Diario de Pernambuco
O desempenho da economia pernambucana no primeiro trimestre deste ano foi quase 60% superior a do Brasil, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (12) pela Agência Estadual de Planjemaneto e Pesquisas (Condepe/Fidem). O Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que é a soma de todas as riquezas produzidas, registrou um aumento de 1,9% em relação aos três primeiros meses de 2017. No mesmo período, o PIB do Brasil aumentou 1,2%.
Os números mostram que Pernambuco vem seguindo a tendência de crescimento apresentada desde o ano passado, quando o estado fechou o PIB com alta de 2%, que foi o dobro do desempenho nacional. De acordo com o relatório da Condepe/Fidem, a alta no primeiro trimestre de 2018 foi puxada, sobretudo, pelo desempenho da agropecuária (12,1%), indústria (0,9%) e serviços (1,4%).
Agropecuária
No caso da agropecuária, o cultivo de milho, de mandioca, do feijão, do abacaxi e do tomate puxaram o bom desempenho, assim como a da banana, do café e do maracujá. A produção de cana-de-açúcar, arroz e cebola tiveram uma diminuição. O cultivo da uva e da manga, insumos que são produzidos na região do Vale do São Francisco para a exportação, também registraram queda.
De acordo com Bruno Lisboa, diretor-presidente do Condepe/Fidem, o bom desempenho de algumas culturas está ligado, sobretudo, a melhoria das condições climáticas depois de um período de forte estiagem que durou cerca de sete anos. “No setor agropecuário, a flutuação (oscilação) acontece de maneira natural. Um resultado negativo não significa que o desempenho será assim durante todo o ano. Precisamos analisar”, pontuou. No setor de pecuária, a produção de ovos puxou o bom desempenho, mas a bovinocultura, suinocultura, setor avícola e leiteiro tiveram um desempenho menor.
Indústria
O levantamento aponta que a indústria de transformação foi a que mais registrou bons resultados, com um aumento de 1,3%. O destaque vai para os segmentos de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (alta de 33,3%) e setor automotivo, com 13,7%. Por outro lado, produtos derivados do petróleo foram os que mais caíram (-12,7%). “Isso está ligado diretamente à capacidade produtiva da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Houve uma política nacional que aumentou a ociosidade, diminuindo assim a produção. Qualquer alteração nesse sentido tem impacto direto no PIB”, explicou Lisboa.
Serviços
Responsável por 76% da composição do PIB do estado, o setor teve o bom resultado justificado, sobretudo, pelo aumento de 6,8% nas intermediações financeiras, seguros, previdência complementar e serviços relacionados. A tendência de aumento nesse segmento já vinha sendo observada nos últimos meses, de acordo com a Condepe/Fidem. “O que justifica esse crescimento é o aumento do crédito, principalmente para pessoas físicas”.
Greve dos caminhoneiros
De acordo com Bruno Lisboa, a greve dos caminhoneiros, que trouxe reflexos para toda a economia nacional em maio, deve impactar nas próximas análises do PIB pernambucano. Ele destacou, no entanto, que os cálculos ainda estão sendo feitos e que não é possível dimensionar o tamanho da perda.