Testemunha de acusação em um dos processos em que o ex-presidente Lula é réu no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) prestou depoimento nesta segunda-feira (5) ao juiz Sérgio Moro, por videoconferência a partir do Recife. Entre outras afirmações, o ex-parlamentar disse ao magistrado que não era “um desconhecido” de Lula, e que tal condição lhe dava acesso constante ao petista. Para comprovar o que falou, o ex-parlamentar apresentou fotografias de diversos encontros com o ex-presidente.
“Gostaria inclusive de anexar depois essas fotografias para mostrar no processo que eu não era um desconhecido do presidente Lula, como ele afirmou que não tinha nenhuma relação comigo. Eu vivia no Palácio do governo. Porque eu era presidente do partido e, consequentemente, participava, pelo menos duas vezes por mês, das reuniões do conselho político”, afirmou (veja abaixo a íntegra do depoimento).
Corrêa disse que se encontrava com o ex-presidente “pelo menos duas vezes por mês, como presidente do partido”. No processo, Lula é acusado de receber favorecimentos ilegais da empreiteira Odebrecht por meio da compra de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e de um terreno para a construção da sede do Instituto Lula, em São Paulo, no valor de R$ 12 milhões.
O ex-parlamentar voltou a confirmar que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa atuava para desviar recursos de contratos da petroleira estatal para seu partido. Ele mencionou desvios em ao menos dois contratos da Petrobrás: o da Refinaria Abreu e Lima e da Refinaria do Paraná.
“Esses contratos tinham recursos que vinham para o partido”, afirmou o ex-deputado, que teve o mandato cassado em 2006 por quebra de decoro parlamentar. Corrêa foi cassado no Mensalão e condenado na Lava Jato a 20 anos e 7 meses.