Nos primeiros 45 dias de 2020, a Polícia Federal (PF) já incinerou cerca de 4,5 toneladas de maconha no Sertão de Pernambuco. A maior parte do material ilícito – 3,5 toneladas – foi destruído no dia 4 de fevereiro, durante uma ação perto da Fazenda Cachoeirinha, de Cabrobó. Na quinta-feira (13), uma nova operação da PF, em parceria com as polícias Civil e Militar, resultou na queima de 1,030 tonelada de maconha e de 1 quilo de haxixe – desta vez na Fazenda Pacheco, em Floresta.
Por vezes, setores da sociedade chegam a questionar a queima de maconha apreendida, especialmente com o advento das medicações feitas à base da erva, a exemplo de óleos e pastas feitas para conter crises convulsivas. Mas a droga confiscada pelas forças de segurança não é apta para a fabricação de remédios. É o que conta o chefe de comunicação da PF no estado, Giovanni Santoro.
“A maconha apreendida no Sertão pernambucano não tem capacidade para fins terapêuticos. Os traficantes geralmente fazem a colheita antes do tempo necessário para a planta estar plenamente desenvolvida, como se fosse uma fruta que não está madura. Para fazer o canabidiol, a erva tem que ser colhida em outro tempo”, explica.
Ainda que a maconha encontrada nas operações policiais estivesse em condições para uso medicinal, o tema precisa de regulamentação. “É preciso que exista legislação específica, fiscalização adequada para que não haja desvio de finalidade”, acrescenta Giovanni.
Venda interna
A maconha plantada no sertão de Pernambuco não costuma ser encaminhada para outras localidades. De acordo com a PF, o conteúdo é comercializado apenas na Região Nordeste. “E a distribuição se dá por via terrestre, seja carro, caminhão, moto. Eles costumam prensar a maconha em pacotes de 300, 400 quilos, para ter menos prejuízo caso seja apreendida numa fiscalização”, pontua Santoro.
As ações de erradicação ajudam a reprimir casos de violência, segundo o chefe de comunicação da PF. “O tráfico traz junto outras ocorrências criminosas, como assaltos, roubos, furtos, homicídios. E quando ele não consegue ter a maconha nas mãos, essas situações diminuem”, conclui.
Diario de Pernambuco