A ‘prévia do Produto Interno Bruto (PIB)’ mostrou que a economia do primeiro trimestre do ano piorou. Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) tombou. Em fevereiro, o indicador recuou 0,73% na comparação com o mês anterior, segundo a autoridade monetária.
Este foi o maior recuo desde maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros e o índice recuou 3,11%. O IBC-Br já havia recuado 0,31% em janeiro, frente a dezembro. Ou seja, os dois primeiros meses de 2019 mostram que a economia piorou.
Mas, em comparação ao início de 2018, a atividade econômica continuou em expansão. Em fevereiro, a alta foi de 2,49% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Já no acumulado do primeiro bimestre deste ano, o avanço foi de 1,66%. No acumulado de 12 meses, por sua vez, o IBC-Br marcou crescimento de 1,21.
Os dados desanimadores ocorrem mesmo com o PIB crescendo 1% em 2017 e 1,1% em 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados frustraram os economistas, já que, entre 2015 e 2016, o país passou pela maior recessão da história.
Desde então, a economia tem dificuldades para alavancar de forma mais sólida, já que o consumo das famílias está baixo em função do desemprego. Os investimentos também estão em níveis aquém do esperado, limitando o crescimento da economia.
Projeção
O economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, afirmou que o tombo de 0,73% foi maior do que sua projeção, que era de 0,38%. Segundo ele, o resultado sugere que o PIB pode ser de zero no primeiro trimestre. “A variação trimestral está em queda de -0,21%”, ressaltou. “Temos assim a perspectiva que o ano de 2019 começou fraco e reforça nossa leitura do PIB em apenas 1,1% este ano. Nossa projeção para o 1º trimestre é de 0,28%, mas muito provavelmente iremos cortar para próximo de 0% o que faria a projeção de 2019 cair para algo como 0,8% na variação anual acumulada”, completou.