo estadual. Logo após, o secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, apresentou aos representantes da UE as principais ações que estão sendo executadas pelo Governo de Pernambuco nas diversas áreas da administração.

“Escolhemos Pernambuco para realizar esta Missão porque acreditamos no potencial desse Estado. Pernambuco se destaca pela sua localização geográfica, por propor uma ligação mais próxima ao continente europeu, além de ter particularidades muito fortes em termos de infraestrutura. Entendemos que este Estado seja um motor na intensificação da relação entre a União Europeia e o Brasil. Estamos muito próximos de chegar a um acordo entre a UE e o Mercosul, e Pernambuco pode ser um dos grandes beneficiados dessa parceria, principalmente pela sua localização”, destacou o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho.

O embaixador afirmou também que está ansioso para conhecer ainda mais do Estado. “Vamos ter muito contato com iniciativas de economia criativa, ciência e tecnologia, com centros industriais, educacionais e de energias nuclear e renovável. Uma programação bem variada e que está causando muitas expectativas no nosso grupo. Esperamos que o nosso objetivo seja realizado: que é criar laços de longo prazo para os nossos povos”, defendeu.

Participaram do encontro os embaixadores Dirk Loncke (Bélgica), Haralambos Kafkarides (Chipre), Željko Vukosav (Croácia), Kim Hojlund Christensen (Real da Dinamarca), Milan Cigán (Eslováquia), Alain Brian Bergant (República da Eslovênia), Markku Virri (Finlândia), Norbert Konkoly (Hungria), Brian Glynn (Irlanda), Han Peters (Países Baixos), Jorge Cabral (Portugal), Stefan Mera (Romênia), Jirí HAVLÍK (Tchequia); além dos encarregados de Negócios da Áustria, Dr. Johann Spitzer; e da Espanha, Jose Manuel Pascual Garcia; do Cônsul-Geral da França, Romain Louvet; do Cônsul do Reino Unido, Graham Tidey; do ministro italiano, Filippo La Rosa; e da ministra conselheira da Suécia, Pernilla Josefsson Lazo.

A agenda dos embaixadores desta quinta, contempla, ainda, visita ao Porto de Suape, às 11h30; seminário na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), às 14h30; visita guiada no Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), às 16h10; além de sessão solene na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), às 18h30.

TJPE promove curso em parceria com a Escola de Pais do Brasil

Através de parceria entre o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e a Escola de Pais do Brasil, teve início curso destinado a autores de maus-tratos contra crianças ou adolescentes. A atividade tem o intuito de orientar os pais ou responsáveis sobre os aspectos de cada fase do desenvolvimento das crianças, colocando limites através de uma educação não violenta e orientando sobre a diferença entre autoridade e autoritarismo. Serão ao todo sete encontros, nas quintas-feiras, entre os dias 27 de abril e 8 de junho, na Instituição Exército da Salvação, localizada no bairro da Torre, no Recife.

Esta é a segunda turma do curso de Escola de Pais em parceria com o TJPE, agora realizado com o 1º, 2º e 3º Juizados Criminais da Capital e o Juizado Especial Cível e Criminal do Torcedor do Estado de Pernambuco (Jetep). A primeira turma foi composta a partir de articulação entre o 2º Juizado Criminal e o Juizado do Torcedor.

As partes que participam do curso estão envolvidas em processos de maus-tratos, e as ações são selecionadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com a ajuda de um profissional de psicologia. Ao invés de prestar serviço ou pagar multa, as partes são convidadas a participar do curso para serem orientadas e criarem uma consciência de que é necessário educar sem uso da violência. A ideia é que o curso trabalhe a questão das relações de vínculos entre pais e filhos.

A juíza Margarida de Souza, do 2º Juizado Criminal, acredita que a atuação conjunta do Tribunal de Justiça com a Escola de Pais é importante para conscientizar as partes. “É uma parceria de sucesso que tem dado resultado. Nos encontros, as pessoas que participam do curso aprendem a lidar com os filhos. Nesses casos, às vezes, por meio de uma sentença condenatória, não conseguimos um resultado tão eficaz. Neste curso, as partes aprendem sobre a pacificação social”, afirma.

A Escola de Pais do Brasil é uma instituição internacional que atua com a missão de encurtar a distância entre pais e filhos, ajudando os pais e agentes educadores a formar cidadãos. O TJPE firmou parceria com a Escola no intuito de ter um resultado eficaz nos processos de maus-tratos. Também participam da ação, o 1º Juizado Criminal da Capital, que tem como juíza titular a magistrada Gisele Vieira; o 2º Juizado Criminal, com a juíza Maria Margarida de Souza; e o 3º Juizado Criminal, com o juiz Edimilson Cruz Júnior.

Os psicólogos e assistentes sociais dos juizados também participam da ação. Psicóloga do 2º Juizado Criminal, Lilian Crescêncio fala da necessidade de os pais serem orientados na educação de seus filhos. “A ideia é que o curso trabalhe a questão das relações de vínculos entre pais e filhos, para que haja a reconstrução dessa relação”, disse.

UPAE Garanhuns imuniza servidores e terceirizados contra vírus influenza

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Com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, quase 190 doses de vacinas contra o vírus Influenza foram aplicadas nos funcionários e terceirizados da UPAE Garanhuns, durante dois dias. Este ano a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, disponibiliza a vacina Trivalente, prevenindo além do vírus H1N1, também o H3N2 e o influenza B. A meta nacional é vacinar quase 60 milhões de pessoas.

A coordenadora de enfermagem da unidade, Tayana Guerra, acompanhou a vacinação. “Realizamos sempre esta campanha, e este ano tivemos ainda mais participação, de praticamente 100% de funcionários e profissionais que prestam serviço para nossa unidade. Trata-se de uma exigência, a bem do serviço público de saúde, mas principalmente como cuidado pessoal com todos que fazemos nossa unidade”. – Registra a coordenadora.

SAIBA MAIS

Os trabalhadores da área de saúde fazem parte do público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que pretende vacinar quase 60 milhões no país. Alguns grupos são prioridades, além dos profissionais da saúde, as pessoas a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias), professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas – e os funcionários do sistema prisional. Portadores de doenças crônicas não transmissíveis, que inclui pessoas com deficiências específicas, também devem se vacinar.

Candidatos têm até hoje para se inscrever no Enem

Hoje (19) é o último dia de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os interessados têm até as 23h59, no horário de Brasília, para se inscrever pela internet, no site do Enem. Aqueles que já fizeram a inscrição têm até o fim do prazo para fazer alguma alteração no cadastro, como por exemplo, a cidade em que desejam fazer as provas.

Até a noite de ontem (18), segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 5,62 milhões haviam concluído a inscrição. A expectativa é que os inscritos cheguem a 7 milhões. As provas serão aplicadas em dois domingos consecutivos, nos dias 5 e 12 de novembro.

Para concluir a inscrição, o candidato deve pagar a taxa de R$ 82. O prazo para pagamento vai até o dia 24 deste mês. Pelas regras do edital, estão isentos da taxa os estudantes de escolas públicas que concluirão o ensino médio este ano, os participantes de baixa renda que integram o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e os que se enquadram na Lei 12.799/2013 que, entre outros critérios, isenta de pagamento aqueles com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio, ou seja, R$ 1.405,50

Os candidatos que solicitarem algum atendimento especializado ou específico, além da isenção da taxa do exame, deverão estar atentos aos documentos comprobatórios. Este ano, serão exigidos laudos médicos, que deverão ser enviados em formato digital pelo próprio sistema, além de outras informações, como o Número de Identificação Social (NIS), que comprove que o participante integra o CadÚnico.

O atendimento especializado é concedido àqueles que comprovarem, por informação do código de Classificação Internacional de Doenças (CID) e inserção de laudo médico, condições de autismo, baixa visão, cegueira, deficiência física, deficiência intelectual/mental, déficit de atenção, discalculia, dislexia, surdez, deficiência auditiva, surdocegueira e visão monocular.

Já o Atendimento Específico é garantido a gestantes, lactantes, idosos, estudantes em classe hospitalar e, a partir de 2017, a outras condições específicas, para as quais deverá ser informado o CID. Um exemplo são os participantes diabéticos que usem bomba de insulina.

O resultado das provas poderá ser usado em processos seletivos para vagas no ensino público superior, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas de estudo em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Em caso de problema na hora da inscrição, os candidatos podem ligar para o Inep pelo telefone 0800 616161. O atendimento é das 8h às 20h, no horário de Brasília.

Proposta para eleição direta ganha força na Câmara

Folha de S.Paulo – Daniel Carvalho

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), marcou para a próxima terça-feira (23) a votação da admissibilidade da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece eleições diretas em caso de vacância do cargo de presidente em até seis meses do fim do mandato.

O texto é uma proposta de mudança à Constituição, que atualmente diz que, em caso de queda do presidente tendo decorrido pelo menos dois anos do início do mandato original e na ausência do vice, o próximo ocupante deve ser escolhido por eleições indiretas, ou seja, pelo Parlamento.

PEC 227/2016 apresentada em junho do ano passado pelo deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) ainda não havia sido apreciada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

A proposta foi barrada pelo então presidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), alçado depois a ministro da Justiça.

“Ela preveniria e ajudaria a conter a crise, porque a maior crise que poderia acontecer no Brasil é nós elegermos no Congresso um presidente da República”, disse o deputado Esperidião Amin (PP-SC), relator da proposta na CCJ.

O parlamentar já adiantou como se manifestará no colegiado. “Ela previne a crise. Por isso o meu voto foi e será favorável e nunca para prejudicar alguém, mas para dar uma chance ao país”, afirmou.

Aprovada a admissibilidade da PEC na CCJ, o texto segue para uma comissão especial a ser instalada na Câmara. Se o parecer do colegiado for aprovado, vai para plenário, onde precisa ser aprovado por um mínimo de 308 votos em dois turnos.

Depois disso, segue para o Senado, onde tem que ser aprovado por 49 votos também em dois turnos.

Veja na íntegra as notas dos partidos que deixam Governo Temer

PSDB

“O PSDB pediu nesta quinta-feira (18) para que os quatro ministros do partido que ocupam cargos no governo federal permaneçam em suas funções em meio às investigações da delação premiada de executivos do frigorífico JBS. Indicado nesta quinta para assumir a presidência nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) disse, em nota, que a decisão do PSDB mantém a responsabilidade do partido com o país, em meio à ‘crise sem precedentes’ que atinge o Brasil.

Ocupam cargos no governo federal os tucanos Bruno Araújo, ministro das Cidades; Luislinda Valois, ministra dos Direitos Humanos, Antonio Imbassahy, ministro da Secretaria de Governo; e Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores.”

“Nota do presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati:

‘Mantendo sua responsabilidade com o país, que enfrenta uma crise econômica sem precedentes, o PSDB pediu aos seus quatro ministros que permaneçam em seus respectivos cargos, enquanto o partido, assim como o Brasil, aguarda a divulgação do conteúdo das gravações dos executivos da JBS.’”

PPS

“Nota à imprensa

Tendo em vista a divulgação do conteúdo da delação premiada de sócios da JBS envolvendo o presidente Michel Temer e a gravidade da denúncia, o PPS (Partido Popular Socialista) decidiu deixar o governo federal.

Neste sentido, o ministro da Cultura, Roberto Freire, entregou ao presidente Temer seu pedido de afastamento do cargo nesta quinta-feira (18).

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também é filiado ao partido, irá permanecer na função pela relevância de sua área de atuação de segurança do Estado brasileiro neste momento de crise e indefinições.

Brasília, 18 de maio de 2017.

Davi Zaia
Presidente do PPS”

PP

“Partido Progressista

Acerca dos últimos acontecimentos, o Partido Progressista defende um rápido esclarecimento dos fatos por parte da Justiça, para que o País volte o mais breve possível à normalidade e recupere sua estabilidade política e econômica. O PP reafirma o seu compromisso com o Brasil e acredita que as políticas adotadas pelo atual governo do presidente Michel Temer são necessárias para a retomada e consolidação do crescimento do nosso país.

Senador Ciro Nogueira
Presidente do PP”

Ministros do PSDB e do PP permanecem no governo; no PPS, um fica e outro sai

Deputado do PPS, o ministro Roberto Freire (Cultura) vai seguir a orientação do partido de deixar a base aliada ao governo Michel Temer, acusado de avalizar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado a 15 anos e quatro meses de cadeia por envolvimento na Operação Lava Jato. Os pagamentos foram relatados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, investigada no petrolão e uma das principais doadoras de campanha nas últimas eleições, segundo as investigações.

A decisão do PPS veio acompanhada de nota oficial assinada pelo comando do partido e divulgada pela quinta-feira (18). Por outro lado, o representante da legenda no Ministério da Defesa, Raul Jungmann , decidiu permanecer no posto “pela relevância de sua área de atuação de segurança do Estado brasileiro neste momento de crise e indefinições”.

Já o PP, partido com mais políticos investigados na Operação Lava Jato, disse que vai esperar a conclusão das investigações envolvendo Temer e manter o ministro da Saúde, Ricardo Barros, na pasta. Também por meio de nota, o partido resolveu dar uma chance às ações da gestão peemedebista em nome da “retomada e consolidação do crescimento do nosso país”.

Já o PSDB, um dos principais partidos da base aliada, também vai permanecer no governo, ao menos por enquanto com seus quatro ministros – Bruno Araújo (Cidades) – que mais cedo chegou a dizer que deixaria a gestão Temer, mas foi demovido pelo partido –, Luislinda Valois (Direitos Humanos), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores). O partido alega que “a decisão do PSDB mantém a responsabilidade do partido com o país, em meio à crise sem precedentes que atinge o Brasil”.

Ontem (quinta, 18), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), envolvido na mesma delação dos irmãos Batista, afastou-se do comando nacional do partido e será substituído pelo colega Tasso Jereissati (CE), que preside a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

 

Após denúncias, oito pedidos de impeachment são apresentados no Congresso

As denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, contra o presidente Michel Temer desencadearam a apresentação de oito pedidos de impeachment para afastar o peemedebista da presidência da República. A delação premiada de Batista foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, autorizou a abertura de inquérito para investigar Temer.

Os dois primeiros pedidos foram protocolados ainda na noite de ontem (17,) quando foi publicada pelo jornal O Globo a denúncia de que Temer teria dado o aval para o empresário pagar uma mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba, em troca de seu silêncio. Hoje (18), mais seis pedidos foram apresentados, sendo que o último foi assinado por representantes da sociedade civil e entregue com o apoio de todos os líderes de partidos da oposição, além de alguns parlamentares da base aliada. Ao todo, há 12 pedidos de impeachment apresentados contra Temer, sendo que quatro foram ainda em 2016.

O pedido protocolado nesta quinta-feira é assinado pelos professores universitários Beatriz Vargas e Marcelo da Costa Pinto, pela servidora pública Maria Perpétua de Almeida, pelo agricultor Alexandre José da Conceição, pelo advogado Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, e por Raimundo Luiz Silva Araújo.

O pedido afirma que o presidente cometeu crime de responsabilidade ao tomar ciência dos pagamentos a Cunha, “omitir-se, dar aval e, ainda, ordenar a continuidade de pagamentos de ‘mesada a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro’ para que ambos não colaborem com o Poder Judiciário, no âmbito de investigações da Operação Lava Jato, constitui direta oposição ao livre exercício do Poder Judiciário”, diz a peça.

O documento afirma ainda que, ao tomar conhecimento diante dos fatos ilícitos, Temer deveria ter acionado os órgãos competentes para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos.   Caberá agora ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceitar ou não o pedido para dar início a abertura do processo de impeachment do presidente da República. Se for aceito, será criada uma comissão especial da Câmara que irá analisar a admissibilidade do impedimento.

“Queremos que presidente desta Casa dê despacho imediato nesse processo e constitua a comissão especial. Não é possível que o Brasil, que está chocado com todas estas revelações, continue desgovernado. Queremos que Maia abra imediatamente o processo”, disse o líder do PT, Carlos Zaratini (SP).

Mais cedo, o vice-líder do governo na Câmara , Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse que os pedidos de abertura de impeachment do presidente Michel Temer “serão todos rejeitados” por Rodrigo Maia e desqualificou o movimento da oposição.  “Quem propôs [o impeachment] enterrou o país e agora quer, de novo, propor o impeachment para voltar toda aquela política que destruiu empregos, lojas, sonhos, que piorou o Brasil. É o mesmo pessoal”, disse o deputado.

Eleições diretas

Os deputados da oposição afirmaram ainda que vão obstruir as votações no Congresso enquanto o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não colocar para deliberação do colegiado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que prevê eleições diretas para a Presidência da República, caso o presidente Michel Temer seja cassado ou renuncie ao mandato.

“A sociedade brasileira tem que fazer a sua parte, ocupar as ruas e não admitir, em hipótese nenhuma, a possibilidade de realização de eleições indiretas. Quem tem que escolher o próximo presidente do Brasil é o povo, a eleição tem que ser direta”, afirmou o líder do PDT, Weverton Rocha (MA).

Para Temer, áudio de conversa com dono da JBS confirma sua inocência

O presidente Michel Temer ouviu na noite de hoje (18), na companhia de assessores, o áudio gravado pelo empresário Joesley Batista que o implicaria na compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro, investigados na Operação Lava Jato. O áudio da conversa entre Temer e Joesley foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o ministro Edson Fachin retirou parcialmente o sigilo da delação premiada do empresário. Após ouvir o áudio, o entendimento de Temer e sua equipe é de que o conteúdo da conversa não incrimina o presidente, confirmando a nota divulgada pelo Palácio do Planalto na noite de ontem (17) e o pronunciamento da tarde de hoje (18).

áudio tem cerca de 40 minutos. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação de Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. O entendimento do governo é que a frase dita por Temer “tem que manter isso, viu?” diz respeito à manutenção do bom relacionamento entre Cunha e Batista, e não a um suposto pagamento de mesada pelo silêncio do ex-deputado. Além disso, Temer minimiza a sua fala no trecho no qual Batista diz que está “segurando dois juízes” que cuidam de casos em que o empresário é processado.

“O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do Palácio do Planalto, em nota. A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o inquérito.

Veja transcrição de trechos do áudio de reunião de Temer com dono da JBS

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin retirou o sigilo de parte da delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, e autorizou a divulgação do áudio da conversa do empresário com o presidente Michel Temer. De acordo com Batista, a conversa foi gravada em março deste ano, em encontro no Palácio do Jaburu, e o áudio foi entregue a procuradores do Ministério Público Federal (MPF).

O áudio tem cerca de 40 minutos, e muitos trechos são de díficil entendimento por causa de ruídos.

Na conversa, Temer e Batista conversam sobre a situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi preso na Operação Lava Jato. De acordo com reportagem do jornal O Globo, divulgada ontem (17), na gravação, Temer teria sugerido que Joesley Batista continuasse a pagar uma espécie de mesada a Cunha para que ficasse em silêncio e não revelasse informações para os investigadores. Em pronunciamento nesta tarde, o presidente Michel Temer disse que “em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém.”

Veja a transcrição do trecho:

Joesley: Te ouvir um pouco, presidente, como o senhor está nessa situação toda aí? Eduardo… Não sei o que… Lava Jato…

Temer: O Eduardo [inaudível] me fustigar, né? Você viu que…

Joesley: Eu não sei, como está essa relação?

Temer: (…) a defesa… O Moro indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era para [inaudível]. No Supremo Tribunal Federal…
Aí, rapaz [inaudível], mas os 11 ministros [inaudível]

Joesley: Eu, dentro do possível, o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para ali. Zerou. Ele foi firme, foi em cima, já estava lá, veio, cobrou, tal. Pronto. Acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, o companheiro dele que está aqui [inaudível]. Geddel sempre estava [inaudível]. Geddel é que sempre andava ali. Mas o Geddel com esse negócio eu perdio o contato porque ele virou investigado, agora eu não posso encontrar ele.

Temer: É complicado. [inaudível] obstrução de Justiça.

Joesley: Negócio dos vazamentos. O telefone lá do Eduardo com o Geddel volta e meia citavam alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o que. Eu tô lá me defendendo.

Joesley: [inaudível]. Como é que eu… Que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo…

Temer: Tem que manter isso, viu?

Joesley: [inaudível] Todo mês também. Estou segurando as pontas por aí. [inaudível] os processos. Estou meio enrolado aqui, no processo assim…

Temer: [inaudível]

Joesley: Isso, isso. Investigado. Eu não tenho ainda a denúncia.

Em outro trecho da conversa, Joesley Batista diz a Temer que está “segurando dois juízes” que estão com casos em que o empresário é processado. Ele sinaliza, sem citar nomes, que tem recebido informações privilegiadas de um procurador. Em nota, a assessoria do Palácio do Planalto disse que, sobre esse trecho da conversa, “o presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”.

A Polícia Federal prendeu preventivamente hoje o procurador Ângelo Goulart Vilela, investigado por práticas ilícitas.

Veja transcrição do trecho:

Joesley: Aqui eu dei conta do juiz de um lado. Do outro lado um juiz substituto que é o cara [inaudível] Eu consegui (…) dentro da força-tarefa que está também está me dando informação. E eu lá, que estou para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com [inaudível]. O que está me ajudando está bom, beleza. Agora tem um que está me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora estou tentando trocar…

Temer: O que está…

Joesley: Isso. Então está meio assim. Eles estão de férias. Essa semana eu fiquei preocupado porque saiu um burburinho de que ia trocar ele, não sei o que. Fiquei com medo… Muito bem. Eu tô só contando essa história para dizer assim. Eu tô me defendendo. Me segurando e tal. Os dois lá mantendo, tudo bem.

Em outro trecho, Joesley menciona o nome Rodrigo. De acordo com reportagem do jornal O Globo, Joesley Batista disse, na delação premiada, que o presidente Michel Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para agir em nome de interesses do grupo JBS. A assessoria do deputado informou ontem (17) que Rocha Loures estava fora do país, com retorno programado para hoje e que esclareceria as denúncias.

Veja trecho da conversa:

Joesley: Enfim, mas vamos lá. Eu queria falar sobre isso, falar como é que é (…) vim falar contigo, qual a melhor maneira. Porque eu vinha falando através do Geddel. Eu não lhe incomodar, evidentemente, se não for algo assim…

Temer: [inaudível]

Joesley: Eu sei disso, por isso é que…

Temer: [inaudível]

Joesley: É o Rodrigo? Ah, então ótimo.

Temer: [inaudível] pode passar por meio dele. É da minha mais estrita confiança

Joesley: Eu prefiro combinar assim. Se for alguma coisa que eu precisar, e tal, eu falo com o Rodrigo. Se for algum assunto desse tipo, aí…