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Apesar de a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acreditar que a produção nacional de cana-de-açúcar deve sofrer uma redução de 1,2% na safra 2018/2019, o clima é de otimismo no Nordeste. É que os canaviais da região têm enfrentado condições climáticas mais favoráveis que as do Centro/Sul. Por isso, devem registrar números melhores que os da safra 2017/2018. Em Pernambuco, por exemplo, a produção deve saltar de 10,9 milhões para 12,2 milhões de toneladas de cana, segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado (Sindaçúcar-PE).
“Em Pernambuco, deve haver um acréscimo em função da recuperação climática. As chuvas estiveram mais presentes nesta entressafra e, se continuarem até agosto, com algumas chuvas de verão mais amenas durante a colheita, podemos ter uma recuperação de 10% a 12% em relação à safra passada”, explicou o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, dizendo que, além do clima, o setor foi beneficiado pelo investimento de alguns grupos, que ampliaram as suas áreas produtivas.
Ele lembrou, no entanto, que a expectativa é que este número cresça ainda mais nas próximas safras. Afinal, o montante de 12,2 milhões de toneladas ainda é inferior à média histórica do setor, de 15 milhões de toneladas de cana, que foi derrubado nas safras passadas devido aos efeitos climáticos do El Niño. “É o início da recuperação”, concluiu Cunha.
O presidente do Sindaçúcar/PE contou ainda que, na safra 2017/2018, a produção pernambucana rendeu 760 mil toneladas de açúcar e 330 milhões de litros de etanol. Mas, daqui para a frente, a tendência é que o etanol ganhe mais espaço na produção. Considerando toda a cadeia brasileira, por exemplo, 57% das canas da safra 2018/2019 devem ser usadas na produção do biocombustível – na safra anterior, esse número foi de 52%, segundo a Conab. Por isso, haverá um incremento de 7% na produção de etanol anidro e de 2,3% na de etanol hidratado. No total, devem ser fabricados 28,16 bilhões de litros no País.
“O setor está se tornando cada vez mais alcooleiro, visto que há uma demanda constante de etanol no mercado nacional e o açúcar não está com preços tão vantajosos no mercado internacional, em função do excesso de açúcar ocasionado pelo aumento da produção da Índia, União Europeia e Tailândia”, contou Cunha, lembrando que o consumo de etanol deve crescer ainda mais a partir do próximo ano, quando o programa Renovabio entrar em vigor.