O governador Paulo Câmara decidiu não adotar em Pernambuco o aumento de 17,08% no preço do Gás Natural repassado pela Petrobras à Companhia Pernambucana de Gás (Copergás). A medida foi anunciada na quinta-feira (19) durante reunião com o presidente da Federação de Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger; secretário de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação Profissional, Alexandre Valença; o presidente da Copergás, Roberto Fontelles; e o diretor de regulação da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe), Fred Maranhão.
De acordo com o governo, a decisão foi amparada por estudos técnicos realizados pela Arpe. O aumento de 17,08% é resultado do percentual acumulado do segundo reajuste repassado pela Petrobrás de 11,7%, previsto para o próximo mês de agosto, e do aumento de 4,8%, do último mês de maio.
Segundo Paulo Câmara, o reajuste não considera o impacto dos aumentos abusivos sobre a economia do País. Para ele, o aumento no preço do gás natural não leva em consideração os empregos criados pelas indústrias instaladas em Pernambuco porque, caso o reajuste fosse repassado ao consumidor, elas teriam a competitividade reduzida, já que mais de 90% do gás natural distribuído pela Copergás é destinado ao setor industrial do Estado.
Para o presidente de Fiepe, Ricardo Essinger, o anúncio do governador Paulo Câmara de não repassar os reajustes foi um alívio porque o setor precisa dar condições para que a indústria continue gerando emprego.
O diretor de regulação da Arpe, Fred Maranhão, explicou que o contrato entre a Copergás e a Petrobrás prevê uma política de reajuste no preço do GN de três em três meses. No dia 1º de maio, a Arpe recebeu um aviso para o aumento de 4,8% do produto e, para o próximo dia 1º de agosto, um reajuste de 11,7%. Maranhão disse ainda que os aumentos não foram repassados para o consumidor pernambucano, pois os estudos da agência demonstraram que a rentabilidade da Copergás não ficará abaixo do mínimo contratualmente estabelecido.
Da Folhape