Para Marina, PSDB e PT já tiveram as suas chances

Do Blog da Folha

Com um discurso com várias referências históricas, defesa das suas convicções e recados para os adversários, a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, encerrou o comício da Frente Popular no Recife, na noite desta segunda-feira (29), no Cais da Alfândega, no Bairro do Recife.

Afirmando estra com a voz fraca devido à série de compromissos pelo país, Marina iniciou o seu discurso de forma mansa, elencando os acontecimentos que se deram desde a sua luta para tentar viabilizar, sem sucesso, o seu partido, o Rede Sustentabilidade, passando pela parceria com Eduardo Campos até chegar à reta final da campanha.

“Como bicho de pernas curtas, temos que partir na frente. A presidente Dilma tem quase 12 minutos para falar bem dela e mal de mim, e nós só temos dois minutos. Mas nós não temos que carregar (Paulo) Maluf, (José) Sarney, (Fernando) Collor ou Renan (Calheiros) no nosso palanque”, afirmou a socialista.

Citando que é atacada “de manhã, de tarde e de noite”, ela questionou o dito popular, que classificou de “perverso”, que diz que a verdade dita muitas vezes vira uma verdade. “Mas não é assim. A verdade é sempre verdade. Uma mentira repetida milhares de vezes será sempre uma mentira. Por isso eu me mantenho serena e persistente”.

Em seguida, ela citou três exemplos de “pequenos” da História que se tornaram gigantes por perseguir a verdade: Nelson Mandela, que lutou contra a política do Apartheid; Gandhi, que enfrentou “a opressão do regime colonizador; e Martin Luther King, que abriu o caminho para que os Estados Unidos tivesse o primeiro presidente negro.

“Diante do que venho sofrendo, me sustento na minha fé, que também vem sendo atacada”, explicou Marina, acrescentando que aprendeu a “respeitar a diversidade, a diferença”. “Em 16 anos de Senado, nunca fiz nada que desrespeitasse os direitos humanos.”

Por fim, disse que as “velhas estruturas, que trocam apoio por ministérios, não vencerão”. “O povo brasileiro decidirá que nossa postura vai vencer”, disparou.

A socialista encerrou o seu discurso dizendo que “o futuro do Brasil está em jogo”, e que PT e PSDB já tiveram a chance de governar o País, que se encontra com “juro alto, baixo crescimento e corrupção por toda a parte”.

“Chegou a hora de a onça beber água. É hora de darmos uma chance ao Brasil. Vamos construir um novo País”, finalizou, sendo abraçada pelos candidatos e pelos familiares de Eduardo.

COLETIVA

Minutos após o comício, a candidata do PSB concedeu uma rápida entrevista, em que explicou a sua posição no processo de votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), na época em que era senadora. A campanha petista está propagando que a socialista mentiu quando disse que votou a favor do imposto. “Estão pegando fragmentos de um processo legislativo que começou em 1994 e terminou em 1999. Eu não seria ingênua de inventar uma coisa dessas sabendo que iria ficar nos anais do congresso”, disse.

Segundo a candidata, estão criando distorções do caso. Ela aproveitou e alfinetou a presidente Dilma Rousseff (PT). Para a socialista, a petista tem problemas em entender os processos legislativos. “Eu fico tranquila em relação a todas essas coisas, porque eu sei o que eu fiz. Obviamente uma pessoa como a Dilma, que nunca foi vereadora, deputada, ou teve qualquer outro mando político, tem certa dificuldade de entender o trâmite legislativo de uma proposta”, afirmou Marina.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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