Após a aprovação da admissibilidade da Reforma da Previdência pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o governo comemorou cedo uma vitória que pode ser de Pirro e endureceu o discurso contra o projeto. Segundo ele, ficou claro que a mentira e a dissimulação serão as suas armas para tentar aprovar a proposta nas próximas fases, tendo em conta que os principais dados referentes à medida segue sob sigilo imposto pelo governo e com pontos sem relação nenhuma com o tema inseridos na matéria.
“Este é o mais cruel projeto do governo Jair Bolsonaro até agora e não é por acaso que se está apostando todas as suas fichas nele. Usando um argumento falacioso de que irão sanar as contas públicas, o que eles querem é tirar direitos dos trabalhadores, manter privilégios e aumentar ainda mais os lucros dos bancos e dos empresários. É um projeto perverso porque, na verdade, ele decreta o fim da Previdência Social como conhecemos hoje, o que vai gerar uma nova legião de idosos miseráveis, que não contarão com nenhum alento na velhice”, afirmou o senador.
Para Humberto, o governo tenta mascarar dados e quer empurrar questões controversas que jamais seriam aprovadas de forma independente na reforma. Mesmo após um acordo ter retirado quatro pontos polêmicos da matéria, o senador disse que várias outras questões que não têm nenhuma relação com o projeto seguem inseridas no texto. É o caso da restrição na distribuição de remédios via decisão judicial , o corte do abono do PIS/Pasep para quem recebe mais de dois salários mínimos e mudanças no procedimento de ações contra o INSS, no caso de acidente de trabalho.
“Esse projeto é uma monstruosidade. Quanto mais a gente se debruça sobre ele, mais a gente se choca com o nível de cacos e de perversidades inseridas da matéria. Não por acaso o governo tem negado acesso os estudos e pareceres técnicos que embasaram a proposta. É um governo de mentiras, intrigas e que em absolutamente nada beneficia o povo brasileiro”, disse.