Páscoa impulsiona segmentos do comércio

Pedro Augusto

Fazendo jus à tradição do período, os clientes locais têm percorrido algumas das empresas do comércio de Caruaru, a fim de garantir os itens alimentícios que são consumidos em larga escala durante o vivenciar da Semana Santa. Desde a última segunda-feira (15) que a demanda por peixes, vinhos e chocolates nos supermercados, armazéns e frigoríficos especializados nas vendas destes tipos de produtos têm sido grande na cidade, o que vem propiciando até mesmo faturamentos redobrados para a maioria desses estabelecimentos. A procura tem sido elevada de tal forma que grande parte dos comerciantes entrevistados na segunda pelo VANGUARDA se mostrou confiante, no que diz respeito ao crescimento no faturamento em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Especializado na venda de peixes, o frigorífico O Pescador é uma das empresas que projetam lucrar mais em relação à Páscoa anterior. Foi o que destacou o proprietário Edmilson Leal. “Esperamos superar o faturamento de 2018 em pelo menos 10% a 20%, porque este ano o período de Páscoa caiu na primeira quinzena do mês, quando tradicionalmente as pessoas recebem, em maior escala, os seus respectivos salários. Além disso, não percebemos grandes reajustes em relação aos preços dos peixes em comparação também com o ano anterior, o que também tem incentivado maiores compras por parte dos consumidores. Para conseguirmos dar conta da alta demanda deste período, tivemos de contratar mais cinco funcionários”, disse.

De acordo ainda com o empresário, somente dois dos peixes mais consumidos no intervalo de Páscoa tiveram os seus preços acrescidos em relação ao ano anterior. “Tanto o corvina como o anchova sofreram aumentos de 10%, haja vista que as suas ofertas ficaram menores no que diz respeito a 2018. Em contrapartida, peixes como atum, dourado, cavalinha, albacora e filé de merluza permaneceram com os mesmos valores do ano passado, o que têm alavancado bastante as nossas vendas. Sem dúvidas para quem comercializa peixe, o período de Páscoa é o melhor do ano em termos de faturamento. O movimento começa a aumentar já na Quarta-feira de Cinzas com o início da Quaresma e costuma se estender até o Domingo de Páscoa. O estoque está reforçado para as vendas de última hora”, acrescentou Edmilson.

No Armazém Lacerda, a demanda por peixes também se encontra alta durante esta Semana Santa – até o próximo dia 21. Na manhã da segunda-feira, a reportagem VANGUARDA conversou com o gerente Moacir Trajano, que confirmou o faturamento redobrado. “Nossa empresa é especializada na venda de bacalhau, tipo de peixe este que sofreu reajuste de cerca de 10% em relação à Páscoa anterior devido ao preço do dólar, mas, mesmo assim, não tem deixado de ser bastante procurado pelos consumidores. Projetamos superar as vendas deste tipo de produto em pelo menos 10% em comparação com 2018. O quilo do peixe saithe está saindo por R$ 23 e o bacalhau legítimo por R$ 54. A tendência ainda é de muito movimento no decorrer da semana.”

Nos dois estabelecimentos, VANGUARDA encontrou consumidores que fazem questão de manter a tradição de consumir peixe durante a Semana Santa. A dona de casa Maria Edvânia foi uma a garantir o bacalhau do domingão de Páscoa. “Toda a minha família é católica e esse costume de celebrar o período com o consumo de peixe tem sido repassado de geração a geração. Neste ano, não achei os preços muitos caros. Deu para levar a quantidade que estava estimando”, afirmou Edvânia. “Quando saímos da loja com aquele produto que estávamos em mente é porque os valores cobrados não estavam tão altos. Páscoa é uma vez no ano e não se pode passar por ela sem aquele que peixe do nosso agrado. Consegui comprar o que queria!”, disse o aposentado José Carlos Silva.

SUPERMERCADOS

Com os seus elevados estoques de peixe, chocolate e vinho, os supermercados de Caruaru também vêm registrando boas vendas na Páscoa 2019. Numa das unidades da rede Pagmenos, por exemplo, a expectativa é de superar a lucratividade do ano passado em pelo menos 15%, conforme ressaltou o gerente Juanci da Silva. “Passamos a perceber um acréscimo maior nas vendas na última sexta-feira (12) e o bom movimento se estendeu durante o fim de semana. Neste ano, não investimos na compra de ovos, mas estamos disponibilizando várias opções em termos de chocolate no formato de barra e na caixa. Em paralelo, estamos oferecendo várias marcas de vinho com preços que agradam a todos os bolsos. Sendo assim, a lucratividade é garantida.”

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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