“Participação social é avanço da sociedade”, diz secretário Léo Bulhoes

Wagner Gil
Esta semana o Jornal VANGUARDA trouxe uma entrevista especial com o secretário da Participação Social, Léo Bulhões. Recifense de nascimento, ele está morando em Caruaru já há um bom tempo e fala da participação popular no Governo José Queiroz. Ele é filiado ao Partido dos Trabalhadores e também destacou as principais ações em 2014 e o que pretende colocar em prática até o final deste ano. A secretaria de Participação Social que foi criticada em sua criação, tem conseguido trazer a população para dentro da gestão municipal, principalmente na indicação de obras. A primeira titular da pasta, foi a petista Louise Caroline que passou o bastão para seu aliado, Léo Bulhões que vem fazendo um excelente trabalho. Eis a entrevista:

Jornal VANGUARDA – Quais as principais ações realizadas em 2014 pela Secretaria de Participação Social?

Léo Bulhões – Penso que aquilo que define a Secretaria de Participação Social em 2014 é consolidação. O prefeito Queiroz tem olhado com muita atenção para essa nova política que amplia diálogos com os mais diversos setores da sociedade e isso potencializa o nosso trabalho. A adaptação se dará de forma constante e gradual na medida em as pessoas forem conhecendo mais e mais as políticas e participando das ações, seja presencialmente nas conferências, rodas de diálogos, caravanas ou pelas redes sociais através do Gabinete Digital de Caruaru.

JV- Mas em termos de conquistas? Eu falo em realizações.

LB – Entre as maiores conquistas de 2014 para nós, sem dúvidas está a consolidação da Casa da Participação como espaço para que a sociedade civil possa se reunir e se organizar, as rodas de diálogos nas comunidades e com os ciclistas. A execução de grandes obras do OP a exemplo da Avenida Caruaru num investimento de quase R$ 2 milhões, Caravanas do OP e Digital nas escolas, a Ouvidoria 2.0 e a construção de uma relação transparente com representações da sociedade, tais como as associações de moradores, de bairros e suas lideranças comunitárias.

JV- Quando começa o ciclo do OP nos próximos dois anos e como ampliar o trabalho do ciclo anterior, garantindo também eficácia no andamento das ações escolhidas pela população?

LB– A equipe do Orçamento Participativo ainda está discutindo esse modelo do OP para o próximo biênio. Este modelo dependerá de discussões internas no governo e com o Conselho para que possamos manter a eficácia da execução das obras. A cidade será movimentada por um grande número de atividades neste ano (conferências, plenárias do plano diretor, plenárias do plano local de habitação de interesse social, etc.). O melhor modo de que o OP funcione é contemplar a todos através da participação da população.

JV – O orçamento Participativo é um dos eixos de trabalho da secretaria e busca colocar os cidadãos para debater as prioridades do município. Qual o balanço das ações aprovadas no OP até o fim do ano passado?

LB – O Orçamento Participativo de Caruaru pode concluir 2014 com um saldo positivo de suas atividades. Atividades essas que não envolvem apenas a execução das propostas, mas o empoderamento de sujeitos que antes não participavam diretamente das decisões no Orçamento Público. Esses delegados fortaleceram seu papel fiscalizador da cidade, trazendo contribuições importantes para o avanço de Caruaru. NO ano passado foram realizados quatro fóruns do Orçamento Participativo e em um deles foi eleito o Conselho do Orçamento Participativo (COP), que é a instância representativa dos delegados eleitos nas plenárias deliberativas do OP 2013. É importante frisar que o COP é composto 100% por membros da sociedade civil. Além desse fortalecimento da participação da população, o OP de Caruaru encerrou 2014 com mais de 60% das obras nas zonas urbana e rural executadas ou com algum tipo de encaminhamento para 2015.

JV – Como as pessoas podem ter acesso ao andamento dessas ações do OP? A secretaria de Participação social também abre espaço para receber cidadãos que tenham dúvidas sobre isso?

LB – O andamento das propostas do Orçamento Participativo de Caruaru estão disponíveis no site do Gabinete Digital e são atualizadas periodicamente. Além disso, durante o ciclo 2013/2014 do OP, a equipe responsável pela execução do Orçamento Participativo recebeu várias vezes os delegados para debater o avanço das propostas.

JV– Outro eixo de trabalho da secretaria tem sido buscar diálogo com a população, associações e conselhos municipais. Quais os avanços desse trabalho e como está sendo quebrada relação burocrática entre governo e sociedade?

LB – Na Secretaria de Participação Social existe uma gerência que cuida especificamente dos diálogos sociais. Para se ter uma idéia, a equipe passa mais tempo em campo construindo essas relações do que na Secretaria, literalmente estamos deixando os birôs de lado e indo onde o povo está. Possuímos hoje um rico banco de dados com informações de aproximadamente duas mil pessoas, todas em organização ou com potencial de organização social elevado. Nessas prospecções tem sido possível dialogar com praticamente todas as associações em atividade na cidade e reunir essa gente em rodas de diálogos. Na outra ponta, onde a sociedade civil já se apresenta mais organizada estamos acompanhando e contribuindo com o desenvolvimento dos vários conselhos, seja enquanto anfitriões para realização de suas reuniões na Casa da Participação ou mesmo no repasse de informações e formação de conselheiros e conselheiras.

JV – A Secretaria também defende a participação popular através das mídias digitais. O que está sendo pensado para mostrar a uma maior parcela da população que é possível dialogar com o governo municipal através das redes sociais, ou de plataformas como o Gabinete Digital Caruaru?

LB- Estamos desenvolvendo e ampliando cada vez mais os mecanismo de interação como a ouvidoria 2.0 e a relação com a sociedade civil através das redes sociais. Também há várias atividades ligas à universidades e estudantes cujo o objetivo é comunicar e estimular que jovens utilizem as redes como instrumento de participação e controle social, e como exemplo, temos a Caravana da participação Digital.

JV – Quais são os planos e projetos para consolidar as ações de participação social para 2015?

LB- Pretendemos ampliar nossa influência com várias ações já testadas como no Novo Ciclo do Orçamento Participativo, as Caravanas do OP e Digital, ampliação na quantidade de Rodas de Diálogos e de ações de formação dos Conselhos abrangendo os conselheiros e conselheiras da sociedade civil, além das diversas grandes conferências que estão planejadas para este ano. De novidades teremos a Caravana dos Conselhos Municipais, o Catálogo de Ações Participativas com as ações que a gestão irá realizar, a Revista da Participação Social onde publicaremos os artigos acadêmicos que utilizaram a Secretaria de Participação Social e as políticas de Participação como foco de estudos nas universidades e faculdades da região; a Semana Universitária que tratará de inovação tecnológica na busca de produtos que potencializem o diálogo entre governo e cidadão conectado e o Encontro das Associações de Caruaru.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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