Disciplina presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a língua inglesa, a partir de 2020, passa a ser obrigatória nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em todas as escolas brasileiras. O documento, que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas, foi incorporado aos currículos estaduais. Mas, em Pernambuco, a língua estrangeira já está presente em todas as escolas da Rede Pública Estadual, contemplando mais de 460 mil estudantes. Vale salientar que a caminhada do estado sobre o currículo começou antes da aprovação da BNCC. Em 2012, já eram realizados debates sobre os parâmetros curriculares.
Nesta terça-feira (12), o British Council divulgou um estudo que traz um panorama das políticas públicas para a língua inglesa nos estados brasileiros. O levantamento, que teve como foco principal traçar um diagnóstico do ensino de inglês no país, analisou sete indicadores: existência de fundamentação específica para língua inglesa presente no currículo; documentos complementares voltados à implementação do currículo ou ao apoio do ensino da língua inglesa; prática de formação específica para professores de língua inglesa; oferta ampliada para aprendizado de inglês; monitoramento e avaliação para a língua inglesa; regime de trabalho: proporção de professores de língua inglesa concursado; perfil de formação habilitação do professor em língua inglesa ou estrangeira. Todos esses indicadores atribuíram uma pontuação para cada estado, totalizando 21 pontos.
Na contramão do atual cenário brasileiro, que apresenta de forma geral o ensino da língua abaixo do esperado, Pernambuco se destacou nesta pesquisa com relação ao nível de estruturação e consolidação do ensino do inglês ao atingir um total de 17 pontos, ocupando a segunda posição entre os estados. O ensino da língua, inclusive, de acordo com a pesquisa, possui alto nível de estruturação e consolidação. “Recebemos o resultado desta pesquisa com muita satisfação. Isso demonstra o avanço do trabalho que vêm sendo desenvolvido pela Secretaria de Educação e Esportes e pelo Governo do Estado para ampliar os horizontes e as competências e habilidades dos estudantes de Pernambuco, especialmente os da rede estadual”, ressalta Fred Amancio, secretário de Educação e Esportes do Estado.
Dentro de todo o contexto dos resultados obtidos através do estudo realizado, Pernambuco se destaca pelas políticas públicas que são desenvolvidas a fim de capacitar cada vez mais os docentes e, consequentemente, beneficiar os estudantes da rede. As formações continuadas são um dos destaques da pesquisa. Realizadas por técnicos das Gerências Regionais de Educação (GREs) e por professores multiplicadores, elas acontecem, ao menos, duas vezes ao ano com pautas formadas a partir da demanda dos professores.
O Programa Ganhe o Mundo, um dos mais importantes do Governo de Pernambuco, implantado em 2011, recebeu um destaque especial na pesquisa com boa prática, o que eleva a pontuação do estado dentro do indicador que trata da ampliação da oferta de ensino. Para participar do intercâmbio, o estudante precisa frequentar o curso de línguas oferecido pelo programa no contraturno escolar com carga horária de 324 horas/aula. Por ano, o curso oferta cerca de 15 mil vagas para estudantes da rede estadual.
Ainda no indicador oferta ampliada para aprendizado de inglês, os Núcleos de Estudos de Línguas (NELs) também se destacam. Com oito mil vagas ofertadas ao ano, os núcleos figuram como uma política pública consolidada voltada ao atendimento de estudantes e demais membros da comunidade escolar. Hoje, Pernambuco conta com 34 NELs espalhados por todo o estado.
“Todas essas políticas públicas, que contemplam a língua inglesa, são bastante importantes para a vida dos nossos jovens, não apenas para o pessoal, mas para o futuro profissional também. Além do trabalho que é desenvolvido nas nossas escolas, projetos como os Núcleos de Estudos de Línguas e o Programa Ganhe o Mundo, por exemplo, com certeza contribuíram para este bom desempenho de Pernambuco dentro dessa estratégia para ampliar o ensino da língua nas nossas escolas. Então, nós estamos muito satisfeitos com este resultado e pelo destaque que o estado recebeu a nível nacional”, finalizou Amancio.