Pesquisa aponta que o Brasil ocupa o 104° lugar no ranking da saúde da mulher

O Índice Global de Saúde da Mulher, realizado em mais de 122 países, revelou que cerca de 1.5 bilhão de mulheres com mais de 15 anos não visitaram o médico ou fizeram exames preventivos ao longo dos últimos anos. A edição também apresenta as condições que mais afetam a saúde feminina, entre elas estão: doenças cardíacas, sobrepeso, obesidade, HPV, doenças sexualmente transmissíveis e câncer. De acordo com o índice, o Brasil ocupa o 104° lugar no ranking e ainda enfrenta diversos desafios para assegurar a longevidade desse público que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa hoje 51% da população.

A ginecologista credenciada ao Cartão Saúde São Gabriel, Rebeca Avelar, destaca que manter visitas regulares ao médico e adotar hábitos saudáveis na rotina é fundamental para assegurar a saúde feminina. “É importante ter um bom sono e praticar atividades que permitam o controle do estresse no dia a dia, como exercícios físicos, além de ter uma boa alimentação e cessar o tabagismo. Manter a caderneta de vacinação atualizada também é fundamental e, para quem não tomou a vacina contra o HPV, é possível realizar a imunização até os 45 anos”, ressalta. A especialista ainda chama atenção para os riscos da obesidade, que é um dos maiores fatores para câncer de mama e outras doenças.

Segundo o Ministério da Saúde, 77,4% dos óbitos de mulheres são evitáveis, quando os devidos cuidados são adotados. Esse quadro que prejudica a saúde feminina se deve, principalmente, à dupla jornada que une atenção ao trabalho e à família, o que leva a não realização de exames periódicos. A profissional explica que, além da mamografia e exames para detectar lesões no colo do útero, é preciso se atentar a problemas crônicos que surgem com a idade. “Devemos lembrar que a principal causa de morte após a menopausa são as doenças do coração, como infarto e AVC, causadas principalmente pela hipertensão, diabetes e alterações do colesterol. Nessa faixa etária, ainda pode surgir uma doença silenciosa, a osteoporose, que pode causar fraturas e diminuir a expectativa de vida da mulher”.

Observar os sinais e manter o acompanhamento com o ginecologista é a melhor forma de identificar e tratar transtornos precocemente. Além dos exames adequados para cada faixa etária, é importante conversar com o especialista em ginecologia sobre sexualidade e planejamento reprodutivo. “Outras situações, que interferem no dia a dia da mulher, muitas vezes são consideradas normais, mas não são. Não é esperado ter dor nas relações sexuais ou cólicas que atrapalhem atividades cotidianas. É fundamental observar se os ciclos menstruais são regulares, caso não, é recomendado a utilização de método hormonal. E, após a menopausa, não se espera mais nenhum sangramento ou que calores atrapalhem a qualidade de vida, se isso ocorrer, deve ser investigado”, finaliza.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.