Um suposto segundo caso de hepatite aguda de origem desconhecida está sendo investigado em Pernambuco, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O caso agora é de um adolescente do sexo masculino, de 14 anos, que mora em Salgueiro, Sertão. Ele deu entrada no Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, no último sábado (7). O jovem, que continua internado, apresentava um quadro de febre alta e dores nas articulações. O adolescente veio transferido do Hospital Regional Inácio de Sá, em sua cidade, onde recebeu os primeiros cuidados. De acordo a SES-PE, ele responde bem ao tratamento.
Os primeiros exames detectaram alterações em enzimas típicas de problemas no fígado, um dos sintomas usados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para alertar os países sobre a nova onda de hepatite, que ainda não se sabe como é desenvolvida, embora uma infecção viral seja a principal suspeita.
O primeiro caso registrado no estado continua em investigação. Foi de um bebê do sexo masculino, de um ano de idade, em Toritama, no Agreste, internado no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, no dia 27 de abril. O menino apresentou febre, erupções na pele e dor abdominal com hepatomegalia (aumento do fígado). Ele foi acompanhado pela equipe, apresentou melhora clínica e recebeu alta na última sexta-feira (6).
O Governo de Pernambuco informou que segue monitorando as ocorrências. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs-PE) já emitiu nota de alerta orientando toda a rede de saúde %u2013 pública e privada %u2013 para que, na observação de casos suspeitos e que atendam às definições, realizem a notificação de imediato. A hepatite aguda que vem sendo registrada é grave e pode levar crianças a precisarem de um transplante de fígado, nos piores casos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registou a doença em mais de 20 países.
Atualmente, o Brasil investiga, ao menos, 20 suspeitas (uma possível morte), segundo dados do Ministério da Saúde, da hepatite aguda, que começou a ser registrada neste ano pelo mundo pela OMS, que já registou 350 casos.
Os primeiros registros foram na Europa. Essa hepatite produz icterícia, diarreia, vômitos e dores abdominais. Os vírus comuns da hepatite não foram registrados em nenhum dos casos citados, segundo o Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Enfermidades (ECDC) e a OMS. Uma análise feita nos EUA levanta a hipótese de que a origem poderia ser um patógeno comum, chamado adenovírus 41. Os adenovírus costumam provocar problemas respiratórios, digestivos e conjuntivite, normalmente leves. (Com AFP)