O petróleo do tipo Brent abriu o pregão desta segunda (9, ainda domingo no Brasil) em queda de mais de 30%, derrubando o preço para perto de US$ 30 por barril. É a maior desvalorização desde a Guerra do Golfo, em 1991, quando o preço chegou a cair 34,77%
Após os primeiros negócios, o tombo diminuía para cerca de 20%, levando a cotação do Brent para a faixa de US$ 36. Os contratos de Brent são negociados na Bolsa de Londres, que abriu às 23h do horário local (20h pelo horário de Brasília).
Analistas alertaram que as mudanças no final deste domingo provavelmente mudarão devido aos volumes de negociação escassos e aos preços do petróleo notoriamente voláteis. Se eles segurassem, marcariam algumas das maiores oscilações de um dia de todos os tempos.
O forte recuo reflete a decisão da Arábia Saudita de elevar a produção e oferecer descontos a compradores justamente quando a discussão entre países produtores era pela redução da oferta, uma reação à menor demanda causada pelo coronavírus.
Na sexta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) negociava com a Rússia (do bloco aliado, que forma a Opep+) um acordo para cortes mais profundos na produção da matéria-prima. Os russos, no entanto, não concordaram com a medida.
A Rússia, que desde 2016 era aliada da Arábia Saudita e da Opep, a fim de ajudar a firmar o mercado de petróleo, rejeitou apelos por um corte de quase 4% na produção mundial de petróleo, o que exigiria novas reduções em sua produção, já que a queda acentuada na demanda por parte do setor de aviação e transportes resultou em baixa de mais de um terço nos preços da matéria-prima, de janeiro para cá.
“A Opep e a Rússia estão contemplando o abismo”, disse Helima Croft, da RBC Capital Markets. “Pode ser o fim da aliança entre sauditas e russos, mas não está claro o que Moscou teria a ganhar se decidir atear fogo à casa.”
Na sexta, o Brent, referência internacional, teve a maior queda percentual diária desde dezembro de 2008, de 9,4%, para US$ 45,56. O WTI, negociado nos EUA, chegou a recuar 10,1%, para US$ 41,28, maior tombo em um dia desde novembro de 2014.
Folhapress