O edifício Marquês de Felipe, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, começará a ser demolido na manhã desta sexta-feira (5). O processo tem conclusão prevista para o próximo domingo (7). O imóvel está entre os 110 com risco de desabar na cidade e havia sofrido interdição em 2004.
O local, situado na rua Professor Olímpio Magalhães, servia como moradia para aproximadamente 10 pessoas, que agora se acomodam em casas de amigos ou familiares, ou ainda na República, um espaço de acolhimento disponibilizado pela Prefeitura de Olinda. Um cadastro desses moradores será feito em breve, para o recebimento do auxílio-moradia. O valor, no entanto, ainda não foi informado.
A empregada doméstica Roseli Marques, de 43 anos, é uma dessas pessoas. Junto da filha, ela morava num dos apartamentos do primeiro andar do edifício Marquês de Felipe. A falta de alternativa por uma moradia segura foi o caminho que as levou ao imóvel interditado.
“Eu sinto muita tristeza. Não tinha condições de ficarmos nesse prédio, porque quando chove entra muita água e ele pode desabar a qualquer momento. Não tem condições de a gente viver aqui. Eu morava porque não tinha para onde ir”, disse Roseli.
Antes da destruição ter sido decretada, a aflição com o possível desabamento também se estendia aos vizinhos. Rosane Sena, por exemplo, citou o recente episódio que ocorreu com o edifício Leme, no mesmo bairro, que deixou seis pessoas mortas e cinco feridas.
“Agora, depois da tragédia do edifício Leme, as autoridades tomaram uma providência. A gente não dorme desde o que aconteceu no outro prédio. Se esse prédio aqui caísse, não sabemos o que poderia acontecer com o nosso. Uma hora ele iria desabar. Agora, vamos poder dormir em paz”, disse.
O que diz a Caixa
Garantidora das obrigações que envolvem a apólice de seguros dos financiamentos habitacionais dos edifícios Leme e Marquês de Felipe, a Caixa Seguradora, em nota, disse que “está atuando de forma diligente e procedendo ao levantamento das informações referente aos imóveis que foram objeto de ação judicial pelos mutuários que tinham o seguro para seus financiamentos imobiliários”.
A Caixa também ressaltou que sua atuação nos casos acontece “de forma proativa, mas dentro dos limites dos processos judiciais”.
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