Boa parte dos moradores do pacato município de Cupira, no Agreste pernambucano, está revoltada com o escândalo em que se envolveu a Câmara de Vereadores, o qual ganhou destaque nos principais veículos de comunicação do Estado. O Poder Legislativo foi alvo da Operação Irapuã, deflagrada na manhã da última terça-feira (20), numa ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público, que cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de suspeitos de estarem envolvidos em crimes de associação criminosa, apropriação indébita, estelionato, peculato e falsidade ideológica com atuação na Câmara Municipal do município.
Segundo informações da Civil foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão domiciliar, todos expedidos pelo juiz de Direito da Comarca de Cupira. Ainda de acordo com a polícia, 55 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participaram da ação.
As investigações foram realizadas pelo Ministério Público de Pernambuco, com o suporte do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O esquema seria comandado por dois vereadores e, segundo o promotor de Justiça, Frederico Magalhães, a investigação teve início depois que a polícia começou a receber denúncias anônimas. “Foram denúncias de populares que alegam a existência de pessoas que nunca prestaram serviços na cidade”, declarou, em entrevista à TV Jornal Caruaru. Todo o material apreendido foram encaminhados à Diretoria Integrada do Interior (Dinter 1).
Em nota, a Procuradoria da Câmara de Vereadores de Cupira, através do seu procurador Bartolomeu Mendonça, disse que “vem de público esclarecer que as denúncias formuladas pelos adversários políticos, também vereadores, deverão ser apuradas pelo Ministério Público em toda sua plenitude, e que todos os acusados irão colaborar com a Justiça”.