Pandemia elevou em 122 milhões o número de pessoas que passam fome, diz FAO

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou nesta quarta-feira (12/7) o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2023 (State of Food Security and Nutrition in the World (SOFI), que revelou um aumento no número de pessoas em situação de fome e insegurança alimentar no mundo.

Segundo o estudo, entre 691 e 783 milhões de pessoas passaram fome no ano passado, o que indica um leve declínio na comparação com 2021. Enquanto a média desse ano foi de 738 milhões, a de 2022 ficou em 735 milhões.

Mesmo assim, o nível ainda é muito superior ao registrado antes da pandemia de Covid-19, quando cerca de 612 milhões passavam por essa situação, segundos os dados de 2019. Desde então, o número de pessoas que passam fome no planeta aumentou em 122 milhões.

Em um cenário no qual a pandemia não tivesse ocorrido, as projeções da FAO indicam que o número de pessoas que não teriam condições financeiras para garantir uma alimentação mínima necessária, em 2030, seria de 471 milhões. No entanto, a expectativa, agora, é que daqui sete anos, ao menos 590 milhões devem enfrentar as dores da fome – uma diferença de 119 milhões.

A FAO também projetou um cenário no qual não houvesse a guerra no leste europeu, que causou problemas de produção e abastecimento na maior parte do planeta. Nesse contexto, 567 milhões de pessoas passariam fome em 2030, o que significa 23 milhões a menos do que a projeção real.

Durante a apresentação do relatório, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que os países se comprometessem a fazer um acordo de longo prazo para estimular a acessibilidade à alimentação em países mais pobres. A ideia é que cada nação contribua com, ao menos, US$ 5 bilhões por ano no combate a esse problema.

“No geral, nós precisamos de uma intensa e imediata mobilização global para resgatar os objetivos para o desenvolvimento. Precisamos ser resilientes contra as crises e os choques econômicos que afetam a nossa segurança alimentar. Desde os conflitos, até o clima”, destacou o secretário-geral.

Confira a matéria no site do Correio Braziliense.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.