Pernambuco já registra 4,6 mil operações de renegociação de dívidas rurais

As condições criadas pela Lei 13.340, regulamentada pelo Governo Federal no final do ano passado, permitiram que mais de 4,6 mil agricultores de municípios pernambucanos recuperassem o crédito para melhorar sua condição financeira. A medida possibilita a liquidação ou renegociação de dívidas de financiamento com recursos dos fundos constitucionais do Norte e do Nordeste (FNO e FNE). É válida para operações contratadas até dezembro de 2011 e concede descontos que podem chegar a até 95% sobre o saldo devedor. Mais de 46 mil agricultores já regularizaram sua situação, sendo 42,5 mil do Nordeste. Os valores totais quitados e refinanciados até o momento somam mais de R$ 2 bilhões.

O benefício está assegurado a produtores rurais das regiões Norte e Nordeste do país, norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. Mais de um milhão de operações de crédito podem ser repactuadas – são 860 mil no Nordeste e 215 mil na região Norte. Os interessados têm até 29 de dezembro deste ano para manifestar o interesse de quitar ou renegociar seus débitos. Para isso, devem procurar a agência bancária onde o empréstimo foi contratado.

No Nordeste, a opção por liquidar a dívida representa mais de 78% do total de operações até o momento. Foram 31.078 quitadas e 8.458 renegociadas. Isso porque a lei aumentou de 85% para 95% o percentual de desconto máximo para produtores que desejam pagar de uma só vez todo o débito, justamente para os financiamentos de menor valor. O montante liquidado já garantiu a recuperação de R$ 738 milhões para novos investimentos na região.

Já no Norte do país, beneficiado pela primeira vez com a medida de repactuação de dívidas com desconto, 3.680 produtores rurais buscaram o benefício até o momento. Destes, a maioria optou por renegociar seus débitos – foram 2.245 operações – com vantagens que incluem período de carência até o ano 2020. Outros 1.435 financiamentos liquidados permitiram um retorno de aproximadamente R$ 53 milhões à região Amazônica.

Para o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, a iniciativa tem o objetivo de estimular o setor rural nas regiões Norte e do semiárido. “Contempla desde o pequeno agricultor familiar a empreendimentos de maior porte, facilitando não só o pagamento das dívidas, mas, sobretudo, a recuperação do crédito”, afirma.

Mais benefícios

As garantias estabelecidas pela Lei 13.340 permitem ainda repactuar financiamentos tomados junto aos bancos federais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Mais de três mil operações já foram realizadas nessa modalidade, destinada a agricultores na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) – estados da região, norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. As dívidas já renegociadas somam mais de R$ 266 milhões.

Também está assegurada a produtores do Nordeste a renegociação de débitos referentes à venda de lotes para titulação e à utilização da infraestrutura de irrigação de uso comum em perímetros públicos. Essas áreas públicas irrigadas estão sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Outra vantagem do projeto é a ampliação do período para as dívidas que agora podem ser repactuadas. Nas medidas anteriores, o refinanciamento poderia ser feito para operações contratadas até 31 de dezembro de 2008. Por esta nova regra, as dívidas tomadas até 31 de dezembro de 2011 poderão ser renegociadas.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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