Antes da reforma da Previdência, nenhum outro projeto de lei ou emenda constitucional havia reunido tantos parlamentares no plenário da Câmara dos Deputados. É que apenas três deputados não registraram voto no dia em que o texto-base da reforma foi aprovado no plenário – número recorde para uma votação legislativa, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Desde 1991, quando passamos a ter os dados de todas as votações, essa foi a votação legislativa com o maior quórum da história”, afirmou nesta terça-feira (17), Rodrigo Maia. Ele explicou que pesquisas no banco de dados da Câmara revelaram que apenas algumas poucas sessões reuniram um número de deputados superior ao que foi visto na votação da reforma. E nelas não foram apreciados emendas constitucionais ou projetos de lei. “O quórum só perde para o impeachment, para a posse dos deputados e para a eleição do presidente da Câmara. De votação legislativa, foi o maior”, garantiu Maia, acrescentando: “foi um bom resultado”.
Dos 500 deputados presentes no plenário da Câmara na noite da última quarta-feira (10), 379 votaram a favor e 131 contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda as regras do sistema de aposentadoria brasileiro. E Maia quer repetir esta margem, de 74% de aprovação, no segundo turno da votação, marcado para 6 de agosto. Por isso, voltou a se reunir com líderes partidários nesta terça-feira (16). “Fizemos uma radiografia do resultado dos destaques para que possamos chegar ao dia 6 sem nenhum tipo de risco”, comentou Maia.
O presidente da Câmara, contudo, fez um apelo para que os partidos da oposição e os governadores apoiem a PEC paralela que deve ser construída pelo Senado para garantir a inclusão de estados e municípios na reforma. “Sou a favor da inclusão, mas há um embate político nessa questão. Tem muito governador que defende, mas que o deputado vota contra. Isso gerou um conflito na Câmara e por isso a Câmara tirou [estados e municípios da reforma]. Então, é importante que todos colaborem”, comentou Maia, lembrando que os deputados terão que apreciar novamente o texto da reforma caso ele seja alterado pelos senadores para contemplar questões como essa.
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