Por ACÁCIA LIMA*
Além da típica concorrência por market share, ultimamente as empresas têm entrado numa outra disputa: a do número de fãs nas páginas de redes sociais. Mas, afinal, ter um número alto de fãs e seguidores é reflexo do sucesso da sua empresa? E, se sim, isso garante um bom resultado de marketing? A resposta para essas perguntas é não. E por um motivo muito simples: hoje é possível comprar seguidores.
A compra de fãs, amplamente divulgada com diversos “pacotes”, além de expressar um número vazio, trata de uma questão mais grave, ilegal: o roubo de senhas. Quem nunca viu posts como “veja quem visitou seu perfil”? Pois é, ao clicar nesse tipo de link, o usuário está caindo em uma das artimanhas para capturar fãs sem sua permissão. Se não bastasse o fato de ser ilegal, os pacotes oferecidos para aumentar os “likes” trazem outra desvantagem: de uma hora para outra, quando o “contrato” termina, o número despenca, obrigando o dono da fan page a renovar o pacote ou comprar outro.
Para distinguir uma página bem trabalhada de outra cujo sucesso é apenas aparente, além de posts frequentes e bem construídos visualmente, é preciso analisar a interatividade, objetivo único quando o assunto é mídia social. Não é bem-sucedida a página cujo número de “curtidas” ou “comentários” é inexistente ou beira o zero, típico de quem tem uma fan page com fãs comprados. Portanto, daqui surge uma nova dúvida: como estimular a interatividade e o interesse pela página da sua empresa?
O primeiro passo é ter a interatividade como foco. Muitos empresários, ainda impregnados com as mídias ditas tradicionais (impressa, TV e rádio), decidem apenas por fazer a marca “aparecer”, sem realmente desejar criar um vínculo duradouro e confiável com seu consumidor, abrindo, assim, o canal de comunicação para ele. Ouvir o consumidor agradecendo aos elogios não é, verdadeiramente, atender o cliente.
A verdadeira interatividade inclui respeitar e responder as queixas de forma transparente, esclarecendo as dúvidas especialmente nas mídias sociais, pois são o único lugar para criar relacionamento com seu público-alvo e conhecê-lo verdadeiramente. Além disso, o bom trabalho durante o atendimento a uma queixa será certamente viralizado, tornando a preocupação e eficácia de sua empresa um dos motivos para que futuros consumidores criem simpatia pelo seu produto.
Um funcionário ou uma agência especializada, dedicado a essa tarefa e comprometido com o objetivo de sua empresa, é o segundo passo na construção de sua imagem nas mídias sociais. A partir daí, acompanhar e garantir que as divulgações de banner no Facebook (anúncio ou post patrocinado), por exemplo, sejam feitas de maneira a estimular a “curtida” e não para “comprar” um fã, dessa forma fidelizando o possível consumidor. Um fã “comprado” certamente irá “descurtir” a página assim que perceber que foi vítima de compra, ao contrário do fã que espontaneamente decidiu acompanhar as postagens de uma marca.
Apesar de trabalhosa, a presença criativa e positiva de sua empresa nas mídias sociais é bastante simples: bom senso e interesse genuíno acabarão por refletir o sucesso da sua marca. Tendo isso, o resto depende apenas de um bom planejamento estratégico de comunicação nessas redes. Vale a pena o esforço.
* Acácia Lima é jornalista e fundadora da YellowA, agência especializada em mídias sociais