Na última sexta-feira (27), o deputado estadual Tony Gel (PMDB), participou do programa “Debate” (Rádio Jornal) e falou de assuntos como a sua participação como vice-líder no governo de Paulo Câmara, as possibilidades para as eleições municipais de 2016 e a gestão Queiroz.
“Quem está na base e resolve ir para o topo do morro não pode esperar ventos calmos. Fui convocado e agradeço a confiança do governador Paulo Câmara para ir para o colégio de líderes da Assembleia. Sei das responsabilidades e dos compromissos que o governo instalou”, disse o deputado sobre a sua participação no atual governo. E completou: “as dificuldades são muitas para um estado ainda pobre, como é Pernambuco”.
Questionado sobre a situação do governo do Estado, no que diz respeito à bancada de oposição, Tony Gel foi claro e comparou a situação do atual governador com o ex-governador Eduardo Campos.
“Eduardo Campos teve uma oposição, no primeiro governo, que foi bem organizada. No segundo foi mais tranquilo, até pela reeleição tranquila que ele teve. Faltava força mesmo para a oposição se organizar no segundo mandato, é necessário reconhecer isso. Mas Eduardo recebeu uma base organizada pelo antecessor que foi Jarbas Vasconcelos. Outro fato importante foi a parceria Lula-Eduardo que ajudou muito Pernambuco. Muitos investimentos e projetos vieram para cá por isso. E claro, teve a competência de Eduardo, que com a base organizada conseguiu fazer muita coisa e soube aproveitar muitos recursos”.
Outro assunto abordado na entrevista foi o programa do PMDB, partido do qual faz parte há cerca de três anos, exibido nesta quinta-feira (26) e que em momento algum falou sobre a presidente Dilma Rousseff ou apoiou o atual governo Federal, cujo PMDB é base de sustentação.
“Não sei se foi um recado, mas dúvidas ficam. Em política tem que ficar tudo muito esclarecido. Um partido político tem que ser muito claro, quando você é da base do governo, tem o cargo de vice e não fala nenhuma vez no nome da presidente do país, dúvidas surgem. Simplesmente defender o impeachment agora é muito prematuro, principalmente se for só pelo fato de eu não gostar do governo, do PT ou da presidente Dilma. Por enquanto estou convencido que devemos respeitar a vontade das urnas”, afirmou, enfatizando que até pode mudar de ideia sobre o assunto, mas que é uma questão delicada.
Os ouvintes puderam participar da entrevista e um deles questionou se Miriam Lacerda (PMDB), esposa do deputado, aceitaria ser vice de Raquel Lyra ou Laura Gomes (ambas do PSB), e ele foi enfático: “Por que elas não podem aceitar ser vice de Miriam? Ou Minha?”.
E já que os assuntos giraram em torno das eleições municipais de 2016, o deputado foi questionado sobre uma possível candidatura ao executivo. “Tenho minha missão como vice-líder da ALEPE e tenho que me concentrar no mandato que me foi dado pelo povo. A eleição do próximo ano está muito longe e não posso me ocupar com isso agora. Caso contrário, a minha amiga que está em casa vai dizer “estou precisando de água agora e ele pensando no futuro”. Mas, não posso descartar nenhuma possibilidade, sou um homem de partido e não posso descartar essa possibilidade”, respondeu.
O deputado disse ainda que seria bom “perguntar aos adversários quem prefeririam numa chapa. Até porque, se formos analisar friamente, a última eleição o nosso conjunto para deputado estadual foi bem. Defendemos o mesmo candidato (Paulo Câmara), mas as campanhas foram diferentes. Temos o nosso conjunto político e em nenhum momento sentamos para discutir essa questão. Podemos ter aí três candidatos ou quatro. O nosso grupo pode ter só um e o outro ter três. Mas isso é questão para o futuro”, frisou.
Convidado para avaliar o governo do prefeito José Queiroz, o peemdebista foi rápido ao dizer que há muito o que melhorar em Caruaru. “A saúde é precária. Educação, da mesma forma, onde os professores tiveram direitos retirados, o PCC que foi votado daquela forma. Quando ando nos bairros mais afastados tenho ouvido muitas reclamações. Tem muito o que fazer por Caruaru. Agora, tenho ouvidos muitas dúvidas em relação a Feira de Caruaru, os comerciantes com medo, sem saber direito como será o processo de mudança da feira. Ainda há muito o que fazer por Caruaru”, criticou.
E mais uma crítica foi feita quando o assunto foi a Feira da Sulanca. Em tom de dúvida, Tony Gel avaliou as questões que envolvem a mudança da feira. “Nós temos dois projetos, um conduzido pela administração municipal, em terras de Caruaru. E o outro em terras vizinhas de Caruaru. Um onde quem quer adquirir um banquinho terá que pagar um valor de R$ 27 mil. E o outro onde vai pagar um valor por mês. Caruaru é uma cidade que, quando se faz um projeto, aparecem dois ou três. A minha preocupação é com o comerciante pequenininho que não pode pagar, aquele que vende na mão e que não tem como pagar, como é que ele vai ficar. A outra é com aquele que comprou o ponto e pagou caro, como é que ele vai ficar?”, finalizou.