Planalto defende divulgação de vídeo obsceno por Bolsonaro e nega crítica dele ao Carnaval

Após um dia de repercussão negativa sobre uma postagem de teor obsceno publicada pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter na noite de terça-feira (05), o Palácio do Planalto divulgou nota à imprensa (veja a íntegra mais abaixo), no início da noite desta quarta-feira (06), em que minimiza as críticas recebidas, alegando que as cenas constantes no vídeo divulgado “escandalizaram” não apenas o capitão, mas a sociedade.

A assessoria da Presidência da República afirma ainda que não houve, por parte do presidente, a “intenção de criticar o carnaval de forma genérica”. Segundo a nota, Bolsonaro quis “caracterizar uma distorção clara do espírito momesco” e denunciar um crime que atenta contra os valores familiares.

A gravação publicada na conta oficial de Bolsonaro no Twitter mostra um homem dançando sobre um ponto de táxi. Ele introduz, aparentemente, o dedo no ânus enquanto dança. Na sequência, outro jovem urina na cabeça dele. Embora o presidente não tenha identificado o local onde foi registrada a cena, o episódio ocorreu na segunda-feira (4) em um bloco chamado Blocu, no centro de São Paulo.

Líderes da oposição classificaram a divulgação do vídeo como conduta incompatível com o cargo e avaliam a possibilidade de tomar alguma providência em relação ao episódio. O PT anunciou que pretende pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue o presidente por divulgação de pornografia na internet.

Críticos e apoiadores do presidente duelaram no Twitter ao longo de todo o dia com as hashtags #ImpeachmentBolsonaro e BolsonaroTemRazão.

Veja a nota na íntegra:

Nota à imprensa

A respeito de publicação realizada na conta pessoal do Presidente da República, em 5 de março, convém esclarecer que:

– No vídeo, postado pelo Sr Presidente da República em sua conta pessoal de uma rede social, há cenas que escandalizaram, não só o próprio Presidente, bem como grande parte da sociedade.

– É um crime, tipificado na legislação brasileira, que violenta os valores familiares e as tradições culturais do carnaval.

– Não houve intenção de criticar o carnaval de forma genérica, mas sim caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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