A última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que mais de 10 milhões de brasileiros possuem algum tipo de problema auditivo, número que representa cerca de 5% da população. Os dados apontam que, nesse quantitativo, cada indivíduo apresenta diferentes categorias da deficiência, que vão desde a surdez parcial até a total. Pensando em conscientizar, cada vez mais, a sociedade sobre a temática, a campanha do Setembro Azul vem para discutir a inclusão e a ampliação da acessibilidade da comunidade surda no país.
Segundo a fonoaudióloga da Clínica Três Marias, Ana Elizabete, o primeiro passo para o processo de adaptação é o diagnóstico precoce, que vai permitir o desenvolvimento da comunicação e de habilidades cognitivas da criança. “Quanto antes a perda auditiva for identificada, mais cedo podem ser iniciadas intervenções, como o uso de aparelhos auditivos, além de terapias de reabilitação auditiva. Isso maximiza o potencial da criança para desenvolver a linguagem de forma próxima ao esperado para sua idade, o que facilita sua inclusão social e educacional”, explica.
Além disso, o acompanhamento fonoaudiológico é fundamental para quem sofre com a deficiência auditiva, seja ela parcial ou total. “Entre os benefícios estão o desenvolvimento da fala e da linguagem, a adaptação ao uso de próteses auditivas, a melhoria na percepção auditiva e o entendimento da fala em diferentes contextos. Além disso, o fonoaudiólogo também trabalha com o desenvolvimento de estratégias de comunicação e com o ensino de leitura labial, quando necessário”, enfatiza.
A profissional reforça também as principais práticas e direitos que a pessoa surda deve ter garantidos, para que a inclusão social ocorra de forma efetiva. Algumas das iniciativas essenciais incluem: a educação bilíngue, tanto com a implementação da Língua Brasileira de Sinais quanto com o ensino de Português, a acessibilidade, por meio de intérpretes de Libras, legendas em vídeos, materiais educativos, a capacitação, com a formação de professores e profissionais de saúde, e a conscientização social, a partir das campanhas para promover o respeito e a integração em diversos âmbitos, como no trabalho, na educação e nas interações cotidianas.