Por Marcelo Rodrigues
Imagine uma cidade onde escolas, hospitais, UPAs, creches e parques funcionam com energia limpa, captada diretamente do sol. Esse cenário, que pode parecer futurista, é uma possibilidade real para os municípios nordestinos, especialmente quando consideramos o potencial solar da região. A energia fotovoltaica, que converte a luz do sol diretamente em eletricidade, se apresenta como uma alternativa ideal para a região, e essa busca por soluções sustentáveis para combater as mudanças climáticas tem se tornado uma prioridade em diversas partes do mundo.
No Brasil, algumas cidades nordestinas têm se destacado ao adotar a energia solar como fonte de abastecimento para seus prédios públicos. De escolas a hospitais, passando por praças e centros de saúde, essas cidades estão não apenas melhorando a eficiência energética dos serviços, mas também contribuindo significativamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Essa ação é uma clara adesão aos compromissos globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Acordo de Paris e o Protocolo de Kyoto, que buscam mitigar os impactos das mudanças climáticas.
No contexto local, a instalação de sistemas solares é uma das formas mais eficazes de contribuir para o cumprimento das metas climáticos. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU são um conjunto de 17 metas globais estabelecidas para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a prosperidade para todos. A energia solar em cidades nordestinas está diretamente ligada a vários desses objetivos, como o ODS 7, que busca garantir acesso à energia limpa e acessível para todos, e o ODS 13, que promove a ação contra as mudanças climáticas.
O Nordeste brasileiro é privilegiado com um dos maiores índices de insolação do mundo. Aproveitar essa riqueza natural para alimentar prédios públicos com energia solar não é apenas uma decisão inteligente, mas uma necessidade para garantir a sustentabilidade e reduzir a pegada de carbono. Com a construção de parques de energia solar nos municípios, o impacto seria transformador: além de diminuir os custos com eletricidade, os recursos economizados poderiam ser reinvestidos em áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura urbana.
Essa transformação beneficia toda a comunidade. Imagine escolas abastecidas por energia solar, onde as crianças não apenas estudam, mas também aprendem, desde cedo, sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Hospitais e UPAs funcionando com estabilidade energética, sem interrupções, graças à fonte solar. Creches e unidades de saúde que se tornam exemplos de sustentabilidade para a população. Ao adotar essa iniciativa, os municípios não apenas economizariam recursos, mas também contribuiriam ativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se às metas globais de combate às mudanças climáticas.
A construção de parques solares municipais vai além de abastecer prédios públicos. Eles podem se tornar centros de aprendizado, inspirando empresas e moradores a adotarem práticas sustentáveis. Além disso, a criação desses parques gera empregos verdes, movimenta a economia local e reforça o papel social das cidades no cuidado com o planeta. É um investimento que transforma a gestão pública em um exemplo de responsabilidade e inovação.
A transição para a energia solar é mais do que viável, é uma oportunidade de ouro. No Nordeste, onde o sol brilha praticamente o ano inteiro, é hora de transformar essa luz em energia para impulsionar as cidades rumo a um futuro mais sustentável. Afinal, o compromisso com as próximas gerações começa com as decisões que tomamos hoje. Usar a energia do sol é mais do que uma solução prática; é um ato de cuidado e responsabilidade com o planeta e com as pessoas.
Agora, mais do que nunca, é preciso que as cidades nordestinas sejam exemplo, para que juntos possamos construir um Brasil mais verde, justo e resiliente às mudanças climáticas.
Marcelo Augusto Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife, e sócio proprietário do escritório de advocacia Marcelo Rodrigues Advogados. Estudante de Botânica.