Barragem de Jucazinho entra em colapso total

Pedro Augusto

Milhares de pessoas não acreditavam que este dia poderia chegar, mas como não se deve subestimar a natureza, a Barragem de Jucazinho, em Surubim, no Agreste, foi vencida por completo pela a intensificação da seca que vem se arrastando por mais de seis anos. Desde a última segunda-feira (26) que Jucazinho – tida como uma das principais barragens do interior do Estado – deixou de fornecer em sua totalidade o irrisório volume de água que ainda teimava em comportar ante a influência do sol escaldante que vem predominando na região. Com capacidade para armazenar até 327 milhões metros cúbicos de água, atualmente ela não tem conseguido nem mais contar com o seu volume morto.

Foi o que confirmou o diretor regional da Compesa, Marconi de Azevedo. “Infelizmente, hoje a Barragem de Jucazinho encontra-se em colapso total. Até a semana passada, conseguimos abastecer alguma coisa utilizando o seu volume morto, porém agora não temos mais como realizar o bombeamento da água. Esta seca jamais foi vista na história de Pernambuco e esperamos que a partir do próximo ano, com o fim do fenômeno El Niño, comecemos a vivenciar um inverno normal. Pelo menos são o que as agências de meteorologia estão apostando e é o que estamos torcendo haja vista que esse manancial precisa renascer”.

No intuito de deixar a população ainda mais a par da realidade em que este último se encontra, a Compesa decidiu convidar esta semana alguns jornalistas da região para visitá-lo. Durante o encontro com os repórteres, Marconi de Azevedo, anunciou uma das medidas emergenciais que está sendo colocada em prática pela companhia com o objetivo de amenizar os efeitos provocados pela agora não operacionalidade de Jucazinho. “Devido, reiteramos, à intensificação da seca, decidimos empregar recursos próprios e reativar em sua totalidade a Barragem de Pedra Fina, que fica em Bom Jardim, também no Agreste do Estado. Com o investimento na ordem de R$ 2,6 milhões, ela passou a abastecer pelo menos mais um município do Agreste”, acrescentou Marconi.

A cidade a qual o diretor da Compesa se referiu corresponde à própria Surubim. Com a utilização da água de Pedra Fina, ela continuará sendo submetida ao sistema de racionamento. “Se não tivéssemos nos antecipado, ou seja, com a reativação por completo de Pedra Fina, Surubim passaria a ser abastecida apenas por caminhões-pipas, até porque a água de Jucazinho, conforme já destacamos, secou por completo na semana passada. Em paralelo a Surubim, a barragem de Bom Jardim permanecerá abastecendo as populações dos municípios de João Alfredo e Orobó, ambos no Agreste. Dependendo do desempenho dela, estamos estudando a possibilidade de também levar a sua água para Toritama, Vertentes e Santa Maria do Cambucá, na mesma região”, destacou Marconi de Azevedo.

Atualmente, o volume de água acumulado vem preenchendo 80% da capacidade total de Pedra Fina. Com o objetivo de que esta última também não entre em colapso com o passar tempo, a diretoria regional da Compesa já está pensando num plano b. “Os testes já foram realizados, a água de Pedra já está abastecendo os municípios que foram confirmados, mas caso não chova o suficiente pelos próximos seis meses poderemos colocar em prática o projeto de sustentabilidade da região através do reforço da água da Barragem de Sirigi, que fica em Vicência, na Zona da Mata do Estado. O projeto já está pronto, mas precisamos ainda captar os recursos financeiros juntamente com o Governo Federal. Desta forma, garantiremos que os municípios desta região específica não entre num possível colapso de abastecimento”, informou o diretor.

Pirangi

Se a Barragem de Jucazinho deixou de atender a população, a Barragem do Prata, em Bonito, no Agreste, segue abastecendo vários municípios com pouco mais de 50% de sua capacidade total. Esta última será reforçada a partir do próximo ano pelo manancial de Pirangi, que fica em Catende, na Zona da Mata de Pernambuco. “A análise é bem simples: como a Barragem do Prata será reforçada pelo Rio Pirangi, ela passará a acumular um volume mais elevado de água. Desta forma, as cidades que são abastecidas por esta barragem passarão a contar com um suporte de abastecimento maior nos períodos prolongados de ausência de chuvas”, destacou Marconi.

Na prática, quando o sistema Pirangi estiver em vigor, o abastecimento de água não só de Caruaru, mas também dos municípios de Agrestina, Altinho, Ibirajuba e Cachoeirinha, ainda no Agreste, será reforçado. Assim como o projeto delineia, Pirangi contará com uma adutora de 27 quilômetros de extensão e duas estações elevatórias para vazões de 300 a 500 litros de água por segundo. De acordo também com o diretor da Compesa, tão logo Pirangi passe a operar, a expectativa é de que haja uma brusca redução no sistema de rodízio de abastecimento nos municípios contemplados.

Geraldo Júlio confiante na vitória

Do Blog do Magno

O prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição, disse estar muito confiante na vitória seja no primeiro ou segundo turnos. Ele elencou uma série de obras que pretende colocar como prioridades a exemplo da situação de tráfego na Avenida Conde da Boa Vista e a construção do Hospital do Idoso no Recife (PE). “Nossa prioridade é resolver os problemas e dar continuidade a esse trabalho de quatros anos”, disse.

O candidato destacou o desempenho que teve no debate realizado pela Globo Nordeste, na última quinta-feira (29). “Apresentamos nossas propostas. Mostramos que temos trabalho para o Recife pelos próximos quatro anos”, relembrou.

Geraldo Júlio, que tomou café da manhã hoje na casa do governador Paulo Câmara (PSB), fez uma breve avaliação do cenário político. “Há uma descrença da população em relação à política. São muitas as confusões em Brasília (DF), mas aqui seguimos com nossas propostas e estamos animados”, finalizou.

Rio: nova pesquisa Datafolha aponta Freixo como adversário de Crivella no segundo turno

Novas pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro, divulgada neste sábado (1º/out) pelo Datafolha, mostra que o segundo turno na capital fluminense deve ter um confronto entre homônimos: Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (Psol) despontam como favoritos dos eleitores na véspera da votação, com 27% e 13% das escolhas, respectivamente.

O quadro mostra um candidato evangélico, que tem o apoio de uma população conservadora (em que pese o papel da Igreja Universal do Reuni de Deus, que pertence ao Bispo Edir Macedo, seu parente), liderando o pleito, mas seguido de perto por um nome ligado às minorias, aos progressistas e os chamados eleitores de esquerda, com adesão significativa entre os jovens.

No entanto, segundo o Datafolha, embora o cenário se desenhe com um segundo turno que terá Marcelo Crivella (PRB) na disputa, seu adversário na nova etapa de votações ainda é incerto. De acordo com o instituto, Pedro Paulo (PMDB), com 10% das menções, e Índio da Costa (PSD), com 9%, disputam a segunda vaga. Segundo o site do jornal O Globo, percentuais Freixo e o Pedro Paulo, o terceiro colocado, estão no limite da margem de erro, mas o Datafolha lembra que a tendência dos últimos dias apontam mais probabilidade de o peemedebista ser derrotado.

O Datafolha anotou a escolha de 2.159 pessoas no Rio de Janeiro, entre 30 de setembro e 1 de outubro. O nível de confiança dessa pesquisa é de 95% (isso quer dizer que, considerando-se a margem de erro, a chance de os números retratarem a realidade é 95%). Com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, o levantamento foi encomendado pela TV Globo em parceria com o jornal Folha de S.Paulo.

São Paulo: Russomanno e Haddad disputam vaga contra Doria no segundo turno, diz Datafolha

O tucano João Doria desponta na liderança na última rodada de pesquisas do Datafolha sobre as intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo. Segundo o instituto, o empresário venceria o primeiro turno com 38% das escolhas, em uma corrida com empate na segunda colocação – tentando a reeleição, Fernando Haddad (PT) tem os mesmos 14% de preferência que o deputado licenciado Celso Russomano (PRB) amealhou no eleitorado paulistano.

Aproveitando a rejeição generalizada da população sobre a classe política, Doria aposta no mote de que não é um político, mas um gestor, para tentar desbancar tanto Haddad quanto Russomanno, ambos com certa experiência em mandatos e funções no executivo.

Na sequência aparecem Marta Suplicy (PMDB), com 12% das citações; Luiza Erundina (Psol), com 5%; Major Olímpio (SD), com 2%; e Levy Fidelix (PRTB), com 1%. Uma das fundadoras do PT paulista e ex-ministra nos governos Lula (Turismo) e Dilma (Cultura), Marta tem atribuído ao fato de ter integrado as gestões petistas à derrocada na campanha até agora – ao menos segundo os números apresentados pelo Datafolha. No entanto, segundo informações de bastidor, tem sido alvo de “fogo amigo” dos novos aliados no governo Michel Temer – as lideranças do PSDB, que tentam eleger o correligionário João Doria prefeito de São Paulo.

Ainda segundo o Datafolha, Ricardo Young (Rede), João Bico (PSDC), Henrique Áreas (PCO) e Altino (PSTU) não atingiram percentual suficiente para figurar na pesquisa (mínimo de 1%). Declarações de voto branco e nulo (ou nenhum dos citados) somaram 10%. Os que disseram não sabe em quem votariam chegaram a 4%.

O Datafolha anotou a escolha de 4.022 pessoas em São Paulo, entre 30 de setembro e 1º de outubro. O nível de confiança dessa pesquisa é de 95% (isso quer dizer que, considerando-se a margem de erro, a chance de os números retratarem a realidade é 95%). Com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, o levantamento foi encomendado pela TV Globo em parceria com o jornal Folha de S.Paulo.

Confira o desempenho dos candidatos nas últimas pesquisas Datafolha, segundo registro feito na versão online do jornal O Globo:

Doria registrou 5%, 16%, 25%, 30%; agora chega a 38% (considerada a margem de erro, reúne entre 36% e 40% das declarações de voto)

Russomanno teve 31%, 26%, 22%, 22%; agora tem 14% (entre 12% e 16%)

Haddad teve 8%, 9%, 10%, 11%; agora está com 14% (entre 12% e 16%)

Marta teve 16%, 21%, 20%, 15%; agora está com 12% (entre 10% e 14%)

Erundina teve 10%, 7%, 5%, 5%. agora está com 5% (entre 3% e 7%)

Major Olimpio teve 2%, 2%, 2%, 1%; agora está com 2% (entre 0% e 4%)

Mulheres que disputam as eleições deste ano enfrentam um desafio a mais: lidar com o assédio durante a campanha

Em São Paulo, candidatas a vereadora relataram à jornalista Letícia Mori, da Folha de S.Paulo, como lidam com o machismo eleitoral em situações corriqueiras. ”Você me dá um beijo se eu votar em você?”, questiona um eleitor de meia-idade à candidata Marina Helou (Rede), 29 anos, durante panfletagem no Largo da Batata. “Por isso a gente precisa de representatividade, de ter mais mulheres na política”, afirma Marina.

Na Câmara Municipal de São Paulo, dos 55 vereadores apenas 5 são mulheres. “Rola sim muito assédio, rola xaveco, rola uns caras tentando tirar uma casquinha”, relata a candidata Maíra Pinheiro (PT), 26 anos. ”Tem gente que xinga mesmo, que não gosta de feminista. Fala palavrão, chama de puta, mal-amada. Sem contar os que dizem que eu sou egoísta por entrar na política tendo uma filha pequena. Que eu sou uma péssima mãe, que eu estou negligenciando ela”, diz Maíra, acompanhada da filha de 2 anos, Bethânia.

Até as candidatas que afirmam não sofrer assédio não estão imunes aos olhares indiscretos e comentários machistas durante a campanha. A advogada Adriana Ramalho, 35 anos, por exemplo recebe sem problemas questionamentos como “o que o seu marido acha disso?”. ”Digo que ele tem sido o meu maior parceiro”, responde a candidata, que é filha do deputado estadual Ramalho da Construção (PSDB), e tem os trabalhadores da construção civil como reduto eleitoral. Durante atividade de campanha no Mercado do Ipiranga, Adriana ouve conselho de um eleitor: ”Você tem um papai lá que sabe como funciona. Fica nesse papo que eu tô falando e será eleita. Tchau, linda, dá um abraço no seu pai!”

Perguntas sobre a opinião do marido ou do pai a respeito da candidatura aborrecem Isa Penna (Psol), de 25 anos. “Me incomoda porque é basicamente: quem é o seu dono e o que ele acha disso?”, avalia a advogada formada pela PUC-SP. Sâmia Bomfim (Psol), 26 anos, já chegou a ouvir que merecia ser estuprada e torturada. ”Disseram que o coronel [Carlos Brilhante] Ustra [agente da ditadura militar] torturou quem mereceu, como as feministas”, diz a funcionária pública. ”Dá uma desanimada na gente, viu, amiga? Precisa ser forte pra aguentar tudo isso.”

Cassado, Eduardo Cunha aconselha eleitores: votem certo pra não se arrepender

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) incentivou seus seguidores no Twitter na manhã deste domingo (2) a comparecer às urnas. Cassado há menos de um mês, o peemedebista declarou seu voto no candidato a vereador Chiquinho Brazão (PMDB), mas não divulgou a escolha do prefeito. O candidato do PMDB na capital fluminense é Pedro Paulo, um dos 450 votos a favor da cassação de Cunha na Câmara. “Em respeito ao meu partido eu não vou falar do prefeito. Mas com certeza não votei em quem votou contra mim”, disse o peemedebista.

Ainda afastado do exercício do mandato, Cunha participou do evento de lançamento da campanha de Chiquinho, no início de agosto, quando dividiu o palanque com o prefeito da capital, Eduardo Paes.

Ao deixar seu colégio eleitoral na manhã deste domingo, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, Cunha falou com a imprensa e disse que ainda entrará com recursos contra a sua cassação na Câmara. O peemedebista defendeu que seu processo ainda não está “sepultado”. “Ainda vou entrar com alguns recursos. Algumas ações no Supremo [Tribunal Federal]. Já entrei com embargo na Câmara. Eu não diria para você que esse assunto está sepultado”, disse o ex-deputado.

Cunha foi votar acompanhado de sua filha e chegou pouco depois das 9h em sua zona eleitoral. Apesar da pouca movimentação no local logo cedo, a presença do ex-deputado provocou reações diversas entre os eleitores que ali estavam. Um deles o chamou de “palhaço”, enquanto outros o cumprimentaram e tiraram até selfie com o peemedebista.

No Twitter, entre comentários sobre o desempenho do Flamengo, Cunha aconselhava os seguidores: “Vamos as urnas hoje para escolhermos o futuro prefeito de cada cidade e seus vereadores”, escreveu. “Não deixem de comparecer e não deixem de votar. Alguém será eleito de qualquer maneira, logo faça sua escolha para não se arrepender depois”, avisou.

Empreendedora lança plataforma inédita de vídeo

Pedro Augusto

A empreendedora caruaruense Wedja Silva, juntamente com a sua sócia Elaine Lima, está prestes a inserir uma novidade no mercado digital. Trata-se da Taningg, uma plataforma de vídeos especificamente voltada para exibição de shows e clipes musicais. Desenvolvida num período de pouco mais de três anos, a ferramenta oferece aos internautas um rico acervo de artistas do gênero, tanto de âmbito nacional como internacional. Em visita à redação do Jornal VANGUARDA, na tarde da última terça-feira (27), no Bairro Maurício de Nassau, em Caruaru, Wedja explicou de que forma a Taningg irá funcionar.

“Diferentemente do Youtube, a Taningg irá atender a apenas um nicho do mercado, ou seja, o segmento musical. De início a nossa ideia era concentrar somente os vídeos de artistas nacionais, porém, conforme fomos desenvolvendo esta plataforma, verificamos que também poderíamos oferecer os trabalhos de cantores e bandas de âmbito internacional. Tanto é que já nesta fase de lançamento, a Taningg disponibilizará os vídeos de artistas de pelo menos nove países do exterior, dentre eles da Colômbia, do México, de EL Salvador e do Egito”, disse.

Outro diferencial da nova plataforma é que ela oferecerá de forma gratuita os shows e clipes dos artistas dos mais variados segmentos musicais, sendo famoso ou ainda não. “Na prática, a Taningg será uma ferramenta importante não só para os internautas, que poderão ter um acesso melhor aos vídeos musicais, mas também para os próprios integrantes do gênero, que passarão a expandir a sua divulgação através da internet. Apesar de ser uma grande plataforma, o Youtube, por exemplo, não consegue filtrar todos os trabalhos em vídeo produzidos por um determinado artista, já que também disponibiliza outros segmentos”, explicou Elaine Lima.

Neste primeiro momento, a Taningg só oferecerá os vídeos para visualização, porém em breve também disponibilizará a opção para dowloand. Para desenvolver a ferramenta inédita, as empreendedoras caruaruenses contaram com as colaborações dos profissionais Walisson César, Rafael Lins e Alamy Neto. Em fase final de teste, a expectativa é de que nova plataforma passe a ficar disponível para os usuários a partir desta semana. Seu endereço corresponde ao www.taningg.com

ARTIGO — Economia do Estado

Tivemos a aprovação em segundo turno da PEC que limita os gastos públicos à variação do IPCA. Dizemos aqui que, na verdade, esta PEC não limita gastos, ela autoriza os gastos atingirem algo da ordem de 318% em termos de projeção, caso a inflação desse ano fosse mantida. Seinflação anual for 4,5% como é a meta do governo, então daqui a 20 anos os gastos poderão crescer 141,17%! Isso sem contar com o estrago que se fará em pesquisas com a diminuição de bolsas para mestrados e doutorados, projetos de pesquisas, etc.

A questão é como se enquadrarão os estados, principalmente, o nosso, com essa nova regra. Pernambuco, não só parou de crescer como tende a não apresentar crescimento ao longo do próximo biênio. Duas razões motivam este sentimento: a primeira é que nossas contas começam a degringolar e muito embora tenha havido uma ligeira alta na arrecadação do ICMS, esta não é suficiente para cobrir, por exemplo, gastos com folha de pagamento. Adicionalmente, o aumento do ICMS não decorreu do aumento da atividade econômica, mas de ajustes, adequações e cobranças que o estado implementou. A segunda questão afeta não apenas o estado de Pernambuco, mas a região nordeste inteira que é o problema da estiagem.

Ainda no governo Eduardo Campos, recursos destinados a investimentos foram mobilizados para atenuar problemas provocados pela falta de chuvas e que afetaram a bacia leiteira do estado, reduzindo em quase 75% a produção do setor. De lá pra cá, o problema se agravou e as expectativas em termos de chuva são as piores possíveis. Estamos caminhando para um período sem chuva superior ao enfrentando pelo governo Roberto Magalhães nos idos dos anos de 1980.

Se nós observamos o cenário atual, veremos que os esforços são destinados para vencer a crise, ou seja, o estado se esforça para não perder o controle nos seus gastos e a história do crescimento fica para um momento posterior. Um fato aumenta a inquietação: os dados fornecidos ao Tesouro Nacional sobre as contas públicas dos estados e municípios podem não retratar a realidade, isto é, a situação pode ser pior do que a informada. No último dado disponível (abril/2016) Pernambuco estava comprometendo 60% de sua receita consolidada líquida e de lá pra cá isso pode ter piorado.

“Nunca na história desse país” se viu um desgaste financeiro governamental tão expressivo. Lançou-se às feras a esperança de um povo que, com o Plano Real, migrou de uma classe social para outra e que agora volta desiludido, sem emprego e bastante endividado.

Desemprego sobe para 11,8% e atinge 12 milhões de pessoas, diz IBGE

A taxa de desemprego no Brasil, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), subiu para 11,8% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados divulgados hoje (30). Nos três meses anteriores, a taxa estava em 11,2%, e já era a maior da série histórica.

A pesquisa aponta 12 milhões de pessoas desocupadas no país, população classificada assim por ter procurado emprego sem encontrar. Em relação a março, abril e maio, a população desempregada de junho, julho e agosto aumentou em 583 mil pessoas, ou 5,1%.

Já a população ocupada caiu 0,8% na comparação entre os dois trimestres, com a perda de 712 mil postos. Ao todo, esse contingente soma 90,1 milhões de pessoas. Apesar disso, o número de empregados com carteira assinada se manteve estável em 34,2 milhões.

Desemprego era de 8,7% em 2015

A comparação de junho, julho e agosto de 2016 com o mesmo período de 2015 mostra uma redução de 2 milhões de pessoas na população ocupada e um acréscimo de 3,2 milhões de pessoas na população desocupada.

No ano passado, a taxa de desemprego neste trimestre era de 8,7%, e também estava em uma trajetória de alta em relação aos trimestres anteriores.

O número de empregados com carteira assinada de 2016 caiu 3,8% em relação a 2015, com a saída de 1,4 milhão de pessoas desse grupo.

Rendimento se mantém estável

A pesquisa informa ainda que o rendimento médio real habitualmente recebido pelos brasileiros teve uma variação negativa dentro da margem que o IBGE considera de estabilidade. A renda média foi de R$ 2.011, 0,2% a menos que os R$ 2.015 do trimestre imediatamente anterior e 1,7% a menos que os R$ 2.047 registrados no mesmo período do ano passado.

A massa de rendimento real em todos os trabalhos também não apresentou em variação considerada significativa pelo IBGE frente a março, abril e maio, mas caiu 3% na comparação com 2015. O total está em R$ 177 bilhões.

Inadimplência das empresas cresce 11% em agosto

O crescimento do número de empresas inadimplentes desacelerou pelo quinto mês consecutivo, mas ainda é bastante elevado, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O total de pessoas jurídicas com pendências atrasadas cresceu 10,78% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior, percentual referente a quatro regiões pesquisadas – Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sul. A região Sudeste não foi considerada devido à Lei Estadual nº 15.659 que vigora no estado de São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no estado.

Entre as regiões analisadas, o Nordeste foi a que apresentou a maior variação no número de empresas com o CNPJ registrado nas listas de negativados: um avanço anual de 13,52%. No Norte, a inadimplência de pessoas jurídicas também registrou forte avanço, crescendo 10,66% na comparação entre agosto e o mesmo mês do ano anterior. As regiões Centro-Oeste e Sul apresentaram variações menores do número de devedores, mas, ainda assim, os números são expressivos: 9,86% e 8,17%, respectivamente.

“A inadimplência das empresas cresceu significativamente no final de 2015 e, desde o segundo trimestre de 2016, vem mostrando acomodação. Porém, este crescimento mais discreto da inadimplência das empresas não está ligado a uma melhora na sua capacidade de pagamento”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “O principal fator influenciador é relacionado ao aumento da restrição ao crédito, principalmente via aumento das taxas de juros, critérios mais rígidos para concessão de crédito por parte dos bancos e à maior incerteza por parte dos empresários, o que acaba levando o segmento a contrair menos dívidas, adiando novos investimentos e contendo avanços da inadimplência.”

“As dificuldades econômicas persistem e o cenário de desemprego elevado e de queda do faturamento das empresas continua afetando a capacidade de pagamento tanto das empresas quanto da população”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.