O Partido Democrático Trabalhista (PDT) se prepara para lançar oficialmente a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. O evento, agendado para a sexta-feira (21), vai ocorrer um dia antes do centenário de Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, fundador da legenda e principal figura trabalhista.
Dirigentes do PDT programavam uma convenção presencial em Brasília (DF) para a sexta-feira.
No sábado (22), Brizola seria homenageado com um ato. Estava previsto o descerramento de uma estátua do gaúcho, a abertura de um painel de exposição e o lançamento de livro e documentário. O avanço da variante Ômicron da Covid-19, porém, freou os planos. Agora, a convenção pedetista será remota.
“Tendo em vista esta pandemia, temos que preservar vidas, principalmente [as das] nossas crianças. Suspendemos todas as atividades presenciais e vamos fazer a convenção de modo virtual. E, também, o pré-lançamento da candidatura do Ciro”, disse, nesta segunda (17), o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, em entrevista à BandNews.
“A homenagem do Brizola vamos deixar [para] fazer assim que tiver mais garantia do controle da pandemia. Para fazer presencialmente, em Brasília”, projetou o mandatário.
Brizola morreu em 2004, aos 82 anos. Depois de longa trajetória política no Sul do país e em terras cariocas, ele precisou se exilar fora do Brasil por causa da ditadura. Herdeiro político de Getúlio Vargas e João Goulart, voltou ao país em 1979, com a Lei da Anistia.
Ele perdeu a briga com Ivete Vargas, da família de Getúlio, pelo espólio do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Sobrou, então, a opção de fundar outro partido, o PDT. Por ele, concorreu ao Planalto em 1989 e 1994. Em 1998, foi vice de Lula. Quatro anos depois, apoiou Ciro, então no PPS, à presidência.
Lupi minimiza polarização
Apesar do cancelamento da atividade junto aos militantes pedetistas, Ciro concederá entrevista coletiva na capital federal. Ele tem aparecido atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas sobre intenções de voto.
Em recente levantamento, divulgado na semana passada por Ipespe/XP, Ciro tem 7%, atrás também de Sergio Moro, com 9%. Lula aparece na ponta, com 44%, 20 pontos à frente de Bolsonaro (24%).
Carlos Lupi reconhece a polarização entre Lula e Bolsonaro. Segundo ele, a comparação entre as gestões feitas por ambos dá vantagem ao petista. Apesar disso, crê que Ciro pode estruturar uma campanha competitiva.
“Vamos ter que ter debates e discutir projetos. Estamos colocando a candidatura do Ciro exatamente para isso: discutir um projeto para o Brasil, que Brasil queremos. Ciro chegou a escrever um livro sobre o projeto nacional de desenvolvimento, “O Dever da Esperança”, em que a gente coloca, em cada aspecto da sociedade, nosso diagnóstico, o problema que enxergamos e as possíveis soluções”, afirmou.
“Campanha política não é corrida de cavalo, em que a gente vai apostar no primeiro colocado para ganhar a corrida. Campanha política tem que ter projeto. Tem que ter ideias”, emendou o presidente.
PDT mineiro é próximo a Kalil, mas pode ter candidatura própria
Em Minas Gerais, a sigla está no arco de agremiações próximas a Alexandre Kalil (PSD), possível postulante ao governo. Apesar disso, a candidatura própria é hipótese aventada internamente.
Uma das possibilidades é lançar Duda Salabert, vereadora mais votada da história de Belo Horizonte. Os rumos em Minas passam pela necessidade de garantir palanque a Ciro.
Estado de Minas