Palestras sobre o mercado da Contabilidade na DeVry|Unifavip

Em comemoração ao dia do profissional da Contabilidade, o curso de Ciências Contábeis do (DeVry| Unifavip), realiza no auditório da instituição, na próxima terça-feira (26), às 19h, palestras sobre “Planejamento Tributário” e “O Papel da Junta Comercial na Vida do Contabilista”. O evento é aberto ao público e conta com a participação de alunos da instituição.

Os convidados para realizar as palestras são o ex-presidente da Junta Comercial de Caruaru, Raffiê Dellon e o instrutor e palestrante do Conselho Regional de Contabilidade em Pernambuco, Jesus Carcavilla. A ideia é que as apresentações sejam voltadas para as atividades do dia a dia do contador, além do profissional ter a oportunidade de se atualizar e se informar.

No dia do evento, os participantes precisam levar um pacote de fraldas geriátricas que será doado para instituições de caridade. As inscrições podem ser realizadas com o envio do nome completo e número do RG, pelo e-mail msouza8@unifavip.edu.br, ou pelo 99167-4021 (15h às 21h). As vagas são limitadas.

Hipertensão atinge 30 milhões de brasileiros

Dados do Ministério da Saúde mostram que a hipertensão arterial afeta cerca de 25% da população brasileira. Segundo o cardiologista Tomás Mesquita, do Hospital Jayme da Fonte, algumas pessoas têm predisposição à hipertensão – ou possuem hábitos que podem provocar o aparecimento da doença ou acelerar seu surgimento. “O histórico familiar de hipertensão arterial em vários membros da família sinaliza como um forte marcador para o aparecimento dessa doença em seus descendentes”, esclarece o profissional. Mesquita ainda ressalta, que no Brasil a primeira complicação da hipertensão é o AVC.

Além da genética, a hipertensão também pode ser provocada pela obesidade, consumo de bebidas alcoólicas, estresse, grande consumo de sal, falta de atividade física, sono inadequado e uso de drogas ilícitas. “Uma dieta rica em sal, gorduras e frituras; a falta de atividade física regular (sedentarismo), a obesidade e a utilização de anti-inflamatórios de forma indiscriminada são fortes fatores favoráveis à provocação dessa doença”, ressalta. “A hipertensão arterial é uma doença traiçoeira e 70% dos pacientes não apresentam sintomas”, afirma o cardiologista.

Para prevenir o problema, a principal mudança deve ser no estilo de vida, pois essa atitude já consegue controlar a pressão arterial em 60% dos casos. Mas reduzir a quantidade de sódio da alimentação, substância que aumenta e mantém a pressão em níveis mais altos, também é de extrema importante. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ideal é o consumo de 2 gramas de sódio (o equivalente a 5 gramas de sal). Porém, os brasileiros consomem muito mais do que o recomendado.

O coração, o cérebro, os rins e as artérias dos membros inferiores são as grandes vitimas da hipertensão. Entre as complicações causadas pela doença, podemos citar: enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, angina de peito, claudicação dos membros inferiores (dor e cansaço nas pernas aos esforços. Nos casos extremos, os sintomas dolorosos podem ocorrer mesmo em repouso), esclarece Tomás.

A hipertensão tem cura (por meio de tratamento cirúrgico) apenas para os pacientes com a Hipertensão Arterial Secundária, que representam apenas 5% da população hipertensa. “Os outros 95% dos hipertensos estão classificados no grupo dos portadores de Hipertensão Arterial Primária. Nessa situação não há cura, e sim controle dos níveis tensionais, o que é realizado através da administração de drogas especificas, mudanças no estilo de vida, hábitos alimentares saudáveis, controle do peso e prática de exercícios regularmente”, explica o cardiologista.

Doenças graves isentam de pagar o imposto de renda

Muitos brasileiros não sabem, mas podem ter direito à isenção do imposto de renda. Isso mesmo, isenção, porque a declaração continua sendo obrigatória. Uma das possibilidades para não pagar é ser portador de doença grave. Nesta hipótese, a isenção é garantida pela redação do artigo 6º e inciso XIV da lei federal de número 7.713, de 22 de dezembro de 1988.

Para a Receita Federal, têm direito à isenção os portadores de moléstias como AIDS, cegueira, esclerose múltipla e neoplasia maligna (câncer), entre outras de quem recebe rendimentos – até R$ 40 mil por ano – de aposentadoria, pensão ou reforma militar. A segunda condição imposta pelo Fisco para isentar o contribuinte é ser beneficiário da Previdência Social, já que o benefício não é válido para quem tem doença grave e não é aposentado.

Segundo a Receita Federal, se o portador da doença exerce uma atividade profissional – seja autônomo ou seja empregado – e ainda não tenha se aposentado, não tem direito à isenção do imposto. Caso o contribuinte seja isentado pelas regras do Fisco, é preciso ainda procurar um serviço médico oficial da União, dos estados ou municípios para fazer um laudo pericial que comprove a moléstia.

Lista de doenças que permitem isenção do IR

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS); alienação mental; cardiopatia grave; cegueira; contaminação por radiação; doença de Paget em estados avançados (Osteíte deformante); doença de Parkinson; esclerose múltipla; espondiloartrose anquilosante; fibrose cística (mucoviscidose); hanseníase; nefropatia grave; hepatopatia grave; neoplasia maligna; paralisia irreversível e incapacitante; tuberculose ativa

Para comentar o assunto, colocamos à disposição a advogada Maria Amélia Calado, advogada e coordenadora do curso de Direito da Faculdade Joaquim Nabuco em Recife.

Claudiano Martins Filho assume liderança do PP na Alepe

Filiado recentemente ao Partido Progressista (PP), o Deputado Estadual Claudiano Martins Filho assumiu nessa semana a liderança do PP na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), tendo como 1° vice-líder Everaldo Cabral e 2° vice-lider Dr. Valdir. A bancada progressista se tornou a 2° maior da Casa depois da entrada de Claudiano e Eduíno Brito no mês passado.

Claudiano é considerado um dos mais jovens parlamentares na Alepe e tem uma grande representatividade dentro de Pernambuco, haja vista a sua luta e defesa pela população do estado e principalmente pelas cidades do agreste.

“Mudança do Governo não apagará males da economia”

A afirmação acima é do mestre em Economia e colunista do Jornal VANGUARDA, Maurício Assuero. Ele analisou esta semana especialmente para o semanário, os efeitos que deverão ser observados na economia brasileira após a aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em sessão realizada no último domingo (16), na Câmara Federal dos Deputados, em Brasília.

Pedro Augusto

Jornal VANGUARDA — Apesar de já ter sido bastante falada e discutida nas últimas semanas na imprensa nacional, muitas pessoas ainda se mostram com dúvidas a respeito da chamada pedalada fiscal. Tal prática seria motivo suficiente para levar Dilma Rousseff (PT) a deixar a presidência da República?

Maurício Assuero — A questão da pedalada fiscal consiste no fato de o governo utilizar recursos que não são próprios, não são recursos do Tesouro Nacional, para efetuar pagamentos. No caso de Dilma, foram utilizados recursos da CEF e do Banco do Brasil para o pagamento do Bolsa Família. Qual o problema disso? O problema é que de acordo com o art. 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal, não é permitido haver empréstimos entre uma instituição financeira estatal e seu controlador e o governo detém a maioria do capital social tanto do Banco do Brasil como da CEF. Na prática, estes bancos pagaram o Bolsa Família sem que o Tesouro Nacional tivesse repassado o dinheiro, então, de fato, isso se configura uma operação de empréstimos sem que houvesse autorização do Congresso. Agora, fica difícil entender como a regra só vale para Dilma, se Temer fez igual. Eu sou daqueles que acham que processo de impeachment é fruto do desejo de vingança do deputado Eduardo Cunha. Ele, desde que assumiu a presidência inviabilizou o Governo e este último receoso do acatamento de algum pedido de impeachment não foi capaz de reagir. Não vejo o problema como findo, porque temos ainda uma ação no Superior Tribunal Eleitoral que pode cassar a chapa Dilma-Temer e aí teremos o deputado Eduardo Cunha como presidente do país. Se ele não for preso, enfrentaria um pedido de impeachment também. Ele na presidência também levaria a economia para um estágio de letargia.

JV — Que efeitos deverão ser percebidos na economia brasileira após a aprovação na Câmara do processo de impeachment da presidente?

MA — Seguramente Dilma não governava há muito tempo. Primeiro pela preocupação em se defender do impeachment; segundo porque ela não tinha maioria no congresso para aprovar medidas necessárias em defesa da economia; terceiro porque não implantou uma política de controle de gastos que fosse convincente para o mercado. A consequência de tudo isso foi o dólar ultrapassar os R$ 4, a queda na Bolsa de Valores, a inflação passar dos dois dígitos, o desemprego atingir 9 milhões de pessoas, etc. O mercado já não acreditava mais no governo Dilma. Então, espera-se que a Bolsa se estabilize mais rápido, assim como o mercado de câmbio, mas não há mágica para o novo Governo. A gente só vai saber mesmo uma tendência quando Temer anunciar o seu programa. Até lá, só especulações.

JV — Até a votação no Senado, qual seria a postura mais indicada para o atual Governo tratar dos assuntos relacionados à economia brasileira?

MA — Acredito que a melhor opção seria o desarme dos espíritos aguerridos. Agora já se sabe que o processo vai caminhar, então é o momento do Congresso voltar sua atenção para economia. O Congresso como o Governo não deram um grama de contribuição para resolver o problema econômico. Reforma tributária, da previdência, passou longe e as propostas apresentadas não passavam de uma amontoada de sandices que no longo prazo irão comprometer a economia brasileira. A pauta bomba adotada pelo deputado Eduardo Cunha prejudicou mais do que ajudou, porque os efeitos daquelas aberrações serão vistos em longo prazo. Como se estima 10 de maio para a votação no Senado, então o ideal seria o Governo iniciar um processo de transição. Não vejo como solução a continuidade do governo Dilma, ou seja, se o Senado não aprovar ficará muito difícil sustentar a economia, porque virá outro pedido de impeachment – o da OAB – e voltará tudo a estaca zero. Acho que a melhor saída seria Dilma renunciar. Ela precisa ter clareza de que acabou e pensar nos inúmeros trabalhadores que estão sem a mínima condição de honrar suas obrigações, porque estão desempregados. Deixa o novo Governo formar um ministério com credibilidade junto ao mercado interno e externo. Traçar um novo programa de Governo que seja crível.

JV —- Como o senhor vislumbra a economia nacional, caso Dilma deixe mesmo o Governo e o país passe a ser comandado pelo seu vice, Michel Temer (PMDB)?

MA — Temer passaria a governar numa situação mais confortável, porque ele terá maioria no Congresso. Ele tem mais jeito político do que Dilma, então fica mais fácil negociar. É provável que a mudança do Governo traga um novo rosto para a economia, não obstante, o alto índice de rejeição que ele tem (87% dos brasileiros declararam não confiar nele). Não vamos esquecer, todavia, a postura dos movimentos sociais. A CUT, por exemplo, já fala em greve geral. Outros falam de invasão a gabinetes, terras dos deputados que se posicionaram a favor do impeachment, etc. Enfim, será necessário muita conversa para equalizar tais questões, caso contrário teremos uma crise social sem precedentes. Cabe dizer que, em minha opinião, Dilma não enxergou que a política monetária poderia ser um instrumento mais adequado para ela tirar o Brasil da crise. Como ela não tinha maioria no Congresso poderia ter feito uso de uma política monetária mais adequada visto que esta seria implantada pelo Banco Central, cujo presidente era ministro do seu governo.

JV —- Diante da atual realidade financeira do país, programas sociais como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, que costumam dinamizar bastante a economia nacional, estariam ameaçados com a troca de bastão no Governo?

MA — Vai ser preciso mexer em muita coisa. É preciso acabar com secretarias com status de ministério, acabar com cargo com status de ministro (presidente do Banco Central, por exemplo), reduzir ministérios sem acomodar aqueles que só sugam o erário, não trocar o aparelhamento atual por um novo aparelhamento, etc. O governo Dilma tem 31 ministérios e a alguns deles existem apenas para dar sustentação política. Se não tiver coragem para mudar isso, então trocaremos seis por meia dúzia. Os programas sociais estão ameaçados há muito tempo. Não vamos esquecer que foi um deles o fato gerador do processo de impeachment. O Minha Casa, Minha Vida, não pode sumir nem parar, porque ele movimenta o setor da construção civil que é fundamental para a economia. Quanto ao Bolsa Família, não se trata de acabar, mas de reformular inclusive com o fito de coibir os desvios. Não podemos esquecer que este programa foi responsável pela melhora nos indicadores de qualidade de vida no Brasil, agora se faltou dinheiro para honrá-lo, como o novo Governo vai fazer? Ou seja, se faltou dinheiro para Dilma, vai sobrar para Temer? De forma alguma! A economia está em queda e isso afeta a arrecadação do Governo, portanto, eu vejo como ameaça a continuidade do Bolsa Família sem que se faça os ajustes necessários na máquina.

JV —- Antes mesmo da votação ocorrida no último domingo (17), na Câmara dos Deputados, o vice-presidente Michel Temer, já estaria se articulando para escolher o novo ministro da Fazenda. Em sua opinião, qual seria o perfil de ministro mais indicado para este momento de transição?

MA — O PMDB tem o Henrique Meirelles, que foi ministro de Lula, nos seus quadros. Aliás, Lula queria o Meirelles no lugar do Barbosa e ele só não assumiu a pasta por conta de diferenças pessoais com a Dilma. A questão é que Meirelles foi ministro quando tudo favoreceu o crescimento econômico e agora a situação é outra. Em paralelo, também vêm existindo especulações a respeito do nome do Armínio Fraga que tem um reconhecimento muito bom junto a investidores internacionais (pela sua relação com George Soros). Ambos poderiam dar ao mercado um sinal extremamente positivo. Agora, o ministro não fará muito se o Governo não tiver articulação. O PMDB, por ser coadjuvante, nunca pensou num programa de governo para o Brasil. Vai precisar apresentar um, no máximo, em uma semana.

JV — O senhor acredita que a relação do Brasil com o mercado internacional deverá melhorar ou piorar com a provável substituição de Governo?

MA — O Brasil teve seu risco reavaliado para baixo pelas diversas agências de risco de investimento. Saiu de AAA para BBB, ou seja, saiu do paraíso para o inferno. Eu creio que esta avaliação tende a melhorar, mas não imediatamente. O que pesa não é apenas a governabilidade, mas fundamentos econômicos que precisam ser observados como, por exemplo, o nível da dívida pública. Há quatro anos Obama negociou com o Congresso Americano um aumento da dívida pública (é como se ele tivesse pedido um aumento no limite do cheque especial), porque havia risco de quebra da economia americana. Aqui, o novo governo pode fazer o mesmo? Como se nossa dívida já ultrapassa R$ trilhões… A melhora nessa imagem passa pela austeridade do Governo e dificilmente ele será austero sem medidas impopulares. Creio que a comunidade externa vai observar como o novo Governo vai se portar para começar a indicar investimentos por aqui. A mudança do Governo melhora a governabilidade, mas não apaga os males que a economia enfrenta.

3º Encontro de Profissões mobiliza estudantes do ensino médio

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Na quarta-feira (27/04) estudantes dos 3º anos dos ensino médio de Caruaru e região poderão viver um dia de universitários, tudo acontecerá no III Encontro de Profissões, evento que ocorre na Faculdade Asces há três anos. Nesse dia os estudantes acompanhados ou não de seus professores, conhecem a Faculdade Asces e tiram dúvidas sobre os cursos que a IES dispõe, eles serão recepcionados por professores e coordenadores dos cursos como também os universitários, a cada ano o número de inscritos aumenta demonstrando assim a importância de analisar bem e com antecedência o curso que se pretende ingressar.

No dia 27 de abril não haverá aula nos turnos diurnos da Faculdade Asces, toda a comunidade docente estará voltada para acompanhamento aos alunos do ensino médio, para participar do III Encontro de Profissões o estudante pode se inscrever na sua própria escola ou ainda, acessar o formulário disponível em www.asces.edu.br

‘Inaldo Imóveis’ será homenageado com Medalha Eduardo da Fonte

Wagner Gil

 Na próxima quarta-feira (27), à Câmara de Vereadores de Caruaru vai realizar uma Sessão Solene Especial para entregar à Medalha Eduardo da Fonte ao corretor de imóveis, Inaldo José Feitosa de Sousa (61), considerado um dos mais conceituados e uma referência na sua profissão na cidade. O evento tem início às 20h

  
Ao justificar sua homenagem, o Pastor Carlos (PRB), autor da propositura, disse que o empresário tem relevantes serviços prestados à cidade. “Quando cheguei em Caruaru, Inaldo José Feitosa foi um dos primeiros empresários locais que conheci. Um homem íntegro, sério e empreendedor”, disse Pastor Carlos. Ele lembrou ainda que o homenageado tem relevantes serviços prestados ao esporte, quando foi atleta do glorioso Central Sport Club na década de 80”, completou.

Na Tribuna da Casa Jornalista José Carlos Florêncio, o Pastor Carlos destacou ainda o atual momento de crise que o país vive. “Nesse momento de dificuldades na economia, pessoas como Inaldo contribuem muito. Ele gera emprego, renda e tributos, com sua atuação forte no mercado imobiliário. Inaldo ainda é membro d Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Associação Comercial de Caruaru (ACIC) duas entidades de muita respeitabilidade no Interior de Pernambuco que contribuem para o avanço econômico em Caruaru e Região”, disse Pastor Carlos.

 Ao ser ouvido por nossa equipe de reportagem, o corretor disse estar honrado e emocionado. “Desde que soube que a homenagem iria acontecer, fiquei bastante emocionado. Primeiro porque todos os vereadores aprovaram de forma unânime e segundo, me deixou muito surpreso. Realmente não esperava. Toco minha imobiliária junto com três dos meus quatro filhos e minha esposa, além de alguns funcionários. Acho que é também o resultado de um trabalho que venho realizando há mais de 30 anos, sempre pautando a ética e o respeito como prioridade”, argumentou o empresário. A imobiliária Inaldo Imóveis funciona no 6º andar do empresarial Difusora, sala 106.

Dilma será afastada dia 11 de maio

 

Por Magno Martins

Foi encerrado, ontem, o prazo para que os blocos partidários indiquem seus representantes para a comissão especial destinada a analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Dos 21 integrantes da comissão, 17 já foram escolhidos, mas, formalmente, o bloco composto por PT e PDT, com direito a quatro senadores, só apresentaram seus representantes no apagar das luzes.

A comissão especial deverá ser instalada na próxima segunda-feira, com a eleição do presidente e do relator do colegiado. No mesmo dia, as indicações de nomes para ocupar a comissão serão votadas pelos senadores no plenário. Além dos 21 membros titulares, serão eleitos outros 21 suplentes para a comissão. Os partidos foram divididos em cinco blocos, que tiveram direito a número de vagas proporcional ao tamanho das bancadas das legendas que formam o bloco.

Na última quarta-feira entregaram a lista de nomes indicados os blocos do PMDB (5 vagas), Democracia Progressista (PP e PSD – 3 vagas), Bloco Socialismo e Democracia (PSB, PPS, PCdoB e Rede – 3 vagas). Na terça-feira já haviam sido oficializadas as indicações dos blocos da Oposição (PSDB, DEM e PV – 4 vagas) e Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC – 2 vagas). Também na quarta, o líder do PMDB na Casa, senador Eunício Oliveira (CE), indicou o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) para a presidência da comissão.

Como possui a maior bancada do Senado (18 senadores), o partido tem o direito de escolher entre a presidência ou relatoria da comissão. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que o partido vai indicar o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) para a relatoria do colegiado. Se o nome de Anastasia for confirmado na eleição dos membros da comissão, caberá ao tucano elaborar parecer pelo afastamento ou não da presidente.

Pelo andar da carruagem, se todos os prazos forem cumpridos, o parecer da comissão especial pela admissibilidade do impeachment será aprovado no plenário do Senado no dia 11 de maio. A presidenta Dilma Rousseff será notificada e afastada do cargo por um prazo máximo de 180 dias, para que os senadores concluam o processo. O vice-presidente da República, Michel Temer, assume o posto. Mesmo afastada, Dilma manterá direitos como salário, residência no Palácio da Alvorada e segurança. Nesse período, ela fica impedida apenas de exercer suas funções de chefe de Estado.

Douglas Cintra e Wolney Queiroz são favoráveis à permanência de Dilma

Wagner Gil-Jornal VANGUARDA
Enquanto a maioria dos deputados que votaram pelo impeachment e dos senadores que ainda vão se manifestar, mas já existe uma tendência da maior parte pelo afastamento, os dois representantes de Caruaru no Congresso Nacional, Wolney Queiroz (PDT) e Douglas Cintra (PTB), mostram fidelidade ao atual Governo Federal e já se pronunciam a favor da permanência da presidente Dilma Rousseff (PT) no comando do país. Em entrevista à CBN, o senador Douglas foi direto. “Sou contra o afastamento de Dilma. Não existe acusação de corrupção contra a presidente”, afirmou.

O primeiro a se pronunciar foi o deputado Wolney Queiroz, antes e durante a histórica votação que ocorreu no último domingo (17), na Câmara dos Deputados. Mesmo pressionado pela maioria que já havia decidido pelo afastamento, o caruaruense chegou a discursar por alguns segundos e afirmou que a ‘política não é para os fracos’ e, desta forma, votaria contra o afastamento.

Para sustentar sua posição, o deputado afirmou que não ficaram comprovadas as pedaladas fiscais, motivo pelo qual o processo teve abertura na Câmara dos Deputados. “Ficou comprovado que não houve pedaladas e o julgamento aqui (na Câmara de Deputados) está sendo político”, disse Wolney Queiroz.

Além disso, Wolney seguiu a orientação do partido, que foi radicalmente contra o afastamento. Em reunião da executiva nacional do PDT, ficou decidido que quem votasse contra seria expulso da legenda. Cinco deputados desobedeceram às orientações e irão sofrer o processo de expulsão. Em Pernambuco, praticamente toda bancada votou pelo impeachment da presidente, incluindo o deputado Eduardo da Fonte (PP), considerado um dos votos certos do governo.

Como agora a bola é com o Senado e ele já havia se posicionado contra o impedimento de Dilma, o senador Douglas Cintra, que está substituindo o titular Armando Monteiro (atualmente no cargo de ministro da Indústria e Comércio Exterior), falou com o VANGUARDA. Na sua opinião, o clima será tenso. “Será uma excelente oportunidade que terei, mais uma vez, de exercer a responsabilidade que tenho com o meu Estado e o povo pernambucano para me posicionar claramente sobre o grave momento que o Brasil atravessa. Antes de mais nada, estou certo de que compartilho a opinião da esmagadora maioria da população brasileira, segundo a qual a Operação Lava Jato representa um grande e significativo avanço ético na vida pública nacional, impondo novo modelo no trato da coisa pública em geral e nas relações empresas-governo em particular”, disse o petebista.

Ele lembrou que não são apenas ‘governistas’ que estão sendo investigados. “Paralelamente, observo, com pesar, que altos dirigentes de todos os principais partidos políticos – governistas e de oposição – são citados nessa e em outras investigações. Em uma conjuntura tão delicada como a presente, atitudes apaixonadas, não importa de qual quadrante do espectro político-ideológico se originem, não contribuem para que o país supere os impasses que angustiam a consciência nacional”, desabafou o senador.

Douglas ainda deixa no ar dúvidas sobre o futuro do país, caso o afastamento se confirme na Câmara Alta. “À presente altura ninguém, rigorosamente ninguém, é capaz de prever com segurança qual o destino que aguardaria um eventual governo Michel Temer. Ainda que muitos alardeiem a celebração de um ‘acordão’, um grande pacto pela governabilidade, num suposto day-after (expressão para o dia seguinte) de Dilma, não dá para adivinhar os próximos desdobramentos que a Lava-Jato traria para os novos detentores do poder”, observou o senador.

Douglas destacou ainda que muitos indiciados e condenados na Lava Jato foram indicados pelo PMDB. “Afinal, não há como esquecer alguns dos principais ex-dirigentes da Petrobras, sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal, ou já condenados pelo juiz Sérgio Moro, que foram indicados pelo PMDB, partido até há pouco presidido pelo vice-presidente Temer. É evidente que Moro jamais aceitará abrandar, aliviar, o rigor dessas diligências, mesmo porque ele já deu provas sobejas da seriedade do seu compromisso com a verdade e com o Estado democrático de direito”, discursou.
CUNHA ALVO

Ele destacou que não existe envolvimento da presidente Dilma. “Outro ponto para o qual faço questão de chamar atenção é o de que existem provas do envolvimento de pessoas do governo e de alguns parlamentares em todo esse imbróglio, mas não da participação da presidente da República. “Já as provas que pesam contra políticos de grande projeção, como o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são públicas, do conhecimento de todos. Mesmo assim, não percebo vigor equivalente nas cobranças pela saída de Cunha da presidência da Câmara, nem pela cassação do seu mandato. Eduardo Cunha seria o sucessor de Temer, no impedimento deste, caso o processo de impeachment avance no Senado”, afirmou o senador caruaruense.

O petebista também falou em mudança e na participação de deputados e senadores para tirar o país da crise. “Se não promovermos, no Congresso Nacional, as mudanças constitucionais e legais indispensáveis para fazer com que o Estado volte a caber dentro do PIB, estaremos negando a este e aos próximos governos a capacidade de atender às necessidades mínimas do povo brasileiro. Por que continuar a se iludir e a mistificar a opinião pública pregando o impeachment como solução para todos os males nacionais? O impeachment não é uma panaceia. Por que não refletir e dizer o que deve ser feito?”, finalizou.