Pokémon Go à brasileira: novo jogo caça “políticos corruptos”

A febre do Pokemon Go ganhou uma versão peculiar no Brasil. Dois publicitários brasilienses decidiram unir suas paixões pela política e pelo jogo baseado na animação japonesa. O resultado já está no ar: é o divertido Pokérruptos. O game transforma políticos como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente interino Michel Temer, a presidente afastada Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Lula em personagens a serem capturados. Em comum entre eles, a associação no noticiário político de seus nomes a esquemas de corrupção.

Em entrevista ao Congresso em Foco, um dos criadores do jogo, que prefere não se identificar, afirmou que a ideia surgiu enquanto tomava banho. “Gosto muito de tecnologia, de Pokémon e também de política. É importante criarmos alternativas para as pessoas estarem atentas à política”, disse o publicitário que começou a produzir o game em julho.

A alta tecnologia usada no Pokémon Go, porém, impede que o Pokérruptos seja uma paródia mais fiel ao aplicativo. O jogo, lançado primeiro nos Estados Unidos, foi feito em parceria pela Niantic e a Nintendo. Utiliza o GPS e a câmera dos celulares para dar a sensação de que os Pokémons estão espalhados pela cidade – o que exige alta tecnologia. “Várias pessoas já nos procuraram para produzir o aplicativo, mas sabemos que é muito difícil e preferimos não criarmos por enquanto”, explicou o publicitário.

Reprodução

Jogo de cartas do Pokérruptos funciona como o Super Trunfo

A alternativa encontrada pelos publicitários foi criar um jogo de 32 cartas. Cada político tem uma carta e cinco habilidades para serem comparadas entre elas – como no jogo Super Trunfo. Ganha o Pokérrupto que tiver maior número de popularidade, articulação e influência. Ou o que tiver menos “esquemas” e processos.

Houve por parte dos criadores um cuidado para que o jogo não tivesse viés partidário. “Colocamos políticos de todas as legendas. A crítica à política deve ser generalizada”, explicou.

As cartas ainda não estão sendo vendidas. Os interessados devem se cadastrar no site e aguardar as instruções por e-mail para adquirir o jogo

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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