O principal movimento, hoje, para consolidar a chapa da Frente Popular em Pernambuco passa pelo PT. E socialistas admitem isso. Leia-se: preencher as vagas que faltam na majoritária depende do que for mais interessante para o ex-presidente Lula na construção do xadrez nacional.
É assim que a conjuntura tem sido definida nas coxias. Faz-se referência, por exemplo, à eventual necessidade do líder-mor do PT de agradar Gilberto Kassab, dirigente nacional do PSD, em caso de acordo com ele para corrida presidencial, o que poderia resultar numa indicação de André de Paula para o Senado.
Socialistas não negam também que o cenário ideal para o PSB seria ter o PT na vice. Mas ponderam que vão precisar aceitar o que o PT decidir, entendendo que não importa o volume de impasses vigentes na legenda no Estado, mas, sim, o que Lula vai resolver no final das contas.
Fontes da sigla compreendem, inclusive, que Marília Arraes, cotada para concorrer ao Senado, não seria a alternativa mais confortável, mas sublinham:
“Não tem o que aceitar. Se o PT disser que a candidata é Marília, vai ter que ser”.
A necessidade do pragmatismo nessa hora vem sendo realçada por várias fontes socialistas, a despeito dos conhecidos ruídos entre o PSB e a petista. O detalhe é que, na legenda, ainda não se descarta uma construção que leve Paulo Câmara a concorrer à Casa Alta, hipótese sugerida pelo próprio Lula recentemente em conversa com o próprio governador e Danilo.
Nesse caso, socialistas fazem um cálculo de que o PT poderia com isso fazer um senador indiretamente. Como?
“Indicando um suplente de Paulo Câmara para o Senado”, explica um correligionário do governador, em reserva, à coluna.
Em outras palavras, levam em conta, nessa projeção, a possibilidade de Paulo vir a ser convocado para um ministério, o que renderia uma cadeira na Casa Alta para o PT. Ponderam que a hipótese Paulo Câmara, hoje, é a menos provável e precisaria da benção dos partidos de centro.
Outro cenário seria o de André de Paula, dirigente do PSD-PE, conquistar a vaga. Como a coluna cantara a pedra, no PSB, uma coisa já era dada como certa, sem Paulo no páreo, ou a vaga seria do PT ou de André, que poderia dividir suas bases.
Enquanto isso, o PSB espera as reuniões que o PT agendou sobre o tema, uma delas no domingo (20), com Gleisi Hoffmann como a coluna registrara.
Buraco Frio
Foi a convite do presidente da Casa, Eriberto Medeiros, que Danilo Cabral almoçou, nesta quarta (16), na Assembleia Legislativa com deputados da oposição e da situação. Cerca de 25 parlamentares compareceram. O movimento faz parte de uma série de encontros que o pré-candidato vem protagonizando.
Convidados > Também foram anotados no Buraco Frio: o secretário da Casa Civil, José Neto, o presidente da Copergás, André Campos, Eduardo Figueiredo e José Maurício, ambos secretários executivos da Casa Civil, entre outros.
Atento > Houve quem observasse que o deputado Manoel Ferreira, pai do prefeito Anderson Ferreira, pré-candidato a governador, sentou à mesa com Danilo em conversa agradável.
Termômetro > No PSB, se percebe que a aceitação ao nome de Paulo Câmara como alternativa para o Senado já foi mais bem aceita pelo centro, que diz não ver mais “gordura para isso”.
Folhape