Pernambuco apresenta crescimento em notificações de dengue, zika e chikungunya

O primeiro semestre do ano nem acabou e Pernambuco já está com altos índices de notificações de arboviroses. Até o dia 25 de maio, cresceu em 158,1% os casos suspeitos de zika, 73,2% os de chikungunya e 68,4% os de dengue.

Os dados fazem parte do boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (29) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Esses percentuais equivalem, respectivamente, a 1.381 notificações de zika, sendo 35 confirmadas; 2.914 de chikungunya, com 137 confirmações; e 20.402 casos suspeitos de dengue, sendo 3.667 confirmados.

Se levarmos em consideração apenas os casos confirmados das arboviroses os de Zika tiveram um aumento de 45%. Até o dia 25 de maio houve 35 confirmações, enquanto no mesmo período do ano anterior foram 24.

Já em relação a chikungunya houve uma queda de 62% neste período, baixando de 364 para 137. As confirmações dos casos de dengue também apresentaram uma baixa, caindo de 3.989, em 2018, para 3.667, em 2019 – uma diminuição de 8% nas confirmações.

Em relação à análise da presença de larvas nos imóveis, o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegpyti (LIRAa), realizado de 6 a 10 de maio, apontou que 149 municípios pernambucanos estão em situação de risco elevada para transmissão, sendo 68 em situação de risco de surto e 81 em situação de alerta. Até o momento, 19 municípios estão em situação satisfatória para transmissão e outros 16 ainda não enviaram as informações à SES.

De acordo com a gerente do Programa Estadual de Controle das Arboviroses, Claudenice Pontes, foi notado um aumento das ocorrências no Sertão de Pernambuco, área que não foi tão afetada nas epidemias anteriores. Ela alerta que também chama a atenção os casos em crianças, público que não foi exposto ao vírus e acaba sendo mais propenso ao adoecimento. Para frear a situação, o órgão tem focado na capacitação dos agentes de endemias, responsáveis pelas visitas domiciliares, e também dos profissionais de saúde que atendem a população.

“Estamos constantemente informando a situação do Estado e mobilizando a população para fazer sua parte nas ações de prevenção ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Além disso, estamos realizando uma série de capacitações para que os profissionais de saúde saibam o manejo clínico correto dos pacientes, inclusive em casos e manifestações neurológicas”, pontua a gerente do Programa Estadual de Controle das Arboviroses.

Claudenice Pontes afirma que a SES está acompanhando de perto os dados de todas as regiões pernambucanas. Ela diz ainda que apesar de não estarmos em epidemia, temos algumas áreas em situação epidêmica. “Por isso, mantemos o diálogo com os gestores municipais e prestamos apoio técnico para melhorar as ações de campo”, afirma a gerente. Ainda assim, ela reforça que o empenho de toda a população é essencial. “Qualquer ambiente com água parada pode se transformar em criadouro para o Aedes aegypti, até mesmo uma pequena tampa de garrafa. Precisamos ficar atentos na nossa casa e no seu entorno para evitar que o mosquito possa se proliferar”, orienta a gerente.

Capacitações
Neste ano, já foram realizadas duas capacitações sobre manejo clínico do paciente com arboviroses, focando, principalmente, na assistência às crianças e aos idosos. Ao todo, cerca de 450 médicos e enfermeiros de todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) participaram. Um dos cursos foi realizado em Salgueiro, região com o maior aumento de notificações. Ontem, na sede da SES, no Bongi, a neurologista Lúcia Brito, do Hospital da Restauração (HR), abordou as manifestações neurológicas provocadas pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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