Pernambuco tem primeira morte por leptospirose do ano

O Estado confirmou a primeira morte por leptospirose de 2019. O paciente em questão era do sexo masculino e morava em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. A doença, que é transmitida pela urina de ratos, teve 112 casos notificados até o último dia 30 de março. Ou seja, um caso em média por dia. A 1ª Regional de Saúde, que engloba o Recife e a Região Metropolitana do Recife, concentra 85 do total de notificações. Com a intensificação do período chuvoso, a população deve estar alerta para a prevenção a esta doença.

Segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre a semana epidemiológica 13, dos 112 casos notificados, 15 já foram confirmados, 32 foram descartados e 65 permanecem em investigação. A vítima de Jaboatão que faleceu era um empresário de 41 anos. Ele morreu em um hospital da rede privada do Recife no dia 18 de janeiro. De acordo com a assessoria de Comunicação do município, a informação sobre o óbito só aconteceu na última sexta-feira.

“No mesmo dia, uma equipe foi encaminhada à residência da vítima e constatou que se tratava de um apartamento localizado no 10º andar de um edifício, no bairro de Piedade, em área não considerada de risco. Na ocasião, foi realizada desratização na residência e na área do entorno do edifício”, disse nota enviada pela prefeitura. A Secretaria de Saúde de Jaboatão ressaltou que familiares informaram que não houve confirmação laboratorial. Por conta disso, o caso será investigado para verificar se a causa do óbito foi leptospirose.

Jaboatão dos Guararapes é o primeiro lugar no ranking de casos de leptospirose no primeiro trimestre do ano, segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A cidade contabiliza 28 notificações, com dois casos confirmados, nove descartes e 17 em investigações. Este ano já foram feitas mais de três mil ações contra a leptospirose.

O Recife aparece no segundo lugar. A Capital compila 23 casos suspeitos, sete confirmados, oito descartados e oito em investigação, segundo boletim da SES. O coordenador do centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife, Jurandir Almeida contou que as mobilizações para diminuir os riscos de contaminação entre as pessoas sempre são intensificadas no verão para impedir avanços de casos no período chuvoso. “Já em janeiro começamos as ações preparatórias para baixar a infestação de roedores para que quando chegue esses momentos de chuva, onde há os alagamentos”, disse.

Jurandir destacou que há diferentes frentes de atuação. Uma é em cima de denúncias e solicitações sobre ocorrência grande de roedores. Outra são ações dedetização em estabelecimentos públicos como escolas, mercados e pontos turísticos. E a terceira são as elaborações de mapas de risco. “Os agentes junto com supervisores apontam áreas que têm problema de alagamento, onde teve casos de leptospirose nos últimos anos, onde tem infestação alta e acumulo de lixo são fatores de inclusão para o mapa”, explicou.

Sinais de alerta

As pessoas devem evitar contato com águas de enchentes e alagados. Qualquer indivíduo que tenha tido esse contato deve o quanto antes se higienizar. “Sinais e sintomas são febre, mal estar e dores no corpo principalmente aquela dor na panturrilha, a ‘batata da perna’, depois de contato prolongado com alagamentos ou lama”, informou o infectologista Diego Guedes. Os sintomas podem surgir de dois até 30 dias após o contato.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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