Depois de ter registrado retirada líquida – mais saques que depósitos – no primeiro semestre em 2015, 2016 e 2017, a poupança voltou a atrair o interesse dos brasileiros em 2018. De janeiro a junho, os brasileiros depositaram R$ 7,35 bilhões a mais do que retiraram da caderneta, informou ontem (5) o Banco Central.
O resultado é o melhor para os seis primeiros meses do ano desde 2014, quando a captação líquida tinha somado R$ 9,61 bilhões.
Em junho, os brasileiros depositaram mais do que retiraram da poupança pelo quarto mês consecutivo. A captação líquida – depósitos menos retiradas – somou R$ 5,64 bilhões no mês passado. O resultado é inferior ao de junho do ano passado, quando os depósitos tinham superado as retiradas em R$ 6,09 bilhões.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrirem dívidas, num cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões.
A poupança voltou a atrair recursos mesmo com a queda de juros. Isso porque o investimento voltou a garantir rendimentos acima da inflação, que está abaixo do centro da meta: 4,5% em 2018. Nos 12 meses terminados em junho, a poupança rendeu 4,97%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 3,68% no mesmo período. Amanhã (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA cheio de junho.