Pernambuco fecha 2020 com taxa de desemprego de 16,8%, quinta maior do País

Em um ano marcado pelo fechamento de postos de trabalho devido à pandemia da Covid-19, o índice de desemprego em Pernambuco chegou a 16,8%, o maior patamar desde 2017. Os dados foram revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), produzida pelo IBGE. O resultado é o quinto pior do país, na frente apenas dos estados da Bahia, Alagoas, Sergipe e Rio de Janeiro. A média nacional de desocupação foi de 13,5%, maior índice em oito anos.

O levantamento mostrou que a população ocupada no estado teve uma redução de 374 mil pessoas em 2020. Com isso, o nível de ocupação chegou a 10,4%, ou seja, apenas quatro em cada dez pernambucanos em idade de trabalhar tinham uma ocupação, o percentual mais baixo desde o início do levantamento. Além disso, cerca de quatro milhões de pernambucanos não estavam trabalhando e nem buscando emprego no ano passado, uma variação de 15,2% em relação a 2015.

A taxa de informalidade também diminuiu no estado em 2020, de 48,8% em 2019 para 48,1% no ano passado. O índice corresponde aos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar. De acordo com o IBGE, “a queda no número de trabalhadores informais não está relacionada à criação de novos empregos formais, mas ao fato de os trabalhadores informais terem perdido suas ocupações ao longo do ano”.

A pesquisa mostra, ainda, que o número de pernambucanos desalentados aumentou 14,4% em 2020, passando para 363 mil pessoas. A população desalentada é definida como aquela que está fora da força de trabalho, que não havia realizado busca efetiva por trabalho e que, se tivesse encontrado trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Recorte trimestral

Tradicionalmente, os últimos meses do ano registram diminuição no índice de desocupação. O quarto trimestre de 2020, porém, foi diferente e registrou o pior desempenho desde o início da série histórica da Pnad Contínua. A taxa de desocupados no estado chegou a 19% no quarto trimestre do ano passado, o que significa que 749 mil pernambucanos procuraram trabalho, mas não encontraram. Em comparação com o mesmo período de 2019, a variação foi de 27,5%.

O que pode explicar o resultado é o aumento da quantidade de pessoas na força de trabalho no último trimestre de 2020, que inclui as pessoas ocupadas e desocupadas. No estado, houve um aumento de 8,4% na proporção de pessoas ocupadas, mas o avanço entre as pessoas desocupadas foi maior, de 9,5%.

A taxa de informalidade também cresceu no período, representando 50,4% da população ocupada. Em números absolutos, 1,61 milhões de pessoas estavam nesta situação no quarto trimestre.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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