O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, afirmou que a forma de avaliação da formação de professores nas universidades brasileiras deve mudar já para 2024. Ele defendeu que a análise também esteja atenta aos estágios supervisionados e à prática docente, o que não acontece atualmente.
A declaração foi dada na abertura da 15ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), realizada na tarde desta quarta-feira, em Alexânia (GO). Segundo ele, esta é uma medida prioritária para o órgão.
— Nós queremos aproveitar o ciclo de 2024 que avalia as licenciaturas para introduzir novos instrumentos, produzir informação mais e avançar para territórios que até aqui não foram objeto de observação, como os estágios supervisionados e a prática docente — afirmou.
Atualmente, a avaliação das licenciaturas é realizada pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), de três em três anos, igual a todos os outros cursos de ensino superior brasileiro. Ela é formada por uma prova que avalia uma parte de conhecimentos e outra de competências técnicas dos diferentes cursos.
A ideia de Palácios é destacar a avaliação da formação de professores, incluindo componentes que avaliam também as competências práticas e não apenas teóricas, e criar um Enade Licenciaturas já em 2024.
— Essa é uma prioridade para o próximo ano — afirmou Palácios.
Especialistas apontam que a formação dos professores é, atualmente, um dos principais desafios brasileiros para melhorar os índices de aprendizagem no país. Na avaliação desses pesquisadores, a formação é excessivamente teórica e precisa incluir em seu currículo de mais tempo de prática escolar.
Participaram da abertura do congresso, além do presidente do Inep, o ministro da Educação, Camilo Santana; o secretário-executivo do Fórum e diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier; o presidente do Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Liza Curi; além de representantes do setor privado de educação, da Unesco e outros segmentos da educação.
O Globo